Notícias sobre arte, cultura, turismo, gastronomia, lazer e sustentabilidade

Inscreva seu e-mail e participe de nossa Newsletter para receber todas as novidades

Abril no Museu do Ipiranga: Programação destaca narrativas indígenas com visitas mediadas e exibição de documentário

São Paulo, por Kleber Patricio

‘Cacique Tibiriçá e Neto’ (1932), de José Wasth Rodrigues, ‘Ciclo da Caça ao Índio’ (1922), de Henrique Bernardelli/Acervo Museu Paulista da USP.

O Museu do Ipiranga preparou uma agenda voltada especialmente para temáticas indígenas durante o mês de abril. As visitas mediadas, que também contam com datas em Libras, abordarão grandes obras do acervo que representam os povos indígenas por diferentes perspectivas. Fazem parte do roteiro pinturas como ‘Cacique Tibiriçá e Neto’ (1932), de José Wasth Rodrigues, ‘Ciclo da Caça ao Índio’ (1922), de Henrique Bernardelli, e ‘Fundação de São Paulo’ (1909), de Oscar Pereira da Silva, que serão analisadas de maneira crítica pela equipe do Educativo que conduz a atividade.

O Cinema no Museu, novo eixo temático na programação da instituição, inaugura a primeira edição no sábado, 5/4, às 15h, com o filme ‘Tava, a Casa de Pedra’ (2012), com os diretores Patrícia Ferreira Pará Yxapy e Ariel Ortega Kuaray Poty como convidados especiais para um bate-papo após a exibição.

Em paralelo, a quarta edição do Ciclo Encontro com a Pesquisa, conduzida pela pesquisadora Isabela Ferreira Sodré, vai abordar a importância da caracterização química para a preservação de bens históricos, os desafios na análise de obras sobre papel e os impactos do estudo na compreensão dos aspectos materiais e técnicos da coleção José Wasth Rodrigues.

Confira a programação completa:

VISITA MEDIADA | Representações indígenas em diálogo

A visita convida o público a refletir sobre as representações dos povos indígenas nas coleções do Museu Paulista. O roteiro busca evidenciar os contrastes entre visões acadêmicas e artísticas ao longo do tempo, destacando como essas interpretações influenciaram a compreensão das vivências e resistências indígenas no Brasil, especialmente no contexto paulista.

Visitas mediadas em Português

5, 6, 12, 19 e 26/4 às 14h

Ponto de encontro no Saguão, ao lado da Escadaria

Não é necessário inscrição

Visitas mediadas em Libras

6, 9, 16, 23 e 30/4, primeiro domingo do mês e quartas-feiras, às 15h

Ponto de encontro no Acolhimento, ao lado da bilheteria

Não é necessária inscrição

CINEMA NO MUSEU | Tava, a Casa de Pedra

O novo eixo temático Cinema no Museu, inaugura no sábado, 5/4, às 15h, com o filme Tava, a Casa de Pedra (2012), produzido pela ONG Vídeo nas Aldeias, fundada pelo indigenista Vincent Carelli. Para o debate, foram convidados a realizadora audiovisual Patrícia Ferreira Pará Yxapy e o cineasta Ariel Ortega Kuaray Poty, que assinam a direção do documentário.

O projeto prevê exibição de filmes e documentários brasileiros, seguidos de debates com convidados que participaram da produção das obras. A programação será semestral, com entrada gratuita, e proporcionará ao público a oportunidade de aprofundar a reflexão sobre filmes que dialogam com as histórias e os temas abordados na programação do Museu.

O filme apresenta diversas dimensões do pensamento indígena em torno das chamadas Ruínas das Missões Jesuíticas dos Guarani, reconhecidas como Patrimônio Mundial, Cultural e Natural pela Unesco em 1983, localizadas nos territórios brasileiro e argentino. O filme recupera o direito dos povos indígenas à autodeterminação, o poder de contar suas próprias histórias. A obra foi produzida no início do processo que culminou com o registro da Tava como lugar de referência para a memória e a identidade do povo Guarani pelo IPHAN, título conquistado anos depois, em 2014.

Cinema no Museu

Sábado, 5 de abril, às 15h

Auditório do Museu do Ipiranga

Emissão de certificado de participação com carga horária de 4h
Inscrições antecipadas encerradas. Para participar, o público espontâneo pode concorrer a vagas remanescentes no dia do evento

Recursos de acessibilidade: Legenda e audiodescrição, no filme, e Libras para o debate

Debatedores convidados: Ariel Ortega Kuaray Poty e Patrícia Ferreira Pará Yxapy

Mediador: David Ribeiro

Dia de Gratuidade Shell

A mantenedora do Museu do Ipiranga oferece um dia com entrada gratuita aos visitantes para acesso a exposições em cartaz. A gratuidade especial acontece em 13/4, segundo domingo do mês de abril, entre 10h e 17h (última entrada às 16h). A retirada de ingressos neste dia deve ser feita diretamente na bilheteria.

ENCONTRO COM A PESQUISA| Pinturas em aquarela e guache de José Wasth Rodrigues: Materialidade, Técnica e Preservação

A ciência pode ser uma grande aliada dos museus na preservação e compreensão das obras de arte históricas, como defende a pesquisadora Isabela Ferreira Sodré na próxima edição do Ciclo. No evento, ela apresenta os principais resultados da investigação sobre as pinturas de brasões municipais pertencentes à Coleção José Wasth Rodrigues, sob a guarda do Museu Paulista da USP.

A pesquisa, financiada pela FAPESP, foi conduzida de forma transdisciplinar, empregando métodos físico-químicos para analisar a materialidade das obras, identificar os pigmentos utilizados pelo artista e diagnosticar eventuais processos de degradação. O estudo trouxe novas perspectivas sobre as técnicas de pintura em aquarela e guache aplicadas nesses trabalhos, além de contribuir para estratégias de conservação dessas peças.

Este evento faz parte do ciclo Encontro com a Pesquisa, uma iniciativa do Museu Paulista da USP para aproximar o público das investigações realizadas a partir de seus acervos. Ao longo de 2025, serão promovidos 12 encontros mensais, sempre aos sábados, trazendo novas perspectivas sobre história e cultura material.

Palestra presencial

26 de abril, sábado

14h às 18h

Carga horária: 4h

Auditório do Museu do Ipiranga

Inscrições gratuitas até 21/4 neste link.

Serviço:

Programação de Abril

Para participar das atividades, acesse a página de Eventos do site: Link

Acesso ao edifício monumento

O acesso ao edifício monumento, no qual estão abertas as exposições de longa duração, se dá por meio de ingressos vendidos no site ou diretamente na bilheteria.

Museu do Ipiranga

Endereço: Rua dos Patriotas, 100

Funcionamento: Terça a domingo (incluindo feriados), das 10h às 17h (última entrada às 16h). A bilheteria abre às 9h nos dias pagos e 10h nos dias de gratuidade.

Ingressos para as exposições de longa-duração: R$ 30 e R$ 15 (meia-entrada).

Gratuidades: Quartas-feiras e primeiro domingo do mês, além de entrada franca para públicos específicos. Confira mais informações: museudoipiranga.org.br/visite/

Transporte público: De metrô, há três estações da linha 2 (verde) próximas ao Museu, Alto do Ipiranga (30 minutos de caminhada), Santos-Imigrantes (25 minutos a pé) e Sacomã (25 minutos a pé). A linha 710 da CPTM tem uma parada no Ipiranga (20 minutos de caminhada).

Principais linhas de ônibus: 4113-10 (Gentil de Moura – Pça da República), 4706-10 (Jd. Maria Estela – Metrô Vila Mariana), 478P-10 (Sacomã – Pompeia), 476G-10 (Ibirapuera – Jd.Elba), 5705-10 (Terminal Sacomã – metrô Vergueiro), 314J-10 (Pça Almeida Junior – Pq. Sta Madalena), 218 (São Bernardo do Campo – São Paulo).

Pessoas com deficiência em transporte individual: na entrada da rua Xavier de Almeida, nº 1, há vagas rotativas (zona azul) em 90°.

Bicicletas: para quem usa bicicleta, há paraciclos disponíveis próximos aos portões da R. Xavier de Almeida e R. dos Patriotas.

Museu do Ipiranga – USP

O Museu do Ipiranga é uma das sedes do Museu Paulista da Universidade de São Paulo, que também agrega o Museu Republicano de Itu. É um dos mais completos e modernos museus da América Latina, com 49 salas expositivas no edifício monumento, abrigando 11 exposições de longa duração que apresentam um panorama da História e da cultura material brasileira. São elas: Passados imaginados, Uma História do Brasil, Para entender o Museu, Casas e coisas, Mundos do trabalho, Territórios em disputa, Ciclo curatorial – coletar, Ciclo curatorial – catalogar, Ciclo curatorial – conservar, Ciclo curatorial – comunicar e A cidade vista de cima. O Museu também conta com uma sala expositiva no Piso Jardim pronta para receber exposições temporárias que articulam os conteúdos presentes no edifício monumento a temas da atualidade.

A acessibilidade é tema estratégico do Museu, que busca ser inclusivo para todas as esferas da sociedade. Os recursos acessíveis figuram em todos os pavimentos do edifício, integrados às exposições.

A gestão do Museu do Ipiranga é feita pela direção do Museu Paulista, com suporte da Fundação de Apoio ao Museu Paulista (FAAMP).

O edifício, tombado pelo patrimônio histórico municipal, estadual e federal, foi construído entre 1885 e 1890 e está situado dentro do complexo do Parque Independência. Concebido originalmente como um monumento à Independência, tornou-se em 1895 a sede do Museu do Estado, criado dois anos antes, sendo o museu público mais antigo de São Paulo e um dos mais antigos do país. Está, desde 1963, sob a administração da USP, atendendo às funções de ensino, pesquisa e extensão, pilares de atuação da Universidade.

Site | Instagram | Facebook | Linkedin

Patrocinadores e parceiros:

Mantenedor: Shell e Vale

Patrocinador Master: Itaú e Santander

Patrocínio Ouro: B3 e Comgas

Patrocínio Prata: Caterpillar, Goodyear, Zurich Seguros e Redecard

Empresas parceiras: Atlas Schindler, Banco Votorantim, Dimensional, Nortel, Porto Seguro, PWC, Sabesp, Singer e Smiles

Parceria de mídia: Estadão, Instituto Bandeirantes, JCDecaux, Revista Piauí e Uol.

(Com Rafaela Serra/Conteúdo Comunicação)

13ª edição da Festa do Livro da USP Leste começa nesta terça-feira (8)

São Paulo, por Kleber Patricio

A 13ª Festa do Livro da USP Leste, organizada pela Edusp e pela Escola de Artes, Ciências e Humanidades (EACH) em parceria com o Cursinho popular da EACH, contará com a presença de 40 editoras, oferecendo descontos de 50% em suas publicações e extensa programação cultural com foco em questões da comunidade LGBTQIAPN+.

A edição deste ano acontece nos dias 8, 9 e 10 de abril, das 9h30 às 21h. Aberta a todos e de entrada gratuita, o evento será realizado na Avenida Arlindo Béttio, 1000, bairro de Ermelino Matarazzo. É possível chegar ao evento pela estação USP Leste da linha 12-Safira da CPTM ou utilizar as linhas de ônibus municipais que circulam pela região.

Confira a seguir destaques da programação cultural:

No dia 8 de abril, às 16h, haverá uma apresentação com Alex Francisco, autor de ‘Páginas Coloridas’, sobre a relação entre a imprensa, a 13ª edição do evento e a comunidade LGBTQIAPN+. Às 19h acontece a exibição do documentário ‘Cartografia social e história oral dos riscos socioambientais do Jardim Keralux e da Vila Guaraciaba’, desenvolvido pelo Programa Adapta Keraciaba, seguido por um debate.
Na quarta-feira (9) às 19h, acontece o lançamento do novo livro da Edusp ‘Fundamentos Socioculturais da Educação Física e do Esporte’, com a presença do autor Marco Bettine.

No dia 10 de abril, Jean Wyllys estará presente para o debate sobre desinformação, discurso de ódio e a questão LGBTQIAPN+, às 16h. Em seguida, às 19h, haverá uma mesa sobre narrativas de raça e gênero na literatura, com foco na representatividade e resistência.

Destaques da Edusp

A Edusp participará da Festa do Livro da USP Leste com descontos de 50% no preço de capa. Confira alguns dos destaques da editora:

Fundamentos Socioculturais da Educação Física e do Esporte, de Marco Bettine

O professor Marco Bettine aplica sua experiência lecionando na Escola de Educação Física e Esporte de Ribeirão Preto (EEFERP-USP) e na Escola de Artes, Ciências e Humanidades (EACH) para orientar docentes dos cursos de educação física e esporte. O livro tem por objetivo auxiliar na formação de profissionais que compreendam sua área de atuação do ponto de vista sociocultural, trazendo debates sobre assuntos como os aspectos sociais do esporte e do lazer, a importância da higiene e os efeitos da discriminação na prática esportiva. De R$ 68,00 por R$ 34,00.

Visões da Política: Virtudes da Renascença, de Quentin Skinner

O influente historiador inglês Quentin Skinner revisita as origens do pensamento político no Ocidente em seu livro Visões da Política: Virtudes da Renascença. Com sua análise da virtude cívica e da liberdade na Renascença, o autor mostra como as discussões filosóficas daquela época ainda influenciam os debates sobre poder e cidadania hoje em dia. Skinner examina figuras como Maquiavel, John Milton e Thomas More, tratando de conceitos importantes da história do pensamento político, como utopia e virtú. De R$ 96,00 por R$ 48,00.

Três Ensaios sobre Estilo, de Erwin Panofsky

O recém-lançado Três Ensaios sobre Estilo reúne três textos do crítico e historiador da arte alemão Erwin Panofsky: O que é Barroco?, Estilo e Mídia no Cinema e Os Antecedentes Ideológicos do Radiador do Rolls-Royce.

O livro conta com uma introdução assinada por Irving Lavin e um prefácio à edição brasileira escrita por Serzenando Alves Vieira Neto. De R$ 68,00 por R$ 34,00.

 

Cinema e Temas Urbanos: Sete Filmes, Sete Textos, Sete Ensaios, de Felipe de Souza Noto

Neste livro, Felipe de Souza Noto desenvolve um diálogo entre obras do cinema e textos sobre os espaços urbanos. Os sete ensaios que compõem a obra conectam estudos de referência nos campos da arquitetura, urbanismo e sociologia a filmes de cineastas como Alfred Hitchcock, Federico Fellini e Martin Scorsese, explorando as relações entre essas produções cinematográficas e os estudos sobre a cidade. De R$ 40,00 por R$ 20,00.

Serviço:

13ª Festa do Livro da USP Leste EACH

Quando: 8 a 10 de abril

Horário: terça a quinta-feira das 9:30h às 21h

Local: EACH – Avenida Arlindo Béttio, 1000, no bairro Ermelino Matarazzo

Informações: https://festadolivro.edusp.com.br/uspleste/inicio.

(Com Bruno Passos Cotrim/Libris)

FIL – Festival Internacional Intercâmbio de Linguagens é reconhecido como patrimônio histórico, cultural e imaterial do Estado do Rio de Janeiro

Rio de Janeiro, por Kleber Patricio

Muances – espetáculo francês da Cia Ever – Camille Rocailleux, previsto para o FIL 2025. Foto: Divulgação Cia Ever/Camille Rocailleux.

O FIL – Festival Internacional Intercâmbio de Linguagens, idealizado pela multiartista Karen Acioly, é reconhecido como Patrimônio Histórico, Cultural e Imaterial do Estado do Rio de Janeiro por meio do Projeto de Lei 3826, de autoria do deputado estadual Carlos Minc, aprovado por unanimidade no dia 3 de abril de 2025.

Criado em 2003 por iniciativa da então coordenadora de teatro infantil do município, Karen Acioly, o FIL é um festival que promove uma cultura feita de criança para adulto, de criança para criança e de adulto para criança, reunindo diversas linguagens artísticas, das artes cênicas às artes digitais.

Karen Acioly – idealizadora do FIL comemora esse momento histórico. Foto: Aralume Fotografia.

O reconhecimento do FIL como Patrimônio Cultural e Imaterial do Estado do Rio de Janeiro se deve à sua relevância na promoção da cultura da infância, à criação de políticas públicas voltadas para esse segmento e aos seus programas nacionais e internacionais, que estabelecem laços criativos e intercâmbios culturais duradouros.

“Gostaríamos de agradecer, do fundo do coração, em nome do FIL Festival e de todas as equipes e artistas que fizeram parte desses 22 anos de história, ao deputado Carlos Minc – esse homem brilhante que enxergou a importância de sensibilizar e formar crianças, adolescentes, jovens e adultos para o estímulo aos imaginários e para as artes multidisciplinares. Essa polifonia de vozes, percebida pelo deputado Carlos Minc, ecoou com aprovação unânime no Plenário da Alerj. Hoje, despertamos com o reconhecimento do FIL como Patrimônio Histórico, Cultural e Imaterial do Estado do Rio de Janeiro. Esperamos que esse reconhecimento proporcione ao FIL vida longa, saudável e feliz, oferecendo às crianças urbanas, ribeirinhas, quilombolas, fronteiriças e a toda a diversidade cultural do nosso país mais oportunidades de acesso à arte – a arte em todas as suas dimensões, o imaginário em toda sua potência. Muito obrigada, Carlos Minc”, celebra Karen Acioly, dramaturga, roteirista, pesquisadora, curadora e idealizadora do FIL.

Nosferatu – Cia Bob Théâtre/ França. Foto: acervo FIL.

“O FIL celebra as linguagens e promove o intercâmbio entre povos, reforçando a solidariedade e a humanidade que tanto precisamos. Seguimos por um mundo mais inclusivo e menos violento”, destaca Carlos Minc.

Em homenagem ao deputado Minc, o FIL, que será realizado de 4 a 19 de outubro, nos teatros da Rede Municipal do Rio de Janeiro, vai distribuir o Prêmio FIL Carlos Minc, que premiará a atração mais bem votada pelas crianças.

(Fonte: Claudia Tisato Assessoria de imprensa)

Santuário do Caraça registra filhote de lobo-guará após incêndios

Minas Gerais, por Kleber Patricio

Registro feito recentemente. Foto: Divulgação.

O Santuário do Caraça é conhecido por sua história e belezas naturais, mas se destaca, também, por momentos únicos e marcantes, como a Hora do Lobo, protagonizada pelo lobo-guará, que vai até a escadaria do destino turístico desde maio de 1982, encantando turistas e visitantes. Por esse motivo, acabou se tornando mais do que uma visita ilustre, mas um ícone local. Por todo esse cuidado e carinho com o canídeo, o Santuário, em parceria com o Instituto Pró-Carnívoros, escreveu o projeto ‘Turismo de Observação do lobo-guará como ferramenta de conservação’, que foi contemplado pelo Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) por meio da Plataforma Semente, para ajudar na preservação e cuidados com o animal.

A primeira boa notícia já chegou. Em um cenário de recuperação após os devastadores incêndios em setembro e outubro do ano passado, foi registrado o nascimento de dois filhotes de lobo-guará, filhos da loba Sampaia, monitorada por rádio colar. A confirmação, capturada pelas câmeras de monitoramento, reacende a esperança e sublinha o papel fundamental do Santuário na preservação da espécie.

Douglas Henrique, biólogo e coordenador ambiental do Santuário do Caraça, expressou o alívio e a emoção da equipe. “Depois dos incêndios do ano passado, estávamos acompanhando os lobos e tínhamos a esperança de que havia ocorrido reprodução. Ficamos apreensivos, pois diante do cenário de destruição, não sabíamos se os filhotes dos lobos tinham sobrevivido ou não, mas a imagem dos lobinhos nas câmeras do projeto trouxe a confirmação de que Sampaia conseguiu salvar seus filhotes”, relata.

Foto: Miguel Andrade.

O biólogo enfatiza a importância da notícia para o Santuário do Caraça. “Essa relação com os filhotes é importante porque os pais ensinam tudo para eles. E essa tradição dos lobos no Caraça só se permanece porque os filhotes aprendem com os pais a subir no adro. O registro dos filhotes, inclusive no adro da igreja, demonstra que o Santuário continua a ser um refúgio vital para a espécie. É um marco importante pois mostra que nós contribuímos para a conservação do lobo. Desde 2015 são registrados eventos de nascimento de lobos no Caraça, ao longo desses anos, mais de 20 lobos nasceram e cresceram por aqui. Uma pergunta importante que o projeto quer responder é: para onde vão esses filhotes depois que crescem e atingem a idade adulta?”, acrescenta Douglas Henrique.

Monitoramento de lobos

O Santuário do Caraça foi contemplado com um projeto de monitoramento da espécie, com o apoio do Ministério Público de Minas Gerais, execução pelo Instituto Pró-Carnívoros e supervisão do ICMBIO. O projeto utilizará rádio colares e câmeras trap para entender as ameaças e fortalecer a conservação.

Foto: PBCM.

De acordo com coordenador ambiental do Caraça, o trabalho tem como foco entender as ameaças regionais que os lobos vêm sofrendo. “O objetivo é monitorar o lobo-guará e conhecer de perto quais são os conflitos vividos pela espécie. Pretendemos diagnosticar a população, identificar as ameaças regionais, entender as áreas de uso dessa espécie e avaliar o comportamento em função dessa ambientação. Esse projeto tem algumas ramificações e a principal delas é a avaliação da saúde desses animais, que são informações que carecem de pesquisas de médio a longo prazo. Alguns estudos apontam que vários lobos têm sofrido com zoonose, principalmente a sarna e a cinomose. Esta doença ocorre por meio do contato direto ou indireto dos animais silvestres com animais domésticos doentes”.

O monitoramento dos lobos é realizado através de duas metodologias: o uso de rádio colar, que é um equipamento que vai nos mostrar quais os caminhos o animal percorre. “Além disso, também são utilizadas armadilhas fotográficas, conhecidas como Trap, espalhadas na natureza, que possuem um sensor de calor e movimento, sendo disparadas automaticamente quando um animal passa na sua frente”, explica.

Segundo Douglas Henrique, todo o trabalho com o lobo-guará é executado pelo Instituto Pró-Carnívoros. “Essa entidade é referência nos estudos de carnívoros do Brasil e especialmente o Lobo-Guará. Assim, o Santuário do Caraça contribuirá com informações cientificas sobre a espécie, já que aqui ela está dentro de uma unidade de preservação. No entanto, o seu entorno sofre constantes ameaças, seja do crescimento urbano e da monocultura de eucalipto, da mineração, das estradas e por isso, queremos entender qual a importância dos lobos do Caraça para a continuidade da espécie dentro do Quadrilátero Ferrífero e em Minas Gerais. Sabemos que a espécie está sempre se reproduzindo, mas queremos verificar se esses indivíduos estão sobrevivendo, para onde vão e o que acontece com eles”, completa.

Desmistificar lendas

Além disso, o coordenador ambiental do Caraça, diz que o trabalho chega parar destituir qualquer tipo de narrativa a respeito da casta. “Outro aspecto muito interessante desse trabalho é de desmistificar as histórias e lendas ao redor do lobo-guará. Desta forma, as comunidades do entorno serão sensibilizadas da importância dessa espécie nativa dentro do Santuário do Caraça, mas também, nas proximidades. Isso, porque ele é importante, já que é um dispersor de sementes e um animal que controla alguns roedores, serpentes. Ou seja, queremos mostrar a importância desse convívio equilibrado e ecológico. Assim, reforçamos que esse será um trabalho muito importante e que com certeza, terá bons frutos para toda a região. Manter a espécie é preservar a nossa natureza”, conclui.

Sobre o Santuário do Caraça

RPPN do Santuário do Caraça. Foto: Miguel Andrade.

O complexo é tombado como Patrimônio Histórico e Artístico Nacional e Estadual. Foi escolhido como uma das Sete Maravilhas da Estrada Real. Conta com um amplo Conjunto Arquitetônico onde estão a primeira igreja de estilo neogótico do Brasil, o prédio do antigo Colégio (hoje Museu e Biblioteca), o hotel com 57 apartamentos e quartos, com capacidade para até 230 pessoas, e a Fazenda do Engenho, com 26 apartamentos. O local possui enorme diversidade de fauna e flora, com raridades de animais e plantas no meio ambiente. Na ampla diversidade de sua fauna, há 386 espécies de aves, 64 espécies de anfíbios, 54 espécies de répteis, 12 espécies de peixes e 76 espécies de mamíferos.

A Reserva Particular do Patrimônio Natural do Santuário do Caraça faz parte de duas importantes reservas ecológicas, as Reservas da Biosfera da Serra do Espinhaço Sul e a da Mata Atlântica, onde há diversas espécies de flora e fauna, algumas encontradas somente no Complexo do Santuário do Caraça, que fica na transição entre Mata Atlântica e Cerrado, onde também há campos rupestres. Em suas serras há nascentes, ribeirões e lagos que possuem águas de coloração escura, que carreiam material orgânico em suspensão. O clima tem baixas temperaturas e elevada umidade do ar, comuns em ambientes de mata. O território do Complexo do Caraça integra a Área de Proteção Ambiental ao Sul da Região Metropolitana de BH, onde começam duas grandes bacias hidrográficas, a do rio São Francisco e a do rio Doce, que abastecem aproximadamente 70% da população de Belo Horizonte e 50% da população de sua região metropolitana.

Santuário do Caraça

Estrada do Caraça, Km 9 – entre os municípios de Catas Altas e Santa Bárbara

Fácil acesso pelas rodovias BR 381 e MG 436, além do da possibilidade de ir por trem (Estação Dois Irmãos – Barão de Cocais)

Taxa de entrada:

R$ 35 (em dias de semana)

Finais de semana, feriados e datas comemorativas:

R$45 (por pessoa)

Idosos: 50% de desconto

Moradores de Barão de Cocais, Catas Altas e Santa Bárbara possuem 50% de desconto

Entrada gratuita na 1ª quarta-feira de cada mês para os moradores de Barão de Cocais, Catas Altas e Santa Bárbara

Site com opções de hospedagens: www.santuariodocaraca.com.br

Reservas: centraldereservas@santuariodocaraca.com.br

Instagram: @santuariodocaraca @rppn_caraca

Facebook: www.facebook.com/santuariocaraca/.

(Com Heberton Lopes/Grupo Balo)

Inhotim oferece prêmio inédito para que escolas desenvolvam projetos de arte e natureza

Brumadinho, por Kleber Patricio

Yayoi Kusama, Narcissus Garden, 1966/2009. Foto: Guiga Guimarães.

O Instituto Inhotim, museu de arte contemporânea e jardim botânico localizado em Brumadinho, Minas Gerais, anuncia um prêmio inédito que incentiva escolas públicas, privadas e institutos federais de Minas Gerais a desenvolverem projetos que investiguem as múltiplas relações entre arte e natureza, com temas que abordem ecologia, saberes tradicionais e território.

O Prêmio Arte e Natureza nas Escolas irá selecionar quatro projetos em 2025 para receber um incentivo de R$ 8.000,00 para o desenvolvimento das propostas, além de terem mentorias de educadores do Instituto Inhotim, que irão até as escolas para acompanhar os projetos de perto. Com foco em turmas de ensino infantil, fundamental, médio e EJA (Educação de Jovens e Adultos), podem ser contempladas três escolas das redes públicas e uma escola particular de municípios que estejam até 120 km de distância do Inhotim. A convocatória para o prêmio acontece de 1º a 30 de abril de forma virtual no site do Inhotim e o resultado dos projetos selecionados será divulgado no mês de junho.

A premiação tem como objetivo inspirar professores e professoras a investigar as temáticas de arte e natureza em suas práticas pedagógicas, utilizando o território escolar como espaço de aprendizagem e valorizando os saberes tradicionais de mestras e mestres. A área de Educação do Inhotim busca fomentar projetos inovadores que abordem questões socioambientais relevantes, como a importância da luta pelo território de povos originários e quilombolas, a valorização dos saberes ancestrais, sempre em diálogo com a arte contemporânea.

O Prêmio Arte e Natureza nas Escolas tem a Vale como Mantenedora Master e conta com o Patrocínio Prata do C6 Bank por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura.

Serviço:

Prêmio Arte e Natureza nas Escolas

Convocatória: de 1º a 30 de abril

Período de seleção: 5 a 30 de maio

Divulgação dos projetos selecionados: 13 de junho

Encontro de abertura: 2 de agosto

Encontros de acompanhamento dos projetos: entre agosto e novembro (datas a definir a partir dos calendários das escolas selecionadas)

Encontro de conclusão do projeto: 6 de dezembro.

Instituto Inhotim

Informações gerais

Horários de visitação: De quarta a sexta-feira, das 9h30 às 16h30, e aos sábados, domingos e feriados, das 9h30 às 17h30. Nos meses de janeiro e julho, o Inhotim funciona também às terças.

Entrada: Inteira: R$ 60,00 | Meia-entrada*: R$ 30,00.

*Veja as regras de meia-entrada no site: www.inhotim.org.br/visite/ingressos

Entrada gratuita:

Inhotim Gratuito: acesse o guia especial sobre a gratuidade no Inhotim.

Moradores e moradoras de Brumadinho cadastrados no programa Nosso Inhotim; Amigos do Inhotim, crianças de 0 a 5 anos, patronos, patrocinadores e instituições parceiras do Inhotim não pagam entrada.

Quarta Gratuita Inhotim: todas as quartas-feiras são gratuitas.

Domingo Gratuito: último domingo do mês é gratuito.

Localização

O Inhotim está localizado no município de Brumadinho, a 60 km de Belo Horizonte (aproximadamente 1h15 de viagem). Acesso pelo km 500 da BR-381 – sentido BH/SP. Também é possível chegar ao Inhotim pela BR-040 (aproximadamente 1h30 de viagem). Acesso pela BR-040 – sentido BH/Rio, na entrada para o Retiro do Chalé.

(Com Amanda Viana/Instituto Inhotim)