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Pensamentos materializados: Duo Atthiê explora a arte como reflexo do pensamento humano

São Paulo, por Kleber Patricio

Imagens: Divulgação.

O Duo Atthiê, formado pelas artistas Alegria Patricia e Annemie Wilcke, apresenta a exposição ‘Pensamentos’, com abertura marcada para o dia 11 de fevereiro de 2025 na Galeria Berenice Arvani. Sob a curadoria de Adriana Rede, a mostra propõe um diálogo entre arte, matéria e a abstração do pensamento humano, explorando os processos criativos a partir de uma perspectiva sensorial e interativa.

Com cerca de 60 obras produzidas em cerâmica e outros materiais como ferro, aço e acrílico, as artistas utilizam a maleabilidade da argila para abordar o caráter fluido, desordenado e único dos pensamentos. As peças variam entre criações individuais e agrupamentos, refletindo as interações e sobreposições das ideias que permeiam a mente humana. A construção da narrativa curatorial se baseia nos objetos relacionais. Cada obra leva o visitante a interagir e explorar questões de identidade, como nos vemos, pensamos o mundo.

A exposição também convida o público a interagir diretamente com algumas peças, que respondem ao toque ou apresentam elementos móveis, instigando uma reflexão sobre como as ideias evoluem e se moldam de acordo com os estímulos externos. Essas interações reforçam o caráter imersivo da mostra, transformando o espectador em parte integrante do processo artístico e proporcionando uma experiência única de coautoria.

O conceito do Duo Atthiê reflete sua própria essência colaborativa. O nome escolhido pela dupla, inspirado pelas características associadas ao termo ‘Atthiê’ – curiosidade, persistência e abertura para novas ideias – traduz o compromisso das artistas em transformar suas diferenças em uma unidade criativa que materializa o invisível e o subjetivo.

A prática artística do duo tem raízes na sustentabilidade. A argila, material central da produção, é reciclável, e suas bases utilizam elementos provenientes de fornecedores comprometidos com práticas ambientalmente responsáveis. Esta abordagem reflete um esforço conjunto de explorar a arte não apenas como expressão inventiva, mas também como uma prática socialmente consciente. Em um mercado de arte contemporânea cada vez mais atento às questões ambientais, o trabalho do Duo Atthiê destaca a relevância de integrar sustentabilidade e criatividade, estabelecendo um novo paradigma para os artistas emergentes e consolidados.

A expografia, concebida pela arquiteta Teresa Vicini Lodi, contribui para a experiência imersiva da exposição, convidando os visitantes a estabelecerem uma conexão sensorial com as obras. Os elementos visuais e táteis visam estimular a curiosidade e instigar reflexões sobre os próprios pensamentos do público, oferecendo um espaço para o diálogo entre o espectador e a arte.

Serviço:

Exposição Pensamentos

Artistas: Duo Atthiê – Alegria Patricia e Annemie Wilcke

Curadoria: Adriana Rede

Expografia: Teresa Vicini Lodi

Vernissage: 11 de fevereiro de 2025, terça-feira, às 19h

Período: 12 de fevereiro a 14 de março de 2025

Local: Galeria Berenice Arvani

Endereço: R. Oscar Freire, 540 – Jardim Paulista, São Paulo – SP, 01426-000

Tel.: (11) 3082-1927 / (11) 3088-2843

Datas e horários: segunda a quinta-feira, das 10h às 19h; sexta-feira, das 10h às 18h.

(Com Silvia Balady/Balady Comunicação)

MASP exibe trilogia de filmes de Janaina Wagner sobre a Transamazônica

São Paulo, por Kleber Patricio

Janaina Wagner, 2024, Quebrante (frame do vídeo).

O MASP – Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand apresenta, de 7 de fevereiro a 30 de março, a Sala de Vídeo: Janaina Wagner. A mostra marca a estreia do documentário experimental ‘Quando o segundo sol chegar / um cometa nos teus olhos’ (2025), de Janaina Wagner (São Paulo, SP, 1989), que tem como elemento central a BR-230, conhecida como Rodovia Transamazônica.

Projetada para conectar a Amazônia à costa brasileira, a construção da Transamazônica, ocorrida durante o período militar, foi marcada por uma perspectiva extrativista e por tensões com as comunidades da região. A exposição destaca como a rodovia transformou a paisagem e deixou marcas profundas no meio ambiente e no cotidiano das populações locais, afetando tanto a cultura quanto a história do Brasil.

Inuk Silis Høegh, 2021, The Green Land (frame do vídeo).

Com curadoria de Leandro Muniz, curador assistente, MASP, a sala de vídeo exibe uma trilogia de vídeos gravados no território amazônico: ‘Curupira e a máquina do destino’ (2021), ‘Quebrante’ (2024) e ‘Quando o segundo sol chegar / um cometa nos teus olhos’ (2025). Na trilogia, a rodovia inacabada dialoga com figuras do folclore brasileiro, criando metáforas críticas sobre a realidade do país. “A obra de Janaína Wagner se apropria de figuras mitológicas ou folclóricas para abordar conflitos reais, como é o caso da Curupira. A personagem carrega simbolismos marcantes, especialmente o detalhe dos pés para trás que andam para a frente, o que, no trabalho de Wagner, sugere as contradições do desenvolvimento predatório”, comenta Muniz.

Os documentários experimentais de Wagner criam ficções para refletir sobre a realidade, entrelaçando história da arte, cinema e literatura. O documentário Iracema – uma transa amazônica (1974), de Jorge Bodanzky e Orlando Senna, foi uma referência central para a artista, que propôs uma continuação do longa-metragem ao contar novas histórias sobre o que acontece nas margens da rodovia BR-230. Como em Curupira e a máquina do destino (2021), filmado no distrito de Realidade (AM), que narra o encontro entre uma curupira e o fantasma encarnado de Iracema, personagem fictícia do filme de 1974.

Video nas Aldeias, 2005, Kiarãsâ Yõ Sâty – O Amendoim da Cutia.

Em Rurópolis (PA), primeira cidade fundada na BR-230 para servir de base aos trabalhadores que a construíram, transcorre Quebrante (2024). O vídeo acompanha Dona Erismar, a professora aposentada que descobriu as cavernas da região e ficou conhecida como ‘A Mulher das Cavernas’.

Encerrando a trilogia de pesquisa de Janaina sobre a Rodovia Transamazônica, Quando o segundo sol chegar / um cometa nos teus olhos (2025) anuncia a aproximação de um Segundo Sol e a catástrofe causada pela crise climática.

Sala de Vídeo: Janaina Wagner é a primeira exibição de 2025 no MASP, que, ao longo do ano, incluirá mostras audiovisuais de Emilija Škarnulytè, Maya Watanabe, Inuk Silis Høegh, Tania Ximena e Vídeo nas Aldeias. A Sala de Vídeo integra a programação anual do MASP dedicada às Histórias da Ecologia.

Confira a programação da Sala de Vídeo para 2025:

Sala de vídeo: Janaina Wagner

7/2 — 30/3/25

2° subsolo, Edifício Lina Bo Bardi

Curadoria: Leandro Muniz, curador assistente, MASP

A artista Janaina Wagner (São Paulo, SP, 1989) produz vídeos, fotografias, desenhos e instalações que misturam registros históricos e ficções, reflexões críticas e mitologias diversas a respeito de temas como crise climática, paisagem e como as interações humanas formam o espaço. A artista parte de trechos da história do cinema e da literatura para criar outras histórias, agregando complexidade às originais.

Sala de vídeo: Inuk Silis Høegh

11/4 — 1/6/25

2° subsolo, Edifício Lina Bo Bardi

Curadoria: Teo Teotônio, assistente curatorial, MASP

Inuk Silis Høegh (Qaqortoq, Groenlândia, 1972) é um artista e cineasta cujo trabalho elabora questões sobre as mudanças climáticas e os processos coloniais na Groenlândia. Filho de artistas, cresceu imerso em exposições e se inseriu profissionalmente no meio artístico a partir da produção audiovisual e escultórica, principalmente com documentários e instalações de grandes dimensões. Høegh se interessa pela relação entre humanidade e natureza, focando nos processos políticos e culturais do seu país e em como eles afetam os povos originários inuítes e o meio ambiente.

The Green Land [A terra verde] (2021) apresenta registros das intervenções visuais realizadas pelo artista na paisagem de sua terra natal, que enfrenta grandes mudanças devido ao aumento da temperatura média global. Com um ritmo lento e meditativo, o vídeo tematiza os quatro elementos naturais, todos representados por diferentes materialidades da cor verde. Água, fogo, terra e ar aparecem em momentos distintos, ora invadindo as monumentais montanhas e geleiras, ora integrando-se ao cenário. A cor, que dá nome ao país em inglês, é usada no trabalho como uma potência de transformação, seja pela recuperação da fauna e da flora, seja por sua degradação.

Sala de vídeo: Vídeo nas Aldeias

13/6 — 10/8/25

2° subsolo, Edifício Lina Bo Bardi

Curadoria: Isabela Ferreira Loures, assistente curatorial, MASP

O Vídeo nas Aldeias é um projeto audiovisual criado em 1986 com o propósito de fortalecer o cinema indígena brasileiro. Idealizado por Vincent Carelli (Paris, França, 1953), o Vídeo nas Aldeias se dedicou, inicialmente, a registrar a cultura de diferentes povos indígenas brasileiros, apresentando as filmagens para as próprias comunidades. A partir de 1997, o projeto expandiu suas atividades para incluir oficinas audiovisuais realizadas junto a esses povos e passou a distribuir equipamentos de filmagem para que os participantes tivessem autonomia na representação de sua própria cultura. Desde então, a formação de cineastas indígenas e o suporte técnico para a produção de filmes se tornaram pilares fundamentais da atuação do projeto.

Os filmes produzidos formam um acervo plural que reflete a diversidade dos povos indígenas brasileiros. A sala de vídeo dedicada ao Vídeo nas Aldeias pretende destacar filmes produzidos pelo projeto em parceria com comunidades indígenas, os quais abordam formas distintas de lidar com a terra e com o meio ambiente, retratando aspectos de suas culturas e cosmologias, além da urgente luta pela demarcação territorial.

Sala de vídeo: Tania Ximena

22/8 — 28/9/25

2° subsolo, Edifício Lina Bo Bardi

Curadoria: Matheus de Andrade, assistente curatorial, MASP

A primeira exposição individual de Tania Ximena (Hidalgo, México, 1985) no Brasil, apresentada na sala de vídeo, investiga as complexas relações entre humanidade, natureza e ciclos de transformação do planeta. A artista constrói narrativas que atravessam tempos geológicos e históricos, conectando formas de vida animadas e inanimadas, naturais e espirituais, manifestas em minerais, vegetais, animais, céu, terra e água. Por meio de imagens que combinam registros documentais, intervenções espaciais e fabulações poéticas, Ximena reflete sobre os impactos da ação humana no meio ambiente, apresentando a paisagem como protagonista de processos decisivos. Em sua obra, a paisagem não é apenas território ou recurso a ser explorado, mas um agente ativo que possibilita a existência humana.

Seu trabalho aborda desde rituais ancestrais que atraem chuva em regiões áridas e saberes tradicionais capazes de revelar cursos hídricos subterrâneos, até o derretimento de geleiras causado pelas mudanças climáticas. A artista navega por paisagens como vulcões, geleiras, rios e desertos, revelando a resiliência inerente à natureza e seus contínuos ciclos de transformação. Onde antes havia gelo, surge outro ecossistema. O que está em jogo não é a existência da Terra, mas a sobrevivência da humanidade nela. A obra de Ximena convida à reflexão sobre a interseção entre narrativas locais e formas não predatórias de existência.

Sala de vídeo: Emilija Škarnulytè

10/10 — 23/11/25

2° subsolo, Edifício Lina Bo Bardi

Curadoria: Daniela Rodrigues, supervisora, MASP

Emilija Škarnulytė (Vilnius, Lituânia, 1987) é artista e cineasta, trabalha na interseção entre o documental e o imaginário, entre o factual e o fantasioso. Através de narrativas poéticas e imagens impactantes – capturadas, modeladas em 3D ou reinterpretadas, e apresentadas de maneira imersiva –, Škarnulytė reflete sobre dilemas urgentes de nosso tempo. A sala de vídeo recebe a primeira exposição da artista no Brasil e na América do Sul.

Seus filmes exploram diversas paisagens, como o encontro de rios, cidades, servidores de dados submersos, zonas com níveis baixíssimos de oxigênio e oceanos profundos. Seu olhar investigativo sobre as cicatrizes deixadas pela humanidade no planeta nos coloca em contato com tempos geológicos, de milhares de anos de formação da Terra, até futuros distópicos, nos quais a ficção científica toma lugar. Seres que habitam suas imagens, como a sereia que a própria artista performa em alguns filmes, nadam por águas pré-históricas ou pós-humanas, refletindo sobre a fragilidade ecológica ao longo do tempo e sobre as relações entre o natural e o humano.

Sala de vídeo: Maya Watanabe

5.12 — 25.1.26

2° subsolo, Edifício Lina Bo Bardi

Curadoria: Glaucea Helena de Britto, curadora assistente, MASP

A artista e pesquisadora Maya Watanabe (Lima, Peru, 1983) atua com performance, vídeo e instalações de vídeo multicanal que exploram os limites da representação, especialmente em contextos de violência política. Por meio de uma abordagem que investiga os possíveis espaços de interseção entre memória pessoal e memória histórica, a artista torna tangível a tensão e a violência que caracterizam os conflitos internos de seu país natal, o Peru, assim como de outras realidades ao redor do mundo. A artista evidencia como esses cenários impactam os modos de vida na contemporaneidade e produzem lacunas nas paisagens emocionais das pessoas atingidas.

Serviço:

SALA DE VÍDEO: JANAINA WAGNER

Curadoria: Leandro Muniz, curador assistente, MASP

2º subsolo, Edifício Lina Bo Bardi

Visitação: 7/2/2025 a 30/3/2025

MASP — Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand

Avenida Paulista, 1578 – Bela Vista, São Paulo, SP

Telefone: (11) 3149-5959

Horários: terças grátis, das 10h às 20h (entrada até as 19h); quarta a quinta das 10h às 18h (entrada até as 17h); sexta das 10h às 21h (entrada gratuita das 18h às 20h30); sábado e domingo, das 10h às 18h (entrada até às 17h); fechado às segundas.

Agendamento on-line obrigatório pelo link masp.org.br/ingressos

Ingressos: R$75 (entrada); R$37 (meia-entrada).

Site oficial | Facebook | Instagram.

(Fonte: Assessoria de Imprensa MASP)

Cia Apocalíptica apresenta espetáculo de dança contemporânea para crianças no Sesc Santana

São Paulo, por Kleber Patricio

Imagem: Flávia Baxhix.

A Cia. Apocalíptica, de São José do Preto – uma das mais antigas e atuantes companhias do interior do estado – chega a São Paulo nos dias 8 e 15/2 com o clássico ‘A Cigarra e a Formiga’, um espetáculo de dança contemporânea para o público infantil, inspirado na fábula de Esopo. Dirigido e coreografado por Miriam Druwe (APCA de melhor bailarina), a montagem, premiada pelo Prêmio Nelson Seixas 2018, reinterpreta três versões da história: a de La Fontaine, que reflete sobre a sociedade capitalista; a de Monteiro Lobato, que sugere a ausência de consequências para os atos; e a de Millôr Fernandes, que critica o individualismo contemporâneo. As sessões acontecem na área de convivência do Sesc Santana, sempre ao meio-dia.

A proposta coreográfica, sem palavras, utiliza um cenário labiríntico e uma iluminação expressionista para criar um ambiente lúdico. A trilha sonora original de Divan Gatamortta combina instrumentos tradicionais e melodias harmoniosas, projetando um universo sonoro que complementa a narrativa corporal do espetáculo.

Cia. Apocalíptica

Tendo iniciado seus trabalhos em 2013, a Cia. Apocalíptica é um coletivo de Artes Cênicas que mantém sua sede em São José do Rio Preto, no noroeste paulista. A Cia. Conta com um elenco multissegmentado e engloba cerca de 15 profissionais que se dividem num repertório atuante de 15 projetos, contemplando atividades formativas, festivais, espetáculos de teatro, dança, musicais, contações de histórias, circo, entre outros. Tendo predileção pelo público infanto-juvenil, o coletivo desenvolve projetos específicos para essa faixa etária.

Ficha técnica 

Direção e Coreografias: Miriam Druwe

Assistência de Direção e Dramaturgia: Lawrence Garcia

Direção Musical: Divan Gattamorta

Iluminação: Lawrence Garcia

Figurinos: Isaac Ruy

Cenário: David Balt e Cia. Apocalípitca

Maquiagens: Carolina Campos

Operador de Som: Xico Mendes

Direção de Produção: Fernanda Missiaggia

Elenco: Carolina Campos (como Formiga), David Balt (como Cigarra) e Maria Eduarda Tagliaferro (como Barata)

Produção: Leelas Produções Artísticas

Produção executiva: Laila Guedes

Duração: 40 minutos.

Serviço:

A Cigarra e a Formiga com Cia. Apocalíptica

Sesc Santana

Área de Convivência

Av. Luiz Dumont Villares, 579 – Santana, São Paulo – SP

Dias 8 e 15/2/2025 | 12h (meio-dia)

Classificação etária: Livre

Entrada gratuita

Informações: https://www.sescsp.org.br/programacao/a-cigarra-e-a-formiga-2/.

(Com Marina Franco)

Alunas do Anelo conquistam aprovação no curso de Licenciatura em Música da Unicamp

Campinas, por Kleber Patricio

O Anelo, instituição que ensina música gratuitamente há 25 anos no Jardim Florence,  periferia de Campinas, será representado, em 2025, na Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), por um trio de alunas que encarou o desafio do vestibular e conquistou aprovação no curso de Licenciatura em Música.

O sonho de ingressar em uma das mais renomadas universidades do país tornou-se realidade para Anna Clara Souza, Flávia Farias e Estela Souza, alunas de canto coral, violoncelo e violão, respectivamente. A notícia gerou grande entusiasmo em toda a comunidade do Anelo e reforçou a importância do propósito do Anelo na periferia: o de promover a cidadania por meio da cultura e educação. “Ainda não caiu a ficha de que passei. Eu me senti insegura no meio do processo, mas eu recebi muito apoio de todos e isso me fortaleceu e estou muito contente. É uma coisa que eu realmente queria”, comentou Flávia Farias.

Estela, que também foi aprovada em Licenciatura em Música na USP (Universidade Estadual de São Paulo), no campus de Ribeirão Preto, destacou que a conquista da vaga é mais do que um ganho individual, mas coletivo. “Como uma jovem de periferia, passar na universidade é como se eu estivesse assumindo um lugar que também é meu por direito e eu sei que isso inspira muitas pessoas, muitos alunos de escola pública e de periferia”.

Ana Clara.

Anna Clara, aluna do Anelo desde 2019, lembrou o sonho de criança de viver da música e o ambiente propício que encontrou no Anelo para realizar o sonho. “Eu desejei muito isto e entendo que é uma conquista de muitas pessoas. A gente carrega o Anelo com a gente. Aproximadamente 20% do curso de Licenciatura de Música em 2025 serão de alunas do Anelo e isto é muito representativo”, comentou.

A aprovação das alunas reforça a importância de iniciativas como o Anelo, que oferecem oportunidades de aprendizado e desenvolvimento pessoal para pessoas de comunidades periféricas, promovendo o aumento de repertório cultural e prática de cidadania.

Para o fundador do Anelo, Luccas Soares, as aprovações tornam-se mais extraordinárias, pois inauguram um ano muito especial. “O Anelo está completando 25 anos e não poderia ter um presente mais especial do que a aprovação destas três meninas, que vão cursar licenciatura e se tornar educadoras. Elas já se tornaram referência para outras meninas e meninos aqui da comunidade. Além delas, eu parabenizo a família, os pais, os professores, os incentivadores, porque nada é mais importante do que a Educação, nós nos sentimos parte desta conquista de uma forma muito especial”, comemora Soares.

Estela.

Luccas rememora ainda o trajeto da instituição, ao longo de 25 anos, e comemora os frutos que a jornada tem gerado na comunidade. “O Anelo acredita na Educação, muitos músicos daqui tornaram-se profissionais, mas não tiveram a oportunidade de estudar em uma escola tão renomada quanto a Unicamp. Esta oportunidade de formação em uma universidade pública e gratuita é um ganho para todos. Estas três aprovações nos reforçam a ideia de representatividade e coletividade, que são pilares do nosso trabalho”, reflete.

A jornada

Anna Clara, 17 anos, Estela Souza, 18 anos e Flávia Farias, 18 anos, trilharam juntas a jornada do vestibular e puderam contar umas com as outras no momento de preparação para a prova de habilidades específicas, realizada de forma remota em dezembro de 2024. “A gente se ajudou muito para nos prepararmos para os vídeos da prova de habilidades específicas e contamos muito também com a ajuda técnica e emocional dos professores do Anelo, como o professor Leo (Pelegrin) e a professora Paula (Lins)”, apontou Estela.

“O vestibular foi um pouco difícil, eu me senti um pouco sozinha, mas até neste sentido o Anelo me ajudou muito. Se não fosse pelos professores do Anelo, acho que teria sido bem mais complicado”, aponta Flávia Farias.

Flavia.

“Eu olhava a universidade e pensava que não era possível, pois ouvia, na escola em que eu estudava, que a universidade não era ‘para o meu bico’, que eu não tinha a base para conseguir passar por este processo, mas aqui no Anelo eu encontrei acolhimento e apoio. Quando começo a ficar assustada de estar na universidade, eu penso que a Flávia e a Estela, que como eu são alunas de periferia e da escola pública, também vão estar lá comigo, estudando na mesma turma e eu fico muito feliz”, finaliza Anna.

Inspiração

A escolha pela licenciatura não foi aleatória. A inspiração veio das salas de aula e o resultado encheu de orgulho o corpo docente da entidade. “O Anelo me deu uma oportunidade de estudar música com um professor; isto foi muito bom e me influenciou muito em optar pela música e pela licenciatura”, destacou Flávia.

Pedro Franco, professor de violoncelo comemorou as aprovações das alunas e entende que a experiência, além de ter inspirado as alunas, também inspira os professores: “É uma grande alegria ver as alunas entrando na Unicamp e como ex-aluno da Unicamp eu tenho uma grande satisfação, isto me faz recordar de quando eu entrei na faculdade e entendo como um momento transformador na vida delas”, apontou.

A regente dos Coros do Anelo, Júlia Toledo, destacou o empenho das alunas e o compromisso com o estudo e apontou que a aprovação, mesmo individual, tem um caráter social. “Eu penso que estas alunas ocupando a universidade pública faz com que faça mais sentido ainda o ensino público, trabalhar nas escolas públicas com os alunos a opção e a possibilidade de conhecer mais sobre a universidade para que o aluno da periferia se veja neste lugar que é a universidade pública, ocupe este lugar e ganhe o mundo”, finaliza Júlia.

O Anelo

As alunas com o fundador do Anelo, Luccas Soares.

O Anelo, fundado em maio de 2000, atua há 25 anos oferecendo aulas de música gratuitamente no Jardim Florence, periferia de Campinas, atendendo anualmente mais de mil alunos entre crianças, adolescentes, jovens e adultos. A organização conta com o patrocínio master da CPFL Energia, patrocínio da Agibank, Unimed Campinas, Instituto Omni, Cerâmica Carmelo Fior e Bosch e apoio da State Grid Brazil Power Participações, Instituto CPFL, Associação Beneficente Maria Tsu Sieh, Ruff Distribuidora, Aeroporto de Viracopos e Shopping Parque das Bandeiras. Com a missão de democratizar o acesso à educação musical, o projeto já beneficiou mais de 12 mil pessoas e tem sido um importante agente de transformação na comunidade, formando talentos e promovendo inclusão por meio da arte.

(Com Elaine Oliveira/Instituto Anelo)

Xuxa revela alopecia e impulsiona debate sobre a queda de cabelo feminina

São Paulo, por Kleber Patricio

Fotos: @eubernardocoelho.

A revelação de Xuxa de que sofre de alopecia androgenética e considera raspar a cabeça para evitar tratamentos constantes trouxe visibilidade a um problema que afeta milhões de mulheres. A queda capilar, muitas vezes associada ao envelhecimento masculino, também acontece para elas e pode ter diversas causas. Celebridades como Gretchen, Jada Pinkett Smith e Naomi Campbell já tornaram pública sua luta contra a doença, incentivando outras mulheres a buscar soluções.

A condição é mais comum do que parece. De acordo com um estudo publicado no Journal of the American Academy of Dermatology, cerca de 40% das mulheres irão apresentar algum grau de alopecia após a menopausa devido às mudanças hormonais e predisposição genética. No Brasil, a Sociedade Brasileira de Dermatologia estima que 5% das mulheres sofrem de calvície, um número que pode crescer com o aumento do estresse e alterações na saúde capilar.

Segundo Stanley Bittar, especialista em transplante capilar e CEO da Stanley’s Hair, muitas pessoas ainda subestimam o impacto emocional da alopecia. “A perda de cabelo pode levar a um grande sofrimento psicológico, afetando a confiança e a autoimagem. Felizmente, avanços na medicina capilar permitem tratamentos cada vez mais eficazes, devolvendo os fios e a autoestima”, afirma.

O que causa a alopecia e quais são os tipos mais comuns

A alopecia androgenética é uma das formas mais frequentes de perda capilar e ocorre devido à sensibilidade dos folículos aos hormônios andrógenos. Com o tempo, os fios afinam até pararem de crescer. Esse tipo de alopecia tem forte influência genética e é irreversível sem tratamento adequado.

Além dela, há a alopecia areata, um distúrbio autoimune em que o próprio sistema imunológico ataca os folículos capilares, causando falhas circulares no couro cabeludo. Em casos graves, pode evoluir para a perda total dos cabelos e pelos do corpo. Outras formas incluem alopecia cicatricial, causada por inflamação que destrói os folículos, e alopecia por tracionamento, comum em pessoas que usam penteados muito apertados.

Transplante capilar e novos tratamentos trazem esperança

Com os avanços tecnológicos, o transplante capilar se tornou uma solução viável para muitas mulheres com alopecia. A técnica FUE (Follicular Unit Extraction) é a mais moderna e permite a implantação individualizada dos fios, garantindo um aspecto natural. Stanley Bittar explica que a tecnologia tem sido um divisor de águas para quem sofre com a perda capilar. “O transplante capilar evoluiu muito nos últimos anos. Hoje, conseguimos resultados altamente naturais e minimamente invasivos, permitindo que pacientes retomem sua rotina rapidamente”, destaca.

Além do transplante, terapias hormonais e medicamentos são indicados para retardar a progressão da alopecia. Existem pesquisas recentes que avançam no uso de PRP (plasma rico em plaquetas), que estimula o crescimento capilar por meio da aplicação de fatores de crescimento extraídos do sangue do próprio paciente.

Impacto emocional e a importância do acolhimento

A queda de cabelo pode afetar a saúde mental, levando a quadros de ansiedade e depressão. Para muitas mulheres, a calvície ainda carrega um forte estigma, tornando essencial o suporte psicológico e o acolhimento adequado.

A crescente discussão sobre alopecia, impulsionada por figuras públicas e ícones de beleza, como Xuxa e Naomi Campbell, tem ajudado a desmistificar a condição e ampliar o acesso à informação. Com mais opções de tratamento e uma maior aceitação social, quem enfrenta esse desafio pode encontrar caminhos para recuperar a confiança e a autoestima.

Stanley Bittar reforça a necessidade de um olhar mais amplo para o problema. “Não é apenas estética. A perda capilar mexe com a autoimagem e a relação social das pessoas. Por isso, além do tratamento físico, é fundamental um acompanhamento psicológico para lidar com as emoções envolvidas”, conclui.

Sobre Stanley Bittar

Stanley Bittar é empresário com mais de 20 anos de experiência em cirurgia plástica. Ele é médico graduado pela Universidad de Córdoba, mestre em medicina estética, doutor em cirurgia plástica reconstrutiva e estética, com especialização em Medicina da Família e Comunidade, Dermatologia, Nutrologia e Dermatologia. Palestrante renomado, sua trajetória é marcada por um espírito empreendedor indomável, que o levou a se tornar referência internacional em transplantes capilares.

Como CEO da Stanley’s Holding, Stanley lidera um grupo que atua em diversos setores, incluindo educação, saúde, beleza, bem-estar, tecnologia, investimento, fintechs e startups, todos integrados em um ecossistema completo com mais de 1.000 colaboradores. Também é fundador da Stanley’s Hair, rede de clínicas número 1 do mundo em transplante capilar. Seu grande sonho sempre foi democratizar o acesso ao transplante capilar no Brasil e no mundo, e assim tem feito. Para mais informações acesse o Instagram @stanleybittar e www.stanleybittar.com.

(Com Carolina Lara)