Estudo da UFMG analisou dados de quase 4 mil municípios brasileiros entre 2011 e 2019; melhoria nas UBS inclui sala de vacina, geladeira exclusiva e caixa térmica


Belo Horizonte
Uma exposição que emerge como um ponto de confluência entre o humano e a natureza, reunindo artistas cujas trajetórias e inquietações dialogam profundamente com a compreensão simbiótica entre ambiente, memória e identidade. Concebida paralelamente à SP-Arte 2025, na Galeria Herança Cultural, esta mostra apresenta um olhar atento ao diálogo interdisciplinar.
Andreia Falqueto, na obra A Liturgia, transforma as narrativas cotidianas em paisagens enigmáticas, propondo uma leitura simbólica das relações humanas com seu entorno. Seu gesto pictórico é uma investigação sutil sobre o ‘estar-aí’, marcada pela sutileza antropológica em que realidade e imaginação coexistem, desafiando o espectador a repensar sua própria presença e memória.
Antonio Miranda, artista-catador cujas esculturas nascem da matéria imprevisível das ruas. Seus objetos revelam uma estética híbrida e precária, onde fragmentos abandonados ressurgem combinados com delicadeza bruta. Entre ready-mades e construções intuitivas, Miranda equilibra desconforto e encantamento, acumulando corpos mutantes que carregam tempos diversos. Sua arte celebra a liberdade criativa do caos, reinventando incessantemente o passado no gesto radical do presente.
Armarinhos Teixeira, figura crucial na interseção entre arte e ciência, expande o território da Bioarte evidenciando relações intrínsecas entre processos orgânicos e industriais. Apresenta foto e o vídeo Recordário de Adão, escultura biológica de energia viva instalada no Jardim Botânico de Rostock em parceria com a Kunsthalle Rostock, Alemanha, criada para ser o descendente da árvore numa transição pós-natureza, habitando o bioma desértico.
A pintura de Gabaskallás é uma épica libertadora que enfrenta a virtualidade contemporânea com gestos amplos, cores vigorosas e uma conexão profunda com a história. Seu trabalho recupera as alegorias clássicas e as reinventa numa dimensão monumental, unindo tempos e culturas. Nestas telas, convivem a memória coletiva, a fisicalidade dos corpos e a intensidade emocional, afirmando a potência da arte como resistência diante dos medos atuais. Gabaskallás não pinta apenas imagens, mas uma épica necessária sobre o que fomos e o que poderemos ser.
Desde a infância, a obra de Artur Rios nasce da intimidade com a fauna do interior da Bahia, alimentada por um olhar atento ao animal selvagem, cujas imagens colecionava desde cedo. Sua pintura traduz um inquietante exercício de alteridade e consciência ecológica, expondo a ambiguidade de nossa relação com o outro não-humano, invasor e invadido. Em suas composições, o animal e o corpo feminino entrelaçam-se à matéria primordial – terra, madeira, pelos – revelando uma simbiose erótica e ancestral que questiona a hegemonia do humano sobre o mundo natural.
Mario Vasconcelos apresenta uma poética híbrida onde mitos afro-brasileiros são revisitados em procedimentos escultóricos, cerâmicos, fotográficos e performáticos. Sua obra instalação Desabrochar do Âmago, promove diálogos entre ancestralidade e contemporaneidade, atravessado por questões históricas e sociais sutis, mas contundentes.
Reflexos Humanos, Ecos Naturais é uma exposição sobre coexistências e enfrentamentos, sobre corpos e territórios, e sobre o contínuo e delicado diálogo entre o homem e a natureza.
Serviço:
Reflexos Humanos, Ecos Naturais
Exposição coletiva – Andreia Falqueto, Antonio Miranda, Armarinhos Teixeira, Artur Rios, Gabaskallás e Mario Vasconcelos
Curadoria: Instituto Iadê de Arte e Design e Herança Cultural
Galeria Herança Cultural
Abertura: 29 de março, sábado, das 11h às 16h
Período Expositivo: de 29 de março a 2 de maio de 2025
Horário de visitação: seg a sexta das 10h às 17h | sábado, das 10h às 14h
Rua do Curtume 274, Lapa de Baixo
Gratuito
herancacultural.com | @herancacultural.
(Com Uiara Costa de Andrade/Agência Catu)
Guardiões, 2025, de Paulo Desana. Obra exclusiva para a 6ª edição do programa Múltiplos Inhotim, disponível na SP-Arte.
Em sua quinta participação na SP-Arte, feira que reúne galerias de arte e design, editoras, revistas, museus e instituições, o Instituto Inhotim, museu de arte contemporânea e jardim botânico localizado em Brumadinho, Minas Gerais, apresenta um novo múltiplo do cineasta e fotógrafo indígena Paulo Desana. Na série de fotografias Pamürimasa, desenvolvida pelo artista desde 2021, evocam-se espíritos originários por meio da pintura corporal e experimentações com luz e opacidade, trazendo à tona segredos transmitidos pela oralidade que atravessam gerações.
Para esta nova edição do programa Múltiplos, Desana apresenta um trabalho inédito e comissionado pelo Inhotim, denominado Guardiões, 2025, com tiragem limitada de 50 edições, no valor de R$ 1.500,00 cada. Na fotografia, Aktxi e Kyra, indígenas da aldeia Naô Xohã, dos povos Pataxó e Pataxó Hãhãhãe, localizada em Brumadinho, são retratados em meio a vegetação do Inhotim, reinventando a tradição com o intuito da afirmação identitária. A obra tem 40 x 60 cm e o pagamento pode ser parcelado em até seis vezes sem juros.
Com uma habilidosa fusão entre tradição e tecnologia, a obra de Desana estabelece uma ponte entre o passado ancestral de povos indígenas e a contemporaneidade para afirmar que o grafismo indígena não é somente uma forma de expressão estética, mas um sistema complexo de comunicação, conhecimento e espiritualidade. O artista participa da mostra de longa duração que será inaugurada no Inhotim no dia 26 de abril, uma nova configuração na Galeria Claudia Andujar, agregando ao seu nome o termo ‘Maxita Yano’, que significa ‘casa de terra’ na língua Yanomami. Ao marcar os dez anos desde sua inauguração, em 2015, a Galeria Claudia Andujar | Maxita Yano recebe trabalhos fotográficos e audiovisuais de artistas indígenas do Brasil e da América do Sul. A nova exposição busca aprofundar discussões iniciadas por Andujar, de forma a revisitar o projeto e abordar um olhar voltado para o debate da imagem na fotografia indígena, a luta pela terra e as alianças possíveis no tempo atual.
O Programa Múltiplos Inhotim contribui diretamente para a sustentabilidade do Instituto Inhotim, incentivando a produção artística contemporânea, uma vez que os recursos arrecadados são destinados para a programação e a manutenção da instituição, na conservação de obras, jardins, galerias e no desenvolvimento de novos projetos artísticos e de educação.
O estande da Inhotim Loja Design, localizado no 2º pavimento (I07) do Pavilhão da Bienal, traz ainda elementos que refletem a grandeza e a singularidade do maior museu a céu aberto da América Latina, com uma seleção de peças autorais inspiradas em arte, arquitetura e botânica. A Loja aposta também em uma curadoria de produtos decorativos e utilitários exclusivamente produzidos em collabs, como a recém-lançada coleção cápsula Osklen+Inhotim, que celebra 10 anos de parceria entre moda e arte.
A SP-Arte 2025 acontece de 2 a 6 de abril de 2025 no Pavilhão da Bienal, em São Paulo.
Sobre o artista
Paulo Desana é cinegrafista e fotógrafo indígena do povo Desana. Como fotógrafo, é colaborador da agência de notícias Amazônia Real. Atualmente, está à frente do projeto fotográfico Pamürimasa (Os Espíritos da Transformação). Inspirada na mitologia dos povos indígenas de São Gabriel da Cachoeira, na região do Rio Negro, a série se baseia no mito da Cobra Canoa, ou “canoa da transformação”, que narra a origem da humanidade no ventre da grande serpente, dando início às comunidades ao longo do rio Negro. Paulo Desana participou da 4ª edição do Festival Arte como Respiro, do Itaú Cultural, na categoria Artes Visuais, apresentando a série fotográfica E nós Parente?. A exposição foi realizada de forma virtual no site do Itaú Cultural. O artista foi o diretor de fotografia do minidocumentário Ciência e Culinária (Cooking and Science) sobre a formiga Maniuara na cultura dos Povos Hupdas, atuou como cinegrafista no documentário Cobra Canoa, e no curta de ficção Wuitina Numiá (Meninas Coragem), premiado no Festival de Cinema Independente de San Antonio, no Equador, como melhor curta metragem de 2022. Desana também foi cinegrafista do documentário O Dabucuri, ambos produzidos pela Shine a Light (USA)/Usina Da Imaginação (Brasil).
Sobre o Instituto Inhotim
Museu de Arte Contemporânea e Jardim Botânico, o Instituto Inhotim nasce da interseção entre arte, natureza e educação. Nos 140 hectares que compreendem a sua área, a pessoa visitante caminha entre milhares de plantas de diferentes continentes e um acervo artístico composto por esculturas, instalações, fotografias, pinturas e muitos outros suportes de grandes nomes da arte contemporânea nacional e internacional. Devido à sua extensão e localização – entre os biomas Mata Atlântica e Cerrado –, o Inhotim possibilita que artistas criem obras de forma singular e inovadora, além de viabilizar a exibição permanente de trabalhos em grande escala que, geralmente, não poderiam ser expostos em museus tradicionais. Desde sua abertura ao público, em 2006, o Inhotim já recebeu mais de quatro milhões de pessoas de diversas nacionalidades, configurando-se como uma importante fonte de geração de renda para Brumadinho, Belo Horizonte e região. Sua criação foi fundamental para a consolidação de Minas Gerais na cena de arte contemporânea global, no impulsionamento da economia local e de transformação social. Em 2024, o Instituto Inhotim alcançou recorde de visitação dos últimos sete anos, com mais de 335 mil pessoas visitantes no ano. Deste montante, quase 60% das entradas foram gratuitas por meio de programas de democratização do acesso ao museu e jardim botânico como o Nosso Inhotim (entrada franca para moradores e moradoras de Brumadinho cadastrados no programa em todos os dias de funcionamento), Quarta-feira Gratuita (gratuidade em todas as quartas-feiras) e Domingo Gratuito (gratuidade em todo último domingo do mês), promovendo a experiência de arte, natureza e educação para diversos públicos.
Sobre a Inhotim Loja Design
Visitar o maior museu a céu aberto da América Latina é uma experiência multissensorial. Ao longo dos percursos, arte, arquitetura e botânica se manifestam em todos os sentidos por meio de imagens, sons e aromas, despertando sensações e emoções. É essa a inspiração da Inhotim Loja Design. A missão? Permitir aos visitantes levarem consigo, além de boas lembranças, um pouco da ‘experiência Inhotim’. A loja física e o e-commerce, criados para expandir as fronteiras de Brumadinho e de Minas Gerais para o mundo, são uma autêntica vitrine do design brasileiro. As coleções que levam a marca Inhotim são versáteis, estimulam a sensibilidade e ajudam a relembrar momentos inesquecíveis vividos no museu e jardim botânico. Ao adquirir produtos da Inhotim Loja Design, você contribui diretamente com a manutenção e sustentabilidade do Instituto.
Serviço:
SP-Arte 2025
Data: 2 a 6 de abril
Localização: Pavilhão da Bienal – Parque Ibirapuera, São Paulo – Estande Inhotim Loja Design, 2º pavimento, I07
Valor: R$ 100 (inteira) e R$ 50 (meia-entrada). Ingressos aqui.
(Com Amanda Viana/Instituto Inhotim)
A São Paulo Companhia de Dança (SPCD) abre as inscrições para audição a fim de selecionar novos integrantes para seu elenco fixo e temporário. Os bailarinos e bailarinas interessados devem ter acima de 18 anos e DRT emitido e têm até às 10h do dia 1º de abril para realizar a inscrição gratuita no processo seletivo pelo link https://spcd.com.br/spcd/audicoes/.
Essa é a primeira fase do processo, cujo resultado dos selecionados será divulgado em 7 de abril até às 18h. Esses nomes seguem para uma audição virtual prática (aula de balé) que será realizada em 12 de abril em horário a ser definido. Os que passarem para a última fase farão uma audição presencial no dia 27 de abril a partir das 8h na sede da SPCD, no bairro do Bom Retiro, em São Paulo. O resultado final será divulgado até 5 de maio de 2025 às 18h.
Para as mulheres, são duas as possibilidades de contratação: autônomo – 4 vagas para integrar o elenco do balé O Lago dos Cisnes, para os períodos de 19 de maio a 22 de junho de 2025 e de 28 de julho a 6 de outubro de 2025 – ou CLT – vaga para elenco fixo. No ato da inscrição deverá informar para que vaga tem preferência e se está disponível para ambas as possibilidades ou apenas uma delas. Já para os homens, a candidatura é para uma das duas vagas disponíveis em regime CLT, para o elenco fixo.
Serviço:
Audição para SPCD
1ª fase: Pré-seleção
Encerramento das Inscrições: 1º de abril de 2025, até às 10h https://spcd.com.br/spcd/audicoes/
Etapa de avaliação do material enviado nas inscrições
Resultado: 7 de abril até às 18h
2ª fase: Audição virtual prática | Aula de balé
Realização: 12 de abril de 2025, horário a confirmar
Resultado: 12 de abril de 2025 até às 18h
3ª fase: Audição Presencial
Realização: 27 de abril de 2025 a partir das 8h
Resultado Pré-Selecionados/as: 27 de abril de 2025
Resultado selecionados/as e suplentes: 5 de maio de 2025 às 18h.
SÃO PAULO COMPANHIA DE DANÇA
A São Paulo Companhia de Dança se destaca pela sua versatilidade e inovação, desde sua criação em 2008, pelo Governo do Estado de São Paulo. Gerida pela Associação Pró-Dança, é dirigida por Inês Bogéa. Reconhecida pela crítica como uma das mais prestigiadas companhias da América Latina, seu repertório abrange tanto criações exclusivas, quanto remontagens de grandes obras da dança mundial. Com apresentações que atravessam fronteiras, a Companhia leva sua arte a diversos públicos, tanto no Brasil, quanto no exterior. Já foi assistida por um público superior a 2 milhões de pessoas em 22 diferentes países, passando por cerca de 180 cidades em mais de 1.300 apresentações, acumulando mais de 50 prêmios e indicações nacionais e internacionais. Além disso, ações educativas e projetos voltados à preservação e difusão da memória da dança são parte essencial de sua missão, perpetuando esse legado cultural para as futuras gerações. São Paulo Companhia de Dança: excelência que inspira, movimento que transforma.
DIREÇÃO ARTÍSTICA | Inês Bogéa é uma líder multifacetada na dança e na educação, com vasta experiência na gestão, criação e implementação de projetos culturais, sociais e educacionais de grande impacto. Desde 2008, atua como Diretora Artística da São Paulo Companhia de Dança, criada pelo Governo do Estado de São Paulo, onde já dirigiu mais de 1.300 espetáculos em 22 países e recebeu 38 prêmios e indicações internacionais. É Diretora Artística e Educacional da São Paulo Escola de Dança, criada pelo Governo do Estado de São Paulo, que se destaca pela inclusão social e formação de mais de 1.300 estudantes, sendo 50% oriundos de vulnerabilidade social. Colaboradora regular em veículos como a Revista CONCERTO é cocriadora da coluna ‘Dança em Diálogo’. Na área acadêmica, leciona na USP e na FURB. Foi responsável por iniciativas inovadoras, como o curso Dança para Educadores do Sesc-SP e a Mostra Internacional de Dança de SP, em parceria com o Itaú Cultural. Reconhecida com a Medalha Tarsila do Amaral, foi também nomeada pela Critic’s Choice of Dance Europe e condecorada com o título de Chavalière de L’Ordre des Arts et des Lettres pelo Ministério da Cultura Francês.
(Com Renata Faila/Prodança)
IrrigaPote: Tecnologia Social certificada pela Fundação Banco do Brasil. Foto: Acervo projeto IrrigaPote.
Renata Campos é administradora e decidiu trocar o emprego em uma rede de supermercados para se dedicar ao cultivo de produtos orgânicos numa pequena propriedade em Tucuruí, no Pará. “Essa é minha paixão”, revela. Ela estudou, fez pesquisas e cursos para produzir de forma sustentável. “Aprendi a cuidar do solo, fazer compostagem, utilizar o sistema agroflorestal, a plantar sem o uso de agrotóxicos”. Ela só não contava com um obstáculo: a falta de água. “Com a seca no verão acabei perdendo boa parte da plantação”, conta.
Mas ela não desistiu. Fez mais pesquisas, buscou ajuda, foi atrás de parcerias e trocou conhecimentos com outros produtores e especialistas. Com o apoio da promotora de Justiça Agrária Alexssandra Mardegan, do Ministério Público do Pará, e da pesquisadora Lucieta Guerreiro Martorano, da Embrapa Amazônia Oriental, foi implantada na propriedade da Renata uma tecnologia simples e de baixo custo denominada IrrigaPote para armazenar água da chuva e garantir a irrigação da plantação, mesmo nos períodos de estiagem. “O método é tão simples que chegamos a duvidar se realmente funcionaria. Mas a técnica deu certo e resolvemos levar a solução a outros agricultores familiares e pequenos produtores da região que sofriam com o mesmo problema”.
A Tecnologia Social IrrigaPote foi certificada em 2024 pela Fundação Banco do Brasil. Essa metodologia consiste em armazenar água pluvial durante o período chuvoso e distribuí-la de maneira eficiente para potes de argila enterrados no solo. Por meio de calhas instaladas nos telhados, a água é captada e direcionada para um cano enterrado no solo. Esse cano se estende até a área de cultivo e conectores mantêm o fluxo hídrico controlado por meio de uma boia instalada na tampa do pote, assegurando que esteja sempre abastecido de forma autônoma. “Quando o solo está seco, as raízes das plantas procuram a água na parede externa dos potes, possibilitando uma absorção precisa para atender às suas demandas hídricas”, explica Renata.
“As Tecnologias Sociais certificadas pela Fundação Banco do Brasil são soluções inovadoras que efetivamente promovem a transformação social. Esse conjunto de técnicas combinam o saber popular, a organização social e o conhecimento científico, sendo de baixo custo, sustentáveis e de fácil adoção pelas comunidades”, esclarece Kleytton Morais, presidente da Fundação BB.
Recuperação de áreas degradadas
Segundo a Organização das Nações Unidas, a escassez de água afeta mais de 40% da população mundial. Para Kleytton Morais, o trabalho de formação em práticas sustentáveis e de fortalecimento de comunidades rurais é uma das estratégias essenciais para a manutenção dos serviços ecossistêmicos, preservação das águas e contenção da degradação ambiental e social.
Recuperar uma área degradada devido ao monocultivo de eucalipto era o desafio da Tania Aguiar e dos demais agricultores familiares do assentamento Canaã, localizado na região da bacia do Alto Descoberto, no Distrito Federal. “Esta área é responsável por boa parte do abastecimento de água do Distrito Federal. Por isso, a preservação do meio ambiente aqui é de suma importância”, reforça Tania.
Além do empobrecimento do solo, o monocultivo prolongado gerou erosão e o assoreamento de cursos d’água, comprometendo o abastecimento na região. Para mudar a realidade do local e garantir a preservação da bacia foi criado o projeto Comunidades Agroflorestais – Plantando Água e Tecendo Vidas. “Hoje trabalhamos para regenerar o solo, reflorestando com plantas nativas, fazendo o manejo de sistemas agroflorestais e produzindo sem agrotóxicos. Nosso objetivo é contribuir com a manutenção da bacia do Alto Descoberto, pois sem ela não temos água, e sem água não tem produção e não tem abastecimento para a cidade”, observa.
A Fundação Banco do Brasil realizou um investimento social de R$ 1,8 milhão neste projeto que promove a formação teórico-prática em agroecologia e contribui para a recuperação de áreas produtoras de água nas bacias do rio Paranoá e do Alto Descoberto. “As ações adotadas pelo projeto têm repercussão na gestão sustentável das bacias, fortalecendo, assim, a segurança hídrica, alimentar, climática e energética e a integridade ecológica da capital federal do Brasil”, diz o presidente da Fundação BB.
Sobre a Fundação BB | Há 40 anos, a Fundação Banco do Brasil busca inspirar cada brasileiro a se tornar um agente de transformação da sociedade. A instituição acredita na força do coletivo para encontrar soluções viáveis na superação dos desafios e promoção do desenvolvimento sustentável. Nos últimos 10 anos, foram investidos R$ 2,7 bilhões em 10 mil iniciativas que impactaram positivamente a vida de 6,8 milhões de pessoas de 3.400 municípios.
(Com Carol Veiga)
Com foco em resultados, inclusão segue como prioridade no Brasil, sem perder de vista as tendências globais. Foto: Getty Images/Unsplash+.
As recentes mudanças nas políticas corporativas nos Estados Unidos têm gerado reflexões sobre a abordagem das empresas em relação à diversidade, equidade, inclusão e pertencimento (DEIP). Enquanto algumas companhias internacionais ajustam suas estratégias, no Brasil, as empresas seguem investindo em inclusão e vinculando essas práticas a métricas de engajamento e desempenho.
Segundo um levantamento do Investing.com, ao menos 12 grandes empresas americanas, incluindo Meta, Amazon e Google, reorientaram seus investimentos em diversidade, reduzindo recursos para iniciativas como vagas afirmativas. O impacto desse movimento vai além do território norte-americano, influenciando subsidiárias e redes de negócios ao redor do mundo. No Brasil, esse cenário contrasta com pesquisas do Instituto Ethos, que indicam que 80% das empresas enxergam a diversidade como uma estratégia essencial para inovação e competitividade.
O impacto do cenário internacional no Brasil
De acordo com Laura Salles, fundadora e CEO da PlurieBR, plataforma especializada em gestão de dados em tempo real de diversidade, equidade, inclusão e pertencimento (DEIP), essa movimentação global levanta discussões sobre o futuro dessas políticas no Brasil. “Empresas com forte presença internacional precisam equilibrar suas práticas entre as diretrizes de suas matrizes e as expectativas do mercado brasileiro, onde consumidores e investidores valorizam iniciativas de diversidade”, afirma Laura.
A especialista avalia que essa conjuntura representa uma oportunidade para empresas brasileiras consolidarem suas estratégias de inclusão. “A diversidade não pode ser tratada como uma tendência passageira ou uma questão ideológica. Ela tem um impacto real no desempenho organizacional e na capacidade de inovação das empresas. No Brasil, vemos um movimento de fortalecimento das práticas de DEIP, independentemente das revisões estratégicas que ocorrem em outros mercados”, destaca.
Boas práticas e tendências para 2025
Apesar das incertezas globais, as empresas brasileiras vêm avançando na construção de ambientes mais diversos e inclusivos. Um dos focos para 2025 é atrelar as iniciativas de DEIP às métricas de negócio, garantindo que os investimentos na área gerem impactos mensuráveis. “O sucesso das ações de diversidade depende da capacidade das empresas de medir e demonstrar seus resultados. Quando bem implementadas, essas iniciativas trazem ganhos concretos, como maior engajamento dos colaboradores e melhoria na reputação corporativa”, pontua Laura.
Enquanto algumas empresas internacionais revisam suas estratégias, a União Europeia mantém uma postura firme de apoio à diversidade. A Diretiva de Relatórios de Sustentabilidade Corporativa (CSRD), implementada em 2024, exige que empresas divulguem indicadores detalhados sobre diversidade e equidade, reforçando a necessidade de compromissos sólidos. “Com esse cenário em evidência, as empresas brasileiras que reforçarem suas estratégias de diversidade poderão se destacar no mercado e consolidar a inclusão como um pilar fundamental de suas culturas organizacionais”, finaliza.
Sobre a PlurieBR
A PlurieBR é a primeira plataforma SaaS do Brasil especializada em gestão e acompanhamento de dados em tempo real de diversidade, equidade, inclusão e pertencimento (DEIP). Com foco em transformar ambientes corporativos por meio de métricas em tempo real e ações direcionadas, a plataforma oferece uma solução robusta e inovadora para empresas que buscam integrar DEIP em sua cultura organizacional. Fundada por Laura Salles, a PlurieBR utiliza tecnologia para mapear, monitorar e promover iniciativas inclusivas, ajudando organizações de diversos setores a alcançar resultados concretos e sustentáveis na promoção da diversidade e inclusão. Para mais informações, visite o site oficial, o LinkedIn ou o Instagram.
Sobre Laura Salles
É fundadora e CEO da PlurieBR, primeira plataforma SaaS de gestão e acompanhamento de dados em tempo real de diversidade, equidade, e inclusão e pertencimento (DEIP) do Brasil, que mapeia métricas em tempo real e apoia ações direcionadas nessa área. Laura, que possui mais de oito anos de experiência em gestão de operações, comunicações e pessoas, é formada em hospitalidade, e é especialista em Diversidade, Equidade e Inclusão pela Universidade Cornell. Atua também como conselheira de inovação da ACSP, e professora do MBA de ESG da Saint Paul e de cursos de DEI da Trevisan. Para mais informações, visite o Linkedin e o Instagram.
(Com Carolina Lara)