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Museus-Casas de São Paulo celebram as mulheres

São Paulo, por Kleber Patricio

A Casa Mario de Andrade. Foto: Divulgação.

A Casa das Rosas, a Casa Mário de Andrade e a Casa Guilherme de Almeida, equipamentos da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Estado de São Paulo, e gerenciados pela Organização Social Poiesis, trazem em março uma programação que enaltece e reflete sobre a pluralidade das experiências femininas nas mais diversas frentes, seja nas artes e cultura, seja na política.

Entre os destaques estão mais uma edição do Ciclo ‘A Cidade das Mulheres na Casa das Rosas’ sobre os desafios e conquistas das mulheres na capital paulista, uma formação que abordará a trajetória e produções das artistas do modernismo brasileiro na Casa Guilherme de Almeida e uma visita temática à Casa Mário de Andrade pensando na presença feminina negra na ancestralidade do poeta.

Casa das Rosas

A Cidade das Mulheres será o tema da nova edição do Ciclo na Casa das Rosas. Entre os dias 8 e 9 de março, o espaço se transformará em um ponto de encontro para a troca de vivências que abordarão os desafios e conquistas de mulheres em diversas esferas da vida urbana.

Projeto Quintal. Foto: Neiliane Araújo.

“Quem foram as mulheres que habitaram a Casa das Rosas?” será a pergunta que a visita educativa Mulheres na Casa das Rosas pretende responder no dia 8/3, a partir das 11h, enfatizando as diferentes condições de vida, os espaços domésticos utilizados e o papel delas na elaboração e manutenção da memória da família e de seus trabalhadores.

No mesmo dia, a partir das 14h, a roda de conversa Mulheres e narrativas urbanas, com a Fósforo Editora, além da artista plástica e escritora Edith Derdyk, e Adriana Ferreira, escritora e jornalista, abordará a obra ‘Flâneuse: mulheres que caminham pela cidade em Paris, Nova York, Tóquio, Veneza e Londres’, de Lauren Elkin, a fim de ampliar o debate sobre como a cidade é um espaço de transformação para as mulheres, explorando a intersecção entre literatura, arte e vida urbana.

No dia 9 de março, a partir das 14h, a roda de conversa Experiências femininas na cidade reunirá mulheres de diferentes territórios, trajetórias e identidades para discutir a diversidade de experiências no contexto urbano de São Paulo. Neste bate-papo estarão presentes as representantes dos coletivos Tem Sentimento, Warmis e Ocupação Penha Pietras, Thais Cristina dos Santos, Jobana Moya e Gabi Feliciano respectivamente, e será mediado por Tatiana Waldman, Mestra e Doutora em Direitos Humanos pela USP.

Fechando a programação do mês, no dia 22, a partir das 15h, a Casa convida a todos para a roda de conversa mediada pela Editora Todavia Destino’ feminino: escolhas e imposições com a autora do livro ‘Cantagalo’ Fernanda Teixeira Ribeiro, ex-aluna do CLIPE em 2019 e vencedora do Prêmio UCCLA-Lisboa de Revelação Literária em Portugal em 2024.

Casa Guilherme de Almeida

A Casa Guilherme de Almeida. Foto: André Hoff.

No dia 8 de março, a partir das 11h, o Núcleo de Ação Educativa do Museu-Casa realizará a oficina A palavra pintada de Pagu: cartas com alma e arte, onde algumas de suas facetas, enquanto mulher no século XX no Brasil, serão abordadas em uma breve biografia.

Após a leitura de uma carta escrita por Oswald de Andrade para Guilherme de Almeida, cuja ilustração do verso foi feita por Pagu, o público será convidado a também escrever uma carta para alguma mulher importante, posteriormente trocadas entre si para complementar o conteúdo por meio de outra intervenção artística.

Na formação online Entre o visível e o invisibilizado: a arte das mulheres modernistas será explorada a trajetória e produções de artistas conhecidas como Tarsila do Amaral e Anita Malfatti, bem como de artistas que tiveram papéis importantes no movimento, mas foram ofuscadas, entre elas Regina Gomide Graz e Zina Aita, destacando uma nova perspectiva sobre o modernismo brasileiro e a importância das mulheres na formação da arte nacional.

Serão três encontros nos dias 12, 19 e 27 de março, a partir das 19h, ministrados por Bruna Fernanda, pesquisadora, mestre em Filosofia, curadora e educadora, Michele Petry, historiadora e pós-doutora na Divisão de Pesquisa em Arte, Teoria e Crítica no Museu de Arte Contemporânea da USP e Somnia Carvalho, doutora em Estética pela USP, com tese sobre a pintura de Anita Malfatti.

No dia 29/3, a partir das 15h, o Núcleo de Ação Educativa convida a todos para o Mulheres modernistas no acervo Casa Guilherme de Almeida. Após uma visita ao acervo de Guilherme e Baby de Almeida totalmente focada nas artistas, haverá uma roda de conversa sobre essas mulheres, as quais tiveram marcantes atuações na Semana de 1922 e na revolução da arte moderna no Brasil, mesmo tendo sofrido tentativas de apagamento no decorrer dos anos.

Casa Mário de Andrade

Detalhes da porta de entrada da casa de Mário de Andrade com a simbologia Adinkra Sankofa. Foto: André Hoff.

A palestra que ocorrerá no dia 8 de março, às 15h, O caderno de receitas de Tia Nhanhã e o ‘não caderno’ de Bastiana, convida Viviane Aguiar, mestre em História Social pela USP e pesquisadora do pensamento de Mário de Andrade sobre a culinária brasileira, para dar destaque às mulheres que moraram e trabalharam na residência da Rua Lopes Chaves no bairro da Barra Funda, onde o museu está localizado. O bate-papo será por meio da história do caderno de receitas de Nhanhã, tia e madrinha do poeta modernista. Este único objeto remanescente será abordado como um instrumento de ação e poder das mulheres da casa no ambiente doméstico.

No dia 22 de março, a partir das 15h30, o público será convidado a refletir sobre a ancestralidade negra do escritor e o modo como a experiência do feminino negro está viva em sua morada e no território da Barra Funda na visita Morada Sankofa: o feminino negro na casa, vida e obra de Mário de Andrade. A atividade acionará a simbologia Adinkra Sankofa, presente nos portões da Casa e que representa o voltar às nossas origens e raízes.

Projeto Quintal

Neste mês, o Projeto Quintal também celebrará as mulheres das artes, sobretudo as modernistas. Por meio de um circuito de vivências sensoriais no dia 8 de março, a partir das 10h30, crianças e seus responsáveis poderão explorar a Casa Mário de Andrade como um museu brincante ao experimentar produções de mulheres modernistas a partir de brinquedos e objetos de sensibilização para a ludicidade e o fazer artístico.

E no dia 15 de março, a partir das 10h30, a biblioteca do Projeto na Casa Guilherme de Almeida terá como destaque obras escritas por mulheres ou com personagens femininas como protagonistas, a fim de estimular a leitura e a contação de histórias.

Serviço:

Programação gratuita – Mês das mulheres nos Museus-Casas de São Paulo

Casa das Rosas

CICLO – A Cidade das Mulheres

Atividade 1 – Visita educativa As mulheres da Casa das Rosas

Com Núcleo Educativo

Sábado, 8 de março, das 11h às 12h

Local: museu

Classificação indicativa: livre

Retirada de senha por ordem de chegada

Informações no site

Rodas de conversa:

Atividade 2 – Mulheres e narrativas urbanas

Com Edith Derdyk e Adriana Ferreira

Sábado, 8 de março, das 14h às 16h

Local: Sala multiuso

Classificação indicativa: livre

Atividade 3 – Experiências femininas na cidade

Com Jobana Moya, Gabi Feliciano, Thais Cristina dos Santos e mediação de Tatiana Waldman

Domingo, 9 de março, das 14h às 16h

Local: Sala multiuso

Classificação indicativa: livre

Roda de conversa – ‘Destino’ feminino: escolhas e imposições

Sábado, 22 de março, das 15h às 17h

Local: Sala multiuso

Classificação indicativa: livre.

Museu Casa das Rosas

Endereço: Avenida Paulista, 37 – Bela Vista, São Paulo (SP) Tel.: (11) 3285-6986.

Funcionamento: aberto de terça a domingo, das 10h à 17h30 (permanência até as 18h)

Jardim aberto de segunda a domingo, das 7h às 22h

Visitas mediadas: públicos espontâneos podem aproveitar para conhecer o Museu nos dias e horários de funcionamento. Grupos precisam agendar previamente, entrando em contato com o Núcleo de Ação Educativa do Museu – clique aqui.

Visitas guiadas com a duração de 1h30.

Acessibilidade: rampa, pisos podotáteis, banheiros adaptados e recursos de acessibilidade no espaço expositivo.

Os contatos estão disponíveis no site.

Casa Guilherme de Almeida

Oficina – A palavra pintada de Pagu: cartas com alma e arte

Com Núcleo de Ação Educativa

Sábado, 8 de março, das 11h às 12h30

Local: museu

Classificação indicativa: livre

Saiba como participar no site

Curso – Entre o visível e o invisibilizado: a arte das mulheres modernistas

Com Bruna Fernanda Vieira, Michele Petry e Somnia Carvalho

Quartas-feiras, 12 e 19 de março, e quinta-feira, 27 de março, das 19h às 21h

Classificação indicativa: livre | Plataforma: Zoom

Informações e inscrições no site

Projeto Quintal

Sábado, 15 de março, das 10h30 às 12h

Com Núcleo de Ação Educativa

Público: 0 a 8 anos (acompanhadas de seus responsáveis)

Local: deck do museu

Informações no site

Visita – Mulheres modernistas no acervo Casa Guilherme de Almeida

Com Núcleo de Ação Educativa

Sábado, 29 de março, das 15h às 16h30

Classificação indicativa: livre

Informações no site

Casa Guilherme de Almeida

Funcionamento:

Terça-feira a domingo, inclusive feriados, das 10h às 17h30 (permanência até as 18h)

Programação gratuita

Rua Macapá, 187 – Perdizes, São Paulo-SP

Tel.: (11) 3673-1883 | Agende sua visita com o educativo: saiba mais.

Acessibilidade: rampa de acesso, elevador, piso podotátil e banheiro adaptado; videoguia em Libras e réplicas táteis.

Casa Mário de Andrade

Palestra O caderno de receitas de Tia Nhanhã e o ‘não caderno’ de Bastiana

Com Viviane Aguiar

Sábado, 8 de março, das 15h às 17h

Classificação indicativa: livre

Informações e inscrições no site

Projeto Quintal + Museu Brincante

Com Núcleo de Ação Educativa

Sábado, 8 de março, das 10h30 às 12h

Público: 0 a 8 anos (acompanhadas de seus responsáveis)

Local: área externa

Informações no site

Visita – Morada Sankofa: o feminino negro na casa, vida e obra de Mário de Andrade

Com Núcleo de Ação Educativa

Sábado, 22 de março, das 15h30 às 16h30
Classificação indicativa: livre

Informações no site

Casa Mário de Andrade

Funcionamento do museu: terça-feira a domingo, inclusive feriados, das 10h às 17h30 (permanência até as 18h)

Programação gratuita

Endereço: Rua Lopes Chaves, 546 – Barra Funda

Contato: 11 4096-9900 – ramal 9854; ou pelo e-mail disponível no site.

Acessibilidade: rampas de acesso, placas em Braille nas portas, elevador, piso podotátil e banheiros adaptados para pessoas com deficiências.

Sobre os Museus-Casas de São Paulo

Os museus Casa das Rosas, Casa Mário de Andrade e Casa Guilherme de Almeida estão localizados em pontos estratégicos e de grande movimentação da capital paulista, oferecendo programação gratuita no campo das artes, da literatura, tradução, gestão cultural e patrimônio arquitetônico.

Os Museus-Casas de São Paulo são da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Estado de São Paulo, e gerenciados pela Poiesis. Os três museus desenvolvem agendas conjuntas e com as especificidades de cada um, já que têm relação com os patronos, grandes escritores que protagonizaram movimentos de vanguarda: Mário de Andrade e Guilherme de Almeida entre os mentores do Modernismo dos anos 1920; e Haroldo de Campos, um dos criadores da Poesia Concreta na década de 1950.

Sobre a Poiesis |A Poiesis é uma Organização Social de Cultura que desenvolve e gere programas e projetos, além de pesquisas e espaços culturais, museológicos e educacionais, voltados para a formação complementar de estudantes e do público em geral. A instituição trabalha com o propósito de propiciar espaços de acesso democrático ao conhecimento, de estímulo à criação artística e intelectual, e de difusão da língua e da literatura.

(Com Raquel Porto/Poiesis)

Realidade virtual leva visitantes a uma viagem imersiva pelo Parque Nacional Cavernas do Peruaçu

Minas Gerais, por Kleber Patricio

Gruta do Janelão – Parque Nacional Cavernas do Peruaçu (MG). Foto: Maurício Andrade.

Cerca de 1480 cavernas identificadas, mais de 80 sítios arqueológicos e diversas pinturas rupestres, datadas entre 500 e até 11.000 anos atrás – quem quiser conhecer parte das riquezas e belezas naturais do Parque Nacional Cavernas do Peruaçu (MG) sem sair do lugar poderá se aventurar por meio da tecnologia imersiva. A página do projeto Vivências 3D:uma imersão em realidade virtual no Parque Nacional Cavernas do Peruaçu está no ar e passa a permitir que crianças, pessoas com mobilidade reduzida ou aquelas que não têm a oportunidade de visitá-lo presencialmente vivenciem a experiência de forma virtual e interativa. A iniciativa contou com o apoio e financiamento do Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Cavernas (ICMBio/Cecav).

“A proposta dessa ação parte da ideia de desenvolver programas socioeducativos permanentes visando estimular a conscientização, implementar sustentabilidade e garantir a conservação dos ambientes cavernícolas e espécies associadas. Partimos do princípio de que as pessoas precisam conhecer para preservar e entender a importância dessas áreas permite que o meio ambiente ganhe mais aliados na luta por sua conservação”, afirmou o coordenador do ICMBio/Cecav, Jocy Cruz.
“O projeto se baseia em duas principais frentes de atuação. A primeira está voltada para a conservação: ao digitalizar áreas sensíveis com a presença de apenas uma pessoa, evita-se que múltiplos visitantes acessem esses locais, reduzindo impactos como pisoteio e a alteração do microclima das cavernas, devido à saturação de CO2, um fator crítico para esses ambientes subterrâneos”, afirmou o espeleólogo e idealizador da iniciativa, Alexandre Lobo.

Segundo Lobo, o segundo pilar do projeto é a acessibilidade. “A tecnologia permite que tanto pessoas com mobilidade reduzida quanto aquelas que não têm condições de visitar o parque possam vivenciar essa experiência imersiva e segura”.

Sobre o Parque Nacional Cavernas do Peruaçu

Lapa do Boquete – Parque Nacional Cavernas do Peruaçu (MG). Foto: Maurício Andrade.

Criado em 1999, o Parque Nacional Cavernas do Peruaçu compreende os municípios de Januária, Itacarambi e São João das Missões, na região norte de Minas Gerais. Formado por grandes extensões de matas, cânions e cavernas, o local abrange três biomas brasileiros: a Caatinga, o Cerrado e a Mata Atlântica. O local possui uma enorme relevância científica para diversas áreas da ciência.

A unidade de conservação federal em breve poderá se tornar Patrimônio Natural da Humanidade pela Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco). Em dezembro de 2024, uma audiência realizada pelo comitê que está à frente da candidatura apresentou um relatório com os estudos sobre o local. O material foi traduzido para o inglês, ilustrado e protocolado junto à Unesco no dia 1º de fevereiro. Caso seja aprovado, neste ano o pleito será submetido à plenária da agência especializada do Sistema ONU para votação.

Projeto contemplará outras cavernas brasileiras

Gruta do Janelão – Parque Nacional Cavernas do Peruaçu (MG). Foto: Jocy Cruz.

Inserido no projeto ‘Vivências 3D’, uma ação do ICMBio/Cecav, em parceria com o Laboratório de Geomorfologia da Universidade Federal do Ceará (UFC), está conduzindo o trabalho de imageamento em 3D de algumas cavernas do Parque Nacional da Furna Feia (RN) e do seu entorno. A ideia é potencializar ações de pesquisa não-invasivas, de documentação de atributos de espeleotemas sensíveis e promover o turismo virtual.

Uma expedição realizada em setembro de 2024 na região do munícipio de Baraúna percorreu as cavernas Furna Feia e Furna Nova, localizadas dentro na unidade de conservação potiguar, e o Abrigo do Letreiro, uma caverna com pinturas rupestres.

(Com Lorene Lima/ICMBio)

Em 2024, Ligue 180 registra aumento de 29% nos atendimentos em São Paulo

São Paulo, por Kleber Patricio

Foto: Curated Lifestyle/Unsplash+.

Dispositivo central na estratégia de enfrentamento da violência contra a mulher no país, a Central de Atendimento à Mulher – Ligue 180 totalizou, no ano passado, 142.889 ligações registrados em São Paulo – um aumento de 29,13% em relação a 2023, quando 110.651 ligações foram computadas. No ano passado, no estado paulista, houve aumento de 19,98% no número de denúncias, passando de 26.026 em 2023 para 31.227 em 2024. Desse total, 27.460 foram recebidas por telefone e 3.054 por WhatsApp.

Entre as denúncias no ano passado, 19.046 foram apresentadas pela própria vítima, enquanto 12.155 foram por terceiros. A casa da vítima ainda é o cenário onde mais situações de violência são registradas: 12.174 denúncias tinham este contexto. A residência compartilhada por vítima e suspeito também é local de grande parte das denúncias em São Paulo, com 10.608 casos.

Os dados apontam que há mulheres que vivenciam diariamente as situações de violências. No estado, a frequência diária foi relatada em 14.672 atendimentos, enquanto 5.452 disseram que as agressões ocorrem ocasionalmente. São as mulheres brancas as vítimas mais frequentes (14.593 casos), mas pretas e pardas somam 13.383. São 8.419 as vítimas com idades entre 35 e 44 anos.

Para a ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, o aumento significativo no número de atendimentos realizados pela central reflete a maior confiança da população brasileira, em especial das mulheres, no Ligue 180, que vem recebendo uma série de melhorias desde 2023, com a reestruturação prevista na retomada do Programa Mulher Viver sem Violência (Decreto nº 11.431/2023). “Temos investido na capacitação das profissionais que realizam o atendimento e o acolhimento das mulheres, tanto para a informação sobre direitos e serviços da rede, como para o correto tratamento e encaminhamento das denúncias aos órgãos competentes, aumentando a confiança no canal. Além disso, temos intensificado as campanhas para ampliar a divulgação do Ligue 180, inclusive o atendimento no WhatsApp”, explica a ministra.

Serviço:

Para fazer a ligação gratuita (ligue 180) de qualquer lugar do Brasil, 24 horas, todos os dias da semana (inclusive finais de semana e feriados). Em casos de emergência, deve ser acionada a Polícia Militar, por meio do telefone 190.
Para acionar o canal via chat no Whatsapp, clique aqui: (61) 9610-0180 ou aponte a câmera para o QRCode.

Nacional — Em 2024, a Central Ligue 180 atendeu 691.444 ligações de todo o território nacional, o que representa um aumento de 21,6% em relação a 2023. O número de atendimentos pelo WhatsApp, lançado em abril de 2023, passou de 6.689 em 2023 (743/mês) para 14.572 em 2024 (1214/mês) — salto de 63,4%.

2 mil por dia — No total, contabilizando telefonia, WhatsApp, e-mail, entre outros canais de atendimento, o Ligue 180 realizou 750.687 atendimentos em 2024 — média de 2.051 por dia. O número de denúncias feitas à Central Ligue 180 também aumentou, passando de 114.626 em 2023 para 132.084 em 2024. Desse total, 38.470 foram realizadas pela própria vítima e 86.105 foram anônimas.

Raça/cor da vítima — Dentre os registros em que foi declarada raça/cor da vítima, as mulheres negras representam a maioria (52,8%) das denúncias de 2024, somando 53.431 casos contra mulheres pardas e 16.373 contra mulheres pretas. Além disso, mulheres brancas somam 48.747 denúncias, seguidas por amarelas (779) e indígenas (620). Em 12.134 denúncias, a cor-raça das vítimas não foi identificada.

Idade — Quanto à idade, os dados apontam que as faixas etárias mais atingidas foram mulheres entre 40 e 44 anos (18.583 denúncias), de 35 a 39 anos (17.572 denúncias) e entre 30 a 34 anos (17.382 denúncias).

Tipos de violência — Ao todo, 573.131 violações foram reportadas ao Ligue 180 em 2024, uma redução de 3,9% em relação a 2023, quando 596.600 violações foram registradas. Os tipos mais recorrentes foram a violência psicológica (101.007 denúncias); seguida pela física (78.651); patrimonial (19.095); sexual (10.203), violência moral 9.180) e cárcere privado (3.027). De acordo com a metodologia utilizada pela Central, uma denúncia pode conter mais de um tipo de violação de direitos das mulheres.

Relação suspeito e vítima — Os dados de 2024 revelam a predominância de suspeitos com relação íntima e/ou familiar com a vítima: companheiros(as) atuais, com 17.915 denúncias, ou ex, com 17.083 denúncias.

Cenário das violações — Em relação ao local em que ocorreram as violações, o ambiente doméstico e familiar foi o cenário mais comum. A ‘casa da vítima’ apareceu em 53.019 denúncias, seguida pela ‘casa onde reside a vítima e o suspeito’ (43.097 denúncias) e a ‘casa do suspeito’ (7.006). Já o ambiente virtual (internet) somou 6.920 denúncias.

(Com Ana Freire/FSB Comunicação)

Maria Fumaça de São João del-Rei a Tiradentes fará 12 viagens entre a sexta-feira (28) e o domingo (2) de Carnaval

São João del-Rei, por Kleber Patricio

Foto: VLI/Divulgação.

A Maria Fumaça administrada pela VLI – controladora da Ferrovia Centro-Atlântica (FCA) – ofertará 12 passeios entre a sexta-feira (28) de Carnaval e o domingo (2) da folia. As tradicionais viagens são realizadas entre as cidades de São João del-Rei e Tiradentes e vice-versa, no Campo das Vertentes (Minas Gerais). Apenas entre a segunda (3) e a quarta-feira (5) não haverá circulação do trem turístico, que é o mais antigo em operação no Brasil.

Durante o trajeto às margens da Serra de São José, que têm um percurso de 12 km de extensão, os passageiros contemplam uma rica diversidade ecológica e belíssimas paisagens que ainda preservam a arquitetura do século XIX. Para conferir a agenda com os horários do trem turístico, que foi inaugurado por Dom Pedro II em 28 de agosto de 1881, basta clicar aqui.

Passagens

A tarifa inteira é de R$86 e a meia-entrada é de R$43 em cada trajeto. A venda de passagens é feita por meio de totens de autoatendimento nas estações de São João del-Rei e Tiradentes, bem como pela internet. Pela web, basta clicar no link da Buson, responsável pela venda de passagens do trem turístico. Mais informações podem ser obtidas pelo site, Alô VLI pelo telefone 0800-0221211 ou WhatsApp (31) 98308-5538.

A entrada é gratuita para crianças de 0 a 5 anos (no colo) mediante apresentação de certidão de nascimento ou carteira de identidade. Têm direito à meia-entrada (50%) crianças de 6 a 12 anos, com a apresentação de certidão de nascimento ou carteira de identidade; estudantes a partir de 13 anos com carteirinha válida no período e identidade com foto; pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida, portando carteirinha ou laudo médico, e seu acompanhante, quando houver; pessoas a partir de 60 anos, apresentando documento de identidade com foto; professores acompanhados a cada grupo de 10 alunos; doadores de sangue ou medula óssea apresentando documento de identificação pelo Conecte SUS Cidadão ou pelo Registro Brasileiro de Doadores Voluntários de Medula Óssea (Redome); moradores da cidade de São João del-Rei e entorno, em até 50 quilômetros, mediante a apresentação de um comprovante de residência (luz, água, telefone, internet) em seu nome, além do documento de identidade, carteira de habilitação ou certidão de nascimento.

Os cônjuges que não têm comprovantes de residência em seu nome podem apresentar certidão de casamento. Aqueles que não têm comprovante de residência em seu nome e não são casados podem levar a carteira de trabalho comprovando o vínculo de trabalho na região ou um contrato de aluguel. As crianças podem mostrar a carteirinha da escola ou declaração escolar com papel timbrado da instituição das cidades.

Estação de Memórias

Os turistas também poderão apreciar as exposições do Programa Estação de Memórias da VLI, inauguradas em São João del-Rei e Tiradentes para preservar a memória ferroviária, que faz parte do patrimônio material e imaterial de diversos municípios, e criar espaços para que as novas gerações conheçam a história da ferrovia. Elas estão instaladas na Estação de São João del-Rei – localizada na Rua Hermílio Alves, 366, Centro da cidade – e na Estação Tiradentes – situada na Rua Capitão Chaves Miranda, 2.

Em São João del-Rei as visitas poderão ser feitas de quarta a sábado, das 8h às 17h, e aos domingos, das 8h às 12h. Por sua vez, em Tiradentes, o funcionamento do Estação de Memórias é de quinta a sábado, das 8h às 17h, e aos domingos também das 8h às 12h.

O Programa Estação de Memórias reconta o passado a partir de um processo de cocriação com as comunidades. Encontros e entrevistas identificam casos, lembranças e histórias de quem vivenciou o vai e vem dos trens. Esse conteúdo é transformado em espaços expositivos montados na estação.

Outras atrações

Também será possível visitar o Museu Ferroviário e a Rotunda, localizados na Estação de São João del-Rei. O museu, que é o maior centro de preservação da história ferroviária do Brasil, foi inaugurado em 28 de agosto de 1981 devido ao centenário da antiga Estrada de Ferro Oeste de Minas (EFOM). Ele reúne peças que foram utilizadas na EFOM e em outras da mesma época. A visitação é gratuita e pode ser feita de quarta a sábado, das 8h às 17h, exceto aos domingos, dia em que as visitas ocorrerão das 8h às 12h.

Já a Rotunda tem uma arquitetura em forma circular e 25 linhas em seu interior convergindo para o girador manual localizado no centro do prédio. Nos dias de circulação do trem, há visita guiada às 8h30 e às 16h, exceto aos domingos, quando a visita guiada será às 9h. O valor do ingresso é de R$20 por visitante e a meia-entrada custa R$10, mediante apresentação de documento de identidade com foto ou certidão de nascimento para as crianças. Ele pode ser adquirido nas bilheterias de São João del-Rei e Tiradentes.

Sobre a VLI

A VLI tem o compromisso de apoiar a transformação da logística no país, por meio da integração de serviços em portos, ferrovias e terminais. A empresa engloba as ferrovias Norte Sul (FNS) e Centro-Atlântica (FCA), além de terminais intermodais, que unem o carregamento e o descarregamento de produtos ao transporte ferroviário, e terminais portuários situados em eixos estratégicos da costa brasileira, tais como em Santos (SP), São Luís (MA) e Vitória (ES). Ela transporta as riquezas do Brasil por rotas que passam pelas regiões Norte, Nordeste, Sudeste e Centro-Oeste. A companhia está entre as 50 melhores empresas para trabalhar no país, reconhecimento concedido pela consultoria global Great Place to Work (GPTW). E, por cinco anos consecutivos, a VLI está entre as três companhias mais inovadoras do setor de Transporte e Logística no ranking do Valor Inovação.

(Com Daniela Galvão/InPress)

Contos sobre o lado nefasto de uma cidade

São Paulo, por Kleber Patricio

Capa do livro. Fotos: Divulgação.

Nas primeiras páginas do livro Meninos Morrem de Medo, a Vila de Flamígera parece apenas mais uma cidade do interior do Rio Grande do Sul, não muito distante da capital Porto Alegre. Porém, à medida que as narrativas do escritor L. Domingos Dalabilia avançam, traumas do passado, segredos de família, preconceitos e eventos sobrenaturais tomam forma. Aquilo que antes parecia tão próximo do comum cotidiano se torna sombrio e aterrorizante.

Neste livro de estreia do autor, os 33 contos que o compõem exploram personagens de diferentes idades, classes sociais e experiências de vida. A união dessas narrativas se dá em parte pela ambientação, mas principalmente pelo clima soturno e psicológico que irrompe na realidade e abre espaço para um mundo cruel. Em ‘Flamígera’, todos são assombrados por segredos obscuros, demônios internos, um passado sangrento, e ninguém pode escapar do ciclo de violência e terror perpetuado pelos próprios moradores.

Em ‘A Criatura’, os arrependimentos de uma benzedeira de passado nebuloso retornam para atormentá-la assumindo uma forma inusitada. Na história ‘Família Amendoim’, a chegada da colheita revela um segredo sangrento e uma faceta monstruosa do patriarca. Em ‘Demônios’, um homem é atormentado por sua suposta doença mental, as lembranças do avô e de um episódio traumatizante de infância. No conto que dá nome ao livro, a morte do irmão permite que um garoto seja capaz de ver aquilo que os outros ignoram.

Mas foi aí que me dei conta do horror, daquilo que eu fizera!
 Apavorado e sentindo-me culpado, passei esconder-me debaixo de
acolchoados e cobertores, segurava-os com firmeza, já era mês de

julho, o forte do inverno, mantinha a cabeça coberta, não dormia,
suava muito e percebia que o movimento em minha volta aumentava,
 ouvia passos perto da cama, não aguentava, não suportava mais, era
Ele* andando por ali e agora me chamando pra brincar no açude. Eu
 era só um menino morrendo de medo, sentindo culpa, tentando gritar,
a voz não saía. A sala onde ele foi velado era ao lado do meu quarto!
 Não lembro de ninguém vindo me abraçar…
 (Meninos morrem de medo, p. 28)

Mas o verdadeiro horror, em muitos dos contos, está na própria natureza humana. Advogado de formação, L. Domingos Dalabilia conta que usa a escrita como uma forma de trabalhar sentimentos profundos que percebe em si mesmo e nos outros. “Penso que meus textos são, de certo modo, provocativos, podendo até mesmo mudar a perspectiva de alguém sobre um determinado tema”, explica o autor, que iniciou na literatura com a publicação de contos em antologias e revistas, antes de lançar Meninos Morrem de Medo. Inspirado por escritores como Edgar Allan Poe, Mário Arregui e Charles Kiefer, o livro é uma porta aberta para um universo de mistério, imaginação e assombro, onde nada é exatamente o que parece ser.

FICHA TÉCNICA

Título: Meninos morrem de medo: Contos de Flamígera

Autor: L. Domingos Dalabilia

Editora: Editora Albatroz

ISBN: 978-65-5656-313-8

Formato: 116 x 23 cm

Páginas: 148

Preço: R$49,90

Onde comprar: Amazon e Editora Albatroz.

Sobre o autor | L. Domingos Dalabilia é advogado, formado em Direito, História, Filosofia e Pedagogia. Participou da antologia 102 que publicam com o conto “Demônios”, e publicou o conto “No Lami” na revista eletrônica Bestiário. Foi um dos vencedores como revelação literária da Feira do Livro em Porto Alegre de 2007, pelo concurso de contos promovido pela empresa Habitasul. Meninos morrem de medo é seu livro de estreia.

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(Com Luísa Lacombe/LC Agência de Comunicação)