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Viaje pelo nosso Estado e surpreenda-se com a Gastronomia Paulista, grande aliada do Turismo

São Paulo, por Kleber Patricio

A celebrada linguiça de Bragança Paulista. Foto: website da Prefeitura de Bragança.

O Turismo Gastronômico é forte no Estado de São Paulo e repleto de comidas típicas em todas as suas regiões. Esta modalidade de turismo serve, muitas vezes, de motivo para as viagens que vão além da contemplação de paisagens e da interação dos atrativos. O patrimônio alimentar local é um chamariz para os turistas que sentem prazer e ficam favorecidos em conhecer novos sabores. São experiências gratificantes que fazem valer uma viagem, até as mais distantes.

A diversidade e a excelência dos pratos paulistas provocam o ensejo das viagens frente a cardápios que sempre dão muita água na boca. Segundo a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), o Estado de São Paulo dispõe de 365.429 restaurantes e 167.101 bares, totalizando 532.530 estabelecimentos para todos os gostos e bolsos.

O Espeto de Rojão de Ribeirão Grande. Doto: Divulgação.

Ainda de acordo com a entidade, o segmento movimenta R$250 milhões por ano no país e se tornou uma das principais motivações de viagens, de acordo com a Organização Mundial do Turismo (OMT). Com a crescente popularidade dos restaurantes, eventos culinários e programas de televisão dedicados à culinária, a gastronomia tem um impacto econômico cada vez mais significativo e importante, pois fornece trabalho e alimento para milhões de pessoas.

Um alimento que é quase unânime quando o tema é sabor com certeza é o pão, que é o mais antigo, mais sagrado e o mais democrático, pois o pão é vida e as padarias são lugares muito concorridos e evoluíram ao longo dos anos. Por isso, em parceria com o Sindicato da Indústria de Panificação e Confeitaria de São Paulo (Sindipan), a Secretaria de Turismo e Viagens do estado de São Paulo (Setur-SP) destacou as 150 melhores padarias paulistas e assim surgiu o Guia Turístico das Padarias do Estado de São Paulo. Sucesso. Acesse o guia no link www.turismo.sp.gov.br/guia-turistico-das-padarias.

Falando em preferência, uma cidade concorrida em nome de sua gastronomia é Araçatuba, a 518 km da capital paulista e que ficou muito conhecida por conta da criação do prato intitulado Cupim Casqueirado. Há décadas, esse é o prato que é a cara de Araçatuba e é o mais pedido nos restaurantes e, em meses de alta temporada e férias, os estabelecimentos chegam a vender seis toneladas de cupim por mês, o que marca a sua gastronomia e dinamiza o turismo e a economia local.

O brigadeiro é um dos doces típicos do Estado. Foto; Divulgação.

O cupim é uma carne específica do Brasil, principalmente desta região, por conta da alta presença da raça Nelore e Zebuína, e existe em Araçatuba há mais de 35 anos. Tem mais: sempre vem acompanhado de mandioca, salada (rúcula, tomate e cebola), molho, farofa e vinagrete. Outro bom atrativo deste destino para os visitantes, é a Prainha; na verdade, Praia Municipal Milton Camargo, uma opção de lazer da cidade que se aproveita da água do Rio Tietê.

Muito procurado, o Espeto de Rojão é uma iguaria culinária típica de Ribeirão Grande, município do interior do Estado de São Paulo a 239 km da Capital. Este famoso prato é feito à base de carne suína – geralmente pernil ou lombo – amarrada a um espeto de madeira de eucalipto com o formato sugestivo de um cilindro de fogos de artifício, donde advém seu nome.

O Espeto de Rojão deve ser assado em braseiro. Esta tradição começou há mais de 150 anos no município e foi mantida pelos descendentes dos criadores da receita com grande destaque na culinária regional. É reconhecido como Patrimônio Cultural Imaterial de Ribeirão Grande por fazer parte da história e cultura das famílias ribeirão grandenses e devido à visibilidade que este prato típico agrega ao nome do município, promovendo seu reconhecimento e o aumento do fluxo de turistas.

Mais um atrativo, desta vez natural, em evidência desta cidade, são os Encanados de Ribeirão Grande, estruturas ou muralhas de pedras construídas nas margens dos rios e ribeirões onde eram feitas as lavagens do ouro. Trata-se da maior evidência da antiga exploração de ouro do período colonial deixada pelos antepassados na região.

Figos e goiabas de Valinhos. Foto: Divulgação.

Famosas são as Coxinhas Douradas de Bueno de Andrada, distrito de Araraquara a 273 km da capital, um lugar com uma estação ferroviária, uma igreja e uma pracinha que ficou famoso depois do escritor Ignácio de Loyola Brandão publicou uma crônica sobre as coxinhas.

Desse dia em diante, Bueno de Andrada virou sinônimo de coxinhas douradas. A pequena mercearia do interior virou reportagem em diversos sites e em programas de televisão sobre culinária. São quase 20 sabores de coxinha, desde a tradicional de frango, que por sinal é a mais famosa, até sabores diferentes. Entre as diferentes, a de frango sem colorau, pernil com bacon, brócolis com catupiry e outras. Este destino está localizado a 11km da cidade de Araraquara. Tem 1.700 habitantes, mas é bastante movimentado. Um dos locais que geram o movimento é o famoso Bar e Mercearia Freitas, que vende as Coxinhas Douradas.

Trata-se de uma coxinha diferente. Preparada com recheio abundante e temperos especiais. Crocante por fora, mas com massa macia por dentro. A mais atraente aos olhos e saborosa ao paladar. E, para fomentar o potencial turístico da cidade e o cicloturismo na região, foi construído um ponto de encontro para os turistas que visitam o distrito, com foco nos ciclistas. As melhorias abrangem uma área de mil quadrados, valorizando o ambiente histórico no entorno da estação ferroviária.

Bragança Paulista, município a 82 km da capital paulista, é bem destacada por ser a Capital Nacional da Linguiça Artesanal. O título se deve pela tradição e pela qualidade de seus produtos. Criado em 2011, o festival é hoje o maior evento gastronômico de Bragança Paulista. Organizado pela Associação dos Produtores de Linguiça de Bragança Paulista (Albrag), o evento apresenta ao público as maiores novidades e inovações na produção de linguiças artesanais e uma vasta opção de pratos, lanches e petiscos. Todos eles criados com um ingrediente obrigatório: a Linguiça de Bragança.

Um ícone da gastronomia paulistana: a pizza.

Neste destino há linguiça de todos os tipos: com pimenta, sem gordura, com alho, ou ainda, com ervas, por exemplo. Vale saber que elas são servidas em sanduíches, hambúrgueres, escondidinhos, tapiocas, entre outros tipos de pratos.

O festival acontece sempre no mês de setembro no recinto do Posto de Monta e reúne dezenas de produtores da famosa especiaria, recebendo perto de 30 mil pessoas e comercializando mais de mil quilos de linguiça nos dias de festa. A entrada é gratuita.

Considerado o cartão postal de Bragança, o Lago do Taboão é ponto de encontro de esportistas, amantes da natureza, estudantes e pessoas que apreciam boas baladas e happy hours. Com pista de cooper, ciclismo, praças de esporte, anfiteatro aberto e muitas árvores, ao longo de seus quase três mil metros de extensão, é o local ideal para quem procura lazer, sossego e diversão.

Circuito das Frutas

As frutas são um capítulo à parte da boa gastronomia pelo Estado de São Paulo. Em um levantamento realizado junto aos empreendimentos produtivos na região do Circuito das Frutas, foram identificados mais de 100 tipos de frutas, em produção, muitas delas em pouca escala, mas que compõem a experiência turística oferecida na região.

O Circuito, que é um conhecido e procurado roteiro turístico, é formado por 10 municípios: Atibaia, Indaiatuba, Itatiba, Itupeva, Jarinu, Jundiaí, Louveira, Morungaba, Valinhos e Vinhedo. Eis as principais frutas desta região: Acerola, Ameixa, Amora, Caqui, Figo, Goiaba, Jabuticaba, Lichia, Maracujá, Morango, Nectarina, Pera, Pêssego, Ponkan, Seriguela e Uva Niágara.

Como todos os municípios deste Circuito são próximos à Capital, é possível visitar mais de uma cidade em um só dia, num perfeito bate-e-volta, e passar o dia no campo e até colher frutas direto do pé.  São divertidos e belos passeios juntos à natureza.

Capital paulista: gastronomia diversa

A gastronomia é um fator preponderante de engrandecimento da Capital, com mais de 11 milhões de habitantes, e de acordo com o relatório World’s Best Cities, realizado pela consultoria Resonance Consultancy, o município de São Paulo foi eleito o terceiro melhor destino gastronômico do mundo.

Sendo um polo gastronômico gigantesco com muitas influências culturais, respira e inspira culinária diariamente. Eventos, festas, solenidades em geral expandem paladares e colocam a cidade em destaque no panorama mundial.

Conta a história que a típica comida de São Paulo tem suas raízes na mistura das influências dos indígenas, portugueses e africanos. Depois, principalmente do final do século 19 para frente, o caldeirão paulista foi ganhando e se apropriando de ingredientes e pratos trazidos pelos diversos imigrantes que foram se fixando por aqui.

O polpetone dos italianos, o cuscuz dos nordestinos, as esfihas dos árabes e o cupim na telha dos bandeirantes são apenas alguns exemplos que mostram como a culinária paulista tradicional é diversa, saborosa e muito procurada. São Paulo tem algumas tradições culinárias: quartas e sábados são dias de feijoada; domingo e quinta as massas são as estrelas e sexta os pescados são os eleitos. Já o tradicional prato que protagoniza o almoço dos paulistanos às segundas-feiras agora é, oficialmente, um patrimônio.

O Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico Arqueológico, Artístico e Turístico (Condephaat) reconheceu o Virado Paulista como patrimônio cultural imaterial, de modo a preservar esta tradição e fortalecer sua importância para a história do estado.

Suas origens, segundo registros, foram as expedições dos bandeirantes. Desde então e até hoje, é preparado com arroz, tutu de feijão, bisteca, ovo frito, torresmo e banana frita. Grande certeza: estas são as comidas típicas de São Paulo, as mais procuradas e consumidas tanto por moradores, como por visitantes: Sanduíche de Mortadela, Comidas Árabes, Coxinha, Pizza, Pastel de feira, Pão na Chapa, Hambúrguer, Picadinho de Carne, Polpetone, Cuscuz Paulista, Virado Paulista, Sanduíche de Pernil e Brigadeiro.

(Fonte: Secretaria de Turismo do Estado de São Paulo)

Galeria Athena recebe exposição “Krajcberg & Zanine”

Rio de Janeiro, por Kleber Patricio

Frans Krajcberg – Sem título, déc 70 (detalhe).

No dia 27 de março, será inaugurada a exposição “Krajcberg & Zanine”, na Galeria Athena, que une, pela primeira vez, obras do artista Frans Krajcberg (1921–2017) e do arquiteto e designer José Zanine Caldas (1919–2001), que foram amigos e se influenciaram mutuamente. A relação dos dois é pouco conhecida e até hoje nunca havia sido feita uma exposição sobre o assunto. A mostra, que é realizada em parceria com a Diletante42, explora, em um diálogo inédito, os pontos de contato entre as obras destes dois grandes nomes da cultura brasileira ressaltando a preocupação de ambos com o meio ambiente. Na ocasião também será inaugurada a exposição “Pandro Nobã: Caminho de volta”, na Sala Casa.

“Krajcberg e Zanine foram muito amigos e tiveram uma convivência muito próxima com a natureza. Existe um diálogo entre as suas obras, e a ideia da exposição é apresentar o melhor de cada um deles, com peças importantes e extremamente representativas”, diz Liecil Oliveira, um dos sócios da Galeria Athena.

Zanine – Hammock hanging (detalhe).

A exposição apresentará cerca de 20 peças, entre esculturas de Krajcberg dos anos 1960 e 1970 e itens de mobiliário e também uma escultura de Zanine, dos anos 1970 e início de 1980. Com produções bem diversas, os dois têm em comum o uso sustentável da madeira e a preocupação com o meio ambiente já na década de 1970, quando pouco se falava sobre o assunto, sendo pioneiros neste aspecto. A mudança de ambos para a cidade de Nova Viçosa, no sul da Bahia, teve grande influência nisso e foi um marco na produção de ambos.

Na exposição, serão apresentados relevos de parede de Frans Krajcberg, feitos a partir de madeiras provenientes de queimadas e desmatamentos, com pigmentos naturais criados por ele nas cores preto, branco e vermelho. Haverá, ainda, uma única e grande obra de chão, da série “Bailarinas”, da década de 1980, feita a partir de madeira queimada e pigmentos naturais, medindo 2,90m de altura. “Krajcberg tentou, com esta escultura, recriar a dança de sua namorada bailarina no mangue”, conta Liecil Oliveira.

Ainda de Krajcberg, haverá obras da “Série Sombra”, técnica que consiste em capturar a sombra projetada por algum elemento natural recortando em um suporte de madeira o desenho criado, que depois é fixado na peça, dando relevo e volume. “Era um projeto complicadíssimo no qual ele colocava no sol aquilo que ele queria criar uma sombra, mas nem sempre ficava como ele queria e ele ia desenhando na madeira o defeito que aparecia. Ficava horas fazendo isso. Algumas eram sem cor, madeira lavada, mas na grande maioria ele usava elementos da natureza, pigmentos que ele encontrava no minério ou na terra, e trabalhava este pigmento para criar essas cores, principalmente o preto, branco e vermelho, que ele amava, sempre tendo a natureza como fonte de inspiração”, afirma Liecil Oliveira.

De José Zanine Caldas serão apresentadas peças icônicas de mobiliário e design, conhecidos como “Móveis Denúncia”, que faziam um alerta sobre o desmatamento e o desperdício de matéria-prima na Mata Atlântica. Dentre elas, destacam-se uma mesa de jantar e a emblemática poltrona namoradeira. Será apresentada, ainda, uma escultura de Zanine em madeira. Apesar de ser mais conhecido por seu mobiliário, ao longo de sua trajetória, o arquiteto produziu algumas esculturas.

Nova Viçosa – Um marco nas trajetórias de Zanine e Krajcberg

Frans Krajcberg – Sem título, 1974.

José Zanine Caldas começou a frequentar a região de Nova Viçosa, no sul da Bahia, em 1968, onde se redescobre e modifica bastante sua produção, tanto arquitetônica quanto de mobiliário, passando a utilizar madeiras de resíduo florestal. Encantado com o lugar, sonhava em transformá-lo em uma capital cultural e levou diversos nomes para lá, como Chico Buarque, Oscar Niemeyer e os artistas Carlos Vergara e Frans Krajcberg, que morou na cidade até o final de sua vida, na famosa casa na árvore construída por Zanine. “Quando se fala de Nova Viçosa, pensa-se logo no Krajcberg, mas quem levou ele para lá foi o Zanine, que também tem uma passagem muito marcante pela cidade na questão urbanística e arquitetônica”, conta Flávio Santoro, sócio da Diletante42, que organiza a exposição junto com a Galeria Athena.

Foi em Nova Viçosa que o arquiteto produziu os “Móveis Denúncia”, reaproveitando materiais disponíveis como forma de protesto contra o desmatamento, característica que marcou toda a sua produção.

Em 1972, levado por Zanine, Krajcberg passa a residir em Nova Viçosa e sua obra tem uma definitiva mudança. Ampliando o processo de escultura iniciado anos antes em Minas Gerais, começa a trabalhar com vegetação danificada por queimadas e desmatamento, intervindo especialmente em troncos e raízes. O caráter de denúncia de suas obras fez com que o artista, que nasceu na Polônia e veio para o Brasil em 1948, naturalizando-se em 1957, seja mundialmente conhecido como um ecologista.

Zanine – Namoradeira.

A exposição é organizada pela Athena – galeria que este ano comemora três décadas de atuação no mercado secundário de arte moderna e contemporânea e na representação de artistas brasileiros contemporâneos – e Diletante 42, galeria que se destaca por sua coleção 100% brasileira, com 20 anos de experiência em peças das décadas de 1940 a 1980. O projeto tem objetivo de unir artes visuais e design, valorizando o pensamento e a cultura brasileira.

Pandro Nobã

Paralelamente à exposição, também será inaugurada a mostra “Pandro Nobã: Caminho de volta”, na Sala Casa, com cerca de 15 trabalhos da produção recente do artista carioca, incluindo obras inéditas. “Suas obras revelam um imaginário ao mesmo tempo pessoal e popular, baseado em experiências ligadas à ancestralidade e à vivência do artista nos terreiros de religiões de matriz afro-brasileira. Ao mesmo tempo, suas pinturas usam como suporte telas e também elementos do seu cotidiano, como objetos de barro e tecidos rendados geralmente utilizados nos cultos sagrados de terreiro”, afirma a curadora Fernanda Lopes. Pandro Nobã (1984) é artista urbano autodidata nascido e criado no bairro da Penha, subúrbio do Rio de Janeiro. No início dos anos 2000, formou o coletivo Artistas Urbanos Crew e atuou como instrutor de grafite em escolas públicas, projetos sociais e dentro de instituições de medidas socioeducativas. Nas artes visuais, tem dedicado sua pesquisa em pintura, ganhando destaque em importantes exposições.

Serviço:

Krajcberg & Zanine

Abertura: 27 de março de 2024, às 18h

Exposição: até 18 de maio de 2024

Galeria Athena

Rua Estácio Coimbra, 50 – Botafogo – Rio de Janeiro, RJ, Brasil

Telefone: (21) 2513-0703

De terça a sexta-feira, das 11h às 19h; sábados, das 12h às 17h

www.galeriaathena.com.

(Fonte: Midiarte Comunicação)

Cine São Pedro e Cinemateca Brasileira anunciam parceria para 2024

São Paulo, por Kleber Patricio

Foto: Daniela Matias e Daniel Dantas.

O Cine São Pedro, um dos ícones culturais da cidade de São Paulo, passará por uma importante expansão. Em uma colaboração inédita, o cinema se unirá à Cinemateca Brasileira, que detém o maior acervo de filmes da América do Sul, criando uma sinergia única entre cinema e música. O Cine São Pedro é um projeto do Theatro São Pedro, um equipamento da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Estado de São Paulo.

O objetivo dessa parceria é proporcionar uma experiência inovadora ao público combinando a sétima arte com trilhas sonoras ao vivo. O programa incluirá a criação e apresentação de músicas para filmes mudos, clássicos e títulos brasileiros. A Orquestra do Theatro São Pedro, sob a regência do maestro Marcelo Falcão – fundador e regente titular da Babylon Orchester Berlin, residente no lendário cinema Babylon na capital alemã –, será a protagonista desses espetáculos.

Confira a programação da parceria:

1 – O Gabinete do Dr. Caligari (1920)

Data: 9 a 12 de maio

Horário: quinta a sábado, 20h; domingo, 17h

Classificação etária: 12 anos

Ingressos: R$70 (inteira) / R$35 (meia)

Uma compilação com música original de Giuseppe Becce e outros compositores, como Berlioz, Schumann, Wagner, entre outros. Arranjo próprio.

Este filme faz parte do acervo da Friedrich-Wilhelm-Murnau-Stiftung em Wiesbaden.

2 – Caiçara (1950)

Data: 5 a 8 de setembro

Horário: quinta a sábado, 20h; domingo, 17h

Classificação etária: 18 anos

Ingressos: R$70 (inteira) / R$35 (meia)

Trilha sonora de Francisco Mignone.

O Ensaio Geral Aberto para ambos os programas ocorrerá um dia antes das apresentações oficiais, proporcionando uma prévia emocionante para os amantes do cinema e da música.

(Fonte: Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Estado de São Paulo)

Osesp convida maestro inglês Alexander Shelley e pianista brasileiro Cristian Budu nos concertos desta semana

São Paulo, por Kleber Patricio

A Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo – Osesp. Foto: Beatriz de Paula.

O ano de 2024 marca as celebrações dos 70 anos da Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo – Osesp, além dos 30 anos de atividades do Coro da Osesp e dos 25 anos da Sala São Paulo – a casa da Osesp, dos Coros e de seus Programas Educacionais, inaugurada em 1999 no edifício onde antes funcionava a Estrada de Ferro Sorocabana.

Nesta semana, entre quinta-feira (21) e sábado (23), a Osesp se apresenta com o virtuoso pianista brasileiro Cristian Budu, sob a batuta do regente britânico Alexander Shelley. O repertório reúne as obras “Malabares”, da compositora brasileira Silvia Berg; o impressionante Concerto para piano nº 1 de Sergei Prokofiev e o celebrado balé “O Pássaro de Fogo”, de Igor Stravinsky.

O maestro Alexandre Shelley. Foto: Rémi Thériault.

A apresentação de sexta (22) marca a estreia da nova série Osesp duas e trinta. Ao longo de nove sextas-feiras do ano, a Orquestra fará apresentações às 14h30 e a preço único de R$39,60 (valor inteiro) – a transmissão do concerto de sexta-feira pelo canal da Osesp no YouTube continua acontecendo às 20h30.

Sobre o programa

Começa com “Malabares”, da compositora paulista Silvia Berg (1958-). Depois de viver por mais de 20 anos em Copenhagen atuando como professora, regente e compositora, Berg retornou ao Brasil como docente do Departamento de Música da USP em Ribeirão Preto. “Malabares” foi escrita em 2009 por encomenda da Sinfônica de Ribeirão Preto e homenageia a arte circense e um dos seus maiores expoentes: Abelardo Pinto (1887–1973), que deu vida ao lendário Palhaço Piolin, nascido nos arredores dessa cidade do interior paulista.

Em 1914, o jovem estudante Sergei Prokofiev (1891–1953) surpreendeu a banca de um importante concurso de piano do Conservatório de São Petersburgo ao apresentar seu primeiro Concerto para piano. Era esperada a apresentação de uma obra consagrada, mas seu inegável virtuosismo lhe rendeu o primeiro lugar. Os três curtos movimentos da peça formam um arco de andamentos rápido-lento-rápido, estrutura tradicional do gênero. O que chama a atenção é a ousadia de Prokofiev, que se deixa ouvir em inúmeras passagens carregadas da ironia e que se tornaria marca de suas composições posteriores.

O pianista Cristian Budu. Foto: Luca Mezzacappa.

Baseado em lendas do folclore russo, o balé “O Pássaro de Fogo”, de Igor Stravinsky (1882–1971), narra a história do príncipe Ivan Tsarévitch, que captura o Pássaro de Fogo enquanto passa pelo jardim do castelo do Rei Kastchei, um feiticeiro maligno. Em troca de libertação, o Pássaro lhe oferece uma pena para ser usada em momentos de apuro. Ivan se apaixona por uma das princesas mantidas prisioneiras pelo feiticeiro quando esta aparece para brincar no jardim, mas logo elas são ordenadas a retornar ao castelo. O protagonista, decidido a resgatar sua amada, chama o Pássaro de Fogo para ajudá-lo e a ave lhe revela que a alma de Kastchei está contida em um ovo. O príncipe destrói esse ovo, liberta os prisioneiros do castelo e a história se encerra com o casamento de Ivan e da princesa, que se tornam czar e czarina.

Alexander Shelley | Diretor artístico e musical da National Arts Centre Orchestra (Ottawa, Canadá) e regente principal da Filarmônica Real de Londres, Alexander Shelley foi recentemente nomeado para a Artis – Naples (Flórida, EUA), onde lidera a Filarmônica e os eixos multidisciplinares dessa instituição. Ele também é diretor artístico do projeto Zukunftslabor, da Filarmônica de Câmara Alemã de Bremen, ganhador dos prêmios ECHO e Deutsche Gründerpreis. Entre 2009-17, foi regente titular da Sinfônica de Nuremberg. Vencedor do Concurso de Regentes de Leeds [2005], desde então ele trabalha regularmente com orquestras da Europa, América do Norte, Ásia e Oceania, como as Sinfônicas de Gotemburgo, Milwaukee, Melbourne e Nova Zelândia, a Orquestra do Gewandhaus de Leipzig, a Sinfônica Alemã de Berlim e a da Rádio de Frankfurt, a Orquestra NDR Hannover, a Orquestra da Suíça Romanda, a Orquestra Nacional da Bélgica e as Filarmônicas de Estocolmo e de Hong Kong.

A icônica Sala São Paulo. Foto: Mariana Garcia.

Cristian Budu | O brasileiro filho de romenos é vencedor do Primeiro Prêmio e do Prêmio do Público no Concurso Internacional de Piano Klara Haskil (Suíça). A revista Gramophone o incluiu em sua lista dos “10 melhores registros recentes de Beethoven”, dos “10 melhores registros de Chopin” e, em 2019, seus 24 prelúdios de Chopin figuraram na histórica lista dos “50 melhores registros de Chopin de todos os tempos”. Algumas das orquestras nas quais atuou como solista convidado incluem a Sinfônica de Lucerna, a Orquestra da Suíça Romanda, a Sinfônica da Rádio de Stuttgart, a Filarmônica de Minas Gerais e a própria Osesp, além de salas de concerto como os Theatros Municipais do Rio de Janeiro e de São Paulo, o Ateneu de Bucareste, a Sala Jordan e Festivais como o de Música de Rockport e de Zermatt, La Roque D’Anteron e Verbier.

PROGRAMA

O VIRTUOSISMO DE BUDU EM PROKOFIEV

ORQUESTRA SINFÔNICA DO ESTADO DE SÃO PAULO

ALEXANDER SHELLEY REGENTE

CRISTIAN BUDU PIANO

SILVIA BERG Malabares

SERGEI PROKOFIEV Concerto para piano nº 1 em Ré bemol maior, Op. 10

IGOR STRAVINSKY O Pássaro de Fogo – Balé completo.

Serviço:

21 de março, quinta-feira, às 20h30

22 de março, sexta-feira, às 14h30 (Concerto Digital às 20h30)

23 de março, sábado, às 16h30

Endereço: Sala São Paulo | Praça Júlio Prestes, 16

Taxa de ocupação limite: 1.484 lugares

Recomendação etária: 7 anos

Ingressos: entre R$39,60 e R$271,00 [Osesp] e R$39,60 [Osesp duas e trinta]

Bilheteria (INTI)

(11) 3777-9721, de segunda a sexta, das 12h às 18h

Cartões de crédito: Visa, Mastercard, American Express e Diners

Estacionamento: R$28,00 (noturno e sábado à tarde) e R$16,00 (sábado e domingo de manhã) | 600 vagas; 20 para pessoas com deficiência; 33 para idosos.

*Estudantes, pessoas acima dos 60 anos, jovens pertencentes a famílias de baixa renda com idade de 15 a 29 anos, pessoas com deficiências e um acompanhante e servidores da educação (servidores do quadro de apoio – funcionários da secretaria e operacionais – e especialistas da Educação – coordenadores pedagógicos, diretores e supervisores – da rede pública, estadual e municipal) têm desconto de 50% nos ingressos para os concertos da Temporada Osesp na Sala São Paulo, mediante comprovação.

A Osesp e a Sala São Paulo são equipamentos do Governo do Estado de São Paulo, por intermédio da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Estado de São Paulo, gerenciadas pela Fundação Osesp, Organização Social da Cultura.

(Fonte: Fundação Osesp)

Oito em cada dez espécies de tubarões e raias no comércio nacional estão ameaçadas de extinção

Brasil, por Kleber Patricio

São necessárias legislações mais robustas para a correta identificação dos pescados nos pontos de venda. Foto: Marcela Alvarenga/Arquivo pesquisadora.

O uso de ferramentas de DNA identificou no comércio nacional 64 das 203 espécies de tubarões e raias presentes no Brasil. Destas 64 espécies, 83% estão ameaçadas de extinção. Os dados foram publicados nesta segunda (18) na revista científica “Biological Conservation” por pesquisadores de instituições brasileiras, como a Universidades Federais do Rio de Janeiro (UFRJ) e do Ceará (UFC), e estrangeiras, como a Universidade do Porto, de Portugal.

As espécies comercializadas em maior número foram aquelas reclassificadas recentemente pela União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN, na sigla em inglês) para categoria de ameaça mais alta. O resultado ratifica a necessidade urgente de adotar medidas de conservação diante do crescente comércio de espécies em perigo de extinção.

A pesquisa analisou os dados de detecção molecular para espécies de 36 tubarões e 28 raias comercializadas no Brasil disponíveis em 35 artigos publicados entre 2008 e 2023. A equipe avaliou as técnicas estabelecidas de análise de DNA e as novas metodologias desenvolvidas para a detecção rápida das espécies pescadas. A maioria das pesquisas está concentrada nos estados do Pará, de São Paulo e de Santa Catarina, e há escassez de estudos provenientes da região Nordeste.

A pesquisadora Marcela Alvarenga, uma das autoras do artigo, explica que, diante do crescente consumo global das carnes de tubarão, a identificação molecular através do DNA ajuda a avaliar a pressão sobre as espécies ameaçadas.  “O modo de venda tradicional de peixes em filés ou posta, dificulta o conhecimento de qual espécie exatamente estamos consumindo. Esta situação é agravada pelo rótulo abrangente cação, que engloba todas as espécies de tubarões e até raias. A identificação molecular – utilizando DNA – é uma grande aliada para verificar a autenticidade dos peixes que nós consumimos”, aponta.

O trabalho revelou desafios na identificação molecular, incluindo recursos limitados e distribuídos equitativamente ao longo da costa brasileira, além de lacunas nos bancos de dados moleculares para espécies do litoral brasileiro. Pesquisas futuras devem contribuir para o acúmulo de dados genéticos especialmente das raias, que são menos estudadas do que os tubarões.

O artigo alerta para a necessidade de legislações mais robustas para aprimorar o manejo e a rotulagem dos pescados, por exemplo. O monitoramento rigoroso das atividades de pesca e de comercialização, além da colaboração entre governo, pesquisadores e partes interessadas, também contribuirão para a proteção dos tubarões e raias no Brasil.

(Fonte: Agência Bori)