No último dia 23 de abril 23 de abril, educação amazonense viveu um momento histórico


Manaus
Em atendimento à solicitação de diversos artistas e fazedores de cultura, a Prefeitura de Indaiatuba, por meio da Secretaria Municipal de Cultura, anuncia a prorrogação das inscrições para os 12 Editais de Chamamento Público da Lei Paulo Gustavo (Lei Complementar nº 195/2022) para credenciamento de projetos nas áreas de audiovisual, teatro, circo, dança, literatura, artesanato, culturas populares e tradicionais, artes visuais e música. Os interessados devem se inscrever até dia 18 de setembro de 2023, às 12h59, pelo link www.indaiatuba.sp.gov.br/cultura/edital_cultura/leipaulogustavo/.
É importante que todos confiram no site o cronograma atualizado dos editais. Os proponentes com dificuldades na inscrição devem entrar em contato pelo e-mail leipaulogustavo@indaiatuba.sp.gov.br ou pelo telefone (19) 3875-6144.
A Lei Paulo Gustavo foi criada para incentivar a cultura e garantir ações emergenciais, em especial as demandadas pelas consequências do período da pandemia de Covid-19 no Brasil, que impactou de forma trágica o setor cultural nos últimos anos.
Os editais são divididos em:
Edital 1 – Premiação de projetos audiovisuais: curtas, médias e longas metragens, documentários e webséries
Edital 2 – Premiação de projetos audiovisuais: filmes, curtas metragens e documentários
Edital 3 – Premiação de projeto voltado para salas de cinema para montagem, reforma, estruturação e/ou ampliação de salas de projeção
Edital 4 – Premiação de propostas de capacitação, formação e qualificação por meio de workshops, cursos ou outras atividades educacionais voltadas à produção audiovisual
Edital 5 – Premiação de propostas para a realização de mostras voltadas à produção audiovisual
Edital 6 – Premiações de Iniciativas artísticas e culturais – projetos circenses e teatrais
Edital 7 – Premiações de Iniciativas artísticas e culturais de apresentações de dança
Edital 8 – Premiações de Iniciativas artísticas e culturais – projetos literários
Edital 9 – Premiações de Iniciativas artísticas e culturais – projetos de artes visuais
Edital 10 – Premiações de Iniciativas artísticas e culturais – projetos de workshop para artesanato
Edital 11 – Premiações de Iniciativas artísticas e culturais para projetos de promoção das culturas populares e tradicionais
Edital 12 – Premiações de Iniciativas artísticas e culturais – projetos musicais.
(Fonte: Prefeitura de Indaiatuba)
O Instituto Inhotim abre ao público, no dia 23 de setembro, sábado, duas novas exposições temporárias: “Fazer o moderno, construir o contemporâneo: Rubem Valentim” e “Direito à forma”, na Galeria Lago e na Galeria Fonte, respectivamente. As mostras integram o Programa Abdias Nascimento e o Museu de Arte Negra e ficam em cartaz até o próximo ano. Com diversidade de artistas e técnicas, ambas as exposições trazem distintas possibilidades da presença negra no campo da arte e contam com a curadoria conjunta entre Igor Simões, curador convidado, e da curadoria do instituto, com Lucas Menezes e Deri Andrade, curadores assistentes do Inhotim. As exposições contam com o Patrocínio Master da Shell por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura.
O núcleo central da exposição “Fazer o moderno, construir o contemporâneo: Rubem Valentim” é formado por obras de diferentes épocas da sua produção: desde pinturas da década de 1950, passando por seus relevos, objetos e emblemas serigráficos, até registros da construção do “Marco Sincrético da Cultura Afro-Brasileira”, monumento em concreto de mais de oito metros de altura erguido na Praça da Sé, em São Paulo, em 1978. Também compõem a exposição trabalhos de outros artistas que apresentam interseções com o fazer artístico de Rubem Valentim, ampliando os debates que a exposição propõe.
Já a exposição coletiva “Direito à forma” evidencia trabalhos de artistas de variadas temporalidades e formas, como Ayrson Heráclito, Emanoel Araujo, Lucia Laguna, Luana Vitra, Mestre Didi, Mulambö, Rommulo Vieira Conceição, Sônia Gomes, Rebeca Carapiá e Yhuri Cruz. Soma-se à mostra uma programação educativa com curadoria de Jana Janeiro, curadora pedagógica convidada.
“O que está em jogo nas duas exposições são as inúmeras possibilidades de presença negra no campo da art, para além de definições que tentam encapsular a produção artística afro-brasileira em um conjunto limitado de manifestações. A experiência Atlântica também, nos dois casos, se abre como um campo de extrema importância para pensar essa produção. O que temos nas duas exposições são as provas concretas que qualquer tentativa de compreensão da arte brasileira tem de passar pela produção de artistas negros”, elucida Igor Simões, curador convidado das novas mostras.
Fazer o moderno, construir o contemporâneo: Rubem Valentim
Rubem Valentim (Salvador, 1922–São Paulo, 1991) se formou como artista nos espaços dos ateliês e das exposições no trânsito entre Salvador, Rio de Janeiro, Londres, Roma, Veneza, Brasília, Dacar e São Paulo, entre outros lugares do mundo. Desde a década de 1950, o artista é figura ativa no circuito de exposições – ele integra a Bienal de Veneza em 1962 e está presente em oito panoramas promovidos pelo Museu de Arte Moderna de São Paulo entre 1969 e 1988, assim como em diferentes bienais de São Paulo. Sua obra, marcada por emblemas e símbolos, geometrias complexas, composições bidimensionais, relevos, objetos, composições e cores, conecta Áfricas, Américas e Europas.
Rommulo Vieira Conceição – “O espaço físico pode ser um lugar complexo, abstrato e em construção”, 2021. Foto: Divulgação/Instituto Inhotim.
A exposição “Fazer o moderno, construir o contemporâneo: Rubem Valentim” apresenta um conjunto de obras da coleção do Instituto Inhotim que contempla mais de trinta anos de produção do artista, articuladas a trabalhos cedidos pelo Museu de Arte Moderna da Bahia, pelo Museu de Arte Contemporânea de São Paulo e pelo Museu de Arte da Pampulha.
“A trajetória de Rubem Valentim é uma dessas referências emblemáticas que convocam uma revisão, ainda que tardia, e apontam existências negras como protagonistas, como definidoras daquilo que é a arte brasileira. Na mostra, também são apresentadas obras de artistas de diferentes gerações cuja investigação encontra ressonância ora nas referências, nos processos e nas materialidades, ora na síntese contundente ou na postura crítica de Valentim”, detalha Lucas Menezes, co-curador da exposição.
Em vizinhança com as obras de Rubem Valentim, são incorporados à exposição trabalhos de outros artistas, como Mestre Didi, Rosana Paulino, Emanoel Araujo, Jaime Lauriano, Rebeca Carapiá, Allan Weber, Bené Fonteles, Rubiane Maia, Froiid e Jorge dos Anjos. Dos artistas mineiros Froiid e Jorge dos Anjos são exibidas novas obras comissionadas pelo Instituto Inhotim. O primeiro apresenta uma instalação composta por 25 quadros que terão sua disposição alterada diariamente. Já Jorge dos Anjos traz duas esculturas em aço; uma exposta no espaço da galeria e outra na área externa. Em articulação com o espaço expositivo, a mostra conta com um espaço ateliê que será ativado a partir de programação pedagógica construída pelo Educativo do Inhotim.
Rebeca Carapiá – “Campo elétrico 01 raiva, sal, saúde e tempo”, 2021. Foto: Caio Rosa Frestas/Trienal de Artes/Sesc Sorocaba.
Artistas na exposição “Fazer o moderno, construir o contemporâneo: Rubem Valentim”: Rubem Valentim, Allan Weber, Bené Fonteles, Emanoel Araujo, Froiid, Jaime Lauriano, Jorge dos Anjos, Rosana Paulino, Rebeca Carapiá e Rubiane Maia.
Direito à forma
Mais de 30 artistas participam da mostra coletiva “Direito à forma”, em interlocução com a coleção do Instituto Inhotim, que tem se formado a partir de novas aquisições com foco na produção de autoria negra. A exposição apresenta um panorama da produção de pessoas artistas negras, de diversos períodos.
“O direito a uma investigação formal é o ponto de partida das obras que ocupam o espaço. Seja em consonância ou em contraposição, esses trabalhos reposicionam uma discussão sobre a arte de autoria negra, muito relacionada, nos últimos anos, à figuração. Ancorada, assim, em pesquisas diversas, a mostra traz um panorama da arte produzida atualmente no país e fora deste, mostrando-se enquanto um local de debates e construções narrativas para uma outra história da arte no Brasil”, explica Deri Andrade, co-curador da exposição.
Entre as ausências e as presenças na própria coleção, é evidente que, à pessoa artista negra, as possibilidades são múltiplas. Em trabalhos que por vezes se tocam, se aproximam e se afastam, essas nuances são postas lado a lado, tensionando e reativando as discussões sobre o que se tem entendido sobre a arte produzida por pessoas negras no país do cânone branco brasileiro.
Foram selecionados 60 trabalhos para essa mostra; entre elas, o vídeo-documentário “Orí” (1989), de Raquel Gerber, sobre a historiadora, ativista do movimento negro e intelectual Beatriz Nascimento, que é um dos pontos de partida da coletiva, e a instalação comissionada pelo Instituto Inhotim “Dança dos Mortos Egunguns” (2023), de Eneida Sanches. “Direito à forma” abrange uma produção artística que tem investigado proposições sobre forma, em relação a temas pertinentes ao Programa Abdias Nascimento e o Museu de Arte Negra, que ocupa o calendário do Inhotim entre 2021 e 2024.
Artistas na exposição “Direito à forma”: André Vargas, Antonio Tarsis, Ayrson Heráclito, Ana Cláudia Almeida, André Ricardo, Castiel Vitorino Brasileiro, Cipriano, Edival Ramosa, Edu Silva, Emanoel Araujo, Eneida Sanches, Iagor Peres, Isa do Rosário, Igshaan Adams, Helô Sanvoy, Jabulani Dhlamini, Juliana dos Santos, Lucia Laguna, Luana Vitra, Marcel Diogo, Mestre Didi, M0XC4, Mulambö, Rommulo Vieira Conceição, Siwaju Lima, Rubem Valentim, Raquel Gerber, Rebeca Carapiá, Sônia Gomes, Tadáskía, Thiago Costa e Yhuri Cruz.
Equipe curatorial
Deri Andrade – co-curador de “Direito à forma” e curador assistente do Inhotim
Igor Simões – curador convidado das exposições “Fazer o moderno, construir o contemporâneo: Rubem Valentim” e “Direito à forma”
Jana Janeiro – curadora pedagógica convidada
Lucas Menezes – co-curador de “Fazer o moderno, construir o contemporâneo: Rubem Valentim” e curador assistente do Inhotim.
Serviço:
Fazer o moderno, construir o contemporâneo: Rubem Valentim, na Galeria Lago (eixo rosa)
Data: de 23 de setembro de 2023 a setembro de 2024
Direito à forma, na Galeria Fonte (eixo amarelo)
Data: de 23 de setembro de 2023 a março de 2024
Informações gerais – Instituto Inhotim
Horários de visitação: de quarta-feira a sexta-feira, das 9h30 às 16h30 e, aos sábados, domingos e feriados, das 9h30 às 17h30
Entrada: R$50,00 inteira (meia-entrada válida para estudantes identificados, maiores de 60 anos e parceiros). Crianças de até cinco anos, moradores do Inhotim cadastrados no programa Nosso Inhotim e Amigos do Inhotim não pagam entrada.
Entrada gratuita: Quarta Gratuita Inhotim (todas as quartas-feiras são gratuitas) e Domingo Gratuito Inhotim + B3 (último domingo do mês).
Localização: O Inhotim está localizado no município de Brumadinho, a 60 km de Belo Horizonte (aproximadamente 1h15 de viagem). Acesso pelo km 500 da BR-381 – sentido BH/SP. Também é possível chegar ao Inhotim pela BR-040 (aproximadamente 1h30 de viagem). Acesso pela BR-040 – sentido BH/Rio, na altura da entrada para o Retiro do Chalé.
Inhotim Loja Design | A loja do Inhotim, localizada na entrada do Instituto, oferece itens de decoração, utilitários, livros, brinquedos, peças de cerâmica, vasos, plantas e produtos da culinária típica regional, além da linha institucional do Parque. É possível adquirir os produtos também por meio da loja online.
(Fonte: Instituto Inhotim)
Funcionário da Prefeitura trabalha na remoção de pexies mortos no lago do Parque Ecológico. Fotos: divulgação.
A equipe de fiscalização da Secretaria de Serviços Urbanos e Meio Ambiente da Prefeitura de Indaiatuba, município da Região Metropolitana de Campinas, está realizando uma varredura nos bairros do entorno do primeiro lago do Parque Ecológico da cidade para identificar a procedência do produto químico que foi descartado no córrego Barnabé na última quinta-feira (7/9). Há suspeita de que foram derramados produtos saneantes na água. A descarga irregular formou uma mancha de espuma no lago e provocou a morte de peixes.
De acordo com o secretário de Serviços Urbanos Guilherme Magnusson, os fiscais do Departamento de Meio Ambiente estão acompanhando a ocorrência e desde quinta-feira foram tomadas todas as providências necessárias na tentativa de amenizar os danos ambientais. “Logo que identificamos o descarte, fizemos os procedimentos iniciais de oxigenação da água usando caminhões-tanque. Também foi feita a limpeza dos peixes mortos nos pontos identificados e acionamos a equipe técnica do SAAE para providenciar a análise da água. Estamos contando com o resultado dessa análise e com o suporte técnico do SAAE para conseguirmos identificar o infrator”, explicou.
A direção do SAAE informou que a espuma não atingiu a Estação de Tratamento de Água do Barnabé (ETA V), localizada no Jardim Morada do Sol, mas a captação de água foi interrompida no final de semana por precaução. Isso não prejudicou o abastecimento de água da região, já que a Estação é utilizada como um reforço no abastecimento da zona sul. Na segunda-feira (11/9), a ETA V já estava trabalhando normalmente e com o monitoramento de rotina da água sem nenhuma intercorrência.
Esse tipo de infração pode ser punido com multa que varia de 100 a 200 Ufesps (de R$3.426,00 a R$6.852,00), conforme Lei nº 5.853/2011, que institui e regulamenta as ações fiscalizatórias do Departamento de Meio Ambiente, face à gestão compartilhada com a Cetesb (Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental). Para reforçar a legislação local, no Artigo 54 da Lei de Crimes Ambientais está previsto que “causar poluição de qualquer natureza, que possa resultar em danos à saúde humana ou destruir de forma significativa a flora devido ao descarte incorreto de resíduos e líquidos é crime”.
(Fonte: Prefeitura de Indaiatuba)
O hábito de leitura é uma experiência engrandecedora para qualquer ser humano. Para as crianças, é por meio dos livros que existe a possibilidade de visitar lugares desconhecidos e dar asas à imaginação, além de ajudar no aprendizado e no desenvolvimento. De acordo com o recente levantamento feito pelo IPL (Instituto Pró-Livro), o público infantil é o que mais lê no Brasil. O relatório mostrou que crianças de 5 aos 10 anos de idade consomem livros com frequência. Essas crianças representam 23% de toda a população e costumam ler diariamente ou quase todos os dias por vontade própria.
Para Carmen Pareras, diretora da Catapulta Editores no Brasil, os livros são peças fundamentais para que as crianças se desenvolvam bem e tenham bons hábitos no futuro. “Muitas pessoas não sabem, mas os livros, quando inseridos desde cedo na vida das crianças, ajudam a aprender a identificar coisas, socializar, criar o senso crítico e ampliar sua compreensão”, explica.
Um estudo realizado pela Universidade de Ohio mostra que crianças que são incentivadas a ler entram na escola tendo ouvido aproximadamente 1,4 milhão de palavras a mais do que as que não cultivam esse hábito. “A leitura é um hábito que estimula a criatividade das crianças e exercita paciência e compreensão ao acompanhar a história do livro. Também é essencial para o desenvolvimento e alfabetização dos pequenos, especialmente quando a leitura é feita em voz alta pela criança”, comenta Natália Reis Morandi, psicóloga na Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo.
Decifrar, compreender, generalizar, sintetizar ou até mesmo propor hipóteses são funções superiores da mente usadas durante a leitura. Talvez por isso, pesquisas científicas realizadas nos Estados Unidos – Universidade de Stanford – e na França – Unidade de Neuroimagiologia Cognitiva do Instituto Nacional Francês de Saúde e Pesquisa Médica (Inserm/Comissão de Energia Atômica e de Energias) – comprovam que a leitura faz bem ao cérebro.
Dentre os diversos benefícios que a prática oferece às crianças, também é por meio dela que as crianças desenvolvem a concentração, estimulam a memória, trabalham o raciocínio e compreensão, estimulam a linguagem oral e ampliam a capacidade criativa.
Os benefícios se estendem também para o fortalecimento de vínculos afetivos e habilidades socioemocionais, uma vez que, por meio da leitura, as crianças começam a entender seus sentimentos e a tentar lidar com eles. “Ler com os pequenos é uma forma de estreitar o laço afetivo e também entender o universo e as emoções da criança, mostrando para as crianças as maneiras saudáveis de lidar com os sentimentos”, finaliza Morandi.
Sobre a Catapulta | A marca Catapulta Editores possui mais de 18 anos de experiência no mundo literário e oferece para o mercado nacional uma proposta inovadora de livros paradidáticos que visa contribuir no aprendizado e entretenimento infantil. O papel da Catapulta é desenvolver obras que agregam as crianças desde a primeira infância até a fase adulta com livros didáticos. Saiba mais em: https://catapultaeditores.com.br/.
(Fonte: Agência Contatto)
Um dos grandes nomes da literatura marginal da década de 1970, para a poeta carioca Ana Cristina Cesar (1952–1983), vida e literatura eram inseparáveis. “Ana Marginal – Um navio ancorado no espaço”, projeto idealizado pela artista Nataly Cavalcantti, usa justamente essa mistura de vida e obra como inspiração para o espetáculo. O trabalho estreou no Espaço Elevador no dia 9 de setembro, às 20h, e segue em temporada até o dia 30 de outubro, com sessões aos sábados e segundas às 20h e, aos domingos, às 19h. Os ingressos custam R$40 (inteira) e R$20 (meia-entrada). O projeto foi realizado graças à 16ª Edição do Prêmio Zé Renato de Teatro para a cidade de São Paulo da Secretaria Municipal de Cultura.
A dramaturgia assinada por Michelle Ferreira traz para a cena três personas para representar a escritora: Ana – a poeta, Cristina – a bailarina, e Cesar – a acadêmica, representadas pelas atrizes Nataly Cavalcantti, Carol Gierwiastowski e Bruna Brignol, respectivamente.
Trabalho feito em parceria entre atrizes e dramaturga, ao lado do diretor Nelson Baskerville e da diretora assistente Anna Zêpa, mergulharam na sua obra para desvendar o corpo-poema de Ana Cristina Cesar, misturando arte e vida pessoal.
A característica forte de seus textos, a um só tempo viscerais e coloquiais – marca comum também entre outros poetas marginais dos anos 1970 –, cria uma aproximação confidencial com seus leitores. Inclusive, no livro “Antigos e Soltos — Poemas e Prosas da Pasta Rosa”, uma compilação de textos inéditos feita por Armando Freitas Filho, ela faz uma sugestão radical: “despoetizar a escrita feminina. Suprimir o mito do sexto sentido, da doce e inefável poesia feminina. A falsa grávida com gazes — Estrutura histérica!, grita a fada madrinha. Assinado embaixo: Nós do outro sexo, do sexto sexo”.
“Como Ana Cristina Cesar pregava a quebra dos padrões eruditos e escrevia de uma maneira mais espontânea e contestadora, entendemos que o teatro performativo era a melhor maneira de homenagear essa mulher tão potente. Sempre achei que o Baskerville seria o diretor que conseguiria transpor para a cena o universo que eu imaginava pro espetáculo. E eu não me enganei”, comenta Nataly.
Para dar conta da atmosfera caótica presente na obra da poeta, a equipe optou por usar muitas projeções, tanto de frases de Ana Cristina quanto de cenas complementares à ação. As atrizes também interagem a todo momento com um andaime e haverá até uma escultura de luz feita pelo próprio diretor. Além desses elementos, o cenário ganha uma verticalidade importante, não só pela estrutura de dois andares do Espaço Elevador como pela presença de uma escada.
Para o encenador, entender a essência da autora é um desafio. “A cada dia chegam novos materiais que são incorporados ao espetáculo. Ela não está em apenas um poema ou um livro. Para desvendá-la, é preciso se debruçar sobre suas fotografias, cartas, cartões postais, entrevistas. Talvez hoje sua angústia fosse muito mais dispersa, porque os tempos mudaram muito, mas gostaríamos de devolver para ela essa sexualidade que lhe foi negada”, defende Baskerville.
A complexidade desse processo de pesquisa também está presente na peça. Além de performático, “Ana Marginal – Um navio ancorado no espaço” configura-se como um metateatro, já que as atrizes discutem, em cena, temas como: por que sempre que se fala em artistas mulheres, o primeiro assunto é a sua vida pessoal, a histeria feminina, ao invés da importância das suas obras? “Nosso objetivo é fazer os espectadores também saírem em busca de Ana Cristina Cesar. Infelizmente, ela morreu precocemente e não deu tempo de ela ser venerada como a grande autora brasileira que é”, reflete o diretor.
CESAR – Não se preocupe, é confuso mesmo.
ANA – Não, não é confuso, é simples. Nós estamos criando algo que não existe.
CESAR – Sim, até porque se estivéssemos criando algo que já existe, não
estaríamos criando nada, estaríamos reproduzindo.
ANA – A Célia disse que você é muito criativa. Enfim, é isso.
CRISTINA – Olha, eu não estou entendendo muito bem.
CESAR – É confuso mesmo.
ANA – Não, é simples. É muito simples. É um espetáculo sobre Ana Cristina
César.
CESAR – Sabe quem é?
ANA – Claro que ela sabe quem é.
CÉSAR – Ela pode não saber.
ANA – Você sabe quem é?
CRISTINA – Ela foi homenageada na Flip uns anos atrás. (Trecho de “Ana Marginal – Um navio ancorado no espaço”)
Atividades paralelas
Para mergulhar ainda mais no universo da escritora, a equipe também conversou com a ensaísta, editora e crítica literária Heloísa Teixeira, grande amiga da homenageada. O encontro rendeu um desdobramento para o projeto: a especialista fará uma palestra aberta e online sobre a Ana Cristina Cesar e a mulher na poesia hoje.
Outra atividade relacionada ao espetáculo é o curso “Literatura Negra de Autoria feminina: construindo lugares de luta”, ministrado pela poeta Lívia Natália. Entre os temas abordados nas aulas estão feminismo negro e decolonialidade do saber, combatendo a violência epistêmica supremacista branca, e afetividade e solidão da mulher negra.
O público também pode participar da oficina “Preparação do Poema” ministrada pela artista, poeta e arte educadora Josiane Cavalcanti. Os encontros envolvem a fruição e a discussão de textos, bem como exercícios criativos com leitura e comentários.
Essas atividades estão programadas para setembro e outubro. As informações sobre inscrições e vagas serão divulgadas com antecedência nas redes sociais da peça.
ANA – “para que então ‘ter’ um corpo se é ‘preciso’ mantê-lo num estojo como um
violino muito raro.” Katherine Mansfield.(Trecho de “Ana Marginal – Um navio ancorado no espaço”)
FICHA TÉCNICA
Idealização e produção artística: Nataly Cavalcantti
Dramaturga: Michelle Ferreira
Direção: Nelson Baskerville
Diretora Assistente: Anna Zêpa
Atrizes: Bruna Brignol, Carol Gierwiastowski e Nataly Cavalcantti
Concepção Cenográfica: Bruna Brignol e Nelson Baskerville
Figurino: Marichilene Artisevskis
Assistente de figurino: Carolina Oliveira
Iluminação: Lui Seixas
Trilha Sonora: Nelson Baskerville
Criação e montagem dos vídeos: João Paulo Melo
Consultoria em Vídeo: André Grynwask
Vídeo Heloísa Teixeira: Anna Zêpa
Direção de Movimento: Débora Veneziani
Preparação Vocal: Alessandra Lyra (Cor & Voz)
Cenotecnia: Casa Malagueta
Operação de Som: Gabriel Müller
Operação de Luz e Vídeo: João Paulo Melo
Operação de Letreiro: Iza Marie Miceli
Contrarregra: Victoria Aben-Athar
Arte gráfica: Bruna Brignol
Fotos de divulgação: Bruna Castanheira
Registro em fotos e vídeos: João Paulo Melo e Marcos Floriano
Assessoria de Imprensa: Canal Aberto – Márcia Marques
Assistente de Produção: Gabriel Müller
Diretora de Produção: Iza Marie Miceli
Projeto contemplado pela 16ª Edição do Prêmio Zé Renato de Teatro para a cidade de São Paulo – Secretaria Municipal de Cultura.
Serviço:
Ana Marginal – Um navio ancorado no espaço
Data: até 30 de outubro de 2023
Horário: sábados e segundas, às 20h, e, aos domingos, às 19h
Local: Espaço Elevador | 75 minutos | Classificação indicativa: 12 anos
Endereço: R. Treze de Maio, 222 – Bela Vista, São Paulo – SP
Ingresso: R$40 (inteira) e R$20 (meia-entrada).
(Fonte: Canal Aberto Assessoria de Imprensa)