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‘Paisagens imaginárias’, do cubano Alejandro Lloret, são exibidas em individual no novo espaço da Cukier Arte nos Jardins

São Paulo, por Kleber Patricio

Fotos: Divulgação.

O pintor, desenhista, gravurista e poeta cubano Alejandro Lloret inaugura a individual ‘Exílio da Noite’ no novo espaço da paulistana Galeria Cukier Arte com um conjunto de 28 pinturas em grandes e pequenos formatos. As duas salas da galeria do galerista e artista Diego Cukier são ocupadas pelas obras. Sob curadoria de Andrés Inocente Martín Hernández – também cubano –, o artista reapresenta uma natureza, não como um dado do real. Explora paisagens luxuriantes, com predomínio de variações de cores vegetais, potencializadas com a força da sua imaginação poética. A fauna também está presente em seus trabalhos.

A arte de Alejandro é produto de uma formação pictórica e filosófica. As duas disciplinas foram adquiridas desde os 12 anos, quando começou sua iniciação no interior de sua província em Cuba. As paisagens se abrem como janelas de um pensar estético. “Para construir as minhas paisagens, me aproprio de livros de botânica, de livros de paisagistas, gosto muito dos jardins de Roberto Burle Marx (1909–1994), juntamente com outros autores, fotógrafos e artistas, entre tantas outras fontes de inspiração, como por exemplo, correr no Parque Ibirapuera. Enfim, é um banco de dados que venho construindo há 50 anos”, diz o artista.

A natureza que pinta, como ele observa, não é a real, não corresponde exatamente a um catálogo botânico, apesar de similaridades com a que vemos nos biomas brasileiros. Há ainda nelas referências mescladas às florestas cubanas, como os caules de palmeiras. Alejandro insere o espectador no amálgama de um re-plantar poético em diálogo com as ações das ODS (Objetivos de Desenvolvimento Sustentável – conjunto de 17 metas globais estabelecidas pela Assembleia Geral das Nações Unidas) e ESG (sigla em inglês que significa Environmental, Social and Governance, ou seja, Ambiental, Social e Governança) alinhadas a economia verde, baseada na luta contra a desertificação e descarbonização, ampliando o comprometimento com a preservação.

Natureza ficcional

Os ‘lugares’ apresentados por Alejandro têm, segundo ele, aparência de ‘ficções’. “Há uma incerteza”, resume. Na série exibida surgem com frequência animais como girafas, cavalos e outros. A fauna inserida também não é fiel à realidade: não há girafa na fauna brasileira, por exemplo. Os bichos estão solitários e compõem o paisagismo ‘surrealista’ do artista. Eles parecem posar em densos cenários florestais.

Ver as obras frente a frente amplifica a sensibilidade do espectador para que esteja diante de uma ‘perfeita simulação’, algo que parece ser. O trabalho exaustivo de velatura (técnica antiga na história da pintura em que as pinceladas são repetidas) realça tal sensação. Ou seja, Alejandro é um artista pensante, dialético, inquieto poeticamente, mas que se dedica a técnica de grande mestre ao consumir horas e dias para chegar aos resultados visuais e cromáticos.

Na série apresentada na Galeria Cukier Arte há obras em que a perspectiva é voltada para nuvens que pairam e predominam na paisagem pelo tamanho. São matéricas, dominam o olhar e provocam sensação de transcendência no espectador. A totalidade dos trabalhos foi produzida desde 2023. A obra ‘Exílio da Noite’, vista na exposição, dá nome a individual. O curador Andrés Hernández diz que “cada obra é um pixel de um mundo cheio de vida e energia, de reflexão, ação e convicções”. A obra de Alejandro, é pertinente ao incentivar o debate, a partir da arte, sobre o estágio atual da relação do homem com seu ambiente. “Suas obras retomam e atualizam a pintura de paisagem (um dos gêneros mais tradicionais da arte) de forma particular”, escreve o curador.

Destaca-se ainda o seguinte trecho do texto da exposição: “Vivenciamos na exposição verdadeiros manifestos visuais resultado de uma percepção ultrassensível, única, incomum e que se constituem como arco e referência nas conexões entre arte e ciência, natureza e sociedade, cultura e conduta”.

Sobre o artista

Alejandro Lloret nasceu em Yaguajay, na província de Sancti Spiritus, em Cuba, em 1957. De 1973 a 1977, estudou na Escola Nacional de Artes em Havana, especializando-se em pintura e desenho. Alejandro é um dos precursores da Escola de Paisagens hiper-realistas cubanas. Vive e trabalha em São Paulo, no Brasil, desde 1993. Sua produção foi diretamente afetada pelo pintor norte-americano Andrew Wyeth (1917-2009), que conheceu em Cuba e que lhe deu um olhar ‘quântico’. A literatura também é fortemente presente em sua produção, sendo influenciado pelo filósofo espanhol Miguel de Unamuno (1864-1936) e pelo poeta português Herberto Helder (1930-2015).

Realizou exposições individuais como Primavera Negra, na Almacén Galeria Gávea, no Rio de Janeiro, em 2013; na Embaixada do Brasil em Bruxelas e na Galeria de Arte Nader, em Santo Domingo, na República Dominicana, ambas em 2006 e na Ana Maria Mattei’s Gallery em Santiago, no Chile, em 2002. No período de 2001 a 2004, algumas das suas pinturas foram leiloadas em Nova York, na Rainforest Alliance e na Wildlife Trust. Em 2013, participou da SP Arte e da Art Rio com a Galeria Ipanema. Em 2017, participou da Arte Rio e da Feira da Hebraica, ambas pela Almacén Galeria; em 2016, participou da SP Foto com a Galeria Arte Hall e da Art Rio com a Almacén Thebaldi Galeria e em 2013, da Feira da Hebraica/Almacén Galeria e da Arte Rio/Galeria Ipanema.

Participou de exposições coletivas como Sinfonia da Arte, na Kovak & Vieira Galeria de Arte, em São Paulo, em 2025; no Instituto Cervantes, em São Paulo, em 2024; Bienal da Cerâmica em Jingdezhen, na China, com curadoria de Tereza de Arruda, entre 2023-2024; On Water & Plants, na Troy House, em Londres, com curadoria de Tereza de Arruda, em 2023; 14ª Bienal de Curitiba, em 2019; Polo Santa Catarina, na mostra Fronteiras em Aberto, organizada pelo MASC – Museu de Arte de Santa Catarina, em Florianópolis, em 2019; Galeria Arte Hall em São Paulo, em 2016; Figarely’s Art Gallery em Phoenix, Arizona, em 2007; Palácio Itamaraty, através da Fundação Armando Alvares Penteado, em 2006; Rainforest Art Foundation de Nova York, exibindo no Las Vegas Art Museum, no Kaohsiung Museum of Fine Arts em Taiwan e no Centro Cultural Chinês em Nova York, entre 2001 e 2002. https://alejandrolloret.com

Sobre o curador

Andrés I. M. Hernández é pesquisador, professor, curador e crítico de arte. Pós doutor pelo IA da Unesp, Doutor em Artes Visuais, Mestre em Teoria, Crítica e Produção em Artes Visuais y graduado em Educação. Foi coordenador de exposições na Bienal de Havana (Cuba – Centro de Arte Contemporânea Wifredo Lam, 1994-1998), assistente curatorial do departamento de curadoria do Museu de Arte Moderna de São Paulo, MAM-SP (1999-2005), coordenador executivo do departamento de curadoria do MAM-SP (2005-2010) e coordenador de projetos da Luciana Brito Galeria.

Em 2022 é curador do projeto Phygsionomy In Contradiction, no Kirkland Lake Museum (Museum of Northern History), Ontario Canadá, que inclui palestras na Sur Gallerys (Toronto), Quest Art School + Gallery, Midland, na Novah Gallery, North Bay (com exposição) e na Temiskaming Art Gallery, Haileybury; 2023, Cartografias Visuais para uma Escrita

LGBTI+ na SP Arte e no espaço do Teatro Vivo, em São Paulo. Como pesquisador, é autor da trilogia Obras comentadas da coleção do Museu de Arte Moderna de São Paulo (2007); doações à coleção do Museu Universitário de Arte MunA UFU (2016) e Avanti Campinas (2018); assim como A pipa projeto de ocupação (2014), Ela que não é de Hugo Curti (2021) e Transgressões Cerâmicas (maio 2021), que é a primeira publicação com esse viés no Brasil. Tem publicações em capítulos de livros, artigos, jornais e revistas no Brasil e no estrangeiro, como na revista Arteria, na Colômbia; Arte Cubano, em Cuba, e Têmpera no Brasil.

Sobre a galeria

Galeria Cukier Arte foi fundada em 2011 por Diego Cukier, grande amante das artes, que decidiu deixar a gastronomia para seguir carreira como artista e também empreendedor, se tornando especialista em gravuras e contando com um acervo de técnicas variadas, repleto de artistas renomados, oferecendo também telas e esculturas de grande valor artístico. Tem orgulho de proporcionar uma boa experiência em conhecer, apreciar e adquirir obras de arte, garantindo que você receba obras que dão o melhor valor para o seu dinheiro, no conforto da sua casa. https://www.cukierarte.com.br/

Serviço:

O Exílio da Noite, de Alejandro Lloret

Curadoria: Andrés Inocente Martín Hernández

Abertura: 18 de março de 2025 (terça-feira), 18h às 22h

Visitação: até 17 de maio de 2025 | segunda a sexta, 10h às 19h; sábado, 11h às 15h

Quanto: gratuito e livre

Local: Galeria Cukier Arte

Rua Padre João Manuel, 176 – Jardim Paulistano – São Paulo, SP

Telefones: (11) 97663-4515 – 97663-4515

Site: https://www.cukierarte.com.br/

Redes sociais:

Alejandro Lloret @lloret.alejandro

Andrés Inocente Martín Hernández @/inocente1212 Galeria Cukier Arte @cukierarte.

(Com Erico Marmiroli/Marmiroli Comunicação)

CAIXA Cultural São Paulo recebe exposição ‘Entre o Aiyê e o Orun’ até 4/5

São Paulo, por Kleber Patricio

Carybé – Chegada de Oxalá – aquarela – 84x63cm. Fotos: Divulgação.

A CAIXA Cultural São Paulo recebe, a partir de 11 de março, a exposição ‘Entre o Aiyê e o Orun’ com a temática centrada nos mitos da criação do mundo das religiões afro-brasileiras. Na mostra, estarão reunidos trabalhos de 14 artistas em técnicas diversas em cujas obras as narrativas afro-brasileiras estão fortemente representadas. Pinturas, desenhos, esculturas, fotografias, instalações e as mais variadas expressões, linguagens e técnicas dão forma à exposição, que tem entrada franca e poderá ser visitada até 4 de maio com patrocínio da CAIXA e do Governo Federal. A produção é da Janela do Mundo com coprodução da Hasta La Luna.

Entre o Aiyê e o Orun tem como objetivo colocar em pauta a produção artística afro-brasileira influenciada pela cosmologia africana, num movimento de reconhecimento e valorização das matrizes culturais. Além da relevância artística dos trabalhos expostos, ainda se destaca a diversidade de suportes e técnicas apresentadas, exaltando a diversidade da produção artística oriunda da Bahia, berço da cultura africana no Brasil.

Jayme Figura, Roupa – 180x100x50cm. 

A mostra contempla expoentes das artes plásticas como Agnaldo dos Santos (1926–1962), Carybé (1911–1997), Emanoel Araújo (1940–2022), Jayme Figura (1959 –2023),  Mario Cravo Jr. (1923–2018), Mario Cravo Neto (1947–2009), Mestre Didi (1917–2013),  Pierre Verger (1902–1996), Rubem Valentim (1922–1991), Ayrson Heráclito, Caetano  Dias, J. Cunha, José Adário e Nadia Taquary. “O eixo conceitual da exposição são os mitos da criação do mundo na visão afro-brasileira, dessa forma as obras selecionadas transitam por essa poética”, explica a curadora Thais Darzé.

Serviço:  

Exposição Entre o Aiyê e o Orun

Local: CAIXA Cultural São Paulo – Praça da Sé, 111 – Centro Histórico de São Paulo, SP

Visitação até 4 de maio

Horário: de terça a domingo, das 8h às 19h

Classificação: Livre

Entrada franca

Acesso a pessoas com deficiência

Patrocínio: CAIXA e Governo Federal.

(Fonte: Atti Comunicação)

Área do Instituto de Zootecnia em Nova Odessa (SP) servirá de abrigo para animais abandonados

Nova Odessa, por Kleber Patricio

Foto: Abdullah Al Imran (ইমরান)/Unsplash.

A Secretaria de Agricultura e Abastecimento do estado de SP permitiu o uso de uma área pertencente ao Instituto de Zootecnia (IZ-Apta), instituição da Pasta, para a Associação dos Amigos dos Animais de Nova Odessa com o objetivo de instalar um abrigo para animais abandonados que aguardam doação.

O índice de cães e gatos em situação de abandono no Brasil é de aproximadamente 25%, o que representa 30 milhões de animais, segundo pesquisa da Mars Petcare em parceria com especialistas globais. São cerca de 20 milhões de cães e 10 milhões de gatos nas ruas, além de 177 mil cachorros e 7.400 gatos aguardando uma nova família em abrigos de ONGs ou em espaços cedidos pelo poder público.

O Termo de Permissão de Uso a Título Precário, assinado pelo secretário de Agricultura Guilherme Piai, permite o uso gratuito e indeterminado do espaço, de mais de 13 mil metros quadrados, localizado no município de Nova Odessa, na região de Campinas. A Associação será responsável por eventuais reformas e adequações necessárias, além de custear as despesas.

Para o presidente da Associação dos Amigos dos Animais de Nova Odessa, Carlos Eduardo Pinotti Júnior, o espaço do Instituto de Zootecnia representa um renascimento para o abrigo. “Iremos fazer um grande projeto para um abrigo com todo conforto, segurança e adequação necessária para o bem estar dos animais abrigados, que estarão à espera de um lar responsável. Queremos ter um novo espaço para socialização dos animais, e novos projetos de conscientização da sociedade e até de estudantes”, afirmou.

Sobre a AAANO

A Associação Amigos dos Animais de Nova Odessa é uma ONG dedicada a transformar a vida de animais em situação de abandono. Há mais de 30 anos, resgatam e cuidam de cães e gatos que esperam por uma segunda chance. Hoje, abrigam cerca de 400 animais, garantindo alimentação, cuidados veterinários e muito carinho.

Como apoiar

Animais adotados frequentemente mostram uma gratidão ao tutor, trazendo alegria e companheirismo para o lar. Para realizar uma adoção responsável na região de Nova Odessa, conheça mais sobre a Associação Amigos dos animais no link. Se você não pode adotar ou mora em outra região do estado e quer contribuir com a causa, transformando as vidas de centenas de animais com resgate, cuidado e oferecendo uma nova chance, realize uma doação à iniciativa aqui.

(Com Guilherme Araujo dos Santos/CDI Comunicação)

O Brasil antes do Brasil: Alana reúne especialistas para repensar narrativa histórica a partir do olhar dos povos originários e de novas descobertas arqueológicas

São Paulo, por Kleber Patricio

Foto: Estúdio Barbarella/Divulgação/Instituto Alana.

No mês que marca o 525º ano da chegada dos colonizadores portugueses, o Museu do Ipiranga — símbolo da independência brasileira — se transformou em um espaço de escuta, reflexão e reconexão com as raízes mais antigas do território que hoje chamamos de Brasil. O evento ‘A.IF_Alana Ideia Fest: ORIGINÁRIOS – O Brasil antes do Brasil’, realizado pelo Alana, reuniu ali 200 formadores de opinião das áreas de educação, cultura, comunicação e política com um propósito transformador: ampliar conversas essenciais sobre a história do Brasil e dos povos originários à luz de descobertas arqueológicas que oferecem novos entendimentos sobre como era o nosso país muito antes da chegada dos portugueses.

O evento, no último dia 14, promoveu um ambiente de trocas e valorização dos conhecimentos ancestrais, destacando que a Amazônia já abrigou civilizações complexas que moldaram a floresta e construíram redes urbanas sofisticadas — ainda mais antigas do que maias, incas e astecas. Essa história, preservada na memória dos povos indígenas por gerações, permaneceu ofuscada por uma visão colonial que descrevia a floresta como ‘selvagem e intocada’ – e que escondia uma realidade fascinante: as vastas redes de assentamentos, a agricultura sofisticada e o profundo conhecimento ecológico desenvolvidos pelos povos originários.

Um dos momentos centrais do encontro foi o lançamento do episódio especial ‘O Brasil antes de 1500: A história que você nunca aprendeu’, fruto da parceria entre o Canal Nostalgia, Maria Farinha Filmes, YouTube e Alana. Apresentado por Felipe Castanhari — influenciador com quase 15 milhões de seguidores em seu canal Nostalgia, no YouTube, e reconhecido por seu trabalho de divulgação científica e histórica —, o episódio especial de 60 minutos convida o público a revisitar criticamente a história oficial do país, desconstruindo a ideia de uma Amazônia praticamente inabitada.

Ao longo do dia, especialistas, lideranças indígenas e personalidades discutiram como os saberes ancestrais têm contribuído para descobertas arqueológicas recentes – e podem inspirar soluções sustentáveis diante dos desafios ambientais do presente. O evento ressaltou que práticas tradicionais de convivência com a natureza, transmitidas oralmente por séculos, agora encontram respaldo em pesquisas científicas contemporâneas. Entre os presentes estavam a ministra dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara; a deputada federal Célia Xakriabá; o pesquisador Carlos Augusto da Silva – o Dr. Tijolo, doutor em arqueologia pela Universidade Federal do Amazonas –, o arqueólogo Eduardo Neves, da Universidade de São Paulo, e a cantora Ivete Sangalo. “Mais que um encontro de especialistas, o evento fomentou conexões e se tornou um chamado à ação para práticas futuras. Foi um dia intenso, com muitas trocas e momentos de escuta, nos quais refletimos sobre como incorporar esses novos entendimentos históricos em setores como educação, cultura, comunicação e políticas públicas. É fundamental construirmos pontes entre os diferentes saberes, promovendo o diálogo entre a ancestralidade indígena e as expressões contemporâneas da cultura brasileira”, afirmou Marcos Nisti, vice-presidente do Alana.

Sobre o Alana

O Alana é um ecossistema de organizações de impacto socioambiental que promove e inspira um mundo melhor para as crianças. Um mundo sustentável, justo, inclusivo, igualitário e plural. Um mundo que celebra e protege a democracia, a justiça social, os direitos humanos e das crianças com prioridade absoluta. Um mundo que cuida dos seus povos, de suas florestas, dos seus mares, do seu ar. O Alana é um ecossistema de organizações interligadas, interdependentes, de atuação convergente, orientadas pelos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU. O encontro de um Instituto, uma Fundação e um Núcleo de Negócios de Entretenimento de Impacto. Um combinado único de educação, ciência, entretenimento e advocacy que mistura sonho e realidade, pesquisa e cultura pop, justiça e desenvolvimento, articulação e diálogo, incidência política e histórias bem contadas.

(Com Nayanne Moura/2PRÓ Comunicação)

Visitação subterrânea: iniciativa estimula turismo sustentável em cavernas do Brasil

Brasil, por Kleber Patricio

Parque Nacional de Ubajara. Foto: Vitor Moura.

Contato com a natureza, trilhas, imersão pelo universo subterrâneo e todas as riquezas que ele resguarda. Registros milenares preservados pelas formações de espeleotemas e por pinturas rupestres de lugares que fizeram parte da cultura e da vivência de povos do passado. As cavernas são verdadeiros laboratórios para a ciência e espetáculo para os olhos de quem as visita. Para potencializar o turismo sustentável nesses ambientes naturais, proporcionando uma experiência ainda mais completa e agradável aos visitantes, uma ação coordenada pelo Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Cavernas (ICMBio/Cecav) está promovendo o Censo Brasileiro de Cavernas Turísticas 2025. A iniciativa busca fornecer aos gestores desses ambientes naturais informações estratégicas para aprimorar o turismo e fortalecer a proteção das cavernas.

Na linha de frente desse projeto, a espeleóloga Luciana Alt conta que o turismo em cavernas tem grande relevância social e econômica e é capaz de gerar emprego e renda, muitas vezes em comunidades com poucas oportunidades de desenvolvimento econômico. Além disso, ela explica que “as cavernas turísticas são as janelas mais enfeitadas e acessíveis para um vasto e pouco conhecido ambiente subterrâneo, geram oportunidades de lazer, entretenimento e educação para o público em geral. Assim como as espécies bandeira (aquelas usadas como símbolo para campanhas de conservação ambiental), como o mico leão dourado e ararinha azul, contribuem para proteção de todo um ecossistema, as cavernas turísticas funcionam como cavernas bandeira, contribuindo para preservação do patrimônio espeleológico”.

Claraboia do coração – Parque Nacional Cavernas do Peruaçu. Foto: Lorene Lima.

Para colaborar com o Censo 2025, gestores deverão preencher um formulário compartilhando informações como localização, tipo de gestão, atividades de uso público realizadas, existência ou não de Plano de Manejo Espeleológico, infraestrutura de apoio existente dentro e fora da caverna e número de visitantes por ano, além de dados que demostram a importância econômica e social dessas cavernas. Conheça alguns dos principais destinos para turismo em cavernas no Brasil:

Parque Nacional Cavernas do Peruaçu (MG)

Com quase 500 cavernas catalogadas, sendo 11 abertas ao turismo, mais de 80 sítios arqueológicos e diversas pinturas rupestres, datadas entre 500 e até 11.000 anos atrás, o Parque Nacional Cavernas do Peruaçu compreende os municípios de Januária, Itacarambi e São João das Missões, na região norte de Minas Gerais. Formado por grandes extensões de matas, cânions, cavernas e grutas, o local abrange três biomas brasileiros: a Caatinga, o Cerrado e a Mata Atlântica.

O local possui uma enorme relevância científica para diversas áreas da ciência. Recentemente, a unidade de conservação lançou o projeto ‘Vivências 3D:uma imersão em realidade virtual no Parque Nacional Cavernas do Peruaçu’, que permite que crianças, pessoas com mobilidade reduzida ou aquelas que não têm a oportunidade de visitá-lo presencialmente vivenciem a experiência de forma virtual e interativa.

Parque Estadual Turístico do Alto Ribeira (SP)

Com 521 cavernas em uma área de 35 mil hectares de Mata Atlântica, no sul de São Paulo, nos municípios de Iporanga e Apiaí, o Parque Estadual Turístico do Alto Ribeira (Petar) é considerado uma das unidades de conservação mais importantes do mundo. Abriga a maior porção de Mata Atlântica preservada do Brasil e é classificado como um patrimônio da humanidade, reconhecido pela Unesco.

Parque Estadual Turístico do Alto Ribeira. Foto: Luciana Alt.

Com diferentes níveis de dificuldade, a unidade de conservação possui 12 cavernas abertas para visitação, desde algumas com enormes rios, para quem procura mais aventura, até cavernas com estruturas turísticas como escadas e passarelas. O parque oferece experiências para todos os tipos de visitantes.

Parque Estadual da Terra Ronca (GO)

Considerado um dos maiores complexos de cavernas da América do Sul, o Parque Estadual de Terra Ronca, localizado entre os municípios de São Domingos e Guarani de Goiás, reúne diversos atrativos naturais, entre eles cinco cavernas turísticas. Com uma área que corresponde a quase 80 mil campos de futebol, a unidade de conservação conta atualmente com cinco cavernas abertas para visitação: Terra Ronca I e II, Angélica, São Bernardo e São Mateus.

Parque Nacional de Ubajara (CE)

Parque Estadual de Terra Ronca. Foto: Luciana Alt.

Localizado no Ceará, nos municípios de Ubajara, Tianguá e Frecheirinha, o Parque Nacional de Ubajara possui 11 cavernas conhecidas; entre elas, a Gruta de Ubajara, a única aberta à visitação. O local oferece diversas experiências ao turista, como a Trilha da Samambaia, onde se encontra mirantes, uma ponte suspensa e o Jardim da Samambaia. Além disso, os visitantes podem conhecer o famoso passeio no bondinho, que proporciona uma vista panorâmica da paisagem natural da região e dá acesso à Gruta de Ubajara.

Sobre o PAN Cavernas do Brasil

O PAN Cavernas do Brasil possui 43 ações que são distribuídas em quatro objetivos específicos visando cumprir o objetivo geral: prevenir, reduzir e mitigar os impactos e danos antrópicos sobre o patrimônio espeleológico brasileiro, espécies e ambientes associados, em cinco anos. Além disso, contempla 169 táxons nacionalmente ameaçados de extinção, estabelecendo seu objetivo geral, objetivos específicos, prazo de execução, formas de implementação, supervisão e revisão.

(Com Lorene Lima/ICMBio)