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Documentário “Se Eu Contar, Você Escuta?” estreia nos cinemas

Brasil, por Kleber Patricio

Still de “Se eu contar você escuta?”. Fotos;: Henrique Moura.

O longa “Se Eu Contar, Você Escuta?” é o primeiro trabalho audiovisual da diretora Renata M. Coimbra. Ele será lançado em dose dupla, na TV e também nos cinemas de São Paulo, Belo Horizonte e Brasília, além de pré-estreias em Natal e João Pessoa. Antes de chegar às salas, ele poderá ser conferido no canal de televisão mineiro TV Serra Geral, que o exibirá no dia 18 de maio, às 20h, e a partir do dia 20, o filme chega às salas de cinema de diversas regiões do país. A data do lançamento foi escolhida por ser o Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes. O documentário é um relato sensível e necessário, que mostra como a violência sexual mudou para sempre o destino de oito meninas, que já adultas, relatam suas experiências de forma direta e comovente.

A diretora Renata Coimbra conheceu essas mulheres há mais de vinte anos, quando ainda eram adolescentes e estavam em situação de rua. Na ocasião, Renata supervisionava um grupo de assistentes sociais da Prefeitura de Presidente Prudente e gravou as entrevistas com elas. Essas gravações foram redescobertas em uma mudança de residência, quando encontrou uma caixa com as fitas dos depoimentos. “Ao ouvi-las novamente, passei a me perguntar o que aconteceu com aquelas meninas. Elas estariam vivas? Na ocasião, se viam sem saída, mas e agora?”, comenta a diretora. Renata convidou então, Célia Freire, uma das assistentes sociais que acompanhava as meninas e que havia desenvolvido uma forte relação com elas. Juntas, saíram em busca dessas jovens encontrando algumas e se surpreendendo com o destino delas, o que motivou a realização desse documentário.

Quando perguntada sobre a experiência de dirigir um primeiro filme como esse, Renata destaca: “Há 20 anos, quando eu trabalhava com as protagonistas, ainda meninas, e realizava meus estudos, jamais imaginaria que suas histórias seriam contadas através de um documentário. Eu era uma pesquisadora, acadêmica e, embora sempre tenha sido uma apaixonada por filmes desde muito jovem, essa possibilidade estava muito distante. Reencontrá-las, conhecer sobre suas vidas, saber como estavam, como enfrentaram a dura realidade que viveram e sobre suas lutas cotidianas, foi uma experiência reveladora. Poder transmitir suas histórias de dignidade e resistência, compartilhando com o público é de uma satisfação indescritível”.

Sobre a potência do audiovisual para tratar um tema tão complexo, a diretora reforçou: “Acredito que a linguagem cinematográfica, com divulgação de temas complexos que exigem sensibilidade, auxiliam na mobilização social e empatia daqueles que assistem aos filmes.  Considerando a gravidade representada pelos casos de abuso e exploração sexual em nosso país, aliada com a intensificação de casos durante a pandemia da Covid-19, inclusive com aumento de relatos de violência sexual no contexto online, atenta para a perpetuação dos mesmos e a necessidade de seu enfrentamento. Tenho expectativa de que o documentário possa promover engajamento social na defesa de crianças e adolescentes que vivem tais contextos”.

Um filme necessário

A violência sexual atinge crianças e adolescentes de todas as idades e classes sociais. É um fenômeno complexo que abarca dois espectros mais específicos: o abuso e a exploração sexual. Dados de 2021 levantados pela Unicef em parceria com o Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP) com base em casos registrados em boletim de ocorrência mostram que a cada hora, cinco crianças e adolescentes são vítimas de violência sexual no Brasil. Os pesquisadores desse fenômeno estimam que para cada caso registrado, ao menos outros nove foram não integram as estatísticas por inúmeros motivos.

O filme ainda conta com a trilha sonora original criada pela premiada musicista mineira Maria Bragança, que se inspirou nas cirandas brasileiras e músicas cantaroladas pelas protagonistas durante seus depoimentos. Uma delas, a popular “Brilha, Brilha, Estrelinha“, na sua versão medieval, traz uma pergunta reveladora: “Eu devo contar para você, mamãe, o que está causando meu tormento?”

Sinopse | Gravações em áudio realizadas nos anos 90 revelam a história de oito meninas vítimas de violência sexual. Filhas de famílias de migrantes e agricultores, elas viviam nas ruas de uma cidade do interior do Brasil, algumas desde os 9 anos de idade. Mais de 20 anos se passaram e, agora adultas, revisitam sua infância e contam os motivos que as levaram às ruas em uma surpreendente saga pela sobrevivência.

A diretora Renata M. Coimbra | Renata M. Coimbra é professora universitária da Unesp Presidente Prudente, com MBA em Cinema-Documentário e Doutorado em Psicologia. Em 1999, no início de sua carreira, entrevistou um grupo de meninas de sua cidade expostas à exploração sexual comercial e atendidas por uma equipe de assistentes sociais da Prefeitura. Impactada pela crueldade da situação, passou a dedicar-se ao enfrentamento da exploração sexual comercial de crianças e adolescentes (ESCCA). Escreveu diversos artigos e publicou livros sobre o assunto até que, 20 anos depois, ao ouvir novamente as fitas gravadas com essas meninas, resolveu procurá-las e realizar esse documentário.

Sobre a Produção

O filme é uma produção da T’AI Criação, sediada em Brumadinho (MG). O documentário teve apoio do Programa Ibermedia 2015 e foi selecionado pelo Edital de Cinema BNDES 2016, sendo contemplado para investimento, tornando-se o primeiro projeto de documentário mineiro a receber esse prêmio. Vale ressaltar a importância deste certame nacional, instituído em 1995, que ao longo da sua existência premiou 449 títulos, sendo oito deles produzidos em Minas Gerais. A T’AI Criação é a quarta produtora mineira a ser contemplada. Esta obra foi selecionada na Chamada Pública BRDE/FSA PRODAV 01 e contou com recursos públicos geridos pela Agência Nacional do Cinema – Ancine. Este lançamento é realizado com recursos da Lei Municipal de Incentivo à Cultura de Belo Horizonte.

O filme “Se Eu Contar, Você Escuta?” fará sua estreia internacional na Califórnia/EUA, onde integra a Seleção Oficial do Los Angeles Women In Film Festival 2022.

Calendário de Lançamento

TV

Estreia – 18 de maio às 20h

TV Serra Geral de Janaúba (MG)

Canal 13 – digital no Canal 26.1

Cinema

Pré-estreias

17/5 – terça-feira – João Pessoa (Paraíba)

Sessão com a diretora

Horário: 13h30

Local: Cine Bangüê – R. Abdias Gomes de Almeida, 800 – Tambauzinho, João Pessoa – PB

19/5 – quinta-feira – Natal (Rio Grande do Norte)

Sessão seguida de bate-papo com a diretora

Horário: 9h

Local: Auditório da Biblioteca Zila Mamede – Rua da Biblioteca, S/N – Campus Universitário da UFRN – Lagoa Nova, Natal – RN

Estreia – dia 20 de maio nos cinemas*:

*O filme estará sendo exibido regulamente nos cinemas das cidades abaixo entre os dias 20 e 26 de maio. Consulte a programação de horário de cada sala.

Brasília

Espaço Itaú de Cinema – Shopping Casa Park

No dia 20, às 14h30, haverá sessão seguida de bate-papo com a diretora

Belo Horizonte

Una Cine Belas Artes – Rua Gonçalves Dias, 1581 – Lourdes

No dia 23, às 19h haverá sessão seguida de bate-papo com a diretora

São Paulo

Espaço Itaú de Cinema – Shopping Frei Caneca

Nos dias 25, às 14h e 26, às 17h, as sessões serão seguidas de bate-papo com a diretora

“Se eu contar, você escuta?”

Documentário, 98 min, Brasil, 2022

Direção: Renata M. Coimbra

Trilha Original: Maria Bragança

Produção T’AI Criação e Produção

Produção Original: TV Serra Geral

Produtores Associados: MB e Futuro Coletivo

Redes (Instagram, Facebook, Twitter e Tik Tok): @seeucontarfilme

Site: www.seeucontar.com.br.

(Fonte: A Dupla Informação)

Inhotim anuncia nova programação com obras de Isaac Julien, Arjan Martins, Laura Belém e Jaime Lauriano

Brumadinho, por Kleber Patricio

Isaac Julien Stars – “Looking for Langston” – Vintage Series – 1989-2017 – Kodak – Premier print – Diasec moun. Foto: Isaac Julien.

O Inhotim inaugura no fim de maio novas obras e exposições temporárias. Dia 28 marca a abertura da temporada, que traz Isaac Julien, importante nome nos campos da instalação e do cinema, convidado a expor um de seus trabalhos mais emblemáticos na Galeria Praça. O Acervo em Movimento, programa criado para compartilhar com o público as obras recém-integradas à coleção, inaugura com trabalhos dos artistas brasileiros Arjan Martins e Laura Belém, ambos instalados em áreas externas do Instituto. Jaime Lauriano também integra a lista dos artistas participantes da programação e abre o projeto  Inhotim Biblioteca, que vai convidar, anualmente, artistas e pesquisadores que estabeleçam diálogos com a biblioteca do Instituto. A instalação do artista mantém relação direta com o Segundo Ato do projeto Abdias Nascimento e o Museu de Arte Negra (MAN) ao propor a curadoria de uma nova bibliografia que contempla autores negros para integrar o acervo da biblioteca do Inhotim.

Instalado na Galeria Mata, o Segundo Ato do projeto, realizado, assim como o Primeiro Ato, em curadoria conjunta entre Inhotim e IPEAFRO, aborda o Teatro Experimental do Negro, movimento encabeçado por Abdias Nascimento e que está nas origens do Museu de Arte Negra.

Arjan Martins, Instalação de birutas, 2021. “Biruta” – arame galvanizado e náilon acetinado de várias cores – Mastro: aço galvanizado. Foto: cortesia do artista e da galeria A Gentil Carioca.

As inaugurações são parte do Território Específico, eixo de pesquisa que norteia a programação do Instituto no biênio de 2021 e 2022, pensada para debater e refletir a função da arte nos territórios em níveis local e global, e também a relação das instituições com seu entorno, mirando os desdobramentos de um museu e jardim botânico como o Inhotim.

Confira a seguir mais detalhes da programação.

Galeria Praça | Isaac Julien 

Em um trabalho que une poesia e imagem, Isaac Julien parte de uma exploração lírica sobre o mundo privado do poeta, ativista social, romancista, dramaturgo e colunista afro-americano Langston Hughes (1902-1967) e seus colegas artistas e escritores negros que formaram o Renascimento do Harlem – movimento cultural baseado nas expressões culturais afro-americanas que ocorreu ao longo da década de 1920. A obra foi dirigida por Julien na época em que era membro da Sankofa Film and Video Collective e contou com assistência do crítico de cinema e curador Mark Nash, que trabalhou no arquivo original e pesquisa cinematográfica.

“Looking for Langston” também é considerado um trabalho fundamental para estudos afro-americanos e, nos últimos 30 anos, tem sido amplamente apresentado em universidades, faculdades e escolas de arte norte-americanas. ”Em 1954, Langston Hughes trocou correspondências com Abdias Nascimento, autorizando o Teatro Experimental do Negro a encenar suas peças. Nesse sentido, tanto Hughes, Abdias e Isaac Julien, cada um à sua época, buscavam representatividade e reconhecimento da produção artística e intelectual negra”, diz Julieta González, diretora artística do Inhotim.

Laura Belém, “Enamorados”. Foto: Pedro Motta.

A investigação sobre personalidades proeminentes do século 20, como Langston, é uma constante na obra de Isaac Julien. O artista se debruça sobre a vida destas figuras a fim de revisitar as narrativas históricas oficiais.

Nome seminal da arte contemporânea, Julien nasceu em 1960 em Londres, onde vive e trabalha, e utiliza em sua obra elementos provenientes de disciplinas e práticas variadas, como o cinema, a fotografia, a dança, a música, o teatro, a pintura e a escultura, integrando-os em instalações audiovisuais, obras fotográficas e documentários.

Acervo em Movimento | Arjan Martins e Laura Belém  

São latentes nas obras de Arjan Martins conceitos sobre migrações e outros deslocamentos de corpos e presenças entre espaços de luta e poder, e ainda as diásporas e os movimentos coloniais que se deram em territórios afro-atlânticos.

Abdias Nascimento, “A flecha do Guerreiro Ramos: Oxóssi”, 1971. Coleção Museu de Arte Negra – IPEAFRO | Inimá de Paula, “Retrato de Abdias Nascimento Filho”, Rio de Janeiro, 1967. Coleção Museu de Arte Negra – IPEAFRO | Emanoel Araújo, “Mulher com frutas na cabeça”, 1966. Coleção Museu de Arte Negra – IPEAFRO.

Na instalação de “Birutas” (2021) – apresentada no caminho entre a obra “Piscina” (2009), de Jorge Macchi e “A origem da obra de arte” (2002), de Marilá Dardot – Arjan expõe aparelhos destinados a indicar a direção dos ventos que se fundem às bandeiras marítimas e seus códigos internacionais para transmitir mensagens entre embarcações e portos.  “Na fusão desses dois elementos, birutas e bandeiras náuticas, Arjan trata do trânsito de corpos através dos oceanos, do tráfico de pessoas escravizadas e das diásporas causadas pelos movimentos coloniais”, explica Douglas de Freitas, curador do Inhotim.

No lago entre as Galerias Mata e True Rouge, o visitante vai se deparar com dois barcos a remo equipados com holofotes que se iluminam, frente a frente, na água. As luzes de um dos barcos se acendem, enquanto as do outro permanecem apagadas. Após 20 segundos, eles invertem: o que estava aceso agora se apaga e o que estava apagado se acende. As luzes de ambos os barcos são então acesas simultaneamente e, ao final, todas se apagam até o ciclo se reiniciar automaticamente. Trata-se de “Enamorados” (2004), trabalho da artista mineira Laura Belém exposto pela primeira vez em 2004 na lagoa da Pampulha, em Belo Horizonte e, no ano seguinte, na 51ª Bienal de Veneza. “

“José Medeiros, Heloísa Hertã e Matilde Gomes (filhas de santos)”, 1957. Acervo Abdias Nascimento – IPEAFRO .

A ideia de ciclos, passagem de tempo e certa teatralidade fantástica são elementos recorrentes na produção da artista. Em Enamorados, agora instalada no lago em frente à Galeria True Rouge, esses elementos se apresentam para construir uma narrativa de flerte, onde dois corpos acenam um ao outro, se iluminam e se apagam, se comunicam silenciosamente sem nunca se tocar”, reflete Freitas.

O Acervo em Movimento nasce do desejo do Inhotim em se manter como um lugar vivo, em constante transformação, trazendo ao público as novas aquisições do acervo.

Inhotim Biblioteca | Jaime Lauriano   

A pesquisa de Jaime Lauriano, artista paulistano que vive entre São Paulo e Lisboa,  busca trazer à superfície traumas históricos relegados ao passado e aos arquivos confinados, em propostas de revisão e reelaboração coletiva da História. Marcando a estreia do Inhotim Biblioteca, o artista apresenta uma ocupação de ativação na biblioteca do Instituto, estabelecendo diálogo com o Segundo Ato de Abdias Nascimento e o Museu de Arte Negra – projeto realizado pelo Inhotim em parceria com IPEAFRO, em cartaz na Galeria Mata.

“A proposta é procurar imaginar bibliotecas possíveis e como uma biblioteca pode se desdobrar”, conta Julieta González. “E a ocupação é um jeito de ativá-la, além de ser um recurso para pensar a relação com comunidades locais”, completa.

O Inhotim Biblioteca trará ao público um espaço coletivo e aberto voltado à leitura a partir de um recorte bibliográfico, visual e sonora proposta por Jaime Lauriano, a fim de construir uma coleção voltada ao pensamento pan-africanista. Para além de trazer exposições e disponibilizar material para pesquisa, o programa irá promover leituras mediadas e encontros entre artistas e pesquisadores com o público.

Galeria Mata | Segundo Ato de Abdias Nascimento e o Museu de Arte Negra 

Em curadoria conjunta com o IPEAFRO (Instituto de Pesquisas e Estudos Afro-Brasileiros), o Inhotim sedia um museu dentro de seu espaço e traz, ao longo de dois anos, a iniciativa sonhada por Abdias Nascimento (1914-2011) no início da década de 1950: o Museu de Arte Negra.

O projeto parte do legado multidisciplinar de Abdias, poeta, escritor, dramaturgo, curador, artista plástico, professor universitário, pan-africanista e parlamentar com uma longa trajetória trilhada no ativismo e na luta contra o racismo. Apresentado em quatro atos – quatro exposições temporárias, renovadas a cada cinco meses –, a realização do projeto no Inhotim se constrói com base nos aspectos de quatro Orixás, presenças constantes nas pinturas do artista, e na história e desdobramentos do Museu.

Sob o signo de Oxóssi, guardião das matas e Orixá do trono do conhecimento, o Segundo Ato do projeto, intitulado “Dramas para negros e prólogo para brancos”, abarca um período marcado pelo teatro na formação artística e política de Abdias Nascimento e na concepção inicial da coleção do Museu de Arte Negra, de 1941 até 1968 – ano em que Abdias iniciou o exílio nos Estados Unidos e na Nigéria.

Exibida na Galeria Mata, a mostra aborda o Teatro Experimental do Negro (TEN), uma iniciativa da qual nasceu o Museu de Arte Negra. Criado por Abdias Nascimento em 1944, no Rio de Janeiro, o TEN tinha como propósito central conquistar espaço para pessoas negras nas artes cênicas.

A exposição traz ao público documentos sobre a trajetória do Teatro Experimental do Negro, pinturas de Abdias e trabalhos de artistas como Anna Bella Geiger, Heitor dos Prazeres, Iara Rosa, José Heitor da Silva, Sebastião Januário, Octávio Araújo e Yêdamaria, que integram a coleção do Museu de Arte Negra do IPEAFRO.

Em oito núcleos temporais (1941 – Viagem América Latina / 1943 – Teatro do Sentenciado / 1944 – Teatro Experimental do Negro / 1950 – 1º Congresso do Negro Brasileiro / 1955 – Cristo Negro / 1968 – MAN no Museu da Imagem e do Som do Rio de Janeiro / 1966 – Festival Mundial das Artes Negras, Dacar –  Senegal / 1968 – Exílio), o Segundo Ato apresenta uma ampla pesquisa documental e propõe um novo olhar para a coleção Museu de Arte Negra, hoje sob a guarda do IPEAFRO. O foco é a importância da coleção enquanto ferramenta para a valorização e o reconhecimento dos valores  ancestrais africanos na sociedade brasileira.

As atividades do Teatro Experimental do Negro perduraram até 1968 e foi dentro de uma delas, o 1º Congresso do Negro Brasileiro, realizado na cidade do Rio de Janeiro em 1950, que surgiu o projeto Museu de Arte Negra.

Segundo Elisa Larkin Nascimento, escritora, curadora e diretora do IPEAFRO, “para contar a história de Abdias Nascimento e das organizações que ele fundou, entre elas o Museu de Arte Negra, é imprescindível recorrer ao acervo que o artista deixou e que nós do IPEAFRO temos a missão de zelar, organizar e difundir. O Segundo Ato acerta ao propor esse diálogo entre os documentos de acervo, as pinturas de Abdias Nascimento e as obras artísticas reunidas na coleção Museu de Arte Negra do IPEAFRO. Assim, conseguimos mostrar a dimensão política da arte e da abordagem curatorial propostas e realizadas por Abdias Nascimento no projeto Museu de Arte Negra. Para ele – e de acordo com a tradição filosófica e o modo de viver ancestral africana –, a arte faz parte da vida em comunidade, integra as relações humanas e a interação do ser humano com o ambiente, o planeta e o cosmos. Ela se relaciona obrigatoriamente com a política, que informa e molda essas relações. Não existe, nessa tradição, a arte pela arte, produção meramente de objetos monetizados. Para esse artista e seu povo, a arte é parte integral da sociedade e se relaciona profundamente com o cotidiano, a vida e o amor”.

“A pintura de Abdias Nascimento remete às origens de sua formação como artista e intelectual, que se dá a partir dos anos 1930. Primeiro no teatro, atuando e dirigindo. Depois, como curador do Museu de Arte Negra. Passa por sua intensa pesquisa e troca com artistas e intelectuais dentro e fora do mundo negro. Quando começa a pintar no Rio de Janeiro, em 1968, e intensifica a sua produção no exílio, Abdias Nascimento rapidamente manifesta uma técnica refinada que, aliado ao seu axé verbal, amplia a ressonância de seu discurso político de valorização da matriz africana no mundo e denúncia do genocídio do negro brasileiro, causas que pautaram a sua vida e obra”, explica Julio Menezes Silva, jornalista, curador e pesquisador do IPEAFRO.

Informações gerais 

Inauguração da programação Território Específico 2022 – Galeria Praça

“Looking for Langston”, individual de Isaac Julien – Acervo em Movimento

Obras de Arjan Martins e Laura Belém – Inhotim Biblioteca

Ocupação de Jaime Lauriano –  Galeria Mata

Segundo Ato de Abdias Nascimento e o Museu de Arte Negra: Dramas para negros e prólogo para brancos – Abertura: 28 de maio, sábado, das 9h30h às 17h30.

Funcionamento Inhotim 

Horários de visitação: de quarta a sexta-feira, das 9h30 às 16h30, e aos sábados, domingos e feriados, das 9h30 às 17h30.

Entrada R$44 inteira (meia-entrada válida para estudantes identificados, maiores de 60 anos e parceiros). Crianças de até cinco anos não pagam entrada.

Localização: O Inhotim está localizado no município de Brumadinho, a 60 km de Belo Horizonte (aproximadamente 1h15 de viagem). Acesso pelo km 500 da BR381 – sentido BH/SP. Também é possível chegar ao Inhotim também pela BR-040 (aproximadamente 1h30 de  viagem). Acesso pela BR-040 – sentido BH/Rio, na altura da entrada para o Retiro do Chalé.

Opções de transporte regular: Transfer – a Belvitur, agência oficial de turismo e eventos do Inhotim, oferece transporte aos sábados, domingos e feriados, partindo do hotel Holiday Inn Belo Horizonte Savassi( Rua Professor Moraes, 600, Funcionários, Belo Horizonte). É preciso comparecer 15 minutos antes para o procedimento de embarque e conferência do voucher.

Horário de saída do hotel: 8h (duração estimada da viagem: 1h30).

Horário de retorno: 17h30 (final de semana/feriado), na saída do estacionamento do Inhotim.

Valor: R$95,00 (ida e volta)

Contatos: (31) 3290-9180; inhotim@belvitur.com.br

Veja mais informações sobre o transfer clicando aqui.

Ônibus Saritur – saída da Rodoviária de Belo Horizonte de terça a domingo, às 8h15 e retorno às 16h30 durante a semana e 17h30 aos fins de semana e feriados. R$41,50 (ida) e R$37,15 (volta).

Loja | A loja do Inhotim, localizada na entrada do Instituto, oferece itens de decoração, utilitários, livros, brinquedos, peças de cerâmica, vasos, plantas e produtos da culinária típica regional, além da linha institucional do Parque. É possível adquirir os produtos também por meio da loja online.

(Fonte: Instituto Inhotim)

Grace Gianoukas comemora 40 anos de carreira com espetáculo “Grace em Revista”

Campinas, por Kleber Patricio

Foto: Priscila Prade.

A gaúcha Grace Gianoukas chegou em São Paulo no início dos anos 80 e em pouco tempo foi reconhecida como uma das atrizes mais promissoras de sua geração. Em 1985 fundou sua própria companhia teatral Harpias e Ogros, onde criou, produziu e atuou em dezenas de espetáculos até 1991. Voltou aos palcos em 2001 para revolucionar a comédia contemporânea no Brasil com a criação da Terça Insana, um projeto de humor que não trabalhasse com o preconceito ou a piada fácil. O resultado é um acervo de 700 personagens e cenas originais, criadas por mais de 400 atores/autores em 352 espetáculos com roteiro original e dois DVDs. Com o fim das apresentações semanais da Terça Insana, Grace encontrou espaço na agenda para aceitar o convite para uma participação especial na novela “Haja Coração”. Teodora Abdalla ganhou o Brasil em 2016 e finalmente apresentou Grace ao grande público.

Para comemorar com os fãs, que a acompanham pelos palcos desde o início de sua carreira, e os mais jovens, que só a viram em cena pelas telas, a atriz criou o “Grace em Revista”.  O espetáculo chega com os 21 anos de lançamento do Projeto Terça Insana e comemora os seus 40 anos de carreira.

Sozinha em cena, a atriz revela o caminho que percorreu para transformar o palco da comédia num espaço de questionamento, de guerra ao preconceito, de respeito às minorias e transformação social.  Em 70 minutos ela conta histórias vividas e revela o processo de criação que deu origem às suas criações icônicas; entre elas,  Aline Dorel, Santa Paciência, Advogada do Diabo, Adolescente Girassol, Preguiça, Mulher Limão e Cinderela, que pedem passagem para brilhar entre as histórias.

Sobre a atriz

Grace Gianoukas é atriz, diretora, autora e produtora de eventos culturais. Cursou Artes Cênicas na UFRGS. Natural da cidade de Rio Grande, RS, estreou no teatro em Porto Alegre em 1983 com o espetáculo “O Acre vai à Russia”. Mudou para São Paulo em 1984 e, desde então, vem atuando em teatro, televisão e cinema. Na TV Cultura, atuou em “Ra-tim-bum” e “Castelo Ra-tim-bum”. Na TV Globo, atuou na “Escolinha do Professor Raimundo”, “Sex Appeal”, “Bang Bang”, “Guerra dos Sexos”, “Haja Coração”, “Amor e Sexo”, “Orgulho e Paixão” e “Salve-se Quem Puder”. No Multishow, fez “Eu, Ela e Um Milhão de Seguidores”, “O Dono do Lar” e “Vai que Cola”. No teatro, participou como atriz de espetáculos como os premiadíssimos “Pequeno Mago” e “Além do Abismo do Grupo”, do XPTO, “Amigo da Onça” e “Hortance, a Velha”. Fundou sua própria companhia teatral Harpias e Ogros em 1985, onde criou produziu e atuou em dezenas de espetáculos até 1991. Em 2001, criou o revolucionário projeto de comédia Terça Insana, onde até hoje atua, dirige e escreve. Recebeu o Troféu Açorianos pelo espetáculo “O Acre vai à Rússia”, o Prêmio Mambembe de Melhor Atriz pelo espetáculo “O Pequeno Mago”, Troféu Nelson Rodrigues de referência nacional no teatro e TV e o Premio Aplauso Brasil de Melhor Atriz pelo espetáculo “Grace Gianoukas Recebe”. Em 2021, estreia “O L Perdido”.

Serviço:

“Grace em Revista – 40 anos de carreira”

Texto e interpretação: Grace Gianoukas

Sessões: 18 e 19 de maio às 20h30

Duração: 100 minutos

Faixa Etária: 16 anos

Visagismo: Cabral

Fotos: Priscila Prade

Ingressos: R$70 | Meia R$35

Vendas: https://site.bileto.sympla.com.br/teatromunicipalcastromendes/

Teatro Municipal Castro Mendes

Rua Conselheiro Gomide, 62, – Vila Industrial – Campinas (SP)

Produção Local: Bruno Davanco

Realização: Ventilador de Talentos.

(Fonte: Bruno Davanco)

Orquestra Sinfônica Municipal de Paraty abre o 12º Bourbon Festival na cidade histórica

Paraty, por Kleber Patricio

Fotos: divulgação.

Um dos eventos mais importantes e animados do calendário cultural e turístico do Estado do Rio e da cidade de Paraty, o Bourbon Festival Paraty está de volta, depois de uma pausa de dois anos, motivada pela pandemia. Para celebrar a retomada das atividades, o show de abertura do Festival, que neste ano acontece de 20 a 22 de maio, terá como atração a Orquestra Sinfônica Municipal de Paraty, em uma mescla inédita entre o jazz, o popular e o erudito. Sob a batuta do maestro Weslem Daniel, musicista desde os 9 anos, a Orquestra conta com centenas de jovens aprendizes e músicos de 60 bairros da cidade.

A criação e implementação da Orquestra reúne os setores público e privado com o apoio do prefeito Luciano Vidal. Sandi Adamiu, do Sandi Hotel, coordenou a aquisição dos instrumentos e é o primeiro presidente da Associação Amigos da Orquestra Sinfônica Municipal de Paraty, recém-criada, para garantir a manutenção e perenidade do projeto musical. “A intenção é fomentar a cultura local, contribuindo para o desenvolvimento de crianças e jovens de Paraty”, diz Sandi.

De Chiquinha Gonzaga a Frank Sinatra

“É um privilégio para os jovens músicos de Paraty poder tocar em um festival tão importante em sua própria cidade”, diz o maestro Weslem Daniel. O regente conta que, diante do convite do Festival, o grande desafio foi escolher o repertório, para transitar entre o erudito e o popular. “Estávamos ensaiando ‘Danúbio Azul’, de repente mudamos para ‘Garota de Ipanema’”, diz ele.

O concerto de abertura promete boas surpresas. “Vamos iniciar com uma música latina, que vai chamar a atenção do público, partindo para clássicos da música brasileira, com Chiquinha Gonzaga, Tom Jobim e Tim Maia, e também de Sinatra, como ‘Fly Me To The Moon’”, adianta o maestro.

Para Edgard Radesca, fundador da casa de espetáculos Bourbon Street e do Bourbon Festival Paraty, o concerto de abertura também é uma maneira de celebrar o projeto e prestigiar a música dos jovens da cidade. “Vai ser o primeiro som do Festival”, comemora ele. “Nos dá muito prazer abrir esse espaço para uma plateia grande, que vai trazer a visibilidade que a Orquestra merece”, diz Radesca.

Entre os grandes nomes já confirmados para este ano, o Bourbon Festival Paraty terá John Pizzarelli e João Bosco. O Festival chega à sua 12ª edição trazendo, como sempre, o formato consagrado de apresentações gratuitas espalhadas pelo Centro Histórico de Paraty e o clima de festa que transborda pelas ruas de pedra da cidade histórica fluminense.

Saiba mais sobre a Orquestra:
https://www.facebook.com/orquestrasinfonica.deparaty
https://instagram.com/orquestra_sinfonica_de_paraty.

(Fonte: Visar Planejamento)

“Batman – A exposição” chega ao Iguatemi Campinas

Campinas, por Kleber Patricio

Fotos: Danilo Marinho.

O Iguatemi Campinas recebe de 20 de maio a 14 de agosto a atração “Batman – A Exposição”. Inédito na região, o evento convida os visitantes a conhecerem os lugares mais famosos de Gotham City. Afinal, quem nunca sonhou em atravessar as portas da Mansão Wayne, conhecer a Batcaverna e visitar o Asilo Arkham, o apartamento da Mulher-Gato e o covil do Coringa, numa experiência totalmente imersiva e instagramável que ocupa mais de 500 metros quadrados?

A exposição, que integrou a programação oficial mundial dos 80 anos do Homem-Morcego em 2019 e recebeu mais de 120 mil visitantes na cidade de São Paulo, reúne cenografia, acervo com mais de 400 itens, incluindo quadrinhos e outros artigos raros, além de textos explicativos para contar a evolução e a importância de um dos personagens mais famosos do mundo, garantindo diversão e fotos incríveis para o público.

O icônico Batmóvel estará na mostra.

O Iguatemi Campinas será o primeiro empreendimento da rede Iguatemi a receber a exposição, que foi criada em parceria com a Warner Brasil e é uma realização da Chiaroscuro Studios, maior agência de representação de quadrinistas do mundo e cofundadora da CCXP – Comic Con Experience; da Caselúdico, empresa especializada na criação e execução de cenografia, tendo no currículo exposições de grande sucesso como Castelo Rá-Tim-Bum, Tim Burton, Expo Mickey 90 e Quadrinhos; e Grupo Spola, que atua na produção da CCXP Comic Con Experience, entre outros eventos pelo Brasil. A curadoria é de Ivan Freitas da Costa, colecionador e sócio-fundador da CCXP e da Chiaroscuro Studios, que foi também curador da exposição “Quadrinhos” no MIS (Museu da Imagem e do Som), em São Paulo.

A atração poderá ser visitada no Espaço de Eventos localizado no terceiro piso do Iguatemi Campinas, de terça a sexta-feira das 14h às 21h, aos sábados das 10h às 21h e aos domingos e feriados, das 12h às 19h.

Ambiente da Batcaverna será reproduzido na exposição.

Os ingressos custam R$25,00 (inteira) e R$12,50 (meia-entrada) de terça a sexta-feira e R$30,00 (inteira) e R$15,00 (meia) aos sábados, domingos e feriados e deverão ser adquiridos previamente, com hora marcada, neste link ou na bilheteria do evento.

Todas as terças-feiras, o Iguatemi Campinas disponibilizará a opção de entrada social para instituições ou pessoas em situação de vulnerabilidade, ampliando assim o acesso à experiência para todos os públicos. As instituições interessadas em aderir à entrada social deverão entrar em contato pelo e-mail iguatemicampinas@iguatemi.com.br.

Loja oficial | Ao final da exposição, os visitantes também encontrarão uma loja com produtos oficiais, incluindo itens com edição limitada criados exclusivamente para a exposição, que também podem ser adquiridos em www.batman80expo.com.br.

Serviço:

“Batman – A exposição” no Iguatemi Campinas

Quando: de 20 de maio a 14 de agosto de 2022

Onde: espaço de eventos no terceiro piso do Shopping Center Iguatemi Campinas, com acesso pelas escadas rolantes ao lado do restaurante Abbraccio (Av. Iguatemi, 777, Vila Brandina, Campinas SP)

Horários: de terça a sexta-feira das 14h às 21h, aos sábados das 10h às 21h e aos domingos e feriados, das 12h às 19h (horário de entrada da última turma).

Ingressos: de terça a sexta-feira: R$25,00 (inteira), R$12,50 (meia-entrada para crianças menores de 12 anos, estudantes, idosos, professores); sábados, domingos e feriados: R$30,00 (inteira), R$15,00 (meia-entrada para menores de 12 anos, estudantes, idosos, professores)

Link para compra de ingressos: https://site.bileto.sympla.com.br/iguatemicampinas/

Entrada social: instituições interessadas deverão entrar em contato pelo e-mail iguatemicampinas@iguatemi.com.br para agendamento às terças-feiras.

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#batmanexpo.

(Fonte: Macchina Comunicação Empresarial)