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Centro de Pesquisa e Formação do Sesc SP celebra o choro com um bate-papo gratuito entre Mestre Siqueira e Paulão 7 Cordas

São Paulo, por Kleber Patricio

Foto: Divulgação/CPF/Sesc.

No mês de abril comemora-se o Dia Nacional do Choro, dia 23, em homenagem à data de nascimento de Pixinguinha. Dentro dessas celebrações ao Choro, acontece no Centro de Pesquisa e Formação do Sesc SP o bate-papo ‘Prosas Musicais: Histórias sobre o Choro’, com Paulão 7 Cordas e Mestre Siqueira. Os dois músicos vão contar histórias, apresentar fatos e abordar aspectos técnicos do importante gênero da música popular brasileira. Gratuito, com a necessidade de inscrições, vagas limitas.

O Choro, um dos mais importantes gêneros da música urbana no Brasil, se estabeleceu em meados 1860, consolidando na primeira metade do século XX. Uma constelação de músicos se tornara fundamentais na construção do choro, como, por exemplo, Chiquinha Gonzaga e Ernesto Nazareth. Ao longo da história, outros nomes são bases nas composições e arranjos, nomes como Pixinguinha, Jacob do Bandolim e Waldir Azevedo – cada um também figurando como célebres nos seus respectivos instrumentos.

Os dois músicos, Mestre Siqueira e Paulão 7 Cordas, têm uma vasta experiência e trajetória reconhecidas como chorões. Mestre Siqueira, com quase 87 anos, é cavaquinhista reconhecido pelas suas composições e por uma trajetória exemplar: participou da última formação do grupo de Pixinguinha; integrou o conjunto Chapéu de Palha; fez parte da Orquestra Tabajara do maestro Severino Araújo e ocupou o posto de cavaquinhista da Velha Guarda da Mangueira por mais de 35 anos, além de ter tocado com nomes como Cartola e Jamelão. Com esse currículo, longevidade, Mestre Siqueira é uma referência.

Já o músico Paulão 7 Cordas, com alcunha do instrumento que toca, reconhecido por acompanhar grandes artistas como Cartola, Maria Bethânia, Zé Keti, Monarco, Dona Ivone Lara, Beth Carvalho, Wilson das Neves e Zeca Pagodinho, sendo deste diretor musical há quase 35 anos. Conhecedor prático das rodas de choro, diz que é a sua maior escola de música. Paulão também é diretor e produtor musical com trabalho reconhecido na indústria fonográfica.

O Centro de Pesquisa e Formação – CPF é um espaço do Sesc-SP que articula produção, formação e difusão de conhecimentos por meio de cursos, palestras, encontros, estudos, pesquisas e publicações nas áreas de educação, cultura e artes.

Serviço:

Bate-papo ‘Prosas Musicais: Histórias sobre o Choro’, com Paulão 7 Cordas e Mestre Siqueira

Dia 27 de abril – sábado, das 16h às 17h30

Inscrições: sescsp.org.br/cpf

Vagas: 40

Grátis

A partir de 16 anos

Centro de Pesquisa e Formação – CPF Sesc

Rua Dr. Plínio Barreto, 285 – 4º andar

Horário: de terça a sexta, das 10h às 21h. Sábados, das 10 às 18h30

Tel: (11) 3254-5600

Transporte gratuito para os participantes das atividades, do CPF Sesc à estação metrô Trianon-MASP, de terça a sexta às 21h40, 21h55 e 22h05.

(Fonte: Assessoria de Imprensa CPF)

CAIXA Cultural recebe exposição “Dois Indígenas da Amazônia – Vida e Arte”, de Duhigó e Dhiani Pa’saro

São Paulo, por Kleber Patricio

Obra de Duhigó – acervo.

A CAIXA Cultural São Paulo recebe desde sexta (12) a exposição ‘Dois Indígenas da Amazônia – Vida e Arte’. Um recorte da produção dos artistas visuais indígenas amazonenses Duhigó e Dhiani Pa’saro. A visitação pode ser feita até o dia 2 de junho (domingo), com entrada gratuita, no horário das 10h às 18h, de terça a sábado, e das 9h às 17h, no domingo.

Com a curadoria de Nei Vargas, ‘Dois Indígenas da Amazônia – ‘Nunca mais um Brasil sem Nós’ reúne obras de parte da coleção pertencente à Associação de Educação do Homem de Amanhã do Brasil – Habra, organização não governamental dedicada a projetos de proteção social, educação, direitos humanos e cultura.

O acervo totaliza um apanhado de referências históricas produzidas pelos dois artistas e reforça as relações entre os trabalhos e a preservação do patrimônio cultural material e imaterial dos povos Tukano e Wanano do Amazonas. Os dois artistas estiveram em 2023/2024 participando da exposição temática “Histórias Indígenas” no MASP, Museu de Arte de São Paulo e possuem obras nos acervos permanente, tanto do MASP, quanto da Pinacoteca do Estado de São Paulo (PINA).

‘Dois Indígenas da Amazônia – Vida e Arte’ possui um slogan complementar ‘Nunca Mais um Brasil sem Nós’, tema da campanha nacional lançada pelo Governo Federal via Ministério dos Povos Indígenas no ano passado que propõe dar visibilidade à luta dos povos indígenas que resistem e existem o Brasil preservando suas 274 línguas faladas. A campanha celebra a força da ancestralidade, que persiste, luta e existe.

Sobre os artistas:

Duhigó conquistou um lugar de destaque na história da arte amazonense e brasileira ao se tornar a primeira mulher indígena amazonense a compor o renomado acervo do Museu de Arte de São Paulo (MASP). “Eu pinto o que não existe mais e isto é muito importante para o meu povo. Quando Duhigó fechar os olhos, a minha arte contará minha história e dos Tukano”, declara a artista, premiada em 2023 como Mestra das Artes Visuais pela Funarte e Ministério da Cultura, Governo Federal.

Dhiani Pa’saro, do povo Wanano, produz quadros em marchetaria e pintura e tem como base de inspiração a técnica ancestral de fazer trançados com fibras e cipós da Floresta amazônica. “Com a marchetaria, eu trago os trançados feitos pelos meus antepassados”, afirma Pa’saro.

Serviço:  

[Artes Visuais] Exposição ‘Dois Indígenas da Amazônia – Vida e Arte’

Duhigó e Dhiani Pa’saro

Local: CAIXA Cultural São Paulo – Praça da Sé, 111 – Centro Histórico de São Paulo – São Paulo/SP

Visitação: de 12 de abril a 2 de junho de 2024

Horário: de terça a sábado, das 10h às 18h, e domingos das 9h às 17h

Classificação indicativa: Livre para todos os públicos

Ingressos: entrada gratuita

Acesso para pessoas com deficiência

Informações: (11) 3321-4400

Patrocínio: CAIXA e Governo Federal.

(Fonte: Assessoria de Imprensa da CAIXA)

Secretaria de Cultura de Indaiatuba divulga programação do 32º Maio Musical

Indaiatuba, por Kleber Patricio

Rodrigo Teaser apresenta Tributo a Michael Jackson no evento dia 1º de maio. Fotos: Divulgação.

A Prefeitura de Indaiatuba, por meio da Secretaria Municipal de Cultura, anuncia as atrações da 32ª edição do Maio Musical, que acontecerá de 1º até 26 maio. A abertura será com o show de Rodrigo Teaser “Tributo ao Michael Jackson”. Ao todo, se apresentarão 52 atrações ao longo do mês com o total de 455 músicos, somando as atrações locais, convidados e Organizações da Sociedade Civil (OSCs).

A novidade é que a edição 2024 vai ter início com o Abril Para o Jazz para que o público entre no clima do Maio Musical. Nos dias 19 a 20 de abril às 19h30 e no dia 21 de abril às 20h, o Ciaei contará com as respectivas apresentações: Lupa Santiago e Rodrigo Ursaia Quinteto, Tato Mahfuz e Big Band CMVL com o convidado Hudson Nogueira.

Rosa de Saron se apresenta com a Camerata Filarmônica no dia 24 de maio.

Neste ano, como no anterior, acontece uma programação especial no Topázio Cinemas com quatro sessões de cinema com filmes voltados à temática musical. Os filmes serão exibidos às quintas-feiras nos dias 2, 9, 16 e 23 às 19h, com reapresentação aos sábados nos dias 4, 11, 18 e 25 de maio às 14h, no Shopping Jaraguá. Os ingressos serão trocados por um livro (troca solidária). Os livros devem estar em perfeito estado, não devendo ser didáticos ou religiosos, e futuramente farão parte do acervo da biblioteca municipal.

“O Maio Musical é um evento que está em sua 32ª edição e a cada ano vem ganhando mais destaque pelas atrações trazidas para o município. Tem também o objetivo de alavancar os artistas locais. É um modo de impulsionar a economia local através do comércio, hotéis e incentivar o turismo, bem como, fomentar a cultura na cidade”, destaca o prefeito Nilson Gaspar. “Neste ano, tivemos mais de 81 projetos inscritos – um aumento de 15,71% comparado com 2023, que obteve 70 inscrições por meio do Edital de Chamamento para Artistas Locais. Foi um número muito significativo e mostra a importância deste evento para a classe artística”, finaliza.

“Foram 30 projetos contemplados através do edital de chamamento público municipal que contemplou mais de dez vertentes musicais, como Erudito, MPB, Samba, Sertanejo, Trap, Rap e Blues. O nosso objetivo é mostrar e incentivar o trabalho dos artistas do município”, pontua a secretária municipal de Cultura, Tânia Castanho.

Banda Angra se apresenta no festival no dia 5 de maio.

Também integra a programação do Maio Musical a Semana Nabor Pires Camargo, evento instituído por Lei Municipal visando à preservação da memória do músico indaiatubano Nabor Pires Camargo, que acontecerá entre os dias 19 e 25 de maio. Além disso, o Núcleo Nabor Pires Camargo promoverá duas Rodas de Choro, nos dias 19 e 21 de maio, no bosque do Casarão Pau Preto. Para participar, basta levar um instrumento.

Em 2024, as apresentações acontecem no mesmo modelo que o último Maio Musical, com atrações no Parque Ecológico, em palco montado na alça de acesso em frente ao Paço Municipal, no Centro Integrado de Apoio à Educação de Indaiatuba (Ciaei), Casarão Pau Preto e no Centro Cultural Hermenegildo Pinto (Piano). A entrada é franca. Para os eventos realizados no CIAEI, a distribuição de ingressos acontecerá por ordem de chegada.

Abril Para o Jazz (esquenta Maio Musical)

19 de abril

19h30 – Lupa Santiago e Rodrigo Ursaia Quinteto

20 de abril

19h30 – Tato Mahfuz

21 de abril 

Big Band CMVL convida Hudson Nogueira.

Confira a programação do 32º Maio Musical:

1º de maio, no Parque Ecológico

18h – Skive Rock

19h30 – Rodrigo Teaser “Tributo ao Michael Jackson”

3 de maio, no Parque Ecológico

19h – Banda Acoustic 4

20h30 – Incêndio

4 de maio, no Parque Ecológico

17h – Mashmellow

18h – OJÃO e Banda

19h – A2 Rock

20h30 – La Plata convida o baixista Heitor Gomes “Tributo ao Charlie Brown Jr”  

5 de maio, no Parque Ecológico

18h – Classic Roxx

19h30 – Angra

8 de maio, no Ciaei

19h30 – Geilson Santos

20h30 – Ana Paula Moretti – Flor de Alma Duo

9 de maio, no Ciaei

19h30 – Banda Sinfônica do Exército

10 de maio, no Parque Ecológico

19h – Forró do Seu Pedro

20h30 – Fórmula 2

10 de maio, no Casarão Pau Preto

20h – Ana Malta e Oscar Aldama Duo – Rente América

11 de maio, no Parque Ecológico

16h – Cesinha e Banda

17h30 – Serjão e Banda Nó na Madeira

19h – Projeto Acontece – Samba de todos os tempos

20h30 – Orquestra Sinfônica de Indaiatuba com Casa Caiada

12 de maio, no Parque Ecológico

14h às 18h – Samba na Figueira

18h – Grupo Four Samba

19h30 – Corporação Musical Villa Lobos com Dudu Nobre

16 de maio, no Ciaei

20h – João Carlos Martins

17 de maio, no Parque Ecológico

19h – Cizara

20h – Juninho Andrade Trio

21h – Evi Goffin

17 de maio, no Ciaei

19h30 – Arthur Raymundo e Laura

20h30 – Bananeira Grupo convida Lucy Campos

18 de maio, no Ciaei

16h – Camerata Sesi Indaiatuba

18 de maio, no Parque Ecológico

18h – Tavinho Rezende Blues Band

19h – Presidentes de Brasília

20h – Anderson Xavier e DJ Oitomão

21h – No Small Talks (NST)

18 de maio, no Piano

19h – Grupos Musicais Guri

19 de maio, no Casarão Pau Preto

10h – Roda de Choro NMNPC – Semana Nabor

19 de maio, no Parque Ecológico

18h – Sync2 – Tributo Pitty

19h30 – Zeeba

21 de maio, no Casarão Pau Preto

20h – Grupo de Choro de Tatuí

22 de maio, no Casarão Pau Preto

20h – André Siqueira – Da outra Margem ProAC

23 de maio, no Casarão Pau Preto

19h – Lançamento da Galeria a Céu Aberto

23 de maio, no Casarão Pau Preto

19h30 – Quarteto Vê Se Gostas

24 de maio, no Parque Ecológico

19h30 – Camerata Filarmônica de Indaiatuba com Rosa de Saron

24 de maio, no Ciaei

19h30 – Toninho Ferragutti & Quinteto de Cordas – ‘De Sol a Sol’ – ProAC

25 de maio, no Parque Ecológico

16h – Orquestra de Viola Caipira de Indaiatuba

17h – Nathan Alves

18h – Mauricio e Mauri

19h30 – Renan Teixeira

20h30 – Kelvin Araújo

25 de maio, no Casarão Pau Preto

16h – Brincando de música com o Koringa

20h – Vem Vindo

26 de maio, no Casarão Pau Preto

10h – Roda de Choro Convida Regional da Vila – ProAC

26 de maio, no Parque Ecológico

18h – Gambia Rock

19h – Di Ferrero

Programação – Topázio Cinemas

Local: Shopping Jaraguá Indaiatuba

Entrada: troca por um livro

2 de maio, às 19h

4 de maio, às 14h

Bob Marley: One Love

É um filme biográfico dirigido por Reinaldo Marcus Green (King Richard: Criando Campeãs) que conta a história de Robert Nesta Marley OM, mais conhecido como Bob Marley, grande ícone do reggae. O filme relembra os importantes feitos do cantor para seu país, assim como as dificuldades que sua família e conhecidos passaram. Bob Marley (Kingsley Ben-Adir) ficou conhecido por sua pregação pela paz, do amor e da fé rastafari. Com o reggae, ultrapassou fronteiras e o sucesso foi imenso. Mas mesmo famoso, a violência em seu país era uma realidade e chega até Marley e sua esposa (Lashana Lynch). Após um atentado, eles saem do país, mas no ano seguinte o cantor icônico decide voltar, pelo povo, para a Jamaica.

9 de maio, às 19h

11de maio, às 14h

Lupicínio Rodrigues – ‘Confissões de um sofredor’

O documentário celebra o legado poético de Lupicínio Rodrigues, investigando a contribuição musical e o contexto histórico desse compositor nascido no Rio Grande do Sul e autor de sucessos que ultrapassam gerações.

16 de maio, às 19h

18 de maio, às 14h

Nada Será Como Antes – A Música do Clube da Esquina

Nada Será Como Antes – A Música do Clube da Esquina é um documentário dirigido por Ana Rieper que trata sobre o grupo de artistas responsáveis pela criação dos álbuns Clube da Esquina 1 e 2, considerado por críticos como umas das melhores obras de todos os tempos. O longa mostra o processo criativo dos músicos: Lô Borges – na época com 16 anos – Nivaldo Ornelas, Toninho Horta, Beto Guedes, Robertinho Silva e Wagner Tiso. Mergulhando na musicalidade e processo criativo desses artistas excepcionais, incluindo lugares, pessoas e outras referências que influenciaram a criação das canções.

23 de maio, às 19h

25 de maio, às 14h

Mamonas Assassinas – O filme

Acompanha a trajetória de Dinho (Ruy Brissac), Júlio (Robson Lima), Bento (Alberto Hinoto), Sérgio (Rhener Freitas) e Samuel (Adriano Tunes) que, juntos, formaram um dos grupos mais inesperados e inicialmente desacreditados pelo grande público, os Mamonas Assassinas. Provando-se um sucesso estrondoso em um curtíssimo espaço de tempo, o quinteto precisou de muitas tentativas frustradas para conseguir mostrar que podia ser a próxima grande banda do Brasil.

(Fonte: Prefeitura de Indaiatuba)

Atacama Fashion Week: alerta global sobre o descarte incorreto de roupas

Alto Hospicio, por Kleber Patricio

Modelo posa na montanha de roupas descartadas no lixão do Atacama, no Chile: mais de 59 mil toneladas de peças vindas em grande parte da indústria fast fashion. Fotos: Mauricio Nahas.

Na cidade de Alto Hospício, nos arreadores do Deserto do Atacama, no Chile, uma montanha formada por mais de 59 mil toneladas de peças de roupas, entre sapatos, camisetas, casacos, vestidos e outros trajes, já pode ser vista do espaço. As imagens reveladas via satélite poderiam apontar mais um daqueles míticos cenários de filme latino-americano, mas, na realidade, é um alerta social e ambiental que mostra os perigos do consumo (e da produção) desenfreado de itens por tendências de moda. Com o objetivo de conscientizar e trazer à tona a real dimensão deste problema para diversos públicos, a Organização Não Governamental (ONG) Desierto Vestido, em parceria com a Fashion Revolution e Instituto Febre promovem o Atacama Fashion Week.

No mundo da moda, esse problema já é conhecido, mas nada de muito efetivo é feito pelos principais envolvidos. Por isso, a iniciativa traz o que o universo fashionista sempre presta muita atenção: um evento ao estilo das principais semanas de moda que acontecem em Paris, Milão, São Paulo e Londres. O Atacama Fashion Week promoveu um desfile de moda em pleno lixão do Atacama, com modelos vestindo looks feitos por produtores a partir de roupas despejadas no local. Junto da ação na passarela, tem um editorial fotográfico assinado por Mauricio Nahas, fotógrafo premiado, com mais de 30 anos de carreira.

O desfile está disponível no site oficial da ação Atacama Fashion Week, com comentários de influenciadores de moda, comportamento e sustentabilidade. Esse mesmo ambiente hospedará dados importantes e atualizados sobre a causa, bem como caminhos para a população em geral colaborar. Os conteúdos trazem códigos do mundo fashion como forma de chamar a atenção de diversos setores da sociedade. A campanha marcará presença na América do Sul, EUA e Europa.

Segundo a porta-voz da Desierto Vestido, ONG que, historicamente, tem tentado buscar essa solução local, a ideia do projeto não é pressionar um setor específico. É clamar por forças conjuntas a partir de um envolvimento público-privado por meio de um manifesto artístico. “Estamos aqui todos os dias do ano nessa luta difícil. E, dia após dia, vemos o problema se agravar. Precisávamos promover algo grandioso pra chamar a atenção de todos os agentes do problema para discutirmos uma solução. O Atacama não pode mais esperar”, ressalta Ángela Astudillo, cofundadora da Desierto Vestido, organização sem fins lucrativos dedicada à reciclagem de têxteis.

“Ao mesmo tempo em que podemos ver uma foto no espaço, o cemitério de roupas é uma problemática ainda muito silenciosa. São lotes de peças de baixa qualidade ou danificadas herdadas do mercado ‘fast fashion’ dos Estados Unidos, da Europa e da Ásia. A maioria das peças leva até 200 anos para se desintegrar. A emergência é climática, também”, completa Astudillo.

Para evitar o aumento de 1,5ºC e o agravamento da crise climática, o setor da moda terá que reduzir suas emissões pela metade até 2030, de acordo com informações publicadas no site do instituto Febre, organização voltada à justiça climática para as mulheres da moda e apoiadora do projeto. A iniciativa também traz holofote a um problema recorrente no Deserto do Atacama: queimas clandestinas são realizadas nos montantes de roupas, que eventualmente também são enterradas no local.

“É crucial uma mudança sistêmica na indústria da moda, e como cidadãos, todos temos um papel a desempenhar. Das marcas, queremos a responsabilização e compromissos robustos. Dos governos, a missão é reivindicar políticas públicas e fiscalizações. Com a sociedade civil, o nosso papel é disseminar informações e impulsionar ações de mobilização”, destaca Fernanda Simon, diretora executiva do Fashion Revolution Brasil, organização brasileira do maior movimento ativista da moda no mundo.

“Mesmo com todos os seus impactos, o setor da moda não é incluído com sua devida responsabilidade na agenda política quando se trata de abordar a crise climática”, completa Eloisa Artuso, cofundadora do Instituto Febre, organização social que trabalha com justiça socioambiental na intersecção entre clima, gênero e moda.

A rede de parceiros do Atacama Fashion Week conta também com o apoio da agência Artplan, que desenvolveu toda a concepção criativa do projeto, e da produtora de vídeo Sugarcane Filmes.

“Foi uma oportunidade incrível para a Sugar colaborar em um projeto tão relevante, especial e transformador como este, que transpassa o universo da moda e usa o audiovisual como palco para conscientização global do descarte inadequado de roupas. É um presente quando conseguimos projetos onde apostamos nosso talento, criatividade e ainda transmitimos uma mensagem poderosa”, compartilha Igor Selingarde, diretor e produtor executivo da Sugarcane Filmes.

(Fonte: Approach Comunicação)

Fuga de cérebros para o Brasil: o que atrai pesquisadores estrangeiros para cá?

Brasil, por Kleber Patricio

Foto: Trnava/Unsplah.

Por Eduardo Bessa — A fuga de cérebros brasileiros para o exterior é um problema conhecido e que retorna regularmente às manchetes dos jornais do país. Estimava-se que o Brasil tenha perdido 6,7 mil pesquisadores entre 2015 e 2022. Pouco se fala, no entanto, que também existe uma migração de cientistas estrangeiros para instituições de pesquisa brasileiras que ajuda a construir a ciência brasileira.

Esse é o caso dos doutorandos Manuel de Jesus Borges, de Cabo Verde, e Perla Bahena, do México. Manuel narra, emocionado, sua partida de Cabo Verde, onde nasceu e passou sua infância e adolescência. “Sempre acreditei no poder da educação, sempre procurei aprender, mesmo perante adversidades”. Em 2016, Manuel deixou família e amigos para trás e foi para o Ceará cursar Biologia na Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (Unilab). Hoje, ele está iniciando o doutorado em Ecologia da Universidade de Brasília (UnB), mesma instituição onde cursou seu mestrado.

A mexicana Perla, doutoranda pela Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) Sorocaba, insistiu por dois anos até vir ao Brasil, em 2018, com uma bolsa Conacyt. Ela queria tanto viajar e conhecer pessoas e culturas novas, quanto explorar metodologias de pesquisa e a biodiversidade brasileira. Sua pesquisa aborda peixes de riacho da Mata Atlântica paulista. A saúde sempre faz Perla pensar em voltar para o México, seja durante a pandemia, seja uma internação por pancreatite em 2022. “Fui tomada pelo medo de morrer longe da minha família”. Perla considera voltar ao México depois que defender seu trabalho na universidade no final deste ano, mas não nega que gostaria de se estabelecer no Brasil. O vínculo dela com o país se aprofundou no início de 2024 com o nascimento de sua filha, Emily.

Semelhante aos emigrados do Brasil para o exterior, pesquisadores que se mudaram para cá sofrem com a saudade de casa e com contrastes culturais. Curiosamente, o que os atrai para o Brasil se parece com o que leva nossos cientistas a ir embora: estabilidade econômica, condições sociais e científicas e oportunidades profissionais. Isso mostra que há um enorme espectro de condições de vida para cientistas em todo o mundo.

Um edital da Fundação de Amparo à Pesquisa do Rio de Janeiro (Faperj) trouxe nove pesquisadores de zonas de conflito como Ucrânia e Síria para atuarem no estado do Rio de Janeiro em 2023. A nova lei de migração, de 2017, facilitou a entrada, o exercício profissional e a decisão de permanecer no Brasil para cientistas estrangeiros. O Programa do Grupo de Cooperação Internacional de Universidades Brasileiras (GCUB) recebeu mais de 1500 inscritos em 2022 e trouxe quase 300 cientistas. Este programa oferece também oportunidades direcionadas, como 480 vagas para pós-graduandos da América Latina e Caribe e 120 para Moçambique em mais de 40 instituições brasileiras. Só na UnB, entre 2016 e 2022, 391 cientistas estrangeiros tiveram interesse em desenvolver suas pesquisas por aqui. Esse valor corresponde a um terço do volume de brasileiros indo ao exterior.

Não há dúvida que a ciência brasileira tem um longo caminho a percorrer em busca de excelência. Ainda abrimos vagas para apenas 5% dos doutores formados no Brasil, os financiamentos a projetos são disputados e a remuneração de cientistas é baixa em comparação com outros países e com categorias com menor escolaridade no país. No entanto, nossas condições atuais são atraentes para alguns cientistas estrangeiros que têm muito a contribuir com o desenvolvimento brasileiro e que devem ser bem recebidos para permanecerem por aqui.

Sobre o autor | Eduardo Bessa é pesquisador de ecologia da Universidade de Brasília (UnB).

(Fonte: Agência Bori)