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História real de canibalismo em Porto Alegre inspira escritor e roteirista Tailor Diniz em sátira contemporânea

São Paulo, por Kleber Patricio

Fotos: Divulgação | Citadel Grupo Editorial – Lucens Editorial.

Ambiciosos, José Ramos e Catarina Palse escolhiam juntos a presa: homens, afortunados e, geralmente, imigrantes alemães. Enquanto a missão dela era seduzir e atraí-los para a casa onde moravam, a dele era transformar o corpo humano em cadáver. Com a ajuda de Claudio Claussner, eles transformavam a carne em linguiças, comercializadas em um açougue. A prática insólita que aconteceu em Porto Alegre, em 1863 e 1864, repercutiu no mundo todo e ganhou espaço até mesmo no caderno de anotações do naturalista Charles Darwin.

Um século e meio depois, é possível que a história se repita? Em Os canibais da Rua do Arvoredo’, o escritor e roteirista Tailor Diniz apresenta uma narrativa instigante e provocadora em torno de um novo boato sobre o consumo de carne humana na capital do Rio Grande do Sul.  Influenciados pelos espíritos dos antigos moradores do local, um aluno de gastronomia e uma estudante de medicina viverão momentos de luxúria e terror num porão de pedras antigas em meio a facas, cutelos, machados, um moedor de carne e um esqueleto humano.

José, então, enfia a mão pelo buraco que se abriu no tórax do outro
e o revira, no fundo. Depois de algum esforço, puxa algo para fora, ainda pulsante.
É o coração de Alex que ele ergue diante dos olhos e no qual dá uma grande mordida,
tirando-lhe um naco ensanguentado. Seu rosto cobre-se de sangue.
Do sangue de Alex e do seu próprio, expressado sob a transparência da pele
enquanto corre nas suas veias a uma estúpida velocidade de cruzeiro.
Catarina olha-o amedrontada. Mas ali, naquele instante, para José só existe Alex.
Alex e seu coração pulsante, que ele agride com sucessivas mordidas e tapas.

(Os canibais da Rua do Arvoredo, pg. 92)

Na sátira, a trama é narrada por um observador onipresente, que se apresenta como membro de uma organização internacional, cujo objetivo é dominar o mundo e transformar a população em comunistas/globalistas. Através de uma tela de computador, ele segue freneticamente os passos do casal de estudantes que leva os mesmos nomes dos antigos assassinos, José e Catarina. É possível confiar neste relator? Por que os dois jovens foram escolhidos? De quem e por qual motivos os espíritos desejavam se vingar?

É o que o leitor vai descobrir nas páginas d’Os canibais da Rua do Arvoredo, publicada pelo selo Lucens, do Citadel Grupo Editorial. Nessa antiga lenda urbana porto alegrense, que será adaptada para o cinema, Tailor Diniz tempera o enredo com elementos adicionais: o fastio à carnificina, o ardente desejo sexual, o medo e a conexão entre passado e presente.

FICHA TÉCNICA

Título: Os canibais da Rua do Arvoredo

Autor: Tailor Diniz

Editora: Citadel Grupo Editorial

Selo: Lucens

ISBN: 978-6550472788

Dimensões: 15.5 x 1.2 x 23 cm

Páginas: 208

Preço: R$66,90

Onde comprar: Amazon

Sobre o autor | Tailor Diniz é escritor e roteirista de cinema e TV. Os canibais da Rua do Arvoredo é seu 22º livro e, entre eles, estão Em linha reta, semifinalista do Prêmio Oceanos de Literatura 2015; Crime na Feira do Livro, traduzido na Alemanha e lançado na Feira de Frankfurt, em 2013; Transversais do tempo, Prêmio Açorianos de Literatura – Melhor Livro de Contos de 2007; e A superfície da sombra, traduzido na Bulgária e adaptado para o cinema pelo diretor Paulo Nascimento, em 2017. Com seus roteiros, conquistou prêmios nos festivais de cinema de Gramado e Brasília. O romance Só os diamantes são eternos (2019) está sendo adaptado para as telonas, e seu último livro, Novela interior, ganhou o Prêmio Jacarandá, Livro do Ano/2013, promovido pelo jornal Correio do Povo, durante a Feira do Livro de Porto Alegre.

Redes sociais do autor: @tailordiniz.

Sobre a editora | Transformar a vida das pessoas. Foi com esse conceito que o Citadel Grupo Editorial nasceu. Mudar, inovar e trazer mensagens que possam servir de inspiração para os leitores. A editora trabalha com escritores renomados como Napoleon Hill, Sharon Lechter, Clóvis de Barros Filho, entre outros. As obras propõem reflexões sobre atitudes que devem ser tomadas para quem quer ter uma vida bem-sucedida. Com essa ideia central, a Citadel busca aprimorar obras que tocam de alguma maneira o espírito do leitor.

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Instagram – @citadeleditora

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YouTube – Citadel Grupo Editorial.

(Com Dielin da Silva/LC Agência de Comunicação)

Galeria Lume apresenta ‘A parte que suporta a parte’, individual da artista Nydia Negromonte

São Paulo, por Kleber Patricio

Fotos: Divulgação.

“O desejo de quem sabe um pouco e quer saber um pouco mais”. Essa busca contínua, guiada pela curiosidade e pela intuição, pode ser considerada um dos pilares da produção de Nydia Negromonte, artista que ocupa a sala expositiva II da Galeria Lume a partir do dia 15 de março com sua individual ‘A parte que suporta a parte’. Com texto curatorial de Mariana Leme, a artista investiga as relações como parte constitutiva da existência e sugere que a autonomia de um objeto, da história de um sujeito e da própria arte é uma convenção e não uma realidade.

Com profundo interesse pela matéria que estrutura todas as coisas, Negromonte propõe um deslocamento dos significados tradicionalmente atribuídos a elas, abstraindo sua forma, função, nome e significado. Sua pesquisa convida à observação atenta da matéria, dissolvendo hierarquias entre as palavras e as coisas e desafiando expectativas de significados aparentes, durabilidade e autossuficiência. “Todos os rios e oceanos são feitos de água, mas cada um é particular”, escreve Mariana Leme no texto ‘Debaixo de tudo’, feito para a mostra ‘Desenhos são como sementes debaixo de tudo’, individual da artista apresentada em Belo Horizonte (2024).

A obra Posta, que integrou outras importantes mostras, como a 30ª Bienal de São Paulo, reaparece em A parte que suporta a parte sob nova configuração. Antes apresentada sobre longas mesas de madeira, agora se acumula no chão: hortaliças revestidas de argila porcelana ocupam o espaço expositivo, revelando, ao longo do tempo, seu processo de transformação. Durante a exposição, frutas, legumes e tubérculos brotam, desidratam-se e apodrecem, tornando visível a impermanência da matéria e expondo a investigação de Negromonte à tal transitoriedade, dando forma ao tempo.

O desenho surge como um desdobramento dessa investigação, assim como suas instalações e experimentações com materiais efêmeros, a série Umbra parte da observação de objetos e suas sombras, criando superfícies bem delimitadas de cor, mas que se formam entre matéria e luz, fazendo com que a referência da matriz do objeto real seja praticamente perdida.

Nydia Negromonte propõe um olhar que ultrapassa a forma imediata das coisas, explorando os limites entre presença e ausência, materialidade e vestígio. Sua prática revela um mundo em constante fluxo, no qual matéria e imagem, permanência e impermanência se entrelaçam. Em A parte que suporta a parte, sua investigação não apenas dá corpo ao tempo, mas também nos convida a experimentar suas camadas, onde cada transformação — seja no traço do desenho ou na decomposição da matéria — reafirma a impossibilidade de fixar o mundo em uma única definição.  

Sobre a artista Nydia Negromonte

Lima – Peru, 1965. Vive e trabalha em Belo Horizonte, MG.

Nydia Negromonte, artista peruana radicada no Brasil, tem formação em desenho pela Escola de Belas Artes da Universidade Federal de Minas Gerais (1989), com especialização em gravura pela Facultat de Belles Arts da Universidade de Barcelona (1998). Foi artista residente no Hangar – Centre de producció i recerca d’arts visuals (1999-2000), também em Barcelona, cidade em que participou de importantes exposições e feiras. Desde os anos 1990, apresentou mais de uma dezena de individuais, em espaços institucionais, independentes e comerciais, como o Centro Cultural São Paulo, a Fundação Ecarta (Porto Alegre), o Centro de Estudos Brasileiros (Buenos Aires) e as galerias Thomas Cohn (Rio de Janeiro), Manoel Macedo (Belo Horizonte) e Sicart (Barcelona), entre outros. Também fez parte de importantes exposições coletivas, nacionais e internacionais.

Destacam-se as individuais Desenhos são como Sementes debaixo de Tudo, Galeria do Centro Cultural Unimed-BH Minas, (2024, curadoria Mariana Leme), Lição de Coisas, Museu de Arte da Pampulha, Belo Horizonte (2012, curadoria de Renata Marquez), Silo, Sesc Palladium, Belo Horizonte (2016, curadoria de Fabíola Moulin e Marconi Drummond) e Lección de Cosas, Sala Luis Miró Quesada Garland, Lima, Peru (2018, curadoria de Andrea Elera e Jorge Villacorta). Dentre as coletivas, estão 2002, Matéria Prima, Novo Museu de Curitiba (2002, curadoria de Lisette Lagnado e Agnaldo Farias), Tecendo o visível, Instituto Tomie Ohtake, São Paulo (2003, curadoria de Agnaldo Farias), A iminência das poéticas, 30ª Bienal de São Paulo, (2012, curadoria de Luis Pérez-Oramas) e Afago, Sesc Quitandinha, Petrópolis (2022, curadoria de Marcelo Campos).

Foi finalista da 7ª edição do Prêmio Indústria Nacional Marcantonio Vilaça (2019) e premiada no III Salão MAM, Museu de Arte da Bahia (1996), 26º Salão Nacional de Arte de Belo Horizonte (2000) e Fiat Mostra Brasil, Porão das Artes da Fundação Bienal (2006).

Em parceria com Marcelo Drummond, desde 2014 coordena o ESPAI, espaço autônomo de fomento às artes visuais sediado em Belo Horizonte.

Sobre a Galeria Lume

A Galeria Lume foi fundada em 2011 com a proposta de fomentar o desenvolvimento de processos criativos contemporâneos ao lado de seus artistas e curadores convidados. Dirigida por Paulo Kassab Jr. e Victoria Zuffo, a Lume se dedica a romper fronteiras entre diferentes disciplinas e linguagens, através de um modelo único e audacioso que reforça o papel de São Paulo como um hub cultural e cidade em franca efervescência criativa.

A galeria representa um seleto grupo de artistas estabelecidos e emergentes, dedicada à introdução da arte em todas as suas mídias, voltados para a audiência nacional e internacional, através de um programa de exposições plural e associado a ideias que inspiram e impulsionam a discussão do espírito de época. Foca-se também no diálogo entre a produção de seus artistas e instituições, museus e coleções de relevância.

A presença ativa e orgânica da galeria no circuito resulta na difusão de suas propostas entre as mais importantes feiras de arte da atualidade, além de integrar e acompanhar também feiras alternativas. A galeria aposta na produção de publicações de seus artistas e realização de material para pesquisa e registro. Da mesma forma, a Lume se disponibiliza como espaço de reflexão e discussão. Recebe palestras, performances, seminários e apresentações artísticas de natureza diversa.

Serviço

A parte que suporta a parte de Nydia Negromonte

Texto de A parte que suporta a parte de Nydia Negromonte

Texto de Mariana Leme

Local: Galeria Lume, sala expositiva II

Abertura: 15 de março, sábado, das 11h às 17h

Período expositivo: 15 de março de 2025 a 26 de abril de 2025

Horário de visitação: Segunda a sexta, das 10h às 19h; sábados, das 11h às 15h

Endereço: Rua Gumercindo Saraiva, 54 – Jardim Europa, São Paulo – SP

Entrada gratuita

Informações para o público: tel.: 55 (11) 4883-0351

WhatsApp: (11) 93281-3346

e-mail: contato@galerialume.com

www.instagram.com/galerialume/

www.facebook.com/GaleriaLume

www.galerialume.com/.

(Com Isabella Boyadjian/Galeria Lume)

Museu da Imaginação oferece programação especial de Carnaval

São Paulo, por Kleber Patricio

Foto: Divulgação.

O Museu da Imaginação, reconhecido como um dos principais centros de criatividade e aprendizado lúdico para o público infanto-juvenil, oferece uma experiência única em seus 7.000 m² de espaço interativo, entra no ritmo de Carnaval. Com uma programação especial, os foliões são convidados a participarem do Bailinho de Carnaval, onde a bandinha do Museu da Imaginação fará apresentações animadas, percorrendo os espaços para convidar os visitantes a participarem da festa e com apresentações realizadas em local reservado, garantindo que a diversão não atrapalhe a experiência nos demais espaços expositivos.

Outra atração é a Oficina de Máscaras Iluminadas, em que os participantes poderão soltar a criatividade, criando máscaras personalizadas com técnicas de pintura e muito aprendizado. A atividade ainda inclui a montagem de um circuito elétrico para deixar as máscaras ainda mais especiais e brilhantes. O espaço estará excepcionalmente aberto de 1º a 5 de março, e funcionará uma hora a mais entre sábado e quarta-feira, das 9h às 18h, com ingressos a um valor promocional de R$70,00. Confira a programação completa:

Oficina de Máscaras Iluminadas

Horários: 9h30 / 11h30 / 14h30 / 16h30

Faixa Etária: A partir de 3 anos

Vagas: 50 pessoas por oficina (retirar senha na chegada, ao lado da catraca)

Local: Ateliê Acrilex (3° andar)

Valor: Sem custo adicional

Necessário acompanhamento do responsável.

Bailinho de Carnaval do Museu da Imaginação

Horários: 10h / 12h / 15h / 17h

Faixa Etária: Livre

Vagas: Ilimitadas

Local: Sala de Eventos (3° andar)

Valor: Sem custo adicional.

O ingresso permite a visita ao Museu em período integral. No local, os visitantes contam com serviços de alimentação na Confeitaria Pikurruch’AS, guarda-volumes por R$10,00 e estacionamento no local por R$30,00. O ambiente é climatizado, e o espaço conta com banheiros acessíveis e bebedouros em todos os andares para maior comodidade dos visitantes.

Funcionamento em março:

Terça a domingo e feriados – das 9h às 17h.

No Carnaval (1 a 5/3), o Museu funcionará das 9h às 18h (sábado a quarta). O local estará aberto na segunda-feira de carnaval.

Preços dos ingressos (válidos para visitas a partir em 1º de março)

Bebê (de 0 a 1 ano e 11 meses): Gratuito

Ingresso promocional (adulto ou criança): R$120,00 cada

Idoso ou Professor: R$75,00 cada

PCD ou acompanhante PCD: R$75,00 cada

Adulto ou criança: R$260,00 cada

Meia-entrada (adulto ou criança): R$130,00 cada.

Combos promocionais de março:

Na compra de combos promocionais, o valor do ingresso fica ainda mais barato.

3 ingressos de R$360,00 por R$299,70 (R$99,90 cada)

4 ingressos de R$480,00 por R$359,60 (R$89,90 cada)

5 ingressos de R$600,00 por R$399,50 (R$79,90 cada)

6 ingressos de R$720,00 por R$479,40 (R$79,90 cada

Promoção dos aniversariantes do mês: Em março, a criança aniversariante do mês é de graça* acompanhada de dois ou mais pagantes (adulto ou criança). * Válido para crianças e adolescentes com até 17 anos de idade a serem completados em março, apenas para compra na bilheteria do Museu, mediante comprovação.

Estacionamento próprio (Rua Antônio Nagib Ibrahim, 350) – Todo o período de visitação: R$30,00.

Sobre o Museu da Imaginação

O Museu da Imaginação é uma associação sem fins lucrativos que se dedica a proporcionar um ambiente onde a educação encontra a fantasia. Com exposições interativas e instalações imersivas, o Museu estimula a curiosidade e o desenvolvimento criativo de crianças e adolescentes. Criado em 2017, o Museu é um espaço vibrante de atividade e imaginação, comprometido com a criação de experiências educativas divertidas e inspiradoras, acessíveis a todas as crianças e famílias.

Serviço:

Museu da Imaginação

Endereço: Rua Virgilio Wey, 100 – Água Branca – São Paulo, SP

Telefones: (11) 2645-7590 e (11) 94539-7638

E-mail: contato@museudaimaginacao.com.br

Instagram: @museudaimaginacao

Site: https://www.museudaimaginação.com.br

Compra de ingressos.

(Com Juliana Ferreira/DaTa Studio de Comunicação)

Oficinas de adereços, cortejos, bailes e Jubileu de Ouro de bloco carnavalesco marcam o Carnaval do Sesc Casa Verde

São Paulo, por Kleber Patricio

Bloco Sovaco de Cobra. Foto: Walter Antunes.

Oficinas de adereços, cortejos, bailes e Jubileu de Ouro de bloco carnavalesco marcam o Carnaval do Sesc Casa Verde. Em mais uma edição desta festividade tão celebrada, a Unidade recebe ambientação desenvolvida pela dupla de artistas Claudio Cabrera e Aline Carcellé com os elementos carnavalescos mais emblemáticos espalhados pelo espaço e, na programação, destaque para bailes para todas as idades, oficinas de confecção de adereços e animados cortejos – tudo gratuito e aberto a todos os públicos.

O Carnavalhaço – o carnaval dos palhaços abre a programação trazendo as marchinhas carnavalescas que moram no imaginário popular em um cortejo interativo com o toque especial da palhaçaria, bom humor e uso de instrumentos excêntricos, como uma sacola plástica. Os cortejos acontecem no sábado e na segunda, dias 1 e 3, em dois horários, às 11h30 e 14h.

No domingo e na terça, dias 2 e 4, no Cortejo dos bonecões o público pode dançar com brincantes acompanhados de seus bonecões, produzidos pelo artista Paulo Farah, enquanto a Banda do Bloco dos Bonecões toca músicas com temas do cancioneiro infantil e resgate de sambas paulistas tradicionais em dois horários, às 11h30 e 14h.

Para transformar o corpo em palco de cores e movimento, a oficina Corpo em Festa celebra a criatividade do Carnaval por meio da confecção de adereços únicos, como enfeites de cabelo, máscaras e ombreiras. As oficinas acontecem em 4 ciclos, às 11h, 12h, 14h30 e 15h20, na Sala 1 – Manualidades, com acesso através de retirada de senha.

Durante os quatro dias de festividade, sempre às 16h, a Arena se transforma em verdadeiro palco para os bailes de Carnaval, como Baila Brasileira no sábado, dia 1º. Uma experiência tropical dançante conduzida pela cantora Anná e sua banda 100% feminina, celebrando cantoras e compositoras da música popular brasileira, como Carmen Miranda, Joelma, Chiquinha Gonzaga e Marília Mendonça.

Carnavalhaço. Foto: Vanessa Zanola.

No domingo, dia 2, o Baile da Samucagem, comandado por Samuel Samuca, vocalista da banda Samuca e a Selva, vem para celebrar a cultura dos bailes com releituras originais e irreverentes que vão do axé dos anos 90 aos clássicos do brega, MPB e outros estilos genuinamente brasileiros.

Diretamente de São Luiz do Paraitinga, local de tradicionais festas de Carnaval, a Banda Despirocadas, primeira banda de marchinhas da cidade formada inteiramente por mulheres, apresenta um show interativo com um repertório que propõe uma viagem pelo Carnaval luizense na segunda, dia 3.

Fechando a programação de forma especial, o bloco carnavalesco Sovaco de Cobra comemora seus 50 anos de sambas de enredo e marchinhas, trazendo a sua tradicional saída nas ruas da Casa Verde para dentro do Sesc. Fundado em 1975 por Seu Carlão do Peruche, o Sovaco é a união de pessoas de diversas entidades carnavalescas da região e de foliões de toda a cidade e um dos blocos mais antigos em atividade em São Paulo.

Serviço:

Carnavalhaço – o carnaval dos palhaços

1 e 3/3 | sábado e segunda-feira, às 11h30 e 14h

Local: Rua da Convivência

Grátis

Cortejo dos bonecões

2 e 4/3 | domingo e terça-feira, às 11h30 e 14h

Local: Rua da Convivência

Grátis

Corpo em Festa

De 1 a 4/3 | sábado a terça-feira, às 11h, 12h, 14h30 e 15h20

Local: Sala 1 – Manualidades

Grátis. Retirada de senha 15 minutos antes de cada sessão

Baila Brasileira, com Anná

1/3 | sábado, 16h

Local: Arena

Grátis

Baile da Samucagem, com Samuel Samuca e banda

2/3 | domingo, 16h

Local: Arena

Grátis

Banda Despirocadas

3/3 | segunda-feira, 16h

Local: Arena

Grátis

Bloco Sovaco de Cobra – Comemoração de Jubileu de Ouro

4/3 | terça-feira, 16h

Local: Arena

Grátis.

Sesc Casa Verde

Horários de funcionamento no Carnaval: 1 a 4/3, sábado a terça-feira, das 10h às 18h; 5/3, quarta-feira: Unidade fechada

Endereço: Avenida Casa Verde, 327, São Paulo – SP

Bilheteria: terça a sexta, 10h às 18h30; sábados, domingos e feriados, 10h às 17h30

Bicicletário: necessário uso de corrente e cadeado – 28 vagas

Estacionamento: entrada pela Rua Soror Angélica, 751. Valores: Credencial Plena: R$17,00 (primeiras 3 horas) e R$3,00 por hora a mais. Outros: R$25,00 (primeiras 3 horas) e R$4,00 por hora a mais.

Acompanhe o Sesc Casa Verde na internet:

Site: sescsp.org.br/casaverde

Facebook: facebook.com/sesccasaverde

Instagram: @sesccasaverde.

(Com Marina Borges Barroso/Assessoria de Imprensa Sesc Casa Verde)

Espetáculo ‘Os Irmãos Karamázov’ traz montagem inédita da obra prima de Dostoiévski para São Paulo

São Paulo, por Kleber Patricio

Fotos: Lorena Zschaber

Um dos maiores clássicos da literatura mundial ganhou montagem teatral inédita, capaz de arrebatar diferentes as gerações. Após uma curta e celebrada passagem pelo Rio de Janeiro, o espetáculo ‘Os Irmãos Karamázov’, com adaptação de Caio Blat e Manoel Candeias para o romance do autor russo Fiódor Dostoiévski, chega aos palcos de São Paulo para uma temporada de 27 de fevereiro a 30 de março no Sesc Pompeia. Apontada por Freud como uma obra-prima da humanidade, a trama retrata uma família desestruturada marcada por paixões, disputas financeiras, dilemas existenciais e um pai perverso.

Dirigida por Marina Vianna e Caio Blat, a montagem traz diálogos ágeis, cenas intensas e um elenco diverso. “A nossa adaptação fez uma opção radical de seguir só os três dias em que a tragédia se desenvolve. A gente acreditou que, a partir da urgência e da loucura dos personagens nesses três dias, é possível conhecer a personalidade de cada um. A partir daí, o desafio foi sintetizar numa peça rápida, vertical e vertiginosa os principais temas e revelar a alma de cada um dos personagens”, acredita Caio, que acumula as funções de adaptação, direção e interpretação no projeto. 

O elenco responsável por dar vida e alma aos personagens de Dostoiévski é formado por Babu Santana, Luisa Arraes, Sol Miranda, Nina Tomsic, Pedro Henrique Muller e Lucas Andrade, além dos diretores Caio e Marina, que também atuam. Na encenação, a escolha do elenco não se ateve ao gênero dos artistas em relação aos personagens descritos. “Dostoiévski é, se não o maior, um dos maiores autores sobre a alma humana. São questões que não poderiam ser restritas a um gênero. Então a gente quis borrar essas fronteiras, mas as mulheres não estão interpretando homem e os homens não estão interpretando mulher. Aqui são atores e atrizes fazendo seres humanos. O que prevalece sobre um personagem não é se ele é homem ou mulher, mas sim o que ele está buscando, qual é sua ânsia, qual é sua fúria. São questões de cada ser humano”, explica a atriz Luisa Arraes.

Ambientado na Rússia pré-revolucionária, o espetáculo traz para o palco temas atemporais como culpa, justiça, autoritarismo e a busca por libertação de figuras opressoras, simbolizada no desejo dos filhos de destruir o pai corrupto. O espetáculo explora essas questões com linguagem acessível e popular, aproximando-se dos temas que assolam a sociedade brasileira. “Todos os aspectos sociais da Rússia czarista que estão no texto – o abismo social, o patriarcado, o autoritarismo, a religião decadente que explora e ilude o povo – podem ser perfeitamente compreendidos pelo brasileiro hoje. A gente não precisou fazer nenhuma transposição, nem nenhuma grande pesquisa sobre a Rússia czarista, todos os símbolos que estão na peça são facilmente reconhecidos por qualquer plateia”, observa Caio Blat.

Além do elenco, estarão em cena os músicos Arthur Braganti (também diretor musical do espetáculo) e Thiago Rabello, as artistas-intérpretes de libras Juliete Viana e Maria Luiza Aquino e Sofia Badim, assistente de direção que também apoia o elenco, compondo um grupo heterogêneo de 13 atores que se revezam para contar essa história, ora em coro, ora individualmente, com seus corpos e funções diversos.

A adaptação é fruto de 10 anos de estudo de Caio Blat e Manoel Candeias sobre a obra de Dostoiévski e o romance, além de quatro meses de um intenso processo criativo, com o elenco e o grupo de artistas envolvidos para a realização do espetáculo. Isabela Capeto assina a direção de arte e o figurino; Amália Lima, a direção de movimento; Arthur Braganti, a direção musical e trilha sonora original; Gustavo Hadba e Sarah Salgado, o desenho de luz; Moa Batsow, a cenografia; Raissa Couto, a acessibilidade criativa; com a direção de produção de Maria Duarte.

Embora hoje seja considerado erudito, Dostoiévski foi um escritor popular e acessível. O romance Os Irmãos Karamazov foi publicado originalmente como folhetim, uma novela em capítulos no jornal. A montagem pretende popularizar o escritor e a sua obra no Brasil. Segundo Maria Duarte, para se produzir um espetáculo para o grande público, além da proposta artística da encenação, é preciso pensar na acessibilidade de fato. “É isto o que me move nesse projeto desde o primeiro dia: realizar um espetáculo realmente acessível. Isso implica olhar para a acessibilidade não como uma contrapartida, um problema a ser resolvido, um recurso a ser inserido depois da criação. E sim uma lente a mais para os criadores, que inspira e amplia possibilidades. Essa foi a minha proposta para a direção e toda a equipe envolvida. Quis trazer intérpretes atrizes para a cena com o elenco, e não tradutores de Libras numa lateral do palco. E o que parecia no início um problema, abriu uma explosão de ideias nesse processo, emocionante de ver”, completa a diretora de produção.

A acessibilidade como pilar criativo

Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), há mais de 1,3 bilhão de pessoas com deficiência em todo o mundo. “É urgente encararmos este assunto, e considerarmos a acessibilidade como premissa da criação de um espetáculo, um show, um evento, um livro, qualquer produção cultural. Não é mais possível, em pleno 2024, se cogitar produzir um espetáculo teatral ignorando essa parcela da população”, afirma Maria. A produtora propõe a criação de um projeto inovador e ousado, que pensa a acessibilidade criativamente, entrelaçada de forma orgânica com a dramaturgia e a encenação. Todos os pilares criativos do espetáculo foram convocados – do figurino à comunicação – para o desafio de criar um espetáculo para todos, de fato.

Fugindo do literal e do óbvio, a montagem inclui artistas intérpretes no elenco e o uso da língua brasileira de sinais nos diálogos e na composição do gestual da encenação, além de soluções que incluem efeitos sonoros, suportes táteis, comunicação acessível e outras iniciativas inéditas. Para esse desafio, o projeto conta com a direção de Raíssa Couto e o envolvimento de uma equipe de consultores, com e sem deficiência, envolvidos desde o início do processo criativo. “Trabalho há quase 15 anos com acessibilidade e anticapacitismo e nunca recebi um convite parecido como este para um projeto que não tem essa temática”, comenta Raíssa. A produção envolveu artistas com deficiência, que atuaram ativamente no processo criativo desde a montagem do espetáculo, como a consultora Moira Braga e a bailarina intérprete Maria Luiza Aquino.

Assim como a criação do espetáculo, a divulgação também considera a acessibilidade integrada. A proposta é que pessoas com deficiência também se sintam convocadas a ir ao teatro, engajando um público ainda mais amplo na formação de plateia. Nesse contexto, o projeto conta com a parceria de instituições como o Instituto Nacional de Educação de Surdos (INES), o Instituto Benjamim Constant (IBC) e o Conselho da Pessoa com Deficiência do Município do Rio de Janeiro, bem como artistas influenciadores com deficiência.

Figurinos como obras de arte e uma nova forma de fazer

Isabela Capeto assina a direção de arte e figurino do espetáculo, fazendo coro à linguagem contemporânea e inovadora proposta pela direção. Reconhecida pelo maximalismo e o uso abundante de cores em suas coleções, Isabela apresenta um conjunto de figurinos brancos, produzidos artesanalmente, a partir de material de origem sustentável.

A criação dos figurinos partiu da sugestão da obra Branco sobre Branco, de Malevich, além de outras referências visuais sugeridas pelos diretores Caio Blat e Marina Vianna, e mobilizou a estilista para uma imersão sobre o romance e os personagens. “Experimentamos uma nova forma de fazer. Desde o começo, foi colocado pela Maria (Duarte) a proposta de construir junto. Estou acompanhando todo o processo criativo dos atores desde o início, nas primeiras leituras e nos ensaios diários. É diferente de uma figurinista que faz o figurino, entrega e ponto. Tem uma relação. Eu quero ir a todos os espetáculos!”, conta.

Visando a economia de recursos e considerando os impactos negativos da indústria têxtil no planeta – que, somente no Brasil, gera 175 mil toneladas de resíduos por ano – a produção do espetáculo procurou a Oficina MUDA, empresa que promove a economia circular e a gestão dos resíduos sólidos da indústria têxtil brasileira, para estabelecer uma parceria em prol dos figurinos e do cenário do espetáculo. A proposta foi acolhida com entusiasmo pela fundadora e diretora criativa Larissa Greven e o que poderia ser visto como uma dificuldade para a equipe de figurino foi o que mais entusiasmou a estilista Isabela Capeto. “Já fiz alguns figurinos, mas nunca me identifiquei tanto com um trabalho. Eles me deram liberdade para fazer o que eu queria. Me disseram, a história é essa, vamos juntos, mas eu fiquei muito livre para fazer o figurino. E ainda aconteceu essa proposta de reutilizar materiais, pensar um figurino sustentável, com restos de tecido e reaproveitamento de roupas, o que é o que eu sei fazer melhor. Quando comecei lá atrás, fazia tudo em cima da customização, está no meu DNA, eu amo fazer! O figurino é todo feito à mão, artesanal. E criamos a partir dos tecidos doados pela MUDA, sobras de materiais de coleções antigas do meu ateliê, o elenco também trouxe roupas velhas para serem aproveitadas. Todos se envolveram, isso é maravilhoso.”

A polifonia na montagem teatral

Segundo Mikhail Bakhtin, filósofo e pensador russo, teórico da cultura e das artes e pesquisador da linguagem humana, Os Irmãos Karamazov é um acontecimento literário polifônico. A imagem da polifonia, conceito originalmente desenvolvido na música, se refere às múltiplas vozes e perspectivas que colidem sem um único ponto de vista dominante, como a do narrador, tradicionalmente. Esta característica marcante da obra de Dostoiévski norteou a criação cênica e toda a direção musical do espetáculo. “A gente transformou a literatura numa peça coral, uma peça coletiva em que as vozes se sobrepõem, cada personagem que entra em cena toma a narrativa do outro, e se torna o narrador por algumas cenas, depois outro personagem toma a voz. E em algumas situações as vozes começam a se sobrepor, a ecoar: repetições de frases de personagem para o outro. Tem ainda a Libras dentro de cena, como outra voz para o mesmo texto. Até literalmente o canto polifônico que abre a peça, uma canção russa de um canto polifônico ortodoxo, voltando às origens do texto”, comenta Caio.

“E a dramaturgia da música que está em cena. As várias camadas sonoras: as palavras do texto, do Dostoiévski e as palavras de dentro de cada personagem, que ecoam, que multiplicam ruídos, murmúrios… Os gestos que também podem comunicar”, complementa a diretora Marina Vianna. De forma contemporânea e também inovadora, a montagem espera levar para os palcos a polifonia característica da obra de Dostoiévski.

Sinopse | O espetáculo se passa na Rússia pré-revolucionária e acompanha as disputas entre os irmãos Karamázov e seu pai, Fiódor, pela herança da família e pelo amor da mesma mulher. Nesse caldeirão explosivo de ressentimentos familiares, cada um dos irmãos colabora de sua maneira para o mais temido desfecho: o assassinato do pai tirano com a participação ou omissão de cada um de seus filhos.

Serviço:

Os Irmãos Karamázov 

De Fiódor Dostoiévski

Direção: Marina Vianna e Caio Blat

Dramaturgia: Caio Blat e Manoel Candeias

Direção de Produção: Maria Duarte

Produção Artística: Luisa Arraes

Elenco: Babu Santana, Caio Blat, Lucas Andrade, Luisa Arraes, Marina Vianna, Nina Tomsic, Pedro Henrique Muller, Sol Miranda

Músicos: Arthur Braganti, Thiago Rebello

Artistas intérpretes: Juliete Viana, Malu Aquino

Coro: Sofia Badim

Temporada: 27 de fevereiro a 30 de março

Dias da semana: de quinta a domingo

Horário: 20h (de quinta a sábado) e 17h (domingo)

Local: Sesc Pompéia – Teatro

Ingressos: R$70 (inteira), R$35 (meia) e R$21 para associados do SESC

Endereço: R. Clélia, 93 – Água Branca, São Paulo – SP

Telefone: (11) 3871-7700

Classificação indicativa: 16 anos

Lotação: 668 lugares

Gênero: Teatro

Prefira o transporte público:

Barra Funda – 2000m

CPTM Água Branca – 800m

ou Barra Funda – 2000m

Terminal Lapa – 2100m.

(Com Debora Almeida/Approach Comunicação)