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Espetáculo ‘Tom Jobim Musical’ inicia temporada em São Paulo

São Paulo, por Kleber Patricio

Com patrocínio da BB Seguros, superprodução sobre a vida e obra do compositor estreia em 6 de março no Teatro Villa-Lobos. Foto: Divulgação.

‘Tom Jobim Musical’ estreia em São Paulo no dia 6 de março no Teatro Villa-Lobos após temporada de sucesso no Rio de Janeiro. O espetáculo, apresentado pela BB Seguros, transporta o público para uma viagem pela história de um dos maiores gênios da música brasileira, passando pela icônica praia de Ipanema nos anos 1950 até suas conquistas internacionais em Nova York, quando a Bossa Nova conquistou o mundo.

A produção, assinada por Nelson Motta e Pedro Brício, traz para o palco momentos marcantes da vida e obra de Tom Jobim, destacando sua parceria com grandes nomes da música como Viniciu’s de Moraes, Elis Regina, Frank Sinatra e João Gilberto. Canções icônicas como ‘Garota de Ipanema’, ‘Desafinado’, ‘Corcovado’ e ‘Águas de Março’ estarão no repertório em interpretações emocionantes que prometem encantar o público.

Com direção de João Fonseca, conhecido por sucessos como os musicais de Tim Maia, Cazuza e Cássia Eller, e direção musical de Thiago Gimenes, a superprodução conta com um elenco de 27 atores e 13 músicos, trazendo uma experiência imersiva que celebra a genialidade do maestro soberano.

Os ingressos para a temporada paulista já estão à venda na plataforma Sympla. Clientes BB Seguros têm 30% de desconto nos ingressos inteiros, limitados a 4 ingressos por CPF.

Serviço:

Tom Jobim Musical

Temporada: de 6 de março a 15 de junho

Local: Teatro Villa-Lobos – Shopping Villa-Lobos

Endereço: Av. Dra. Ruth Cardoso, 4777 – Jardim Universidade Pinheiros, São Paulo – SP

Faixa etária: 10 anos

Duração: 2h30 com 15 minutos de intervalo

Horários: Quintas e sextas, às 20h; sábados, às 16h e 20h e domingos, às 15h e 19h

Ingressos:

Plateia VIP: R$160,00 (meia) | R$320,00 (inteira)

Plateia: R$130,00 (meia) | R$260,00 (inteira)

Plateia Popular e Balcão: R$21,00 (meia) | R$42,00 (inteira)

Ingressos sem taxa de conveniência disponíveis na bilheteria do teatro e no totem de vendas no Shopping Villa-Lobos

Todas as sessões contarão com audiodescrição e libras

Mais informações: Instagram | Facebook.

(Com Marina Monteis/FSB Comunicação)

Instituto Tomie Ohtake divulga novos cursos no 1º semestre de 2025

São Paulo, por Kleber Patricio

Sabrina Fontenele. Foto: Divulgação.

Partindo de assuntos de relevância para os campos da arte, da cultura e da educação, o Instituto Tomie Ohtake promove ao longo do primeiro semestre de 2025 três diferentes cursos que buscam colaborar na formação de professores, artistas, profissionais da cultura, estudantes, pesquisadores e demais interessados em arte e nas suas transversalidades.

Em formato virtual, os cursos são pagos e abertos ao público em geral mediante a matrícula. Bolsas parciais e integrais de participação serão oferecidas para grupos prioritários. Os cursos buscam proporcionar uma experiência de aprendizado dinâmica e crítica, em que todos possam constituir seu repertório a partir de um olhar diverso e plural sobre os temas tratados. Conheça cada um deles:

Curso Em casa: Investigações sobre espaços, corpos e narrativas

Professor: Sabrina Fontenele

Período: 12 de março a 2 de abril (4 encontros)

Horário: Quartas-feiras, das 19h às 20h30

Investimento: R$360,00 ou 2 parcelas de R$180,00

Inscrições aqui

Orientações gerais aos interessados aqui

Sinopse | Este curso discute os papéis, representações e atuações das mulheres, profissionais ou usuárias, na produção e discussão dos espaços domésticos. Se para profissionais do campo da arquitetura a casa pode ser um lugar de experimentação de formas e técnicas, para as mulheres ela representa um espaço de vida, de memória e de construção de identidade. Ao longo das aulas, Fontenele convida a um mergulho em obras de artistas plásticas como Louise Bourgeois, Lygia Clark e Tomie Ohtake e convida os participantes a pensar as relações entre corpo e casa, em projetos que desafiam convenções e propõem novas formas de habitar. O curso aborda ainda um recorte da produção literária em que autoras estimulam uma reflexão sobre o espaço doméstico e o papel da mulher na sociedade.

Sobre Sabrina Fontenele

Arquiteta e urbanista pela Universidade Federal do Ceará, com mestrado e doutorado pela FAUUSP.  Finalizou em 2019 sua pesquisa de pós-doutorado no IFCH-Unicamp sobre habitação, gênero e modernidade com apoio da Fapesp. Autora dos livros ‘Modos de morar nos apartamentos modernos: rastros de modernidade’, ‘Edifícios modernos e o traçado urbano no Centro de São Paulo’ e do livro infantil ‘Jacaré Fujão no Triângulo’. Foi cocuradora da 13ª Bienal Internacional de Arquitetura de São Paulo – Travessias. Atualmente é professora de História da Arquitetura da Escola da Cidade. Faz parte da equipe de curadoria do Instituto Tomie Ohtake.

Curso Curadoria, representação e política

Professor: Moacir dos Anjos

Período: 7 de abril a 5 de maio (5 encontros)

Horário: Segundas-feiras, das 19h às 20h30

Investimento: R$380,00 ou 2 parcelas de R$190,00

Inscrições aqui

Orientações gerais aos interessados aqui

Sinopse | O curso busca situar as práticas curatoriais como práticas intrinsecamente políticas. Práticas que implicam, necessariamente, incluir e excluir aspectos da realidade para representá-la, dando visibilidade a algumas questões e gentes do mundo e deixando outras à parte. Práticas que requerem, de curadoras e curadores, a participação ativa em ambientes de disputa sobre o que importa e o que não importa socialmente para ser tomado como equivalente sensível da realidade. Neste curso, a associação do trabalho curatorial com a política será abordada menos em relação às temáticas das exposições, e mais ao fato de as curadorias poderem ser entendidas como práticas de representação do mundo. O curso abordará ainda aspectos teóricos do tema e os discutirá à luz de exposições realizadas.

Sobre Moacir dos Anjos

Moacir dos Anjos é Coordenador-Geral do Museu do Homem do Nordeste, Fundação Joaquim Nabuco, Recife. Foi curador da 29ª Bienal de São Paulo (2010) e das exposições Cães sem Plumas (MAMAM, Recife, 2014), A Queda do Céu (Paço das Artes, São Paulo, 2015), Emergência (Galpão Bela Maré, Rio de Janeiro, 2017), Quem não luta tá morto (Museu de Arte do Rio, 2018), Raça, classe e distribuição de corpos (2018), Educação pela pedra (2019), Necrobrasiliana (2022) – as três últimas na Fundação Joaquim Nabuco –, Língua Solta (Museu da Língua Portuguesa, São Paulo, 2021), Negros na Piscina (Pinacoteca do Ceará, Fortaleza, 2022) – as duas últimas com Fabiana Moraes –, Mutirão. MCP | Movimento de Cultura Popular 1960-1964 (Fundação Joaquim Nabuco, 2024) e Arte Subdesenvolvida (Centro Cultural Banco do Brasil, São Paulo, 2024). É autor dos livros Local/Global. Arte em Trânsito (Zahar, 2005), Arte Bra Crítica (Automática/Martins Fontes, 2010), Contraditório. Arte, Globalização e Pertencimento (Cobogó, 2017) e Ataque à Indiferença. Ensaios sobre arte e política (Cobogó, 2024, no prelo).

Curso Comunicação como ação cultural

Professor: Adriana Ferreira Silva

Período: 1º de abril a 3 de junho, exceto dia 20 de maio (9 encontros)

Horário: Terças-feiras, das 19h às 20h30

Investimento: R$810,00 ou 3 parcelas de R$370,00

Inscrições aqui

Orientações gerais aos interessados aqui

Sinopse | A comunicação cultural, atualmente, enfrenta alguns desafios como a descentralização dos meios de comunicação, o impacto das redes sociais e a necessidade de um olhar mais diverso e interseccional sobre a cultura. Quem trabalha com comunicação precisa não apenas entender as mudanças no ecossistema da mídia cultural, mas, também, desenvolver estratégias para produzir conteúdos relevantes, críticos e inovadores. Este curso busca oferecer ferramentas para a criação de conteúdo de qualidade, promovendo um debate sobre a relevância da comunicação cultural como uma ação de impacto social e artístico. A formatação do programa visa acolher jornalistas, artistas, criadoras/es de conteúdo, estudantes e demais pessoas interessadas em aprimorar suas habilidades na comunicação cultural, capacitando-as a desenvolver, estruturar e vender seus próprios projetos na área.

Sobre Adriana Ferreira Silva

Adriana Ferreira Silva é jornalista, escritora, mediadora e palestrante. Como entrevistadora, atuou em eventos nacionais e internacionais como Commission on the Status of Women 2024 (NYC), Rio2C, Festa Literária de Paraty – Flip, Women to Watch Summit, Feira do Livro, MMA Innovate, Women on Top, Congresso Abraji, entre outros, mediando conversas com artistas e intelectuais como Viola Davis, Angela Davis, Gilberto Gil, Djamila Ribeiro e Itamar Vieira Junior. Nos últimos 25 anos, foi correspondente internacional em Paris, editora nas revistas Marie Claire, Vogue Brasil e Veja São Paulo e colunista da rádio CBN. De 2000 a 2012, foi repórter e editora de cultura no jornal Folha de S. Paulo, nos cadernos Guia Folha, Ilustrada, Folhateen e extinta revista Serafina. Atualmente, assina uma coluna no Nexo Jornal, faz a curadoria de literatura da revista de arte e moda Numéro e colabora na revista literária Quatro Cinco Um. Adriana também é Head de Comunicação da Galápagos Newsmaking e curadora da Jornada Galápagos de Jornalismo.

Curso Ética e estética das culturas populares brasileiras

Professor: Edmilson de Almeida

Período: 9 de maio a 13 de junho, exceto dias 16 de maio e 6 de junho

Horário: Sextas-feiras, das 19h às 20h30

Investimento: R$380,00 ou 2 parcelas de R$190,00

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Sinopse | O que as benzeções, os ritos fúnebres, o Reinado de Nossa Senhora do Rosário e as narrativas orais revelam sobre as formas de viver, sentir e criar no Brasil? O curso pretende investigar as culturas populares brasileiras a partir do conceito de “mundo encaixado”, um modelo cultural enraizado em comunidades tradicionais de áreas rurais do país. Ao longo dos encontros, o ministrante analisa como essas práticas culturais expressam visões de mundo, modos de organização social e relações com o sagrado. Este curso é um convite para quem deseja compreender a riqueza e a complexidade das culturas populares brasileiras, refletindo sobre suas manifestações artísticas e seus sentidos profundos no presente.

Edimilson de Almeida Pereira

Poeta, ensaísta, ficcionista, professor e pesquisador da cultura e da religiosidade afro-brasileiras, é autor, entre outros, dos livros Assim se benze em Minas Gerais: um estudo sobre a cura através da palavra (2018), Os tambores estão frios: herança cultural e sincretismo religioso no ritual de Candombe (2005), O ausente (2021), Front (2021), Um corpo à deriva (2021), O som vertebrado (2022), Melro (2022) e A morte também aprecia o jazz (2023).

Curso Moderno para quem? Indígenas e populares na institucionalização da cultura

Professor: Fernanda Pitta

Período: 22 de maio a 12 de junho (04 encontros)

Horário: quintas-feiras, das 19h às 20h30

Investimento: R$380,00 ou 2 parcelas de R$190,00

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Sinopse | O modernismo no Brasil foi marcado por um aparente desejo de abertura e valorização das expressões populares e indígenas. Mas até que ponto essa inclusão foi genuína? E quem realmente teve voz nesse processo? O curso pretende investigar como a arte moderna no Brasil incorporou manifestações populares e indígenas por meio de exposições, cursos e atividades em museus recém-criados. A partir de estudos de caso, o curso visa refletir sobre esse processo de inserção que, se tem um caráter progressista ao instar o reconhecimento a valorização dessas manifestações artísticas, o faz sem o protagonismo de seus agentes. Inspirados pelo conceito de ‘universalismo estratégico’, formulado por Kaira Cabañas, os participantes vão refletir sobre como essa apropriação serviu à construção de uma noção de arte nacional e da ‘originalidade brasileira’, muitas vezes promovendo invisibilizações e violências epistêmicas. Hoje, mais do que nunca, discutir esse passado é essencial para que a reparação e o protagonismo indígena se afirmem como direitos incontornáveis.

Sobre Fernanda Pitta

Professora doutora na Divisão de Pesquisa em Arte, Teoria e Crítica do Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo. É pesquisadora principal no Projeto de Pesquisa Decay Without Mourning, Future Thinking Heritage Practices (Riksbankens Jubileumsfond), dedicado a refletir sobre as relações entre museus e a arte indígena.

Dúvidas sobre os cursos: cursos.online@institutotomieohtake.org.br.

Instituto Tomie Ohtake

Av. Faria Lima, 201 (Entrada pela Rua Coropé, 88) – Pinheiros, SP

Metrô mais próximo: Estação Faria Lima/Linha 4 – amarela

Fone: (11) 2245-1900

Site: institutotomieohtake.org.br

Facebook: facebook.com/inst.tomie.ohtake

Instagram: @institutotomieohtake

Youtube: www.youtube.com/@tomieohtake.

(Com Martim Pelisson/Instituto Tomie Ohtake)

Fim do desmatamento e rastreabilidade da carne bovina são cruciais para Brasil reduzir emissões na pecuária

Rio de Janeiro, por Kleber Patricio

No Acordo de Paris, Brasil se comprometeu em reduzir as emissões em 37% até 2025 em comparação com os níveis de 2005. Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil.

No Brasil, a produção de carne bovina é a principal responsável pelas emissões de gases de efeito estufa, representando uma barreira para que o país atinja metas climáticas internacionais. Para mudar o cenário, é urgente cessar o desmatamento e intensificar a rastreabilidade do rebanho, conferindo se o gado tem origem em áreas com registros de violação ambiental. É o que aponta o relatório publicado na quinta (27) por iniciativa do projeto Descarbonização e Política Industrial: Desafios para o Brasil (DIP-BR), conduzido pelo Grupo de Indústria e Competitividade do Instituto de Economia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (GIC/IE-UFRJ).

A equipe de pesquisadores baseou-se em dados de relatórios de monitoramento, como os do Censo Agropecuário do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e do Sistema de Estimativas de Emissões e Remoções de Gases de Efeito Estufa (SEEG). Os registros foram combinados com informações fornecidas por especialistas e entidades do setor, como a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (ABIEC), e constatações de estudos anteriores.

Somados, a agropecuária e o desmatamento responderam por 77% das emissões em 2022. A expansão de pastagens sobre áreas florestais é a principal fonte das emissões relacionadas à produção de carne bovina no Brasil. Isso ocorre porque as mudanças no uso da terra, impulsionadas pelo desmatamento, aumentam a liberação de gás carbônico (CO2) na atmosfera. “O controle desse tipo de emissão envolve a criação de capacidades estatais para rastrear o rebanho, a fiscalização dos processos de desmatamento e a discussão com a sociedade para garantir vontade política”, explica o professor do Instituto de Economia da UFRJ e coordenador do DIP-BR, Carlos Frederico Leão Rocha.

O cientista ressalta que a fermentação entérica, um processo natural que acontece durante a digestão do gado, também é responsável por parte significativa das emissões. “Ela libera metano, um gás mais potente que o CO2, que permanece na atmosfera por menos tempo e possibilita impactos mais imediatos”, acrescenta. De acordo com Rocha, seria possível contornar as emissões desse gás por meio da adoção de um conjunto de medidas, como mudanças na alimentação dos rebanhos e a redução do tempo de abate. Também são desejáveis mudanças nos hábitos da população, como a redução consumo de carne bovina per capita, e a continuidade de pesquisas sobre fontes alternativas de proteínas, como a produção de carne por cultivo celular, cujas consequências ainda não são completamente conhecidas pela ciência.

O Brasil se destaca como o maior exportador de carne bovina desde meados de 2022 e seu principal mercado consumidor é a China, destino de 54% da produção. O relatório sugere uma tendência de crescimento prevista para os próximos períodos, com um aumento anual de cerca de 6%. Essa relação comercial pode ser crucial para a adoção de medidas de mitigação para a emissão de gases. “A União Europeia e o Reino Unido têm exigências com referência à terra de origem do rebanho, pedindo garantias de não serem terras derivadas de desmatamento, enquanto a China não faz as mesmas exigências”, explica Rocha. No entanto, esse cenário pode mudar em breve. Em 2023, o país asiático anunciou que começará a exigir rastreabilidade do rebanho a partir de 2025, o que deve aumentar a pressão sobre a produção brasileira para excluir do fornecimento o gado criado em áreas recentemente desmatadas e favorecer um controle maior das emissões.

Em 2015, com o Acordo de Paris, o Brasil se comprometeu em reduzir as emissões de gases do efeito estufa em 37% até 2025 em comparação com os níveis observados em 2005, com foco em frear o desmatamento e as emissões oriundas da pecuária. Até o momento, embora os números tenham enfrentado altas e quedas, a redução está distante do objetivo estabelecido em âmbito internacional. “O governo anterior expressou claramente oposição aos temas de controle das áreas de pastagem e redução do desmatamento e o Congresso tem sido reticente na aprovação de medidas que possam deter o avanço da produção de gado sobre novas áreas de florestas; é natural que as metas não tenham sido alcançadas”, explica Rocha. As discussões devem ser retomadas e intensificadas na Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2025 (COP 30), que reunirá líderes mundiais para debater medidas para frear as mudanças climáticas. O encontro será realizado em novembro no Brasil.

(Fonte: Agência Bori)

Estudo aponta relação entre agrotóxicos e risco aumentado de câncer em agricultores

Caxias do Sul, por Kleber Patricio

Pesquisa ressalta importância de comunicar melhor aos agricultores os riscos do uso dos agrotóxicos e medidas de proteção. Foto: Arjun MJ/Unsplash.

Um estudo da Universidade de Caxias do Sul (UCS) publicado na revista Saúde em Debate na quinta (27), revela que agricultores expostos a agrotóxicos apresentam um risco maior de desenvolver câncer. Esse risco é ainda mais acentuado entre trabalhadores do sexo masculino, que costumam ter contato direto e frequente com os produtos, muitas vezes sem o uso adequado de equipamentos de proteção individual (EPIs), como máscaras e luvas.

A revisão analisou 29 estudos publicados entre 2012 e 2021 e, de acordo com os resultados apresentados por vários pesquisadores ao redor do mundo, identificou que a exposição prolongada a agrotóxicos pode causar danos celulares que contribuem para o desenvolvimento de qualquer tipo de câncer. No entanto, os cânceres de pulmão, mama, próstata e cânceres hematológicos (leucemias e linfomas) são mais incidentes. Casos de câncer de pele também apareceram nos estudos, mas não foram considerados conclusivos devido à forte relação da doença com a exposição solar, um fator de risco conhecido na profissão.

“Os fatores comuns são a forma como os agricultores estão expostos, se usam os EPIs ou não e como usam. E o tempo de exposição. Muitos iniciam cedo no trabalho agrícola e têm contato com essas substâncias desde jovens”, explica Fernanda Meire Cioato, enfermeira e autora principal do artigo. A autora também chama atenção para a exposição indireta, especialmente entre mulheres que manuseiam equipamentos contaminados ou armazenam os produtos. “São exposições diferentes. O homem é aquele que prepara a calda e aplica, que lida diretamente com a colheita, e a mulher faz todo o trabalho de organização”, ressalta Cioato.

Outro ponto destacado pelo estudo é que a toxicidade dos agrotóxicos não está necessariamente relacionada ao tipo de cultivo ou produto utilizado. Em muitos casos, os agricultores utilizam uma combinação de substâncias, aumentando a complexidade da exposição e dificultando a identificação precisa dos agentes mais nocivos. O uso inadequado de EPIs agrava esse cenário, já que muitos trabalhadores substituem as vestimentas de proteção por alternativas informais, como bonés e calças jeans, devido ao desconforto térmico das roupas especializadas. “Os equipamentos de proteção são desconfortáveis para quem trabalha o dia inteiro sob o sol. É fundamental a modernização de EPIs, com produção de equipamentos mais ergonômicos e eficientes para utilização no trabalho agrícola”, destaca Cioato.

Diante desses achados, os pesquisadores defendem a implementação de políticas públicas que garantam o controle e a segurança no uso de agrotóxicos. Além disso, enfatizam a necessidade de capacitação dos profissionais de saúde para diagnosticar e tratar precocemente os trabalhadores rurais expostos. “Os profissionais devem estar aptos a identificar, analisar e implementar medidas que minimizem riscos, além de monitorar e acompanhar a saúde desses trabalhadores”, afirma João Ignácio Pires, professor da UCS e coautor do estudo.

A pesquisa também ressalta a necessidade de adaptar a comunicação sobre os riscos dos agrotóxicos ao público que os utiliza. Com muitos agricultores de baixa escolaridade, a complexidade das bulas e rótulos dificulta a compreensão das instruções de segurança. “Os rótulos precisam ser mais acessíveis, com símbolos e informações simplificadas, para garantir que todos compreendam os riscos e saibam como se proteger”, conclui Cioato. Essas medidas, segundo os pesquisadores, são essenciais para reduzir os impactos negativos dos agrotóxicos na saúde da população rural.

(Fonte: Agência Bori)

Rio Gastronomia completa 15 anos e anuncia datas para 2025

Rio de Janeiro, por Kleber Patricio

Maior festival de gastronomia do país retorna ao Jockey Clube Brasileiro, no coração do Rio de Janeiro, entre os dias 14 e 17, 21 e 24, e 28 e 31 de agosto. Fotos: Divulgação.

O festival gastronômico mais amado pelos cariocas já possui data marcada para 2025. No ano que comemora 15 anos, o Rio Gastronomia volta ao Jockey Club Brasileiro, na Gávea, para mais uma edição histórica nos dias 14 a 17, 21 a 24, e 28 a 31 de agosto. Ao lado dos restaurantes e bares mais badalados da cidade maravilhosa, o evento ainda conta com uma programação que une lazer e entretenimento para todos os gostos e idades, que inclui aulas com chefs renomados, feira de produtores locais, ativações de marcas parceiras e shows de grandes artistas nacionais.

Após receber mais de 125 mil pessoas e mais de 35 estabelecimentos gastronômicos, com 570 mil itens comercializados ao longo de três fins de semana em 2024, o Rio Gastronomia promoverá momentos e encontros ainda mais especiais para o público presente nesta edição. Para além da comemoração dos seus 15 anos, o festival ainda celebrará a chegada do centenário do jornal O Globo, realizador do evento. “O Rio Gastronomia terá uma edição com um sabor ainda mais especial. O projeto, que oficialmente faz parte do calendário oficial da cidade, completa 15 anos. Vamos celebrar esta história junto com nosso público e reforçar mais uma vez nosso compromisso com a gastronomia e com o entretenimento, através de momentos inesquecíveis”, diz Leonardo André, diretor de Projetos Especiais da Editora Globo.

Confira aqui o vídeo oficial de lançamento da edição de 2025 do Rio Gastronomia.

(Com Beatriz Biasoli/InPress Porter Novelli)