No último dia 23 de abril 23 de abril, educação amazonense viveu um momento histórico


Manaus
Em 10 de julho, a Justiça determinou a retirada das redes sociais de um vídeo com conteúdo discriminatório contra a população LGBTQIA+, que incitava a violência física contra esse grupo, proferido por um pastor nacionalmente conhecido durante um culto transmitido pela internet. A Justiça entendeu, em sua decisão, que o que se via na pregação divulgada nas redes sociais ultrapassava em muito a liberdade religiosa e de expressão. Em poemas de seu livro recém-lançado “O poeta toma a pólis” (Editora Patuá), o poeta e escritor Teofilo Tostes Daniel aborda o uso da religião como escudo para quem dissemina discursos de ódio.
No poema que encerra a primeira parte do livro, intitulado “Se eu acreditasse num deus”, o autor fala da incapacidade de crer num Deus “que é menos capaz/de acolher o múltiplo e o diverso/do que a própria humanidade”, afirmando por fim que se fosse tocado pela graça de crer, sua divindade seria “mais amor/do que o amor condicional/dos deuses/em que jamais fui capaz de crer”.
Mais adiante no livro, o tema dos usos da crença é abordado em poemas como “Inverdades não digo”, no qual Teofilo versifica “O contrário do sagrado/não é o profano,/mas a ignomínia/ cometida em nome da faca amolada/que é a fé/cega”. E volta com força no último poema do livro. Espelhado na estrutura da oração do “Pai nosso”, o poeta faz uma oração à incerteza, pedindo aos deuses e às deusas de todas as crenças que “santifiquem minhas dúvidas,/e multipliquem em meus olhos/perguntas e questionamentos”.
Em contraponto ao discurso dogmático que cria condenações, “O poeta toma a pólis” exalta a necessidade da exaltação do amor em todas as formas, aliando-se à tão atacada comunidade LGBTQIA+. Esse tema está presente já no poema de abertura do livro, intitulado “É urgente espalhar amor”, que chama a atenção para o fato de que “são tempos miseráveis/aqueles em que o amor/é motivo de escândalo e perplexidade,/e o ódio,/aplaudido de pé,/se alastra como uma praga/na boca e nas mãos de tantos/e na morte e no massacre/de quem ousa ser,/mesmo que involuntariamente,/o Outro.”
Num momento histórico repleto de desafios e urgências, após uma pandemia planetária de consequências catastróficas – em especial no nosso país – e com a humanidade tentando adiar o fim do mundo, por que a poesia ainda importa?
É a partir dessa pergunta central que nasce “O poeta toma a pólis”, obra em que a poesia ocupa um lugar de resistência e testemunho, além de servir de matéria essencial para sonhar um mundo onde a diversidade humana é celebrada.
Sobre o autor | Teofilo Tostes Daniel, nascido em 1979, é autor de “O poeta toma a pólis” (Patuá, 2023), “Trítonos – intervalos do delírio” (Patuá, 2015) e “Poemas para serem encenados” (Casa do Novo Autor, 2008). Tem ainda contos, poemas e artigos publicados em coletâneas, revistas literárias e culturais. É formado em Produção Editorial pela Universidade Federal do Rio de Janeiro e vive em São Paulo desde 2006, onde trabalha como analista de comunicação social do Ministério Público Federal. Faz ensaios abertos com palavras em http://teofilotostes.wordpress.com/.
Serviço:
Livro O poeta toma a pólis
Autor: Teofilo Tostes (@teofilotostes)
Editora: Patuá
Páginas: 136
Preço: R$45,00
Adquira o livro em: https://www.editorapatua.com.br/o-poeta-toma-a-polis-poemas-de-teofilo-tostes-daniel/p.
(Fonte: Aspas & Vírgulas)
Encerramento do Passo de Arte reuniu competidores no palco do Ciaei, em Indaiatuba. Foto: Haly Produções.
A 30ª edição do Passo de Arte Grand Prix, competição internacional de dança que reuniu mais de três mil bailarinos em Indaiatuba (SP) definiu seus vencedores, que receberam premiações em dinheiro e bolsas de estudos em renomadas escolas de outros países. O evento foi realizado entre os dias 7 e 16 de julho, no Ciaei (Centro Integrado de Apoio à Educação de Indaiatuba) e contou com competidores de vários estados do Brasil e países da América Latina.
PREMIAÇÃO
Dividida em duas fases, a mostra competitiva ofereceu bolsas de estudos nacionais e internacionais, ao todo foram 16, sendo as internacionais na Pittsburgh Ballet Theather School, que fica na Pensilvania (EUA), foram conquistadas pelos bailarinos Ilana Barcelos (Studio Gouveia Coach, do Rio de Janeiro), Amabile Ghidotti (Lapidari Companhia de Dança, de São Paulo), Beatriz Hamdan (Studio Arte Dança, de Minas Gerais) e Arthur Henrique da Silva Bueno (Dora Ballet, do Rio Grande do Sul).
Receberam bolsas de estudo no The Art of Classical Balllet, em Pampano Beach, Flórida (EUA), os bailarinos Larissa Câmara (Grupo Independente, de São Paulo), Luana Ribeiro (Instituto Marco de Dança, de São Paulo) e Pedro Henrique (Fabricio Callabari Ballet Studio, de Santa Catarina). A bolsa de estudos da United Ballet Theatre & Academy, também na Flórida, foi conquistada por Luiza Falcão (Grupo Cultural de Dança, do Rio de Janeiro).
A School Princess Grace, de Mônaco (UK), proporcionou um curso de um ano para Ilana Barcelos (Studio Gouveia Coach, do Rio de Janeiro) e bolsa de estudos de duas semanas para Beatriz Hamdan (Studio Arte Dança), Amabile Ghidotti (Lapidari Companhia de Dança) e Sofia Costa (Ballet Vórtice, de Minas Gerais).
Por fim, Cibele Fioravante e Camila Rotta (ambas bailarinas da CIA de Circuitos de Dança Clássica Jolles Salles, de São Paulo) passarão um ano estudando na Companhia Opera House, no Cairo, Egito. Já Valentina Lird (Academia Patricia Fiandro, do Paraguai) e Amabile Ghidotti (Lapidari Companhia de Dança) foram selecionadas para receber bolsas de estudos de um ano no BBA, em Munique, Alemanha.
Além disso, os 12 melhores trabalhos – que ganharam o título de Grand Prix – foram contemplados com prêmios em dinheiro totalizando R$30 mil. Confira a relação completa dos vencedores:
Fase A Grand Prix – de 7 a 12/7
(Gêneros: sapateado, jazz, estilo livre, danças urbanas e contemporâneo)
Melhor bailarino | Prêmio Toshie Kobayashi/Só Dança: Elias Gimenes (EME Cia da dança, do Paraguai) e Daniel Dantas (Balé Jovem de São Vicente) e receberam R$ 1,5 mil cada.
Melhor bailarina | Prêmio Toshie Kobayashi/Só Dança: Fernanda Garles (Millennium Dance Company, de São Paulo), no valor de R$3 mil.
Melhor grupo (Pré/Juvenil): Premiere Núcleo de Dança de Jundiaí (SP), com prêmio de R$2 mil.
Melhor grupo (Adulto/Avançado): Com Passo CIA de Dança de São José dos Campos (SP), receberam R$4 mil.
Melhor coreógrafo: Edson Pitchula, prêmio de R$1 mil.
Revelação: Giuliana Santacruz (Escola Compasses, do Paraguai), recebeu R$1 mil.
Fase B Grand Prix – de 13 a 16/7
(gêneros: ballet clássico, ballet de repertório e danças populares)
Melhor bailarino | Prêmio Toshie Kobayashi/Só Dança: Wendell Telles (Ballet Marcia Lago, de São Paulo), no valor de R$3 mil.
Melhor bailarina | Prêmio Toshie Kobayashi/Só Dança: Luiza Falcão (Grupo Cultural de Dança, do Rio de Janeiro), recebeu R$3 mil.
Melhor grupo (Pré/Juvenil): Amigas de Coppelia (Instituto Marco de Dança), no valor de R$2 mil.
Melhor grupo (Adulto/Avançado): Grupo Especial da E.M. de Bailados (SP), premiado em R$4 mil.
Melhor coreógrafo: Cintia Nogueira (Laboratório da Dança Fernanda Araújo, de São Paulo), recebeu R$1 mil.
Revelação: Ilana Lana Barcellos (Studio Gouveia Coach), com prêmio de R$1 mil.
Sobre o Instituto Passo de Arte
Fundado em 1985 pelos publicitários William Romão Costa e Juliano Rubens de Carvalho como Star’s Dance, empresa pioneira no Estado de São Paulo a atuar na área de produção e fomento da dança, tornou-se uma das maiores incentivadoras de festivais e veículos de informações do setor. O know-how adquirido ao longo das últimas décadas, aliado à mudança da direção, que passou a contar com a experiência da ex-bailarina Marisa Pivetta, resultou em, entre outras iniciativas, no projeto Passo de Arte, que produz competições de dança pelo Brasil, como representante oficial do concurso Tanzolymp, em Berlim na Alemanha, garantindo oportunidades para bailarinos brasileiros que atuam em quase todas as companhias de dança do mundo, sendo que muitos deles ocupam cargo de primeiro bailarino e primeiro solista.
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(Fonte: Armazém da Notícia)
Com 126 anos de criação, completados na última quinta-feira (20), a Academia Brasileira de Letras (ABL) promoveu uma grande cerimônia para celebrar a data com mais de 200 pessoas, incluindo Acadêmicos, autoridades e convidados. A solenidade ocorreu no Salão Nobre do Petit Trianon, sede da ABL, no Rio de Janeiro, na noite da sexta-feira (21).
O presidente da ABL, Merval Pereira, ressaltou a importância da Academia durante esses 126 anos de existência. “Completar 126 anos num país que esquece rapidamente o passado, como o Brasil, é muito importante. Sinal de que a ABL tem fincada sua história na vida e na cultura do país”, disse Merval.
Antonio Carlos Secchin, secretário-geral da Academia, lembrou o papel da ABL para a cultura e a literatura brasileira. “Em 126 anos, a Academia Brasileira de Letras nunca foi vinculada a ideologias políticas. É um espaço aberto, simultaneamente, à preservação e à mudança”, enfatizou Secchin.
Antes do início da premiação, os participantes puderam conhecer a exposição “126 anos da Academia Brasileira de Letras”. Trata-se de uma rara e emocionante reunião de obras literárias icônicas de Luís de Camões, que foram resgatadas cuidadosamente dos acervos mais antigos da ABL. Em parceria com seu Arquivo, a Academia trouxe à luz manuscritos que há muito estavam escondidos nas prateleiras do tempo.
A Santafé Ideias Comunicação e Estratégia e a Agência in.Pacto, que fazem a comunicação digital da ABL, foram as responsáveis pela produção do vídeo para celebrar a data. Além disso, a Acadêmica Lygia Fagundes Telles, falecida em 2022, foi homenageada pelos Correios com um selo comemorativo, lançado durante a cerimônia.
A noite também foi de premiações. A escritora Marina Colasanti, vencedora do Prêmio Machado de Assis 2023 pelo conjunto de sua obra literária, foi uma das agraciadas. Patrocinado pela Light, no valor de R$100 mil, o prêmio literário é o mais antigo e mais importante do país. Marina fez um discurso profundo sobre a sua vida, a sua vinda para o Brasil e o seu amor pela literatura, pela cultura e pelos livros que falam de amor. “Lembro de quando escrevi ‘E por falar em amor’. Eu queria detonar a mesmice com que se fala de amor. Quando consegui, disparei para o escritório de Afonso: consegui, consegui! Consegui pôr uma linguagem coloquial, citando poema e com títulos como estes: ‘Onde anda o amor nas relações sem amor’ ou ‘Cupido não trabalha nos Correios’ e ‘É um sentimento que não vende em produto’. E todos continuam valendo, apesar de ter sido em 1987. Todos os meus livros continuam valendo, como sabem os acadêmicos que me atribuíram o Prêmio Machado de Assis pelo conjunto da obra”, comentou Marina.
A Acadêmica Rosiska Darcy ressaltou que a coragem é um tema na vida e na obra de Marina Colasanti. “Marina é uma pessoa luminosa, dotada de fulgurantes talentos, de instrumentos e olhares múltiplos, a quem a Academia Brasileira de Letras atribuiu o seu maior reconhecimento: o Prêmio Machado de Assis. E foi, para mim, uma imensa alegria poder entregá-lo”, disse Rosiska.
O publicitário Nizan Guanaes recebeu das mãos da atriz e Acadêmica Fernanda Montenegro a Medalha Machado de Assis, em reconhecimento aos relevantes serviços prestados à Academia. Ele destacou a importância da honraria para a sua trajetória. “Esse prêmio é muito maior do que normalmente estou acostumado. Ele é uma surpresa. Ele é fora do meu universo. É um momento muito emocionante e estou muito feliz”, disse Guanaes.
O Prêmio Francisco Alves, concedido quinquenalmente a trabalhos sobre o ensino fundamental no Brasil, foi entregue à secretária de Educação do Estado do Rio de Janeiro, Roberta Barreto. “É uma emoção muito grande. É o reconhecimento por uma trajetória na educação, onde a gente constrói, desde o chão da sala de aula, o desejo para que todos os alunos tenham o prazer e o gosto pela literatura, que possam navegar e conhecer todo o mundo por meio da literatura. Isso é, para mim, hoje, o reconhecimento da professora que deu aula no pré-escolar, que alfabetizou por muitos anos e fez com que muitos jovens conhecessem a história do Brasil e do mundo ao integrar cultura, literatura e saber, o melhor para que a gente possa ser cidadão do país”, declarou a secretária.
Maria Carmen de Oliveira, funcionária da ABL há 57 anos, foi a escolhida para receber a Medalha João Ribeiro pelos serviços prestados à cultura, em nome de todos os funcionários da Academia. A cerimônia de aniversário da ABL foi encerrada com a apresentação dos harpistas belgas Heleen Vandeputte e Jacques Vandevelde, que fizeram uma belíssima apresentação.
Rodrigo Saccone, CEO da Santafé, comemorou a parceria com a ABL. “Fazer parte da história desta instituição tão importante para a cultura brasileira é motivo de muita satisfação para nós. Estamos trabalhando para reforçar o papel da ABL, chegando a um público cada vez maior”, enfatizou Saccone.
Klécio Santos, CEO da Agência in.Pacto, destacou a importância da ABL para a cultura e a literatura brasileiras. “São 126 anos de contribuição para a construção e a preservação da identidade cultural brasileira. Temos orgulho em contribuir, reverberando os efeitos deste trabalho por meio das plataformas digitais”, destacou Klécio Santos.
A história da Academia Brasileira de Letras começou no dia 15 de dezembro de 1896, quando foi realizada, na redação da Revista Brasileira, a primeira sessão preparatória para a fundação da ABL. A reunião foi resultado dos jantares organizados pela Revista, fundamentais para a criação da Academia. No dia 20 de julho de 1897, a ABL foi oficialmente fundada. A instituição se estabeleceu e se mantém até hoje como a principal referência cultural no Brasil.
Redes sociais | Pelas redes sociais da Academia, incluindo o canal no YouTube, foram transmitidas as informações em tempo real. Na ocasião, foi anunciado que a ABL também está no TikTok. A parceria com a plataforma visa levar o conteúdo gerado pela ABL a um público cada vez mais amplo. O objetivo é divulgar as novidades da Academia, bem como seu papel na preservação da língua portuguesa e da literatura brasileira.
Perfis da ABL:
TikTok | Facebook | Instagram | LinkedIn | YouTube.
(Fonte: Academia Brasileira de Letras)
As ruas Augusta, Angélica e Consolação colecionam, nas suas sombras, histórias de milhares de pessoas que por ali passam todos os dias – amores, desilusões, desatinos, risos, lágrimas, saudades e maldades. Canção de Tom Zé, que faz uma homenagem ao samba e à cidade de São Paulo, lançada originalmente em 1973 no álbum “Todos os Olhos”, acaba de ganhar uma nova versão, agora bilíngue, com os acordes do rock/pop da banda Hecto, formada por Guilherme Gê e Marcelo Lader, e feat do próprio Tom Zé. A música ficará disponível nas plataformas dia 1º de agosto.
Após o sucesso de “Nada Será Como Antes” (Milton Nascimento/Ronaldo Bastos) com a participação de Ney Matogrosso, a banda promete mais uma vez surpreender os fãs com essa nova interpretação. A faixa tem a percussão e o pandeiro certeiro de Marcos Suzano e a bateria elegante de Mario Fabre (Titãs). Além disso, Guilherme Gê emprestou sua expertise para gravar diversos instrumentos, enriquecendo ainda mais a sonoridade da faixa. Com a participação de Tom Zé e essa combinação de talentos, o lançamento de “Augusta, Angélica e Consolação” promete ser um destaque no cenário musical. “É uma honra dividir os vocais com o mestre Tom Zé, justamente numa obra prima dele, e contar com o acolhimento e a generosidade de sempre na hora de gravar. Vale ressaltar ainda que o nosso querido Tom nos deu liberdade para fazermos uma adaptação em inglês desta música, transformando em uma versão bilíngue”, comenta Gê.
Com a palavra, Tom Zé: “A música está muito boa, aproveitando principalmente os elementos próprios do estilo. A Banda Hecto é muito eficiente e o Guilherme Gê canta muito bem. Estou muito satisfeito com a gravação, digna de vocês escutarem”.
A faixa começa com a voz retumbante de Tom Zé cantando os nomes das três famosas ruas de São Paulo de personalidades distintas. Zé canta a parte em português, enquanto Gê entra com as estrofes em inglês:
Augusta
Graças a Deus
Entre você e a Angélica
“I have found, consolation
You looked out for me
And gave me your hand”
Augusta (How I miss you)
Você era tão vaidosa (How I miss you, and I spent my money)
A Hecto é formada pelo cantor, produtor e instrumentista Guilherme Gê e o guitarrista Marcelo Lader – uma conexão entre Rio de Janeiro e Santa Catarina. Com quatro singles lançados nas plataformas digitais e cinco videoclipes (três deles assinados por Batman Zavareze), a banda Hecto se prepara para o lançamento de seu novo single, “Augusta, Angélica e Consolação”, de Tom Zé, com a participação especial do próprio cantor.
Augusta, Angélica e Consolação (Tom Zé)
Hecto feat. Tom Zé
Lançamento dia 1º/8
Link do Pré-save
Ficha Técnica:
Tom Zé – Voz
Guilherme Gê – Voz, vocais, piano, guitarras, baixo, teclados e programações
Marcelo Lader – Guitarra
Marcos Suzano – Pandeiro, ganzá e tamborim
Mario Fabre – Bateria
Engenheiro de gravação – Guilherme Gê (RJ) e Daniel Maia (SP)
Gravado em 2022 nos estúdios Udu Music Rio (RJ), Cia dos Técnicos (RJ) e estúdio Tom Zé (SP)
Produção musical, arranjo e mixagem – Guilherme Gê
Masterização – Ricardo Garcia
Banda Hecto nas redes:
United MastersLink
Tiktok
Spotify
Youtube.
(Fonte: Lupa Comunicação)
Sofia Ungar. Marta Minujín em seu estúdio com elementos da instalação El Batacazo (2023) que será apresentada na Pinacoteca. Foto: divulgação.
A Pinacoteca de São Paulo apresenta “Marta Minujín: Ao Vivo”, primeira mostra panorâmica no Brasil de uma das artistas latino-americanas mais relevantes da sua geração. A exposição tem curadoria de Ana Maria Maia e ocupa as sete salas do primeiro andar da Pinacoteca Luz, tendo como fio condutor a contribuição da artista para uma vanguarda que pensa a América Latina em termos micro e macro políticos.
A mostra articula mais de cem obras de 1963 até o presente, reapresentando o icônico “El batacazo”, criado no contexto do Instituto Torcuato Di Tella em 1965, além de trabalhos como “Galeria Blanda” [Galeria Mole] (1973) e “La caída de los mitos universales” [A queda dos mitos universais] (1978-). Um inflável recebe o público nos primeiros dias da exposição no estacionamento da Pina Luz. A “Escultura de los deseos” [Escultura dos desejos] (2022) tem 15 metros de altura e foi um grande sucesso no Lollapalooza Argentino.
Marta Minujín se transformou em um grande fenômeno ainda nos primeiros anos de carreira, na década de 1960. Reconhecida internacionalmente como a pioneira do happening e da arte participativa, Minujín produz incansavelmente até os dias de hoje, transitando entre diversas linguagens, escalas, circuitos artísticos e sociais. Com seus óculos espelhados e a personalidade extravagante, a artista figura em capítulos importantes da história da arte, passando pelo novo realismo, pela pop art, pelos conceitualismos, pela arte pública pelos e multimeios.
“A exposição celebra a potência com que toda essa trajetória não só espelha, mas também intensifica as formas de vida. ‘Ao vivo’ é uma expressão que sinaliza vivacidade, presença de corpo e, de maneira ainda mais direta, denota um recurso de comunicação urgente no vocabulário da mídia de massa, plataforma discursiva e tecnológica que sempre atraiu a artista. Seja nas transmissões de rádio e TV na década de 1960 ou em seu canal de Instagram hoje, Marta cria arte como um pretexto para ela própria e para todas as pessoas poderem expressar-se com energia e liberdade”, conta a curadora.
Dos colchões aos monumentos
“Marta Minujín: Ao Vivo” passa por momentos cruciais da carreira da artista portenha, ainda que não siga uma linha cronológica. A exposição começa pelo conjunto de colchões, que inaugura seu statement criativo nos anos 1960, no âmbito do novo realismo. Retorcidos e pintados em tons vibrantes, o trabalho com colchões é resultado do interesse de Minujín de aproximar a arte das dinâmicas da vida, apropriando-se de materiais cotidianos e industriais. O público pode percorrer a galeria de tramas e colhões multicoloridos, com documentação de “La chambre d’amour” [O quarto do amor] (1963) e obras como “Eróticos en technicolor” [Eróticos em technicolor] (1964) ou “Freaking on fluo” [Pirando no fluorescente] (2010), além de visitar a “Galeria Blanda” [Galeria Mole] – instalação de 1973 feita com 200 colchões, recriada para a mostra da Pinacoteca. Formando um “cubo branco”, a antigaleria convida as pessoas visitantes a descansar ou brincar.
Na terceira sala da exposição, a instalação histórica da artista, “El Batacazo”, foi também recriada especialmente para a Pinacoteca, 58 anos depois da apresentação no Instituto Di Tella de Buenos Aires, em 1965. Em consonância com um espírito de tempo de uma geração imersa no fenômeno de uma midiatização crescente, a partir das leituras de Marshall McLuhan, a artista mobilizaria estratégias participativas para se posicionar perante a indústria cultural. À época, quatro tipos de ícones midiáticos conduziam o visitante pela instalação, que passava por jogadores de rúgbi, subia escadas para encontrar playboys e cosmonautas e descia um escorregador para cair no rosto da atriz italiana Virna Lisi. Na Pinacoteca, os jogadores são agora de futebol do Brasil e da Argentina.
A pesquisa sobre o fenômeno social da comunicação e seu potencial disseminador resultou em diversos trabalhos, cuja documentação se concentra na quarta sala expositiva, em obras como “Simultaneidad en simultaneidad” [Simultaneidade em simultaneidade] (1966) e “Leyendo las noticias en el Río da Plata” [Lendo notícias no rio da Prata] (1965). No contexto político da década de 1970, a proliferação de ditaduras militares pela América Latina levou a práticas artísticas voltadas para a conscientização de uma realidade sociopolítica e para um projeto de integração entre os países da região. O trabalho mais emblemático da artista nesse sentido foi “Comunicando con tierra” (1976), remontado para esta exposição.
A quinta sala da mostra se volta para trabalhos que usam frutas e vegetais nativos para representar recursos definidores de uma identidade nacional, como a fotoperformance “El pago de la deuda externa argentina con maíz” [O pagamento da dívida externa com milho] (1985) e “Arte agrícola en acción” [Arte agrícola em ação] (1978-1979). Outro caminho que Minujín adotou para intervir no imaginário político nacional foi a atuação no espaço público: para a Bienal Latino-Americana de São Paulo, em 1978, a artista levou a obra “El obelisco acostado” [O obelisco tombado], emulando a viagem do famoso monumento da praça da República, em Buenos Aires, para o pavilhão da Bienal, “transferindo o mito de um país ao outro”. Agora, o obelisco argentino, recostado e reconfigurado, ocupa a sexta sala expositiva da Pina Luz. A instalação antecipava características do que viria a ser a série “La caída de los mitos universales” [A caída dos mitos universais], que compreende trabalhos como “El obelisco de pan dulce” [O obelisco de pão doce] (1979) e “El Partenón de libros” [O paternon de livros] (1983), documentados na galeria.
A mostra termina com uma das videoinstalações mais recentes da artista, “Implosión!” [Implosão!] (2021). A nova versão da obra promove a imersão em um cubo musical multicolorido. O projeto parte da animação de fotografias de detalhes de um colchão histórico e reflete a percepção da artista de que a contemporaneidade é como uma bateria de estímulos sensoriais. A circularidade da obra permite vislumbrar os sessenta anos de carreira de Marta Minujín em toda a sua persistência e repertório.
“Marta Minujín: Ao Vivo” é uma exposição patrocinada pela Vivo, na cota Platinum, Mattos Filho, na cota Ouro, Ternium, na cota Prata, Iguatemi São Paulo e Ageo, na cota Bronze.
Sobre a artista | Nascida em Buenos Aires, em 1943, Marta Minujín, ainda hoje em franca atividade, alcançou grande consagração na Argentina e internacionalmente. Ao longo da carreira, a artista tornou-se a embaixadora do movimento pop na Argentina, o que envolveu interpretar essas vertentes internacionais com referências portenhas. Embora tenha se identificado com o rótulo, sua produção possui um caráter multidisciplinar, combinando aspectos da arte pop com o happening e a arte conceitual. A despeito dos preconceitos de gênero, Minujín transitou entre ambientes criativos e intelectuais em grandes capitais artísticas do mundo, presente em capítulos importantes da história da arte desde a segunda metade do século XX.
Sobre a Pinacoteca de São Paulo | A Pinacoteca de São Paulo é um museu de artes visuais com ênfase na produção brasileira do século XIX até a contemporaneidade e em diálogo com as culturas do mundo. Museu de arte mais antigo da cidade, fundado em 1905 pelo Governo do Estado de São Paulo, vem realizando mostras de sua renomada coleção de arte brasileira e exposições temporárias de artistas nacionais e internacionais. A Pina também elabora e apresenta projetos públicos multidisciplinares, além de abrigar um programa educativo abrangente e inclusivo.
Serviço:
Marta Minujín: Ao Vivo
Período: 29/7/2023 a 28/1/2024
Curadoria: Ana Maria Maia
Pinacoteca Luz (1º andar)
De quarta a segunda, das 10h às 18h (entrada até 17h)
Gratuitos aos sábados – R$30,00 (inteira) e R$15,00 (meia-entrada), ingresso único com acesso aos três edifícios – válido somente para o dia marcado no ingresso
Quintas-feiras com horário estendido B3 na Pina Luz, das 10h às 20h (gratuito a partir das 18h).
(Fonte: Pinacoteca de São Paulo)