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[Artigo de opinião] Para garantir igualdade de gênero, política científica deve dialogar com política de cuidado

Campinas, por Kleber Patricio

Políticas públicas devem focar em desenvolvimento, ciência e pesquisas de soluções que considerem os aspectos de reprodução social e dos cuidados. Foto: National Cancer Institute/Unsplash.

Por Márcia Tait — A busca pela igualdade de gênero no Brasil demanda uma abordagem integrada que reconheça a interdependência entre diferentes esferas políticas. A recente aprovação da Política Nacional de Cuidados, sancionada pelo presidente Lula em dezembro de 2024, marca um avanço significativo na valorização dos trabalhos de cuidado, predominantemente realizados por mulheres. Paralelamente, a área de ciência, tecnologia e inovação (C&T) enfrenta desafios persistentes de desigualdade de gênero e para fortalecer o desenvolvimento de tecnologias para inclusão e sustentabilidade socioambiental.

Este texto propõe a articulação entre a política de cuidados e as políticas de C&T, destacando como essa integração pode promover direitos mais equitativos para as mulheres e impulsionar a produção científica e tecnológica no país.

‘Cuidado’ é um conceito polissêmico. No âmbito da política recém formulada, cuidados se referem a trabalhos fundamentais para a manutenção da sociedade, feitos principalmente no âmbito doméstico e por mulheres, de forma gratuita ou remunerada — como limpeza, preparação de alimentos, gestão da casa, cuidados com crianças, idosos e dependentes e apoio emocional. Como apresentado no documento para a política, os arranjos sociais para provê-los são desiguais, injustos e insustentáveis e recaem sobre as mulheres, especialmente aquelas racializadas e de classes populares.

A sobrecarga, desvalorização e estigmatização dos trabalhos de cuidados são condicionantes e condicionadores de desigualdade socioeconômica e de gênero. Os dados oferecidos pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) mostram que as mulheres ocupam o dobro dos trabalhos em tempo parcial, a maioria dos postos com menores salários (precários e terceirizados), embora já sejam a metade das chefes de família. Outras pesquisas também mostram a sub-representação feminina em cargos políticos.

Essa relação desigual é um dos motivos que torna digna de nota a escolha inédita pelo presidente Lula em 2022 de uma mulher como Ministra da Ciência, Tecnologia e Inovações do Brasil, Luciana Santos.  É ainda mais incomum que a ministra seja, simultaneamente, engenheira e liderança política do PCdoB.

Nos estudos da ciência com enfoque de gênero são conhecidas as posições desiguais históricas entre homens e mulheres. Mulheres são maioria nos cursos de graduação e mestrado strictu sensu. Mas ainda somos minoria como bolsistas de pesquisa produtividade CNPq, um número reduzido das reitorias de universidades e minoritárias em postos de coordenação em projetos na área ‘desenvolvimento de tecnologias’ e nas engenharias. Na América Latina, não chegam a 35% das pessoas que estudam em áreas STEM (do inglês: ciências, engenharias e matemática). Para todas as realidades científicas, a desigualdade se amplia quando considerada a participação de mulheres negras.

Como nos sinaliza a política de cuidados, elaborar ações depende de pensar na transferência de recursos e na garantia de direitos. Também passa por promover uma transformação cultural, no âmbito da ciência e educação, além de inovações para desenhar a infraestrutura da sociedade e os serviços públicos e privados. Isso exige pesquisa, desenvolvimento, ciência e pesquisas de soluções que considerem os aspectos de reprodução social e dos cuidados, a começar, talvez pela própria universidade apoiando iniciativas como Parent in Science, que debate a parentalidade no meio científico.

Será que os planos e estratégias governamentais se transformaram com uma mulher ministra e de esquerda? Temos um direcionamento mais inclusivo ou mesmo feminista? Para avançar rumo a uma sociedade mais justa e igualitária, é imperativo que as políticas de ciência, tecnologia e inovação incorporem de forma efetiva os princípios da Política Nacional de Cuidados. Isso implica a criação de incentivos para a participação feminina em posições de liderança e áreas STEM, o estabelecimento de programas de apoio à parentalidade no meio científico e a garantia de condições equitativas de trabalho.

Ao promover uma transformação cultural e estrutural que valorize os cuidados e a diversidade de gênero, fortaleceremos não apenas os direitos das mulheres, mas também a capacidade inovadora e o desenvolvimento sustentável do Brasil. É hora de agir de maneira propositiva, integrando cuidados e C&T como pilares fundamentais para a igualdade de gênero e o desenvolvimento nacional.

Sobre a autora | Márcia Tait é doutora em política científica e tecnológica pela Unicamp, professora na Universidade de Valladolid e pesquisadora no Laboratório de Tecnologias e Transformações Sociais (DPCT/Unicamp).

Os artigos de opinião publicados não refletem, necessariamente, a opinião do site.

(Fonte: Agência Bori)

Maré Vermelha: Após coletas, Defesa Agropecuária não detecta contaminações em moluscos bivalves no litoral paulista

Litoral Paulista, por Kleber Patricio

Foto: JSB Co./Unsplash.

Após o surgimento de uma mancha vermelha, produzida por um protozoário ciliado chamado Mesodonium rubrum no litoral norte de São Paulo, técnicos da Coordenadoria de Defesa Agropecuária (CDA), órgão da Secretaria de Agricultura e Abastecimento (SAA) realizaram, entre os dias 4 e 5 de fevereiro, coletas de material para análises laboratoriais nos cultivos de moluscos bivalves do litoral norte e sul do Estado. A ação é parte do monitoramento de rotina executado em cumprimento ao Plano Estadual de Monitoramento de Moluscos Bivalves (PEMMOBI).

Após a coleta, os resultados foram divulgados na terça-feira (11) e foi constatado que em nenhuma das áreas monitoradas houve contaminação da carne de ostras e mexilhões por ficotoxinas, substâncias produzidas por diversas microalgas que podem causar sérios agravos de saúde pela ingestão de moluscos bivalves contaminados. “Com as análises, foi confirmado que a mancha vermelha observada no litoral norte não se tratava de alteração provocada pela presença de algas tóxicas, conforme informações divulgadas anteriormente pelo Grupo Interinstitucional para gestão integrada de riscos associados a florações de microalgas tóxicas, do qual a CDA faz parte em conjunto com as Secretarias de Saúde (SES) e Meio Ambiente (SEMIL)”, comenta Ieda Blanco, médica-veterinária, gerente do Programa Estadual de Sanidade dos Animais Aquáticos (PESAAq) e coordenadora do PEMMOBI.

Além das análises da presença de microalgas e ficotoxinas, foi coletado material para quantificação microbiológica, tendo sido detectada contaminação bacteriana em algumas áreas. “Nos níveis observados, a contaminação bacteriana pode ser eliminada por tratamento térmico ou depuração em estabelecimentos inspecionados. Recomendamos à população que sempre verifique a origem das ostras e mexilhões, principalmente para consumo in natura, e lembramos que o mapa com as condições de cada área de cultivo de São Paulo é constantemente atualizado e disponibilizado para consulta pública em nossa página”, acrescenta Ieda. Para saber mais sobre a situação das áreas de cultivo, acesse https://geo.cati.sp.gov.br/portal/apps/experiencebuilder/experience/?data_id=dataSource_1-192bab1de0d-layer-4%3A1&id=0f8fd154bc044f1bbddeb8634bce08b1.

(Com Guilherme Araújo/Comunicação CDA)

Carnaval na Serra Catarinense: refúgio em meio à natureza

Santa Catarina, por Kleber Patricio

Fotos: Divulgação (mais fotos no Instagram @kleberpatricioonline).

Enquanto o litoral brasileiro ferve com blocos e festas, a Serra Catarinense desponta como destino para quem busca um Carnaval mais tranquilo, cercado pela natureza e com experiências exclusivas. Cidades como Urubici, São Joaquim e Rancho Queimado são algumas das opções de destino para quem deseja aproveitar a folga longe das multidões e desfrutar de um clima ameno, belas paisagens e gastronomia diferenciada. A região oferece alguns atrativos, como:

Morro da Igreja e Pedra Furada (Urubici): Um dos pontos turísticos mais conhecidos da Serra Catarinense, o Morro da Igreja é o terceiro ponto mais alto habitado do Brasil e oferece uma vista espetacular da formação rochosa conhecida como Pedra Furada. O acesso é controlado pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade, que garante a preservação ambiental do lugar.

Vinícolas em São Joaquim: A cidade é referência na produção de vinhos de altitude, com vinícolas renomadas como Villa Francioni, Monte Agudo e Pericó. Além da degustação de rótulos premiados, os visitantes podem conhecer os vinhedos e entender mais sobre o processo de preparação dos vinhos.

Parque Nacional de São Joaquim: Para os amantes do ecoturismo, o parque abriga diversas trilhas, cachoeiras e formações rochosas impressionantes. É um destino ideal para caminhadas e passeios em meio à natureza preservada.

Mirante da Serra da Boa Vista (Rancho Queimado): Com uma vista panorâmica das montanhas, o mirante é ideal para quem deseja apreciar o pôr do sol ou tirar fotos da paisagem serrana. O acesso é feito por estrada de terra, mas a vista compensa qualquer esforço.

Para aproveitar esses destinos, opção de hospedagem na região é o Rancho Otto Chalet Boutique. Localizado em Rancho Queimado, o local combina o charme da Serra Catarinense com conforto e sofisticação. Os chalés oferecem lareira, hidro e varanda com vista para as montanhas, criando um ambiente aconchegante e ideal para casais e famílias que desejam desacelerar durante o feriado.

A experiência vai além da hospedagem, com um café da manhã colonial, repleto de opções artesanais como pães, cucas e embutidos e que também destaca os sabores típicos da região. Durante a estadia, os visitantes podem desfrutar de passeios ao ar livre, trilhas, piqueniques às margens do lago, banhos de cachoeira, e momentos de relaxamento no lounge. À noite, o cenário ganha um toque especial com fogueiras ao ar livre e degustações de vinhos selecionados, o que torna o Carnaval uma experiência sensorial e intimista.

O atendimento personalizado também é um diferencial, garantindo que cada hóspede tenha uma estadia sob medida, seja para um descanso romântico a dois ou para momentos especiais em família.

Sobre o Rancho Otto Chalet Boutique | Localizado em Rancho Queimado, cerca de 70km de distância da capital Florianópolis (SC), o Rancho Otto foi construído em 2017 e adquirido por Reginaldo Boeira em 2021, quando conheceu a propriedade como um singelo hóspede. O empresário é natural de Monte Belo (MG), começou a empreender desde jovem e é reconhecido pela sua visão empreendedora diferenciada. Atua ainda no ramo da construção civil (Boeira Construtora) e é presidente da KNN Group, holding de administração das suas quase 20 empresas. É autor do livro ‘Quando o sucesso é a única opção’, que traz um método inovador de ensino focado no empreendedorismo.

(Com Matheus Petter/Rotas Comunicação)

Lançamento do livro ‘Oswald de Andrade: mau selvagem’, de Lira Neto, será realizado na Livraria da Vila da Fradique Coutinho no dia 19/2

São Paulo, por Kleber Patricio

Capa do livro. Fotos: Divulgação.

O escritor e jornalista Lira Neto lança seu próximo livro ‘Oswald de Andrade: mau selvagem’ pela Companhia das Letras. O lançamento será realizado na Livraria da Vila da Fradique Coutinho no dia 19 de fevereiro, das 19h às 21h30.

Sinopse

Primorosa biografia de uma das personalidades mais contraditórias da literatura brasileira. Escrito no estilo cinematográfico de Lira Neto e amparado em farto acervo documental, este livro apresenta Oswald de Andrade em sua verve sarcástica, lírica e demolidora. Neste mergulho radical na trajetória de Oswald de Andrade, Lira Neto explora as muitas contradições da personalidade do polêmico biografado: blasfemo e temente a Deus, burguês e comunista, apaixonado e adúltero. O escritor genial, autor de romances experimentais e poemas revolucionários, exibia comportamento ao mesmo tempo febril e sentimental, amoroso e explosivo. Pensador vigoroso, usava a violência verbal e o sarcasmo como armas contra o conformismo intelectual. Era, acima de tudo, um personagem de si mesmo. Respaldada em vasta pesquisa em arquivos, incluindo cartas, diários e manuscritos, esta meticulosa biografia, narrada em ritmo eletrizante, revela que Oswald não se restringiu ao papel de ativista do modernismo. Intérprete do Brasil, jornalista combativo, propôs uma crítica feroz ao patriarcado e antecipou premissas do que hoje se costuma definir como decolonialidade. À placidez do ‘bom selvagem’, contrapôs a ferocidade criativa e carnavalizante. Incompreendido, terminou pobre e quase anônimo. Apenas depois de sua morte o país recuperaria o legado contestador de Oswald de Andrade, fonte para manifestações artísticas futuras, como a Poesia Concreta, o Teatro Oficina e a Tropicália.

Sobre a Livraria da Vila | A Livraria da Vila nasceu no bairro da Vila Madalena, em São Paulo, em 1985. Desde seu início, há quase 40 anos, tornou-se conhecida e reconhecida por possuir um conceito e filosofia únicos no mercado livreiro. Presente nas cidades de São Paulo, Guarulhos, Campinas, São Caetano, Ribeirão Preto, Curitiba, Londrina, Goiânia e Brasília, atualmente a Vila conta com 22 lojas físicas e um site para vendas online.

Serviço:

Data: 19 de fevereiro (quarta-feira)

Horário: das 19h às 21h30

Local: Livraria da Vila — Rua Fradique Coutinho, 915 – Pinheiros, SP.

(Com Julio Sitto/A4&Holofote Comunicação)

Instituto Cultural Vale lança exposição sobre Alcione

São Luis, por Kleber Patricio

Já se foram cinco décadas desde que Alcione deixou São Luís rumo ao Rio de Janeiro e imortalizou a música que se tornou um hino: Não Deixe o Samba Morrer. De lá para cá, a Negra Voz do Amanhã já visitou mais de 30 países e ganhou alguns dos maiores prêmios que uma artista pode alcançar, a exemplo do Grammy Latino, na categoria Melhor Álbum. Em comemoração a estas e outras marcas, o Centro Cultural Vale Maranhão – espaço que integra o Instituto Cultural Vale – mergulhou na vida e obra de uma das maiores vozes brasileiras para a exposição Com Amor, Alcione!, que homenageia os 50 anos de carreira cantora. A mostra tem entrada gratuita.

Na primeira exposição dedicada à cantora no Brasil, o roteiro conjuga a sambista que sobe as ladeiras do Morro de Mangueira, a amante do bolero que canta nos recantos chiques de São Paulo e a brincante que gira ao som das matracas do bumba meu boi. Na expografia, mais de 300 fotos do acervo de Alcione, figurinos emblemáticos de várias fases da Rainha do Brilho, discos e objetos pessoais.

O Maranhão está sempre presente, inclusive na expressão de sua religiosidade difusa, na forma de um altar construído com base nos relatos sobre as suas crenças. E o público também vai poder interagir com a obra da cantora, com uma jukebox em que os visitantes podem escolher a trilha sonora da exposição e soltar a voz no karaokê.

Todas as cores da Marrom estão presentes na exposição que tem a curadoria de Deyla Rabelo, Gabriel Gutierrez e Luciana Gondim. “Durante a pesquisa, fomos percebendo que a obra de Marrom é uma grande dedicatória ao amor e principalmente às mulheres. Tudo o que Alcione cantou e tocou foi dedicado. Assim, pensamos a exposição como uma dedicatória carinhosa que trata da obra e vida da artista. O visitante é convidado a sentir esse afeto e, por ele, entender a importância revolucionária da artista para a cultura maranhense, brasileira e mundial”, explica Deyla.

Maior investidor privado em cultura

A iniciativa de valorização da cultura maranhense se insere na atuação do Instituto Cultural Vale, maior investidor privado em cultura no país. São mais de 800 projetos patrocinados, apoiados e realizados desde 2020, quando o instituto foi criado com o objetivo de apoiar a diversidade de manifestações artísticas do país, democratizar o acesso à cultura e à arte, e fortalecer a economia criativa. “A arte de Alcione tem um estilo único, resultado do diálogo entre suas bases culturais maranhenses e todas as outras influências que adquiriu Brasil afora. Com essa exposição, o Instituto Cultural Vale celebra não só seu talento inigualável, mas também a diversidade das muitas culturas que formam a nossa cultura”, comenta Hugo Barreto, diretor-presidente do Instituto Cultural Vale.

Com abrangência nas áreas de dança, patrimônio, música, festividades e formação cultural, os projetos também incluem iniciativas que valorizam a diversidade e a inclusão, em temas como cultura afro, cultura amazônica, arte nas periferias, arte indígena, mulheres, LGBTQIA+ e antirracismo.

Um dos quatro espaços culturais com gestão e implementação do Instituto Cultural Vale, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura, o Centro Cultural Vale Maranhão prioriza as diversas manifestações culturais maranhenses e amazônicas, sem deixar de abrir espaço para o diálogo com a produção cultural nacional. Localizado em um casarão do centro histórico de São Luís, só em 2024 recebeu mais de 128 mil visitantes, com programação gratuita e aberta a todos os públicos.
Com Amor, Alcione ficará em cartaz até dia 30 de agosto no Centro Cultural Vale Maranhão, que está localizado à Rua Direita, 149, Centro Histórico de São Luís, e é aberto ao público, com entrada gratuita, de terça-feira a sábado, das 10h às 19h.

Serviço:

Exposição Com Amor, Alcione

Onde: Centro Cultural Vale Maranhão – Rua Direita, 149, Centro Histórico, São Luís, MA

Quando: Abertura, 12 de fevereiro, às 19h.

Informações: 98 98591-2127 | E-mail: comunicacao@ccv-ma.org.br.

(Com Rodrigo Miguez/FSB Comunicação)