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Projeto Viva Perifa leva grafite e arte a escolas afetadas pelas enchentes no Rio Grande do Sul

Rio Grande do Sul, por Kleber Patricio

Fotos: Divulgação.

A arte e a cultura impactam positivamente as populações, principalmente em momentos difíceis. É com esse objetivo que atua o Viva Perifa, projeto cultural incentivado pela Leroy Merlin Brasil, produzido pela Yabá Consultoria e coproduzido pela Aflora Cultural, com o propósito de contribuir para a ressignificação de escolas no Rio Grande do Sul, após as enchentes e tragédias vividas pela população gaúcha, em 2024.

O projeto une arte urbana e sensibilidade, levando emoção e escuta ativa às comunidades atingidas pelas águas, permitindo que toda a população sonhe com um futuro diferente. A iniciativa valoriza artistas locais, gera trabalho e renda para comerciantes e tem conexão direta com sustentabilidade, promovendo impacto social e cultural.

O projeto cria galerias de arte a céu aberto, levando a arte urbana para as comunidades. A primeira etapa do Viva Perifa já contemplou as escolas Cândido Xavier, Castro Alves e Rui Barbosa, estas com artes já finalizadas, em São Leopoldo. Foram mais de 600 m² de muros grafitados. O trabalho foi realizado por um coletivo de mulheres muralistas e gerou emoção às crianças, pais, professores e comunidade escolar. Em breve, o Projeto Viva Perifa chegará às escolas da cidade de Porto Alegre.

Além da arte urbana, o projeto realiza oficinas temáticas nas escolas, gera oportunidade de trabalho e renda para os artistas e outros profissionais e é uma iniciativa que vai impactar diretamente mais de 10 mil pessoas entre 2024 e 2025, explica Andrea Moreira, CEO da Yabá Consultoria e idealizadora do Projeto Viva Perifa. “É uma iniciativa sensível que registra as memórias da comunidade antes da tragédia e estimula sonhos e desejos para o futuro da comunidade. A arte urbana como expressão cultural foi escolhida para ser a base de conexão do projeto com as escolas públicas que, junto com artistas locais – que também foram impactados pelas chuvas – criam o desenho integrando a comunidade no processo de restauração”, explica Andrea.

O projeto, que é viabilizado por meio da Leroy Merlin via Lei Federal de Incentivo à Cultura, também prevê a realização de oficinas culturais e exposição, além da participação como voluntário dos colaboradores da empresa.

As escolas

Na periferia, a Escola Cândido Xavier, que foi inundada pelas águas, escolheu como tema para a grafitagem ancestralidade, diversidade e superação. Liderada pela muralista Marília Drago, a equipe retratou o Baobá, símbolo da ancestralidade e da árvore da vida, destacando a resistência ao fogo e capacidade de armazenar água. “A arte no muro da escola ressignifica a simbologia da água, transformando-a em pássaro como símbolo de força e esperança. No centro, um aluno que perdeu a vida ao brincar no rio está representado sentado nas raízes de um Baobá com um arco-íris saindo de seu livro, simbolizando diversidade e trazendo cor e vida aos outros alunos”, explica Marília. Ela ainda destaca que as cores inspiram a comunidade escolar, trazendo energia e renovação.

Já o muro gigante da Escola Castro Alves recebeu artes de três muralistas: Lisiane Fangueiros, Marilia Drago e Mariana Tauchen, que contaram uma história de superação, inclusão social e respeito à diversidade e Meio Ambiente. “O mural inicia com a representação de uma mulher negra simbolizando as raízes ancestrais da comunidade e a conexão com a natureza. O livro representa a educação como meio de transmitir esse conhecimento, enquanto as PANCs (plantas alimentícias não convencionais) destacam a biodiversidade e a resistência aos padrões de consumo hegemônicos”, explica a artista Lisiane Fangueiro.

No mural da escola, o João-de-Barro e o Araçá simbolizam a fauna e flora do Rio Grande do Sul, trazendo à tona a questão da moradia após a perda de casas na comunidade. A ave representa a memória desse evento doloroso, ressignificando a tragédia sem apagá-la. Já a parte final do mural retrata a noite e o sonho de novas possibilidades, com a mariposa simbolizando transformação e esperança.

Na Escola Rui Barbosa, o tema escolhido foi Educação Ambiental. A arte produzida representa o pássaro Quero-Quero, símbolo de resistência, e folhagens que representam a fauna e flora e destacam a importância do respeito ao meio ambiente. Já a menina com elementos escolares traz a importância da educação para formação de consciência cidadã e desenvolvimento da sociedade. Outras escolas de São Leopoldo serão beneficiadas com oficinas de grafitagem, desenho e outras linguagens artísticas. Além disso, escolas de Porto Alegre serão grafitadas ao longo de 2025.

O projeto Viva Perifa nasce com o objetivo de impactar as comunidades periféricas, fortalecendo a sensibilidade da comunidade com a arte e os artistas, contribuindo inclusive para a formação de novos profissionais nesta área. “Ao integrar o plano de apoio ao Rio Grande do Sul, o Viva Perifa mantém um olhar atencioso para a população oferecendo trabalhos que, de fato, estão impactando a vida das pessoas”, finaliza Andrea Moreira.

Serviço:

Escolas beneficiadas em São Leopoldo

Escola Cândido Xavier – R. Dos Hibiscos, 2-150 – Santos Dumont, São Leopoldo – RS

Escola Castro Alves- Rua Soldado – R. Henrique Lopes, 196 – Vicentina, São Leopoldo – RS

Escola Rui Barbosa – Av. João Alberto, 135 – Vicentina, São Leopoldo – RS.

(Com Fernanda Ribeiro/Digitaltrix)

Baile nudista de Carnaval acontece em São Paulo

São Paulo, por Kleber Patricio

Foto: Hush Naidoo Jade Photography/Unsplash.

No sábado de carnaval, 1º de março, a partir das 22h, o Spicy Club será palco do único baile nudista da cidade, o Nu Carnaval – Só de Máscara. A festa promete uma noite de muita liberdade e intensa diversão para os participantes.

Os convidados poderão explorar seus desejos em um ambiente seguro, discreto, de pura alegria e sensualidade. Como a festa estimula a nudez, os foliões são incentivados a usarem apenas um adereço: suas melhores máscaras. Com isso, estarão prontos para celebrar um Carnaval inesquecível.

O baile Nu Carnaval – Só de Máscara contará com atrações imperdíveis, incluindo cantora nudista, DJ animando a festa, hostess proporcionando uma recepção especial, massagens tântricas, welcome drink até as 23h30, camarote interativo e repleto de surpresas, pintura corporal artística e fotógrafo profissional capturando momentos especiais da noite (somente com autorização do participante).

O que é a balada nudista

O Nu Carnaval – Só de Máscara é uma festa do selo Balada Nudista, a primeira e única balada nudista indoor de São Paulo e do Brasil. Realizada no Spicy Club, em Moema/SP, a Balada Nudista oferece uma experiência singular, onde a vestimenta é opcional e a liberdade é obrigatória. É um espaço de expressão e libertação, provando que o nudismo é, acima de tudo, respeito e harmonia.

Ao chegarem, todos são recepcionados por uma hostess e direcionados a um local onde podem se despir e guardar seus pertences. Roberto Passero, um dos produtores da festa, explica que aos mais tímidos é sugerido o uso de ‘Trajes Nudistas’: “Aos novos adeptos, permitimos toalhas, cangas, transparências e lingeries. Queremos que as pessoas se sintam confortáveis, livres e seguras, para aproveitarem ao máximo o que essa festa sensacional oferece”.

No dia seguinte, domingo (2/3), o Spicy Club culmina sua programação especial de Carnaval com o CarnaSpicy – Bloco das Coelhinhas. A concentração começa a partir do meio-dia na Alameda dos Pamaris e o bloco promete muita animação com trio elétrico, dançarinos, diversas atrações e open bar durante toda a tarde, até as 17h. Para mais informações e valores do Abadá, acesse https://www.spicyclub.com.br/informa-es-do-evento-e-registro/carnaspicy2025.

Sobre o Spicy Club

O Spicy Club é uma casa de eventos liberais moderna e sofisticada que celebra a liberdade e as diversas expressões da sexualidade. Com infraestrutura de ponta e uma equipe altamente capacitada, o Spicy oferece um ambiente de diversão, segurança e conforto, ideal para todos que buscam um espaço acolhedor, livre de preconceitos e julgamentos.

No Spicy, a sexualidade é celebrada em sua plenitude, permitindo que cada visitante explore suas fantasias sem inibições. A casa conta com uma vibrante pista de dança com pole dances, lounges aconchegantes e bares exclusivos, além de áreas de interação com cabines individuais e camas coletivas, projetadas para atender a uma variedade de fetiches e estilos de vida.

“No Spicy, a liberdade é celebrada a cada noite, sendo a balada liberal definitiva para quem busca experiências verdadeiramente inesquecíveis”, afirma Fábio Leandro, CEO da Spicy Club.

Serviço:

Nu Carnaval – Só de Máscara

Data: 1/3 (sábado) | Horário: 22h

Local: Spicy Club – Alameda dos Pamaris, 42 – Moema – São Paulo, SP

Idade mínima: 18 anos

Formas de pagamento: todos os cartões de crédito, débito ou dinheiro

Valet parking na porta: R$50

Chapelaria: R$15

Dress Code (sugerido, não obrigatório): máscara

Ingressos antecipados: https://www.spicyclub.com.br

Mais sobre a Balada Nudista: https://www.baladanudista.com.br.

(Com Julianna Santos)

[Livro] A história do Carnaval para crianças

São Paulo, por Kleber Patricio

Capa do livro.

Eles já contaram a história do Samba, da Bossa Nova, do Choro, da Música Caipira, da Jovem Guarda e da Tropicália. Agora, chegou a vez do Carnaval. Os jornalistas Carla Gullo e Camilo Vannuchi e a cantora e historiadora Rita Gullo narram em 56 páginas as origens da folia de Momo, seu crescimento e como se tornou a maior festa popular do Brasil.

O livro Carnaval, lançado pela Editora Moderna, é direcionado a crianças a partir de 9 anos e faz parte da coleção Ritmos do Brasil. Com linguagem fácil e divertida, a obra mescla fotos com as artes do ilustrador Thiago Lopes. Fica fácil para crianças, jovens e adultos entenderem por que as escolas de samba ganharam este nome, de onde vem a ala das baianas, os bumbos, as máscaras, os carros alegóricos, os blocos e o porquê do nome Carnaval. “Veio do latim carnem levare, o equivalente a ‘adeus à carne’. Três dias antes da Quarta-feira de Cinzas – início da Quaresma – os cristãos faziam uma grande festa regada a muita bebida e carne, que seriam proibidos nos 40 dias seguintes”, diz a autora Carla Gullo.

Ao Brasil, como se sabe, a festa foi trazida pelos portugueses, mas ganhou cores e ritmos africanos. “O brasileiro parece ter sempre se identificado com esta festa anárquica e alegre. Foi reprimido, elitizado, cresceu, mas manteve como marcas a miscigenação e a capacidade de dialogar com as questões sociais”, afirma Camilo Vannuchi.

Rita concorda com ele e diz ainda que leituras como essa são importantes para que nossa história não se perca. “As músicas, as festas e as manifestações populares são muito ricas no Brasil. Revisitar a história é uma maneira de homenageá-las e de valorizar nossas origens”, diz ela.

Sobre os autores

Carla Gullo

Apaixonada por música e filha de cantora lírica, Carla Gullo é jornalista e já trabalhou em publicações como IstoÉ, O Globo, Época São Paulo, Boa Forma e Marie Claire. Atualmente tem sua própria agência de comunicação, a Circular.

Rita Gullo

Cantora, atriz e historiadora, Rita Gullo começou a estudar música muito cedo, aos 8 anos de idade. Lançou seu primeiro disco, ‘Rita Gullo’, em 2011, e, em 2013 lançou, em parceira com o escritor Ignácio de Loyola Brandão, um CD que acompanha o livro ‘Solidão no Fundo da Agulha’.

Camilo Vannuchi

Jornalista, Camilo Vannuchi sempre teve contato com a música. Ainda criança aprendeu a tocar violão e começou a compor suas próprias letras. Teve influências de Chico Buarque, Toquinho e Vinicius de Moraes.

Ficha técnica

Título: Carnaval

Autor: Carla Gullo, Rita Gullo, Camilo Vannuchi

Ilustração: Thiago Lopes

Páginas: 56

Preço sugerido: R$52

Indicado para a partir de 8 anos.

Sobre a Moderna

A Moderna na área de Literatura desenvolve conteúdos para que o aluno-leitor – desde a Educação Infantil até o Ensino Médio – ative sua capacidade de compreender, analisar e refletir. Com obras de ficção, não ficção e arte, o selo oferece recursos para que o professor tenha a sua disposição diferentes oportunidades de ensino, tais como: um plano leitor, apresentando os níveis de dificuldades de cada livro; um projeto de leitura, sugerindo atividades criadas por especialistas; e uma assessoria pedagógica específica para a necessidade da escola. Sempre em busca de novos caminhos para a excelência de suas publicações, em uma iniciativa inédita no mercado editorial brasileiro, trouxe com exclusividade para seu catálogo todas as obras do renomado autor Pedro Bandeira, criando assim um momento importante para a literatura brasileira infantil e juvenil. O sucesso desta ação foi repetido, com a escritora e ilustradora Eva Furnari, e com o autor Walcyr Carrasco, cronista, dramaturgo, roteirista, tradutor e adaptador de clássicos da literatura.

(Com Fabio Farias/Danthi Comunicações)

Galatea apresenta coletiva que conecta artistas intergeracionais pelo experimentalismo

São Paulo, por Kleber Patricio

Maíra Dietrich (1988), Cena 21 – Gagueira, da série Olho que vê olho que lê, 2022. Foto: Julia Thompson.

A Galatea inicia o calendário expositivo de 2025 da unidade da Rua Oscar Freire, em São Paulo, com a mostra coletiva ‘Adiar a ordem’, que conta com obras de cinco artistas convidadas — Bianca Madruga (Rio de Janeiro, 1984), Cinthia Marcelle (Belo Horizonte, 1974), Isadora Soares Belletti (Belo Horizonte, 1995), Leila Danziger (Rio de Janeiro, 1962), Maíra Dietrich (Florianópolis, 1988) — e de Carolina Cordeiro (Belo Horizonte, 1983), representada pela galeria. Com curadoria de Fernanda Morse, a exposição reúne artistas mulheres de diferentes gerações que estão produzindo, hoje, sob o vasto guarda-chuva do que se entende como arte conceitual. Herdeiras das vanguardas e das neovanguardas, elas baseiam suas práticas em intenso experimentalismo e transitam entre diferentes linguagens elas transitam entre diferentes linguagens, como o desenho, a colagem, o vídeo, a instalação, a escultura e o objet trouvé, e suportes/materiais como o papel, o metal, o tecido, o látex, o durex, a pedra, o galho e outros ainda.

O título da exposição se relaciona, justamente, com o caráter não-convencional dos métodos e recursos mobilizados pelas artistas. É como se, nesses trabalhos, houvesse uma busca por desafiar a ordem das coisas; é como se, através deles, a ordem das coisas fosse desfeita: vemos uma bandeira sem pátria ou mensagem, muros esburacados, documentos violados e recortados, jornais apagados, palavras rasuradas, gaiolas escancaradas etc.

Leila Danziger, 1962, Pallaksch, Pallaksch, 2010/2025. Foto: Pat Kilgore

O fato de todas as artistas serem mulheres reflete uma posição da curadoria, mas não é o assunto principal da mostra. A escolha das artistas partiu da percepção de que, mesmo com práticas tão singulares, seus trabalhos se conectam pelas sutilezas. São obras que demandam atenção e tempo para serem absorvidas, indo na contramão dos discursos prontos e da aceleração que vivemos hoje. Alinhando-se à própria natureza dos trabalhos, o processo curatorial se desenrolou ao longo de meses de interlocução entre a curadora e as artistas, a fim de que o resultado pudesse transparecer o momento atual de suas produções e se correspondesse com a pesquisa de cada uma.

Para construir o fio conceitual da exposição, Fernanda Morse partiu do repertório adquirido no campo da Teoria Literária, no qual se formou. A curadora defende que essas obras se alinham à definição primordial o que é a poesia, no ponto em que ela é reconhecida enquanto a forma de expressão mais condensada e carregada de sentido, construída a partir de um uso insubordinado e subversivo da linguagem. Pode-se dizer, assim, que os trabalhos apresentados manifestam a poesia em caráter expandido, extrapolando a linguagem escrita e mostrando que o traço poético é uma presença que se encontra não só em expressões verbais, mas nas mais variadas expressões artísticas.

A esse respeito, Fernanda comenta: “Não raro dizemos que não só um texto, mas uma paisagem, uma imagem ou um gesto é poético. Ao fazê-lo, tentamos dar conta de algo inexplicável que nos sensibiliza no encontro com as coisas existentes neste mundo. O poético, então, fala daquilo que chama e requer a nossa atenção e que, a partir disso, nos comove. Esse uso adjetivo do termo poético nos permite entender a noção de poesia como um tipo de presença que não se restringe ao domínio das letras e do poema como texto literário. Acredito que nesta exposição vemos trabalhos que perseguem a poesia, trabalhos onde a poesia mora.”

Carolina Cordeiro 1983, Sem título, da série Há uma observação a ser feita [Untitled, from the Há uma observação a ser feita series] , 2023. Foto: Ding Musa.

Ao mesmo tempo, a relação com a língua, a escrita e a literatura perpassa a produção de diversas das artistas selecionadas. Leila Danziger, por exemplo, é reconhecida pela sua produção literária, cujos temas e pesquisas andam junto da sua prática enquanto artista visual. Bianca Madruga há anos desenvolve trabalhos que trazem versos e nomes de poetas em seus títulos e na própria obra. Maíra Dietrich faz da escrita parte ativa do seu processo de criação, sendo ela o assunto e o meio de realização do seu trabalho. Carolina Cordeiro conversa com diversos escritores, poetas e compositores nos títulos das suas obras, além de partir, em diversas ocasiões, do objeto-livro, da página e da folha em branco para desenvolver a sua produção. Cinthia Marcelle encara os seus desenhos com fita crepe/durex sobre o papel e as listras que apaga e refaz sobre o tecido como uma forma de escrita. Já Isadora Soares Belletti explora a poesia que existe na passagem de um idioma a outro a partir da sua vivência enquanto imigrante na França.

Entre os trabalhos que serão apresentados, destacam-se a nova série de Carolina Cordeiro, em que desenha com tiras de zinco sobre o papel; uma nova versão, dessa vez com durex, da importante série de muros vazados desenhados até então com fita crepe por Cinthia Marcelle e cujo o título, Por via das dúvidas, deu nome à sua exposição panorâmica realizada pelo MASP em 2022; além da grande instalação Pallaksch Pallaksch, de Leila Danziger, que é um desdobramento do trabalho que desenvolve com jornais e pelo qual ganhou o Prêmio SESC de Arte Brasileira na ocasião da 22ª Bienal Sesc Videobrasil, em 2023.

Sobre as artistas

Bianca Madruga (Rio de Janeiro, 1984) vive e trabalha no Rio de Janeiro. Formou-se em Filosofia pela UFF, é mestre em Estética e Filosofia da Arte pela mesma universidade e doutora em Artes Visuais pelo PPGARTES – UERJ. Através de materiais e mídias diversos, seu trabalho busca instaurar uma espécie de inoperância frente às estruturas. Olhar para baixo, usar a mão esquerda, operar a partir do furo, da fratura — são gestos que indicam o seu desejo de reposicionar o corpo no espaço e fazer falhar aquilo que se impõe como lógica e conformação dos vocabulários hegemônicos.

É cofundadora do espaço A MESA, criado em 2015 no Rio de janeiro. Participou de residências artísticas na Casa da Escada Colorida (Rio de Janeiro, 2020) e na FAAP (São Paulo, 2019). Entre as suas mostras individuais, estão: Os trabalhos e as Noites, ato I (A MESA, Rio de Janeiro, 2023), Os trabalhos e as Noites, ato II (Reserva Cultural, Rio de Janeiro, 2023), Ponto de queda (Galeria IBEU, Rio de Janeiro, 2019), entre outras. Entre as coletivas, destacam-se: UZAPO HAW TATEHAR UZAPO (Recipiente Porongo, Rio de Janeiro, 2024), Aqui (Galeria de Arte da UFF, Niterói, 2024), Poéticas do agora (CCJF, Rio de Janeiro, 2023), Não quebres com dores duras demais (Casa França-Brasil, Rio de Janeiro, 2022), Salão Mac Paranaense (MAC Paraná, Curitiba, 2022), Dobras (Paço Imperial, Rio de Janeiro, 2022), A utopia do não (Paço Imperial, Rio de Janeiro, 2019), entre outras.

Carolina Cordeiro (Belo Horizonte, 1983) vive e trabalha em São Paulo. Formada em Desenho pela UFMG, possui mestrado em Linguagens Visuais pela UFRJ e doutorado pela USP, com período sanduíche no Chelsea College of Art and Design, Londres. Sua prática se caracteriza pela pluralidade de suportes, marcada por processos imersivos e pela relação com o ambiente, propondo uma contaminação pela paisagem ao invés de meras intervenções no espaço. Seus títulos revelam o diálogo com a poesia e a música popular brasileira, como em América do Sal (2021), inspirado em Oswald de Andrade, As impurezas do branco (2019), referência a Carlos Drummond de Andrade, e O tempo é, que parte de uma canção de Gilberto Gil.

Cordeiro fundou, em 2021, a Galeria de Artistas – GDA, projeto coletivo criado por e para artistas como meio de experimentar novas formas de inserção no mercado. Participou de residências como CASCO (Rio Grande do Sul, 2021), Pivô Arte e Pesquisa (São Paulo, 2019), Red Bull Station (São Paulo, 2016), Homesession (Barcelona, Espanha, 2011); GlogauAIR Art Residency (Berlim, Alemanha, 2009) e foi indicada ao Prêmio PIPA em 2020. Entre suas exposições destacam-se: Carolina Cordeiro: o tempo é (Individual, Galatea, São Paulo, 2023); América do Sal (Individual, GDA, São Paulo, 2021); Casa no céu (para Rochelle) (Coletiva, Galeria Vermelho, São Paulo, 2023); I remember earth (Coletiva, Le Magasin des horizons, Grenoble, 2019).

Cinthia Marcelle (Belo Horizonte, 1974) vive e trabalha em São Paulo. Formou-se em Belas Artes pela UFMG. Transitando entre instalação, fotografia, vídeo, pintura, colagem e desenho, a artista desenvolve seu trabalho ao redor dos sistemas de conceitos que organizam politicamente e culturalmente o mundo. Para tanto, o dado social se faz central na concepção de sua obra, que conta, muitas vezes, com processos de elaboração coletivos. Levando em consideração as diferentes experiências de estar no mundo, a artista se atenta ao poder de transformação advindo da organização e da desorganização das coisas, seja para questionar, seja para confrontar estruturas hegemônicas e relações de poder.

Realizou mostras panorâmicas no Marta Herford Museum for Art (Herford, Alemanha, 2023), MACBA (Barcelona, Espanha, 2022), MASP (São Paulo, Brasil, 2022); exposições individuais no Wattis Institute (São Francisco, EUA, 2018), Modern Art Oxford (Oxford, Reino Unido, 2017), MoMA PS1 (Nova York, EUA, 2016), Secession (Viena, Áustria, 2014). Participou da 15ª Bienal de Gwangju (2024), 10ª Bienal de Berlim (2018), 12ª Bienal de Sharjah (2015); Trienal do New Museum (2012); 13ª Bienal de Istambul (2013); 29ª Bienal de São Paulo (2010); 9ª Bienal de Lyon (2007); 9ª Bienal de Havana (2006). Ocupou o Pavilhão do Brasil na 57ª Bienal de Veneza (2017) e recebeu Menção Honrosa. Foi contemplada pelo Future Generation Art Prize (2010); International Prize for Performance (2006); Bolsa Pampulha (2003).

Leila Danziger (Rio de Janeiro, 1962) vive e trabalha no Rio de Janeiro. Desde 2006, é professora do Instituto de Artes da Uerj. Seu trabalho lida com os restos e as ruínas das informações (páginas de jornais, livros, hiperlinks, agendas, e documentos diversos), desenvolvendo-se em diferentes meios (técnicas de impressão e de apagamento, instalação, pintura, video e escrita).

Entre suas exposições individuais estão Descer da nuvem (Museu Judaico de São Paulo, 2022); Navio de emigrantes (Caixa Cultural de Brasília, 2018); Ao sul do futuro (Museu Lasar Segall, São Paulo, 2018). Entre as coletivas, destacam-se The Travelling Eye in Lands, Real and Imagined (Bienal de Bengala/Shantiniketan Artshila, Bolpur, India, 2024); A memória é uma ilha de edição (22ª Bienal Sesc Videobrasil, Sesc 24 de Maio, São Paulo, 2023), onde foi contemplada com o Prêmio SESC de Arte Brasileira; Espaços do ainda (Paço Imperial, Rio de Janeiro, 2022); Mémoire des livres (Galerie Dix9, Paris, França, 2021). Em poesia, publicou Três ensaios de fala (2012); Ano novo (2016) e Cinelândia (2021), todos pela editora 7Letras. Publicou também o livro de artista Cadernos do povo brasileiro, pela Relicário Edições.

Isadora Soares Belletti (Belo Horizonte, 1995) vive e trabalha em Paris. Estudou cinema e comunicação social na FAAP, São Paulo, antes de se mudar para França, onde prosseguiu os seus estudos na Beaux-Arts de Paris, concluindo o seu mestrado em 2024 com as honras do júri. Na sua prática, a artista explora as relações entre seres vivos (humanos e/ou outras formas de vida) e paisagem, através de uma perspectiva do deslocamento, do afeto e da compreensão contextual. Seja produzindo filmes, esculturas ou instalações, Isadora cria pontes que ligam esses elementos por meio de narrativas expandidas, moldando ambientes sensoriais onde a percepção, o movimento e as experiências do corpo e do olhar desempenham um papel central.

Entre as suas exposições recentes, destacam-se: Espaço para dia sem sol (individual, Solar Galeria de Arte Cinemática, Vila do Conde, Portugal, 2024); Une mer de petites flammes (coletiva, Air de Paris, França, 2024); Je ne suis pas toujours là où je crois être (projeto sonoro, Museu do Louvre, Paris, França, 2024); Sur le feu (coletiva, Palais des Beaux-Arts de Paris, 2023). Em 2024, Isadora foi contemplada com o prêmio FoRTE (Fonds régional pour les talents émergents) na categoria de artes visuais, graças ao qual irá expor no  Frac Île-de-France em 2025.

Maíra Dietrich (Florianópolis, 1988) vive e trabalha em São Paulo. Bacharel em Artes Plásticas pelo CEART-UDESC, Mestre em Fine Arts pelo KASK School of Arts e Pós Graduada no programa Art By Translation pela École d’Arts de Paris-Cergy e École d’Art TALM-Angers. Trabalha questões da relação entre a linguagem e o corpo através de colagem, instalação, vídeo, performance e ficção. Desde 2012 se dedica a pesquisar e divulgar textos de artista através do selo A Missão.

Entre as suas exposições, destacam-se: CENA-SINTAXE (Individual, GDA, São Paulo, 2022), Escrever sobre ler (Individual, auroras, São Paulo, 2022), Spelling P (Individual, 019, Ghent, 2021), Standing but Not Operating (Coletiva, La Casa Encendida, Madrid, 2024), Cultivo (Coletiva, Galeria Matsumoto, São Paulo, 2021), 2045 (Coletiva, Palais de Beaux Arts, Paris, 2021). Rosa Rosa Rosae Rosae (Coletiva, Maison Pilgrims, Bruxelas, 2021), Biblioteca Floresta (Coletiva, SESC Belenzinho, São Paulo, 2021) e L’intolérable ligne droite (Coletiva, Galerie Art & Essai, Rennes, 2019).

Sobre a curadora

Fernanda Morse (Niterói, Rio de Janeiro, Brasil, 1996) vive e trabalha entre São Paulo, Brasil, e Paris, França. Concluiu a graduação e o mestrado em Teoria Literária na Faculdade de Letras da USP, com período sanduíche na Université Paris-Sorbonne. Atua entre o universo das letras e das artes, desenvolvendo trabalhos em pesquisa, tradução e curadoria. Tem textos críticos, literários e traduções publicados em diversas revistas, tais como: Rosa, Cult, Escamandro, Select, A Palavra Solta e Ruído Manifesto. Em 2024, publicou a tradução do livro Alma material, da crítica de arte francesa Émilie Notéris (Belo Horizonte, Ayiné). Em 2022, organizou e traduziu a antologia Poemas mais ou menos de amor e outros poemas, da poeta estadunidense Diane di Prima (São Paulo, Edições Jabuticaba). Tem duas plaquetes de poesia publicadas: a primeira pela Coleção Kraft, da editora Cozinha Experimental (Rio de Janeiro, 2014); a segunda intitulada Impossíveis, pelo selo Cactus (São Paulo, 2015).

Sobre a Galatea

Sob o comando dos sócios Antonia Bergamin, Conrado Mesquita e Tomás Toledo, a Galatea conta com dois espaços vizinhos na cidade de São Paulo: a unidade localizada na Rua Oscar Freire, 379 e a nova unidade localizada na Rua Padre João Manoel, 808. A galeria também tem uma sede em Salvador, na Rua Chile, 22, no centro histórico da capital baiana.

A Galatea surge a partir das diferentes e complementares trajetórias e vivências de seus sócios fundadores: Antonia Bergamin, que foi sócia diretora de uma galeria de grande porte em São Paulo; Conrado Mesquita, marchand e colecionador especializado em descobrir grandes obras em lugares improváveis; e Tomás Toledo, curador que contribuiu para a histórica renovação institucional do MASP, saindo em 2022 como curador chefe.

Com foco na arte brasileira moderna e contemporânea, trabalha e comercializa tanto nomes consagrados do cenário artístico nacional quanto novos talentos da arte contemporânea, além de promover o resgate de artistas históricos. Idealizada com o propósito de valorizar as relações que dão vida à arte, a galeria surge no mercado para reinventar e aprofundar as conexões entre artistas, galeristas e colecionadores.

Adiar a ordem

Local: Galatea

Endereço: Rua Oscar Freire, 379, loja 1 – Jardins, São Paulo – SP

Abertura: 11 de fevereiro, 18h às 21h

Período expositivo: 12 de fevereiro a 8 de março de 2025

Horários:  Terça a quinta das 10h às 19h; sexta das 10h às 18h; sábado das 11h às 17h

Mais informações: https://www.galatea.art/

Instagram: @galatea.art_.

(Com Edgard França/A4&Holofote Comunicação)

Pinacoteca de São Paulo anuncia gratuidade no segundo domingo de cada mês

São Paulo, por Kleber Patricio

Por Wilfredor – Obra do próprio, CC BY-SA 4.0, https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=52159505.

A Pinacoteca de São Paulo celebra a nova proposta de patrocínio do museu: as Mantenedoras. No aniversário de 120 anos da instituição, a Pina amplia a parceria com a B3, que passa a oferecer ingressos gratuitos em todo segundo domingo de cada mês. O Domingo é na Pina começa no dia 9 de fevereiro.

O museu já oferece entrada gratuita todos os sábados e a partir de 2025 passa a contar com um final de semana inteiro de entradas liberadas uma vez ao mês. A expectativa com a ação é que a média de visitantes dobre aos domingos, chegando em cerca de 4.500 pessoas por dia. A parceria entre as instituições teve início em 2022 e segue ativa no compromisso de ampliar o acesso à cultura. Para Jochen Volz, diretor-geral da Pinacoteca, “Ampliar a gratuidade do museu, graças a nossa parceria com a B3, torna a Pinacoteca cada vez mais um museu de todas e todos. É nossa missão promover a educação e a experiência do público com a arte, estimular a criatividade e a construção de conhecimento. Cada segundo domingo do mês, organizamos uma programação chamada de PinaFamilia, com atividades propostas para o público habitar o espaço do museu de forma participativa e, a partir de agora, gratuita”.

No dia 25 de dezembro de 2025 a Pinacoteca de São Paulo celebra 120 anos. Inaugurado em 1905, o museu de arte mais antigo de São Paulo divide uma programação de cerca de 18 exposições anuais, interligadas entre seus três edifícios: Pina Luz, Pina Estação e Pina Contemporânea. A gratuidade B3 aos domingos garante o acesso aos três prédios.

Atualmente, estão em cartaz as mostras:

Pina Luz: Caipiras: das derrubadas à saudade (3º andar) e Dan Lie: deixar ir (Octógono)

Pina Estação: A forma do fim: esculturas no acervo da Pinacoteca (2º andar) e Renata Lucas: domingo no parque (4º andar)

Pina Contemporânea: Era uma vez: visões do céu e da terra (Grande Galeria).

Sobre a Pinacoteca de São Paulo

A Pinacoteca de São Paulo é um museu de artes visuais com ênfase na produção brasileira do século XIX até́ a contemporaneidade e em diálogo com as culturas do mundo. Museu de arte mais antigo da cidade, fundado em 1905 pelo Governo do Estado de São Paulo, vem realizando mostras de sua renomada coleção de arte brasileira e exposições temporárias de artistas nacionais e internacionais em seus três edifícios, a Pina Luz, a Pina Estação e a Pina Contemporânea. A Pinacoteca também elabora e apresenta projetos públicos multidisciplinares, além de abrigar um programa educativo abrangente e inclusivo. A B3 – A Bolsa do Brasil é Mantenedora da Pinacoteca de São Paulo. 

Serviço:

Pinacoteca de São Paulo

De quarta a segunda, das 10h às 18h (entrada até 17h)

Gratuitos aos sábados – R$30,00 (inteira) e R$15,00 (meia-entrada), ingresso único com acesso aos três edifícios – válido somente para o dia marcado no ingresso

2º Domingo do mês – gratuidade Mantenedora B3.

(Fonte: Pinacoteca de São Paulo)