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Jean Araújo apresenta ‘A Dança da Percepção’ na Luciana Caravello Galeria de Arte Contemporânea

São Paulo, por Kleber Patricio

Jean Araújo, Série Dualidade Tonal nº 19, 2025, Técnica mista, 148x148cm. Imagens: Divulgação.

A Luciana Caravello Galeria de Arte Contemporânea apresenta a exposição A Dança da Percepção, primeira individual do artista Jean Araújo (Vitória da Conquista, 1975) no espaço. Com curadoria de Roberto Bertani, a mostra acontece de 22 de março a 3 de maio, reunindo 22 obras inéditas que marcam uma constante evolução da pesquisa pictórica do artista, apresentando as recentes experiências com a cor e suas interações com a luz e o espaço. Diferentemente da pintura tradicional, sinônimo de permanência e eternidade, as obras desta exposição produzem um acontecimento cromático que evolui continuamente junto com o espectador e com a mudança da luz, em aberta contradição com a natureza e os cânones do espaço pictórico tradicional.

O trabalho e a pesquisa de Jean Araújo constroem um diálogo com os principais nomes da arte óptica e cinética, como Carlos Cruz-Diez, Jesús Rafael Soto e Júlio Le Parc. Tal como os mestres, a obra de Araújo explora o movimento de maneira peculiar: em vez de elementos físicos em deslocamento, é a própria experiência visual do espectador que ‘se move’ conforme ele interage com as cores. A experiência proposta convida o público a se tornar parte ativa da obra, uma vez que a percepção do espectador se torna elemento essencial na vivência estética.

Verde nº 41 da série Progressão Tonal 2025.

Segundo Roberto Bertani, o rigor técnico e a materialidade, aliadas a uma apurada organização tonal, são os pilares que definem a experiência do espectador diante da obra de Araújo. O equilíbrio entre cores em contraste intensifica a sensação de profundidade e ritmo, conduzindo o olhar para diferentes camadas da composição. O resultado é uma experiência estética apurada, que convida o espectador a mergulhar nas nuances cromáticas e no dinamismo das formas propostas.

Como afirma o curador, “Jean Araujo nos convida a mergulhar em um universo vibrante e pulsante, onde a cor, a luz e o movimento se entrelaçam, criando um diálogo sensível entre a obra e o observador. Ao final, o que permanece é um jogo de sedução estética — uma coreografia visual que instiga o olhar a dançar em meio à magia cromática que o artista tão habilmente concebeu. Nesta exposição, o artista não apenas apresenta suas obras, mas propõe uma nova forma de ver e sentir, um convite para que cada um de nós se torne parte dessa dança visual, enriquecendo nossa experiência com a arte contemporânea”, completa Bertani.

Sobre Jean Araújo

Graduado em Artes Visuais pela UCAM (RJ). Frequentou os cursos da EAV – Parque Lage de 2013 a 2016, Casa França 2016 a 2017. Participou de várias exposições, como Miragens (Centro Municipal de Arte Hélio Oiticica, RJ); Imersões na Casa França Brasil (RJ); Além da Imagem na Sem Título Arte em Fortaleza(CE); III Bienal do Sertão, Vitória da Conquista – (BA) ; 17º Salão de arte Jataí – (GO) 8º Arte Londrina (PR) 46º Salão de Arte Novissímos – Galeria IBEU (RJ) ; 24º Salão de Arte de Praia Grande (SP); Programa de Exposições do Museu de Arte de Ribeirão Preto (SP); In Progress, Salão de Artes Visuais de Vinhedo (SP); Nada mais me importa no (Espaço Furnas Cultural, RJ). Obras em acervos: Museu da Cidade – Paia Grande, Museo Histórico de Jataí – GO.

Sobre Roberto Bertani

Doutor em Ciências Sociais pela PUC – Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, Mestre em Artes Visuais pela UNESP – Universidade Estadual Paulista, Especialista em Comunicação pela ECA/USP – Escola de Comunicação e Artes da Universidade de São Paulo, Bacharel em Desenho Industrial pelo Centro Universitário Armando Álvares Penteado. Foi Coordenador Titular do Subcolegiado de Artes e Humanidades da Comissão Técnica de Acompanhamento da Avaliação – CTAA, do Ministério da Educação – MEC

Cinza nº 10 da série Progressão Tonal 2025.

É diretor do Centro de Estudos Brasileiros da América Latina no Memorial da América Latina e diretor geral do MUBA – Museu Belas Artes de São Paulo, foi diretor executivo do ICCO – Instituto de Cultura Contemporânea, superintendente geral e curador artístico da Fundação José e Paulina Nemirovsky na Pinacoteca do Estado de São Paulo, diretor executivo do IAC – Instituto de Arte Contemporânea.

Atualmente é o chairholder da Cátedra Unesco Latin America’s integration process at the Latin American Memorial, coordenador do curso de Pós-Graduação e do Bacharelado em Artes Visuais no Centro Universitário Belas Artes de São Paulo, Professor Titular da graduação e pós-graduação do Centro Universitário Armando Álvares Penteado.

Serviço:

Exposição A Dança da Percepção, de Jean Araújo

Curadoria: Roberto Bertani

Período: 22 de março a 3 de maio de 2025

Horário de visitação: Segunda a sexta, das 10h às 18h; sábados, das 11h às 16h

Entrada: Gratuita

Luciana Caravello Galeria de Arte Contemporânea – São Paulo

Rua Mourato Coelho, 790 – Vila Madalena – São Paulo, SP – Brasil.

(Com Martim Pelisson Moraes/Pool de Comunicação)

Theatro Municipal do Rio de Janeiro comemora os 200 anos de nascimento de Johann Strauss II com ‘Uma Noite Vienense’

Rio de Janeiro, por Kleber Patricio

Foto: Fb/Theatro Municipal RJ.

O Theatro Municipal do Rio de Janeiro abre a temporada de 2025 comemorando os 200 anos de nascimento de Johann Strauss II com a Série Celebrações – ‘Uma Noite Vienense’, nos dias 13/3 (estreia) e 14/3, às 19h. Com o Patrocínio Oficial Petrobras, o Concerto vai contar com a Orquestra Sinfônica do Municipal, além da solista Michele Menezes (soprano), sob regência do maestro titular da OSTM, Felipe Prazeres. Antes do início do espetáculo, na escadaria interna do Municipal, os grupos Os Pequenos Mozart e Amadeus, vestidos a caráter, vão receber o público. Em março ainda, nos dias 28 e 29, haverá um concerto didático com o maestro Felipe Prazeres, à frente da OSTM, que contará a história da evolução das orquestras com uma linguagem bem acessível ao público.

Com texto de Eric Herrero, as apresentações terão obras de Bach, Mozart, Tchaikovsky, Rossini, Beethoven e Vivaldi e dos brasileiros Heitor Villa-Lobos e Lorenzo Fernandes. Como solistas, Carolina Morel (soprano), Loren Vandal (soprano), Fernando Lorenzo (barítono), Daniel Albuquerque (violinista) e Sofia Ceccato (flauta). Participações especiais de Liana Vasconcelos (bailarina), Bruno Fernandes e Ludoviko Vianna (atores) como Goiabada e Marshmallow e Murilo Emerenciano (piano). A direção cênica será de Mateus Dutra.

“Estamos muito honrados em abrir a temporada de 2025 com Uma Noite Vienense, em homenagem a Johann Strauss II. Este ano seguimos contando com o patrocínio oficial da Petrobras, que garante títulos importantes à Casa, trazendo nossa Orquestra Sinfônica para uma apresentação especial ao público tão fiel. Estamos animados para mais uma temporada no Municipal!”, destaca Clara Paulino, presidente da Fundação Teatro Municipal. “Com muita alegria, iniciamos mais uma Temporada Artística Oficial do nosso Theatro Municipal do Rio de Janeiro e, nada mais alegre e para cima, que as Valsas de Johann Strauss II, compositor que neste 2025 será celebrado em todo o mundo por seus 200 anos de nascimento!”, completa Eric Herrero, diretor Artístico da Fundação Teatro Municipal.

“Poucos compositores conseguiram captar a essência da dança com tanta veracidade como Johann Strauss II. O Theatro Municipal do Rio de Janeiro terá a oportunidade de celebrar seus 200 anos de nascimento vivenciando toda a elegância e vivacidade de sua música na abertura da temporada de 2025.”, ressalta Felipe Prazeres, maestro Titular da OSTM.

Sobre o maestro Felipe Prazeres

Foto: Renato Mangolin.

Um dos mais conceituados músicos de sua geração, Felipe Prazeres é maestro titular da Orquestra Sinfônica do Theatro Municipal do Rio de Janeiro e maestro residente da Orquestra Petrobras Sinfônica. Na Petrobras Sinfônica, foi maestro assistente de Isaac Karabtchevsky entre 2014 e 2018. É um dos fundadores da Academia Juvenil, projeto socioeducativo que oferece formação gratuita para jovens entre 15 e 20 anos oriundos de escolas de música e orquestras comunitárias. No Theatro Municipal do Rio de Janeiro, onde é titular desde 2022, participou como regente e diretor musical das óperas O Barbeiro de Sevilha, de Rossini, Carmen, de Bizet, e O Elixir do Amor, de Donizetti e Le Ville, de Puccini, além de ter atuado como regente nas três últimas

Aberturas de Temporada – em 2023 regeu a Sinfônica do Theatro Municipal e OSB juntas em um concerto dedicado a Berlioz e Wagner. É diretor artístico e fundador da orquestra Johann Sebastian Rio, uma das mais importantes orquestras de câmara do país. Neste grupo de câmara, dirige concertos com repertório de todas as épocas, mas com especial atenção à música barroca e à música brasileira. Com a Johann Sebastian Rio gravou em 2023 o álbum Sambach com o premiado violinista alemão Linus Roth e se apresentou em agosto de 2024 no renomado Rheingau Musik Festival, na Alemanha. E maio de 2025 fará uma turnê pela Europa passando pela Alemanha, Suíça e Polônia. 

Ficha Técnica

Concerto 1 – Série Celebrações

Uma Noite Vienense de Johann Strauss II

200 anos de nascimento

Solista: Michele Menezes (soprano)

Músicas:

Abertura da Opereta O Morcego

Valsa Vida de Artista

Valsa do Imperador

Polca Ancestral

Intervalo – 15 minutos

Vozes da Primavera

Czardas da Opereta O Morcego

O Danúbio Azul

Concerto 2 – Concerto Didático

Músicas:

Antonio Vivaldi Primavera – 1º movimento

Johann Sebastian Bach Badinerie – suíte n° 2

Wolfgang Amadeus Mozart Sinfonia 25 – 1º movimento

Wolfgang Amadeus Mozart – Pequena Serenata Noturna – 1º movimento

GioachinoRossini – Duetto Buffo di Due Gatti

Ludwig van Beethoven 5ª Sinfonia – 1º movimento

Gioachino Rossini – Ária de Figaro

Piotr Ilitch Tchaikovsky Lago Ato 1 nº 9 e final ato 2

Heitor Villa-Lobos Trenzinho do Caipira

Oscar Lorenzo Fernandes Batuque

Solistas: Carolina Morel (soprano), Loren Vandal (soprano), Fernando Lorenzo (barítono), Daniel Albuquerque (violinista) e Sofia Ceccato (flauta)

Participações especiais: Liana Vasconcelos (bailarina), Bruno Fernandes e Ludoviko Vianna (atores) e Murilo Emerenciano (piano)

Texto: Eric Herrero

Direção Cênica: Mateus Dutra

Regência dos dois concertos: Felipe Prazeres

Direção Artística TMRJ: Eric Herrero.

Serviço:

Abertura Temporada 2025 – Série Celebrações

Uma Noite Vienense

Música de Johann Strauss II – 200 anos de nascimento

Com Orquestra Sinfônica do Theatro Municipal do Rio de Janeiro

Datas: 13/3 (estreia) e 14/3 – 19h

Local: Theatro Municipal do Rio de Janeiro

Endereço: Praça Floriano, s/n° – Centro

Duração: 1h + 15 minutos de intervalo

Classificação: 10 anos 

Concerto Didático

Com Orquestra Sinfônica do Theatro Municipal do Rio de Janeiro

Datas: 28/3 às 11h; 29/3 às 17h

Local: Theatro Municipal do Rio de Janeiro

Endereço: Praça Floriano, s/n° – Centro

Duração: 1h15

Classificação: Livre

Ingressos

Frisas e Camarotes – R$60,00 (ingresso individual)

Plateia e Balcão Nobre – R$40,00

Balcão Superior e Lateral – R$30,00

Galeria Central e Latera l – R$15,00

Ingressos através do site www.theatromunicipal.rj.gov.br ou na bilheteria do Theatro

Haverá uma palestra gratuita no Salão Assyrio uma hora antes do início de cada espetáculo

Patrocinador Oficial Petrobras

Apoio: Livraria da Travessa, Rádio MEC, Rádio Paradiso Rio, Fever, Embaixada da Áustria

Realização Institucional: Associação dos Amigos do Teatro Municipal, Fundação Teatro Municipal, Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa e Governo do Estado do Rio de Janeiro

Lei de Incentivo à Cultura

Realização: Ministério da Cultura e Governo Federal, União e Reconstrução.

(Com Cláudia Tisato/Assessoria de imprensa TMRJ)

Mês da Mulher: jovem extrativista da Amazônia é aprovada em mestrado na UnB e reforça luta por educação em territórios tradicionais

Amazônia, por Kleber Patricio

Fotos: Divulgação.

O Dia Internacional das Mulheres, 8 de março, é uma data de celebração e reflexão sobre o papel da mulher na sociedade, especialmente daquelas que desafiam barreiras e constroem novos caminhos. No coração da Amazônia, Cátia Santos, coordenadora de comunicação digital do Conselho Nacional das Populações Extrativistas (CNS), é um exemplo dessa resistência. Aos 29 anos, a jovem recentemente conquistou uma grande vitória: sua aprovação no Mestrado Profissional em Sustentabilidade junto a Povos e Territórios Tradicionais (MESPT), da Universidade de Brasília (UnB), uma das pós-graduações mais disputadas do país. No entanto, sua trajetória até essa conquista foi repleta de desafios.

Nascida na Reserva Extrativista (RESEX) Chico Mendes, no Acre — a segunda maior do Brasil —, Cátia sempre soube que suas raízes moldavam sua identidade. Desde cedo, escutava histórias sobre a luta dos seringueiros e o legado de Chico Mendes pela proteção da Floresta Amazônica. Isso não apenas a inspirou, mas também fortaleceu sua convicção de continuar essa luta. “Tenho inspirações que me motivam todo dia a lutar e resistir. Primeiro, o lugar onde nasci. Segundo, a minha identidade: tenho orgulho de ser extrativista. […]. Crescer na RESEX Chico Mendes, onde a luta pelos direitos dos povos tradicionais é reconhecida internacionalmente, me fez perceber que eu fazia parte de algo muito maior. Eu sabia que precisava dar continuidade a esse legado”, afirma Cátia.

Seu compromisso com a causa seguiu por vários anos. Em 2022, foi homenageada com o Prêmio Chico Mendes de Resistência, na categoria ‘Destaque Jovem Extrativista’, com premiação na Semana Chico Mendes, realizada no Acre, por sua contribuição nas redes sociais. Além disso, no ano passado, Cátia foi uma das palestrantes da mesa que abordou o tema ‘Etnojornalismo e o Papel dos Eco Comunicadores na Mídia Contemporânea’, realizada pela CENARIUM no 19º Congresso Internacional da Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji).

Porém, desde a infância, ela também enfrentou dificuldades no acesso à educação. Graduada em Gestão Ambiental, precisou deixar seu território para concluir os ensinos Fundamental e Médio, uma necessidade comum para jovens extrativistas e diferente para quem vive em regiões metropolitanas. A oferta insuficiente de vagas e colégios, infraestrutura precária, internet limitada, calendário apertado e conteúdo programático não adaptado para as populações tradicionais são componentes de uma educação desigual para as RESEXs amazônicas.

Cátia reitera que o acesso a uma educação digna e de qualidade é uma demanda fundamental para as populações extrativistas. “Sair do território significa enfrentar a dificuldade de estar longe da família e do nosso modo de vida tradicional. A luta por uma educação de qualidade é essencial para garantir dignidade e igualdade para nossa população. Ainda hoje, muitos jovens extrativistas são obrigados a deixar seus territórios para acessar um direito básico. Nós queremos educação de qualidade dentro das Reservas Extrativistas do Brasil”, reforça.

Um novo tempo

No final de 2023, a UnB lançou um edital para a nova turma do MESPT, com um rigoroso processo seletivo que incluiu avaliação de memorial biográfico, pré-projeto de pesquisa, prova oral e teste de competência em leitura de Língua Estrangeira (Espanhol). Com dedicação, Cátia conquistou o primeiro lugar no grupo de Povos e Comunidades Tradicionais e aguarda ansiosamente o início das aulas, previsto para abril.

O interesse pelo mestrado vai além da formação acadêmica. Para ela, o conhecimento é uma ferramenta essencial para fortalecer o movimento extrativista e ampliar a participação da juventude na luta por direitos. “Ao longo da minha trajetória, percebi que a luta pelos direitos dos povos extrativistas exige não apenas resistência, mas também uma base sólida de conhecimento. Acredito que o mestrado pode me proporcionar esse conhecimento, que é essencial para atuar de maneira mais eficaz, tanto na defesa dos nossos direitos quanto na busca por soluções mais justas para a nossa realidade”, comenta.

A inspiração para seguir esse caminho também veio de Edel Moraes, secretária nacional de Povos e Comunidades Tradicionais e Desenvolvimento Rural Sustentável do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA), que já foi uma das diretoras do CNS e tem uma história parecida com a de Cátia. Doutoranda no Centro de Desenvolvimento Sustentável (CDS/UnB), Edel incentivou Cátia a ingressar na formação para continuar fortalecendo o movimento extrativista. “Acredito que minha aprovação pode, sim, inspirar outras pessoas da minha comunidade e do movimento extrativista. Crescer em um território onde as dificuldades são constantes, especialmente no acesso à educação e à formação acadêmica, muitas vezes gera a sensação de que certos caminhos estão fora do nosso alcance. Cursar mestrado, em uma das universidades mais importantes do Brasil, parecia algo longe da minha realidade”, explica.

“Não chego aqui sozinha. Agradeço a todos que me apoiaram e me incentivaram a nunca desistir dos meus sonhos. A nossa resistência e as nossas lutas não podem ser limitadas. O conhecimento é uma ferramenta importante para fortalecer nossa voz, nossa luta, nossos corpos, nossos territórios e nossas reivindicações. Mostrar que é possível alcançar objetivos, mesmo vindo de realidades difíceis, poder abrir portas para ocuparmos espaços que, historicamente, não foram pensados para nós”, finaliza Cátia.

(Com Emanuelle Araújo Melo de Campos/UP Comunicação)

Movimento contra diversidade ganha força nas empresas, inclusive no Brasil

São Paulo, por Kleber Patricio

Foto: Getty Images/Unsplash+.

Nos últimos meses, tem crescido um movimento dentro de algumas empresas questionando políticas de diversidade, equidade e inclusão (DEI). A resistência, que antes era pontual, agora se organiza em discursos e práticas que vão desde cortes em orçamentos voltados para iniciativas inclusivas até a retirada de compromissos públicos sobre o tema.

Nos Estados Unidos, o movimento contra a diversidade já começa a aparecer em grandes empresas, como JPMorgan Chase, Walt Disney Company, Morgan Stanley e Citigroup, que estão reduzindo ou eliminando seus programas de diversidade, equidade e inclusão (DEI). Segundo levantamento da plataforma de empregos Indeed, em 2023 as ofertas de vagas nos Estados Unidos na área de diversidade, equidade e inclusão caíram 44% em relação a 2022. Essa tendência é impulsionada por uma combinação de mudanças legais, como a decisão da Suprema Corte dos EUA que declarou que programas baseados em raça em admissões universitárias violam a Cláusula de Proteção Igualitária. “Diversidade não é apenas um valor social, mas um motor essencial para inovação e vantagem competitiva. Empresas que reduzem investimentos em DEI podem limitar sua capacidade de atrair talentos diversos, impactando diretamente sua criatividade, capacidade de resolver problemas e, consequentemente, sua relevância no mercado”, comenta Camilla Kobayashi, diretora de pessoas da Zup – empresa de tecnologia do grupo Itaú Unibanco.

Uma razão possível é o fato de as big techs terem ajustado as operações após as contratações em massa na pandemia. Desde 2022, ao menos 300.000 empregos foram ceifados por empresas como Amazon, Alphabet, Microsoft e Meta, aponta a consultoria Crunchbase. No afã de cortar gastos, as empresas eliminaram quem foi considerado pouco efetivo para o retorno financeiro. Em 2023, os fundos de investimento da categoria ESG tiveram mais saídas do que entradas de capital nos Estados Unidos — o saldo ficou negativo em US$13 bilhões, o que expressa a debandada de investidores.

O movimento reflete no mercado brasileiro, que também mostra sinais de que essa agenda está ganhando força. De acordo com um estudo da startup To.gather, 60,9% das empresas no Brasil não têm uma área dedicada à diversidade e inclusão (D&I). A pauta é frequentemente encaminhada ao setor de Recursos Humanos (RH), onde compete com outras demandas. Entre as empresas que têm uma área dedicada à D&I, 93,6% têm investimento específico para políticas de diversidade. Já nas empresas onde a pauta é conduzida pelo RH, apenas 27,3% têm esse tipo de destinação orçamentária.

“A diversidade no ambiente de trabalho não pode ser tratada como uma pauta secundária dentro do RH. Empresas que não investem em diversidade estão abrindo mão de uma vantagem competitiva. Estudos mostram que equipes diversas são mais inovadoras, produtivas e engajadas – contra fatos, não há argumentos. O fato de 60,9% das empresas no Brasil não terem uma área dedicada à diversidade evidencia que ainda há um longo caminho a percorrer. Na Factorial, diversidade não é opcional: é um pilar estratégico para crescimento sustentável. Para que essa agenda avance, é essencial que o RH tenha o apoio da liderança e um orçamento específico, garantindo que as iniciativas de D&I saiam do discurso e se traduzam em ações concretas”, ressalta Renan Conde, CEO Brasil da Factorial – startup unicórnio desenvolvedora de software para gestão e centralização de processos de RH e DP.

No Brasil, apenas 4% das pessoas trans e travestis estão empregadas no mercado de trabalho formal e apenas 0,02% tiveram acesso ao ensino superior, de acordo com dados da Associação Nacional de Travestis e Transexuais do Brasil (Antra). Esses números destacam a urgência de iniciativas que promovam a inclusão e o apoio a essa comunidade.

Em resposta a essa necessidade, a Nilo, healthtech que oferece uma plataforma SaaS automatizada de captação e engajamento digital de pacientes, por meio de seu Comitê de Diversidade e Inclusão, implementou um benefício essencial: o auxílio ao tratamento de hormonioterapia, que custeia parte do tratamento medicamentoso para as pessoas trans do seu time. Victor Marcondes, fundador e CHRO da Nilo, enfatiza a importância desse apoio: “Um dos pilares que norteiam a Nilo é o de segurança psicológica, que dentro do que acreditamos, significa oferecer um ambiente acolhedor para que todos possam ser quem são. Para nós, o benefício de auxílio ao tratamento de hormonioterapia, ao lado de outras ações que consideram a diversidade e inclusão, reforçam, em conjunto, o compromisso que temos com esse pilar, bem como fortalece a nossa cultura para que nossos Nilers alcancem o máximo do seu potencial.”

Para Hosana Azevedo, Head de Recursos Humanos no Infojobs e porta-voz do Pandapé, a diversidade no Brasil tem sido amplamente discutida no mundo corporativo, mas sua adoção como um pilar estratégico ainda não é uma realidade para todas as empresas. Enquanto algumas companhias nos EUA estão reduzindo investimentos em DE&I, no Brasil, muitas empresas seguem implementando iniciativas nesse sentido — seja por exigências do mercado, dos consumidores ou por uma compreensão mais estratégica da diversidade como diferencial competitivo. “No Brasil, a diversidade deixou de ser apenas uma boa prática ou algo que as empresas ‘fazem por fazer’. Para muitas organizações, já se tornou um fator estratégico para engajar colaboradores, atrair talentos e garantir competitividade. Mas ainda há um longo caminho a percorrer e as empresas que não se adaptarem correm o risco de perder oportunidades de inovação e de se posicionarem como líderes em um mercado cada vez mais exigente”, afirma Hosana Azevedo.

Diante desse cenário, a diversidade e inclusão seguem como temas fundamentais para o desenvolvimento do ambiente corporativo e da sociedade. Mais do que uma pauta pontual, a promoção de espaços diversos e inclusivos está associada à inovação, produtividade e competitividade. O avanço dessa agenda depende de iniciativas consistentes e estruturadas, garantindo que a equidade se traduza em ações concretas e sustentáveis.

(Com Beatriz Mota/NR7 Agência)

Roteiro inédito de jipe no Rio: Gray Line lança experiência única para turistas

Rio de Janeiro, por Kleber Patricio

Fotos: Divulgação/Gray Line.

A Gray Line –tradicional e experiente empresa de sightseeing reconhecida internacionalmente como líder no mercado de experiências – superou em 45% a meta de vendas planejada para 2024 e apresenta uma novidade: um roteiro turístico exclusivo de jipe pelo Rio de Janeiro. O roteiro passa por pontos icônicos do Rio, incluindo o Parque Lage, a Floresta da Tijuca e o Corcovado, finalizando com um espetacular pôr do sol no Pão de Açúcar. Com aproximadamente oito horas de duração, o passeio acontece em jipes confortáveis e abertos, acompanhados por um guia especializado. Cada veículo acomoda até oito pessoas, com saídas de diversos hotéis da cidade.

Segundo Bruno Barreto, diretor da Gray Line, a novidade atende à crescente demanda de turistas nacionais e internacionais interessados em explorar não só os pontos turísticos mais famosos, mas também em se reconectar com espaços naturais e aprender sobre a biodiversidade local.

“O Rio de Janeiro é uma das poucas cidades no mundo que combinam a agitação de uma grande metrópole com áreas tranquilas, perfeitas para explorar a rica biodiversidade da Mata Atlântica. Observamos cada vez mais turistas buscando experiências ao ar livre, que promovam essa conexão com a natureza. Nesse sentido, criar um roteiro que inclua a maior floresta urbana do mundo, além de ícones como o Parque Lage, Corcovado e o Pão de Açúcar, é essencial. Esse é um roteiro único e exclusivo, sem nada igual na cidade”, destaca.

Passando pelo Parque Nacional da Tijuca, a empresa disponibiliza cinco outros roteiros, com opções a partir de R$200,00 (sem ingressos) para um tour de 4 horas. Ao todo, mais de oito experiências em jipes estão disponíveis para os visitantes.

Além dessa novidade, 2024 foi um ano marcante para a Gray Line. Em um ano atípico, a empresa superou em 45% sua meta de vendas, atendendo milhares de turistas em tours, tanto em grupo quanto privados. Parte desse sucesso veio da ampliação do atendimento para novos nichos, incluindo a expansão para os públicos das classes B e AA, com experiências exclusivas e diferenciadas.

Os roteiros realizados abrangeram mais de 30 cidades em todo o Brasil. No Rio de Janeiro, os passeios de jipe também incluíram outras atrações da Cidade Maravilhosa, como o Cristo Redentor, o Jardim Botânico e praias desertas. Tudo isso realizado com uma equipe qualificada, composta por motoristas experientes e guias especializados em roteiros ao ar livre, garantindo uma experiência segura e enriquecedora para os visitantes.

Sobre a Gray Line | Gray Line é a mais antiga e experiente empresa de sightseeing mundial. Internacionalmente reconhecida como líder no mercado de experiência, translados e tours, a Gray Line, presente em todos os continentes, oferece mais de 3.500 serviços em mais de 150 destinos. Desde 1910, é referência de credibilidade, fornecendo produtos confiáveis de turismo para viajantes nos locais mais procurados do Mundo. Está presente no Brasil há 45 anos, oferecendo experiências extraordinárias e realizando sonhos.

Com operação globalizada, a Empresa é a primeira opção para passeios e translados, atendendo com expertise e qualidade a clientes individuais, grupos privativos e empresas. Em 2010, a Gray Line Brasil foi integrada ao Grupo Águia, que completou 20 anos de atuação em 2024, é pioneiro no mercado de turismo brasileiro e composto pela união de oito empresas de segmentos importantes, como o lazer, incentivo, corporativo, esportivo e seguro-viagem.
(Com Camila Acatauassú Xavier/Approach Comunicação)