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Festival da Cunhã promete agitar o Amazonas em maio

Amazonas, por Kleber Patricio

Foto: Divulgação.

Uma verdadeira imersão na cultura e natureza da região Amazônica – esse é o Festival da Cunhã, que foi apresentado no 29, em São Paulo, e promete celebrar as tradições e cultura da região. O projeto, idealizado por Isabelle Nogueira, Cunhã-Poranga, em parceria com a Mynd, maior agência de marketing de influência e entretenimento do país, será uma espécie de aquecimento ao Festival de Parintins, considerado o maior espetáculo folclórico a céu aberto do mundo.

Entre os dias 22, 23 e 24 de maio, o público vai poder conferir as comidas típicas, tradições e apresentações de artistas locais com ritmos regionais do Amazonas. A Arena da Amazônia foi o local escolhido para a celebração e terá Isabelle como a grande anfitriã e mestre de cerimônia da festa. “É com imensa alegria que vejo a primeira edição do Festival da Cunhã se tornar realidade. Será um verdadeiro palco de celebração da nossa cultura e da nossa gente. Queremos mostrar ao Brasil e ao mundo o poder da nossa identidade com muita música, festa e vivências amazônicas”, celebra Isabelle.

Com o Norte ganhando cada vez mais visibilidade por suas riquezas naturais e culturais, o público pode esperar para viver experiências únicas durante os três dias de evento, reforçando a grandiosidade da região e sua rica herança cultural. “Estamos muito felizes com a idealização do Festival da Cunhã, uma verdadeira celebração da cultura e grandiosidade da região Norte. Acreditamos que a arte e a música têm o poder de transformar e conectar pessoas. Com esse evento, queremos destacar as raízes, histórias e tradições que tornam a região da Amazônia um espetáculo único”, comenta Fátima Pissarra, CEO da Mynd.

O Festival da Cunhã contará com um grandioso palco de shows, uma feira cultural com artesanato e gastronomia típica. Além disso, o evento também terá um forte incentivo à contratação de fornecedores e prestadores de serviços locais, impulsionando a economia e a sustentabilidade da região.

Sobre a Mynd | Dos sócios Fátima Pissarra, Preta Gil, Carlos Scappini e Marcus Buaiz, a Mynd é a maior agência de marketing de influência e entretenimento da América Latina. Ela auxilia empresas e agências na identificação de oportunidades, planejamento de estratégias e execução de projetos publicitários, unindo música, entretenimento, artistas e influenciadores. Também conta com um casting exclusivo, composto por mais de 400 grandes nomes do cenário nacional e internacional, e atua com gestão de imagem e desenvolvimento de estratégias individuais dos artistas, identificando oportunidades no mercado publicitário com marcas que tenham fit com os perfis. Em 2025, completa oito anos no mercado.

(Com Felipe Rufino/Mynd)

Instituto Tomie Ohtake e a Orquestra de Câmara da ECA/USP (OCAM) celebram 10 anos de parceria

São Paulo, por Kleber Patricio

Imersão OCAM no Tomie oferece uma experiência única, com uma série de concertos ao longo do ano. Fotos: Ricardo Miyada.

O Instituto Tomie Ohtake e a Orquestra de Câmara da ECA/USP (OCAM) celebram em 2025 10 anos de colaboração entre as instituições. Para marcar a parceria, a orquestra apresenta uma série de concertos ao longo do ano dentro do programa ‘Imersão OCAM no Tomie, com uma programação rica e diversificada que destaca tanto a tradição quanto a inovação na música clássica. Sob a direção de renomados regentes e músicos convidados, a temporada acontece de fevereiro a novembro de 2025 ocupando todos os espaços do Instituto Tomie Ohtake.

O conceito de ‘imersão’ propõe uma abordagem inovadora na qual o público não apenas assiste ao concerto, mas se sente integrado à própria orquestra. Isso ocorre pela disposição do palco, no mesmo nível dos assentos da plateia, criando uma conexão mais próxima e intensa do público com a música e os músicos.

Para o fundador e presidente do Conselho do Instituto Tomie Ohtake, Ricardo Ohtake, “Festejar os 10 anos de parceria entre o Instituto Tomie Ohtake e a OCAM, especialmente em um momento tão marcante como os 30 anos dessa brilhante orquestra, é motivo de grande orgulho. A programação pensada para essa celebração abre espaço para concertos que encantam tanto pelo respeito às raízes da música clássica quanto pela ousadia de novas propostas artísticas. Espero que a OCAM continue a sua vida entusiástica e que volte sempre para se apresentar ao público do Instituto Tomie Ohtake”.

“Neste ano, celebramos 30 anos da OCAM e 10 anos de parceria com o Instituto Tomie Ohtake, o que para nós é uma grande honra e alegria. Os concertos apresentados no Instituto são sempre muito especiais, pois unir música e artes visuais é muito inspirador e enriquecedor tanto para a orquestra quanto para o público, que é sempre muito receptivo e acolhedor. Nesses 10 anos, poder compartilhar ideias, música e arte com Ricardo Ohtake, pessoa tão querida por nós, e sua equipe brilhante foi e é um presente para a OCAM. Que venham mais 10, 20 anos com muita arte, inovação e inspiração!”, afirma Ricardo Bologna, diretor artístico e maestro titular da OCAM.

Abrindo a programação do ano em fevereiro, o regente William Coelho lidera o Grupo de Cordas da OCAM em uma celebração ao centenário de Luciano Berio, com obras de Grieg, Camargo Guarnieri e Holst, entre outros. No mesmo mês, o maestro André Bachur conduz o Grupo de Sopros da OCAM em um programa dedicado a Edgar Varése, acompanhado por peças de Mozart, Lea Freire e Ronaldo Miranda. Encerrando a programação de fevereiro, o regente Ricardo Bologna e o compositor e cantor Arrigo Barnabé apresentam a célebre obra A História do Soldado, de Igor Stravinsky, combinando música e narrativa em uma performance cativante.

Em março, o clarinete de Camila Barrientos Ossio brilha no programa Um pulo no ar. Sob a regência de Ricardo Bologna serão apresentadas obras de Gabriela Lena Frank, Aaron Copland, culminando na magistral Sétima Sinfonia de Beethoven. Em junho, sob a regência do maestro Gil Jardim, a OCAM realiza um concerto que celebra três décadas de história da orquestra, trazendo ao palco do Tomie alguns músicos vencedores de seu concurso de jovens solistas, apresentando obras de Hoffmeister, Andersen e Ronaldo Miranda.

Já no segundo semestre, o programa Realidades Imaginárias, apresenta o violão de Edelton Gloeden sob a regência de André Bachur para interpretar peças de Yuri Behr, Leo Brouwer, Marisa Rezende e Igor Stravinsky, além de uma estreia mundial de Fernando Dias Gomes. Em novembro, o programa Passione Clássica encerra a programação reunindo os músicos Amanda Martins e Alessandro Santoro, que conduzem uma jornada pelo classicismo, com obras de Beethoven, Haydn e C.P.E. Bach.

Sobre a parceria

Desde 2015, quando se deu início a parceria firmada entre o fundador e então presidente do Instituto Tomie Ohtake, Ricardo Ohtake, e Gil Jardim, na época diretor artístico e regente principal da OCAM, a colaboração resultou em uma série de apresentações memoráveis. A maioria dos concertos foi cuidadosamente concebida para se conectar com as exposições em exibição no Instituto, com um repertório especialmente interligado aos temas das mostras, criando uma experiência imersiva e única para o público. As apresentações ocorreram explorando diferentes espaços do edifício, em meio às salas de exposição, além do grande hall e mezanino, permitindo uma interação dinâmica entre a música e as artes visuais.

Um dos destaques dessa parceria aconteceu em 2016, em um espetáculo inspirado nas exposições Picasso: Mão Erudita, Olho Selvagem e Aprendendo com Dorival Caymmi: Civilização Praieira, que contou com a participação da OCAM e do renomado cantor, violonista e compositor, Dori Caymmi. Nesse mesmo ano, a orquestra fez uma intervenção na exposição Os Muitos e o Um: Arte Contemporânea Brasileira na Coleção Andrea e José Olympio Pereira.

Já em 2017, a OCAM esteve presente com um concerto especial na abertura da exposição Yoko Ono – O céu ainda é azul, vc sabe…”. No mesmo ano, o Ensemble OCAM, formado por integrantes da orquestra, apresentou um recital com obras de compositoras brasileiras. O concerto, que marcou o encerramento da exposição Invenções da Mulher Moderna, Para Além de Anita e Tarsila, celebrou a trajetória de artistas modernistas femininas e incluiu peças inéditas de três das mais importantes compositoras brasileiras da atualidade: Léa Freire, Valéria Bonafé e Patricia Lopes. O Ensemble OCAM, que já se apresentou em diferentes formações desde sua criação em 2013, foi composto exclusivamente por mulheres neste recital.

Além disso, em 2019, o Concurso de Composição Musical Tomie Ohtake foi uma iniciativa que celebrava a obra da artista, desafiando compositores a criar peças inspiradas em três de suas gravuras. Ao longo dessa década, a parceria entre a OCAM e o Instituto Tomie Ohtake tem sido uma celebração constante da fusão entre a música e as artes visuais. Confira abaixo o programa completo da série Imersão OCAM no Tomie. 

PROGRAMAÇÃO 2025 – SÉRIE IMERSÃO OCAM NO TOMIE

13 de fevereiro, quinta-feira, às 19h

Latitudes – Berio 100 Anos 

William Coelho – Regente   

Grupo de Cordas OCAM

Programa:

Edvard Grieg

Holberg Suite, Op. 40

Luciano Berio

Duetos para dois violinos

Cibelle J. Donza

Das Plêiades

Gerald Finzi

Romance para Orquestra de Cordas, Op. 11

Camargo Guarnieri

Toada à moda paulista

Gustav Holst

Saint Paul´s Suite Nº2 para Orquestra de Cordas, Op. 29

14 de fevereiro, sexta-feira, às 19h

Magnéticas – Varése 60 Anos

André Bachur – Regente

Grupo de Sopros OCAM

Programa:

Edgar Varése

Octandre

Wolfgang Amadeus Mozart

Serenata nº 12 para sopros em dó menor, K 388/384a

Ronaldo Miranda

Noneto

Lea Freire

A Coisa Ficou Russa                               

16 de fevereiro, domingo, às 11h

A História do Soldado

Ricardo Bologna – Regente        

Arrigo Barnabé – Narrador

Ensemble OCAM

Programa:

Igor Stravinsky

A História do Soldado

23 de março, domingo, às 11h

Um Pulo no Ar

Ricardo Bologna – Regente

Camila Barrientos Ossio – Clarineta

Programa:

Gabriela Lena Frank

Escaramuza

Aaron Copland

Concerto para Clarineta e Orquestra de Cordas

Ludwig Van Beethoven

Sinfonia nº 7 em Lá Maior, Op. 92 

15 de junho, domingo, às 11h

OCAM 30 Anos | Concurso Jovens Solistas

Gil Jardim – Regente         

Alexandre Ficarelli – Oboé       

Andreza Batistella Viola | Vencedora Concurso Jovens Solistas OCAM

Gabriela Fiorini   Flauta |Vencedora Concurso Jovens Solistas OCAM

Programa:

Franz Anton Hoffmeister

Concerto para Viola em Ré Maior

Joachim Andersen

Ballade et Danses des Sylphes, Op. 5

Ronaldo Miranda

Ballade et Abá-Ubú para Oboé e Orquestra

17 de agosto, domingo, às 11h

Realidades Imaginárias

André Bachur – Regente 

Edelton Gloeden – Violão   

Programa:

Yuri Behr

Morana

Leo Brouwer

Concerto nº1 para Violão e Pequena Orquestra

Fernando Dias Gomes

Sem título | Ateliê de Composição CMU-OCAM – estreia mundial

Marisa Rezende

Fragmentos

Igor Stravinsky

Suite Pulcinella

16 de novembro, domingo, às 11h

Passione Clássica

Amanda Martins – Dir. Musical

Alessandro Santoro – Cravo

Programa:

Ludwig Van Beethoven

Abertura Egmont, Op. 84

Carl Philipp Emanuel Bach

Concerto para Cravo em Fá Maior, Wq.12 H.415

Joseph Haydn

Sinfonia nº49 em Fá menor, ‘La Passione’.

Instituto Tomie Ohtake

Av. Faria Lima 201 (Entrada pela Rua Coropé, 88) – Pinheiros, SP

Metrô mais próximo – Estação Faria Lima/Linha 4 – amarela

Fone: (11) 2245-1900

Site: institutotomieohtake.org.br

Facebook: facebook.com/inst.tomie.ohtake

Instagram: @institutotomieohtake

Youtube: www.youtube.com/@tomieohtake.

(Com Martim Pelisson/Instituto Tomie Ohtake)

Diogo Ramos traz a turnê internacional Cabaça Convida ao Sesc 24 de Maio

São Paulo, por Kleber Patricio

Foto: Nikita Bershanski.

No dia 6 de fevereiro, o cantor, compositor e produtor musical Diogo Ramos leva ao Sesc 24 de Maio sua turnê internacional Cabaça Convida, com participações especiais de grandes nomes da música brasileira como Roberto Mendes e o grupo Barbatuques. O show acontece às 20h no teatro da unidade.

Inspirado no álbum Cabaça, que conquistou destaque internacional, Diogo Ramos apresenta um repertório que mistura tropicalismo, electro-samba-funk e canções em português, francês e espanhol. A turnê também celebra a colaboração de outros artistas renomados como Fabiana Cozza, Ricardo Herz, Swami Junior, Danilo Moraes, Guilherme Kastrup, Yassir Chediak e o Bloco Besta É Tu.

O projeto conta com o apoio de organizações como Canada Council for the Arts, Music Action, Consulado do Canadá, Consulado do Brasil e o Bureau du Québec no Brasil, fortalecendo o intercâmbio cultural entre os países.

Sobre Diogo | Nascido em São Paulo e descendente de uma família baiana, Diogo Ramos é um artista multifacetado que desde 2010 reside em Montreal, onde promove a música brasileira em diversas apresentações pelo Canadá e Europa. Em 2022, lançou o EP Raro Efeito, que mescla samba-funk com hip-hop eletrônico. Com 20 discos entre composição e produção, Ramos possui uma carreira internacional consolidada.

Ouça: Spotify / Apple Music / YouTube Music  | Veja: You Tube.

Serviço:

Diogo Ramos | Turnê ‘Cabaça Convida’ | part. Barbatuques e Roberto Mendes  

Data: 6/2, quinta-feira, às 20h

Local: Sesc 24 de Maio, Rua 24 de Maio, 109, São Paulo – a 350 metros da estação República do metrô

Classificação: 12 anos

Ingressos: sescsp.org.br/24demaio ou através do aplicativo Credencial Sesc SP a partir do dia 28/1 e nas bilheterias das unidades Sesc SP a partir de 29/1 – R$60 (inteira), R$30 (meia) e R$18 (Credencial Sesc).

Duração do show: 90 min

Serviço de van gratuito: Transporte disponível até as estações República e Anhangabaú. Saídas da portaria a cada 30 minutos, de terça a sábado, das 20h às 23h, e aos domingos e feriados, das 18h às 21h.

Acompanhe nas redes:

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sescsp.org.br/24demaio

Sesc 24 de Maio

Rua 24 de Maio, 109, Centro, São Paulo – a 350 metros do metrô República

Fone: (11) 3350-6300

(Com Meyre Vitorino/Sesc SP)

Estiagem severa no Amazonas aumenta teleatendimentos psicológicos de ribeirinhos

Amazonas, por Kleber Patricio

Fotos: Fundação Amazônia Sustentavel.

Durante a estiagem que atingiu rios amazônicos, o teleatendimento psicológico prestado pela Fundação Amazônia Sustentável (FAS) tem sido fundamental para apoiar pacientes que lidam com o aumento da ansiedade e angústia devido à incerteza do período. Entre os meses de agosto a outubro, a FAS realizou mais de 50 atendimentos psicoterapêuticos, auxiliando no desenvolvimento de estratégias para melhorar a qualidade de vida e a saúde mental de indígenas e ribeirinhos na região.

Em 2023, a FAS contabilizou 193 teleatendimentos psicológicos, seguidos de 229 neste ano, em comunidades dentro de Unidades de Conservação (UCs) – ou seja, um aumento de 18%. Além disso, entre os meses de agosto e setembro, 30 atendimentos foram registrados, dos quais sete (23%) tiveram como queixa principal os impactos da estiagem. Já entre setembro e outubro, oito atendimentos (33%), dos 24 registrados, destacaram a estiagem severa que afetou o Amazonas neste ano.

As queixas relatadas incluem sintomas de depressão, fobia social, transtorno do estresse pós-traumático (TEPT), conflitos familiares e conjugais e luto. Cristina Maranghello, psicóloga clínica e responsável pelos teleatendimentos, vê que a alteração abrupta na rotina afeta a sensação de segurança e aumenta a imprevisibilidade em relação ao futuro. “A maior diferença percebida nos relatos antes e durante a estiagem está relacionada à intensificação das preocupações e ao aumento da sensação de vulnerabilidade. Antes da estiagem, as queixas costumavam estar mais relacionadas a desafios do cotidiano”, comenta.

Com a seca dos rios, os comunitários enfrentam uma queda de renda financeira e se veem isolados, com muita dificuldade para conseguir itens básicos para subsistência, como água potável, alimentos e medicamentos. O calendário escolar é interrompido, o provisionamento de energia elétrica oscila e os lares passam a ter muitas pessoas reunidas em um período maior, o que favorece a ocorrência de conflitos familiares.

Mickela Souza Costa, gerente do Programa Saúde na Floresta da FAS, destaca que a crescente valorização da saúde mental torna a oferta de psicoterapia via teleatendimento uma iniciativa fundamental. O programa que ela coordena foi criado durante a pandemia de Covid-19 pela instituição, fortalecendo as ações em saúde da FAS e, desde então, vem fazendo um diferencial em comunidades distantes da Amazônia. “Essa abordagem promove qualidade de vida e ensina técnicas para lidar com sintomas como ansiedade e depressão. Conflitos familiares são comuns nessas comunidades, e a psicoterapia, via telessaúde, ajuda a melhorar o convívio familiar e a resolver essas questões conforme as necessidades de cada família”, diz Costa.

Devido ao forte calor, outro aspecto percebido foi a diminuição da prática de atividades físicas, um recurso extremamente recomendado para equilibrar os hormônios e neurotransmissores, que ajudam no combate à ansiedade e depressão.

Ecoansiedade

Referenciado de forma pioneira pela pesquisadora americana Susan Clayton, o termo ‘ecoansiedade’, ou ‘ansiedade climática’, é caracterizado como uma sensação de impotência e desesperança frente às mudanças climáticas que o mundo acompanha. Segundo um estudo publicado na revista científica The Lancet Planetary Health, em 2021, mais de 60% dos jovens entre 16 e 25 anos, no Brasil, se dizem ‘muito’ ou ‘extremamente preocupados’ com as mudanças climáticas.

Embora os termos não tenham critérios diagnósticos definidos pelo DSM-V (Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais), da Associação Americana de Psiquiatria, a psicóloga Cristina enfatiza que muitos sintomas estão relacionados a esse fenômeno.

“É evidente que a preocupação com o impacto das mudanças climáticas afeta diretamente a saúde mental dos pacientes, especialmente no contexto de cuja subsistência depende diretamente do equilíbrio ambiental. Essas preocupações são vivenciadas no dia a dia, com consequências concretas e imediatas na Amazônia”, afirma Maranghello.

De acordo com a profissional, as novas informações sobre as mudanças climáticas não podem ser jogadas para ‘escanteio’. Para transmiti-las com ética e profissionalismo, a orientação é sensibilizar o público através de webpalestras e rodas de conversa, que são instrumentos de reflexão e acolhimento. A abordagem deve abarcar os aspectos realistas e uma perspectiva otimista, como iniciativas que se destacam em prol do meio ambiente.

Para os próximos anos, Cristina Maranghello também indica os passos que as populações tradicionais da Amazônia podem tomar para lidar com o assunto. “Em primeiro lugar, o acesso ao conhecimento sobre o assunto é fundamental para a autonomia e o senso crítico do problema. Iniciativas para diminuir a pegada ambiental e formas mais sustentáveis de administrar os recursos caseiros são opções que não dão espaço para discursos alarmistas, na mesma medida em que as populações se tornam protagonistas frente às adversidades com resiliência e autonomia. Não podemos deixar de destacar o grande diferencial que é o atendimento psicológico para essa população. Com este acompanhamento os pacientes se tornam mais fortalecidos emocionalmente, frente aos problemas em geral”, finaliza Maranghello.

Sobre a FAZ | A Fundação Amazônia Sustentável (FAS) é uma organização da sociedade civil sem fins lucrativos que atua pelo desenvolvimento sustentável da Amazônia. Sua missão é contribuir para a conservação do bioma, para a melhoria da qualidade de vida das populações da Amazônia e valorização da floresta em pé e de sua biodiversidade. Com 16 anos de atuação, a instituição tem números de destaque, como o aumento de 202% na renda média de milhares famílias beneficiadas e a queda de 39 % no desmatamento em áreas atendidas.

(Com Emanuelle Araujo Melo de Campos/UP Comunicação)

Pacientes com epilepsia ganham esperança com tratamento avançado de Estimulação Cerebral Profunda

São Paulo, por Kleber Patricio

Foto: Getty Images/Unsplash+.

O Dia Internacional da Epilepsia (Dia Roxo), lembrado em 11 de fevereiro, é uma data dedicada a ampliar a compreensão e o diálogo global sobre esse distúrbio neurológico crônico que se manifesta por meio de crises epilépticas recorrentes causadas por alterações na atividade elétrica do cérebro e afeta pessoas de todas as idades, origens e estilos de vida. Um dos tratamentos mais avançados para a condição é a Estimulação Cerebral Profunda (ou DBS – Deep Brain Stimulation, na sigla em inglês), um procedimento que está transformando a vida de pacientes com epilepsia refratária.

A epilepsia, que se manifesta devido a descargas elétricas anormais no cérebro, afeta pessoas de todas as idades, origens e estilos de vida. As crises variam de convulsões generalizadas a episódios mais sutis, como movimentos involuntários localizados ou perdas momentâneas de consciência.

Determinar o tipo de epilepsia permite uma abordagem de tratamento mais eficaz. Embora as crises sejam controláveis em 70% dos pacientes com o uso de medicamentos antiepilépticos, pacientes com epilepsia refratária podem se beneficiar com tratamentos avançados. Nesse sentido, a DBS ganha força.

Esse tratamento minimamente invasivo tem sido estudado há anos e foi detalhadamente abordado na revista Epilepsia, uma das principais publicações na área. Recentemente, a terapia passou por uma revisão sistemática, que identificou um aumento na eficácia ao longo dos anos O procedimento envolve a implantação de eletrodos em áreas específicas do cérebro, como o núcleo talâmico ou o hipocampo, que são conectados a um neuroestimulador para modular a atividade neural. Esse aparelho recebe estímulos constantes, com o objetivo bloquear ou interromper os impulsos anormais de atividade elétrica no cérebro. “A DBS tem sido eficaz em reduzir a frequência e intensidade das crises, com efeitos adversos mínimos, provocando melhora na qualidade de vida para pacientes que enfrentam limitações severas”, explica o Dr. Marcelo Valadares, neurocirurgião funcional e pesquisador da Disciplina de Neurocirurgia na Unicamp.

Estigmatização da doença

Empoderar e dar visibilidade a pacientes, diagnóstico, tratamento, cuidados, prevenção e pesquisa em relação a esse distúrbio é uma iniciativa fundamental para desmistificar essa condição neurológica frequente e, ainda assim, pouco compreendida. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), aproximadamente 50 milhões de pessoas no mundo vivem com esse distúrbio – embora estudos sugiram que a cifra é ainda maior – e metade dos pacientes vão ser estigmatizados em algum momento.

As causas da epilepsia são múltiplas, não completamente conhecidas e incluem fatores genéticos, danos cerebrais provocados por traumatismos, infecções como meningite e encefalite, acidentes vasculares cerebrais, tumores e malformações congênitas. Em crianças, a epilepsia muitas vezes está associada ao desenvolvimento cerebral, enquanto em idosos, as crises frequentemente estão associadas a doenças neurodegenerativas, como Alzheimer e Parkinson.

O enfrentamento de uma crise epiléptica requer conhecimento por parte da sociedade. Durante uma crise convulsiva, é necessário proteger o paciente para evitar ferimentos, afastar objetos que possam causar acidentes e posicionar a pessoa de lado para prevenir sufocamento e deixar que a saliva escorra. Jamais deve-se segurar seus movimentos ou colocar objetos ou os dedos em sua boca. “O ideal é permanecer ao lado do paciente e aguardar que a crise acabe, o que ocorre geralmente em até três minutos”, alerta o médico.

Sobre o Dr. Marcelo Valadares

Dr. Marcelo Valadares é médico neurocirurgião e pesquisador da Disciplina de Neurocirurgia da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).

A Neurocirurgia Funcional é a sua principal área de atuação. Seu enfoque de trabalho é voltado às cirurgias de neuromodulação cerebral em distúrbios do movimento e cirurgias menos invasivas de coluna (cirurgia endoscópica da coluna), além de procedimentos que envolvem dor na coluna, dor neurológica cerebral e outros tipos de dor.

O especialista também é fundador e diretor do Grupo de Tratamento de Dor de Campinas, que possui uma equipe multidisciplinar formada por médicos, enfermeiros, fisioterapeutas, psicólogos e educadores físicos.

No setor público, recriou a divisão de Neurocirurgia Funcional da Unicamp, dando início à esperada cirurgia DBS (Deep Brain Stimulation – Estimulação Cerebral Profunda) naquela instituição. Estabeleceu linhas de pesquisa e abriu o Ambulatório de Atenção à Dor afiliado à Neurologia.

Mais informações:

www.marcelovaladares.com.br

Instagram: @drmarcelovaladares

Facebook: facebook.com/drmarcelovaladares.

(Com Nathalia Abreu/Press Manager)