Apresentação será realizada no dia 5 de julho na Expo Dom Pedro


Campinas
Curso faz parte da segunda fase do projeto e foi realizado em parceria com o Programa Suindara, do Instituto Cerrados. Fotos: Flávio Grieger.
O projeto Olhos da Serra, em parceria com o Programa Suindara, do Instituto Cerrados, promoveu o Curso de Formação de Brigadistas Florestais na Serra do Japi. Realizado entre os dias 27 de novembro e 1º de dezembro, em Jundiaí (SP), a capacitação contribui para a prevenção e combate a incêndios no território que insere os municípios de Cabreúva, Cajamar, Jundiaí e Pirapora do Bom Jesus e é reconhecido como um dos últimos trechos de floresta contínua do Estado de São Paulo. Com informações técnicas, aulas teóricas e atividades práticas, envolvendo representantes da Guarda Municipal, de servidores da Defesa Civil, da Fundação Serra do Japi e outros agentes, o curso orientou-se pelas formações oficiais do ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade).
Em sua segunda fase, o projeto Olhos da Serra é uma iniciativa do Consórcio Intermunicipal das Bacias dos Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí (Consórcio PCJ), com o patrocínio da Coca-Cola Brasil e da Coca-Cola FEMSA Brasil, e tem como foco prioritário preservar a Serra do Japi.
Para Águeda Lourenço, coordenadora do Programa Suindara, do Instituto Cerrados, o Curso de Formação de Brigadistas Florestais é fundamental para capacitar as pessoas a prevenir e combater os incêndios em vegetação nativa de forma correta e segura. “Na parceria com o Olhos da Serra, o treinamento foi planejado para atender especificamente a Serra do Japi, que se estende por quatro municípios paulistas”, destaca.
Multiplicadores
Curso totalizou 40 horas e seguiu os moldes das formações oficiais de combate a incêndios do ICMBio.
O Curso de Formação de Brigadistas Florestais na Serra do Japi totalizou 40 horas e seguiu os moldes das formações oficiais de combate a incêndios do ICMBio. Todos os participantes realizaram Teste de Aptidão Física (TAF) e Teste no Uso de Ferramentas Agrícolas (THUFA).
As aulas teóricas foram ministradas pelos instrutores Fernando Tizianel e Raoni Japiassu, analistas ambientais do ICMBio, na sede do Cream (Centro de Referência de Educação Ambiental), em Jundiaí.
“Ao longo dos anos, o ICMBio acumula uma grande expertise no combate de incêndios florestais”, afirma Fernando Tizianel. De acordo com o analista ambiental, diante do aumento no número de incêndios em áreas de floresta, motivado por fatores que incluem as mudanças climáticas, a capacitação oferecida pelo ICMBio permite que os participantes entendam o manejo integral do fogo. “A pessoa passa a ter uma leitura não só do comportamento fogo na paisagem, mas também amplia seu entendimento sob os aspectos cultural, social, econômico e ambiental daquela região, com o propósito de se tornar um articulador e um multiplicador de conhecimento”, diz.
A formação e a multiplicação de conhecimentos, segundo Rodrigo Gustavo Lopes, guarda municipal da Divisão Florestal e aluno do Curso de Formação de Brigadistas Florestais na Serra do Japi, têm importância fundamental para a preservação do território. “Saímos do curso com uma bagagem mais técnica e estamos mais preparados para contribuir na prevenção e no combate aos incêndios na área da floresta”, afirma.
Integração
Superintendente da Fundação Serra do Japi, Vânia Plaza Nunes lembra que, neste ano, um incêndio importante na Serra do Japi devastou uma área de vegetação que havia sido recomposta há pouco tempo. “Os incêndios afetam severamente a biodiversidade, com perda de flora e fauna, e comprometem o sistema mais importante da Serra do Japi que tem características únicas”, destaca.
Todos os participantes realizaram Teste de Aptidão Física (TAF) e Teste no Uso de Ferramentas Agrícolas (THUFA).
Nos municípios inseridos na Serra do Japi, observa Vânia, há uma lacuna de agentes preparados e treinados para a ação contra incêndios florestais, “especialmente diante das mudanças climáticas que estamos enfrentando. Não somente o Corpo de Bombeiros e a Defesa Civil precisam estar preparados para os incêndios florestais, mas também a sociedade civil. É preciso que haja o envolvimento da comunidade, e sempre que possível, a participação em atividades como este curso promovido pelo Olhos da Serra.”
Para a superintendente, a equipe do ICMBio trouxe relevantes contribuições técnicas, teóricas e práticas para todos os participantes. “Quando temos pessoas preparadas em todos os municípios para adotar medidas preventivas e combater incêndios florestais, a integração para preservar a Serra do Japi faz toda a diferença”, conclui.
Projeto Olhos da Serra | Conduzido pelo Consórcio Intermunicipal das Bacias dos Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí (Consórcio PCJ), com patrocínio de Coca-Cola Brasil e Coca-Cola FEMSA Brasil, o Olhos da Serra tem o propósito de conservar os recursos hídricos na região. Como prioridade total no projeto, a preservação dos recursos naturais compreende, entre outras atividades, o combate a incêndios, com formação de brigadistas e aplicação de curso de capacitação profissional pelo ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade), a educação ambiental, o monitoramento de invasões humanas, a promoção de ações de reflorestamento e saneamento rural, com a implantação de uma propriedade modelo com tratamento de efluentes, gestão de resíduos e de água cinza. O Olhos da Serra também conta com a parceria das seguintes instituições: Prefeitura Municipal de Jundiaí (Diretorias de Meio Ambiente, de Agronegócios e de Parcerias Estratégicas, Guarda Municipal – Divisão Florestal e Defesa Civil), Fundação Serra do Japi, DAE Jundiaí, Fundação Florestal, Embrapa, Instituto Cerrados, Associação dos Amigos dos Bairros de Santa Clara, Vargem Grande, Caguassu e Paiol Velho (SAB Santa Clara), Conselho Municipal de Defesa do Meio Ambiente (Comdema), Conselho Gestor da Serra do Japi (CGSJ), Companhia de Informática de Jundiaí (Cijun) e Aliados pela Água.
(Fonte: MXP Comunicação)
Estudo revela que 82% das mulheres funcionárias de embarcações já sofreram algum tipo de abuso, mas apenas 18% relatam os casos. Foto: Karolina Grabowska/Pexels.
Três em cada quatro trabalhadores (75%) de embarcações no Brasil já sofreram assédio moral ou sexual no ambiente de trabalho. Os casos mais frequentes — quatro em cada cinco — ocorrem com mulheres de 25 a 40 anos de idade em início de carreira e envolvem piadas sexistas e discriminatórias, segundo revelam depoimentos reunidos por pesquisadoras da Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB) e instituições parceiras. A análise das práticas de assédio está descrita em artigo publicado no dia 4 de dezembro na revista científica “Marine Policy”.
Por meio de questionário online aplicado em 2021, as pesquisadoras tiveram acesso a relatos de 260 participantes, 197 mulheres e duas pessoas não-binárias. Os resultados indicam que 82% (161) das mulheres respondentes já sofreram assédio nas embarcações. Entre elas, houve 56 relatos de abuso sexual. De 60 homens participantes, 32 relataram terem sido vítimas de assédio, com somente 2 casos de abuso sexual. Um dado relevante é o perfil típico do agressor: homens em posição hierárquica superior à da vítima, independentemente de seu gênero. Os dados mostram, ainda, que boa parte das vítimas não denuncia os abusos sofridos. Somente 18% das mulheres e 12% dos homens assediados relataram o abuso às autoridades.
Para Catarina Marcolin, pesquisadora da UFSB e autora do artigo, os resultados do estudo mostram que o assédio a mulheres tem contornos de natureza sexual, enquanto os homens vivenciam mais o assédio moral. Os números da pesquisa, produzida exclusivamente por mulheres, surpreenderam a equipe de cientistas. “Nós já imaginávamos que as mulheres deveriam sofrer mais assédio do que os homens, pois vivemos em uma sociedade estruturalmente machista, mas não pensávamos que os números seriam tão altos”, explica Marcolin.
Entre os vários impactos do assédio, os participantes listaram sintomas físicos, como falta de energia, insônia, tensão muscular e dores de cabeça. Psicologicamente, destacaram raiva, insegurança, sentimento de impotência e falta de motivação. “Um ponto que vale ser ressaltado é que faltam canais de comunicação eficazes para denúncias e equacionamento de problemas”, revela a autora.
A situação de violência se agrava por conta do confinamento próprio ao trabalho em embarcações, em que os indivíduos passam dias sem acesso à internet ou outras formas de contato com o mundo exterior. “Se acontece alguma situação naquele ambiente, você não tem para onde fugir, não tem como voltar para casa, a não ser que seja um episódio extremo”, explica Marcolin.
Para a pesquisadora, este cenário transforma a pesquisa das ciências ambientais e marítimas em um ambiente hostil às mulheres, o que requer ações urgentes de conscientização sobre a violência para que ela não seja naturalizada. “Precisamos falar sobre o assunto e definir muito bem o que é assédio, em primeiro lugar, para que as pessoas reconheçam que estão assediando ou que estão sendo assediadas”, conclui.
(Fonte: Agência Bori – Coleção: Ressoa Oceano)
Parque da Cerejeira, em Campos do Jordão, celebra o Natal com um lindo Circuito de Luzes. Foto: Cleverson Nunes.
Desde o início de dezembro, o Parque da Cerejeira, em Campos do Jordão, foi transformado num verdadeiro espetáculo de luzes para a primeira edição do “Natal Iluminado”. A programação reúne Circuito de Luzes com 150 mil lâmpadas de LED, Casa do Papai Noel, Presépio, Bazar e Praça de Alimentação em meio à natureza exuberante da Serra da Mantiqueira. O evento segue até 6 de janeiro.
Para as crianças, o espaço conta com parquinho gratuito e brinquedos à parte, como piscina de bolinhas, arco e flecha, óculos 3D, touro mecânico e muito mais. E, claro, a tradicional Casa do Papai Noel que se tornou parada obrigatória para lindos registros. Na Praça de Alimentação, a lista vai de espetinhos, pastel de feira, lanches e sorvete às delícias da chamada “comida de boteco”, incluindo o chope artesanal da Vemaguete em quatro diferentes sabores.
Outro destaque fica por conta do lindo Presépio, feito pela artesã jordanense Neide Aparecida, ressaltando o verdadeiro espírito do Natal. Um espaço para parar, contemplar e se emocionar.
Ingressos solidários | O valor da entrada é de R$30 (inteira) e R$15 (meia para jordanenses e idosos) – crianças até 12 anos e idosos acima de 80 anos não pagam. Todo o dinheiro arrecadado com o evento será revertido em prol dos idosos do Recanto de Repouso Sakura Home, uma das unidades de longa permanência (ILPI) da Associação Nipo-Brasileira de Assistência Social – Enkyo. Saiba mais sobre a instituição pelo site.
Serviço:
O Parque da Cerejeira ficará aberto em horário excepcional, de quinta a sábado, das 9h às 22h, com a iluminação a partir das 18h. Nas segundas e quartas, abrirá em seu horário normal, das 9h às 16h. Estará fechado às terças. Estacionamento: gratuito durante o dia e R$20 após as 18h. Informações pelo telefone (12) 99711-0904 e @parque.da.cerejeira (Insta).
(Fonte: Texteria)
O contraste e o conflito entre a beleza da Amazônia e sua permanente destruição foram traduzidos em tinta, óleo e cores nas pinturas de Bob Nugent. Ao longo de mais de 20 anos, o artista norte-americano documentou a floresta e seus destinos por meio da arte. “Sentido”, nova exposição apresentada pela DAN Galeria Contemporânea, reúne as obras que debatem o desmatamento e a mineração e ainda trazem perspectivas sobre outras regiões do solo brasileiro, como Inhotim.
As telas trazem a memória associada aos objetos e sensações vivenciadas nas inúmeras visitas que o artista fez na Bacia do Rio Amazonas. Formas naturalistas semelhantes a colmeias, vértebras, casulos, formigueiros, formas de plantas e insetos estão dispersos na superfície das obras. A devastação vem representada por meio de tons profundos.
“O homem moderno vê a floresta como uma enorme riqueza – mas, ao mesmo tempo, testemunhamos seu esgotamento. Diferentemente dos grupos indígenas, que ali vivem em harmonia há gerações, nós ainda não conseguimos encontrar o equilíbrio necessário que proteja esta riqueza para o futuro”, destaca Bob Nugent. O artista acredita que valorizar a beleza da Amazônia é um dos caminhos para alertar sobre a urgente necessidade de preservação.
Roberto Elisabetsky, autor do livro “Sentido”, sobre a obra do artista plástico, analisa o trabalho como uma produção visual única. “Nugent traduz essa tênue delicadeza de forma única, como num alerta ao observador: desfrute do belo, mas saiba que a beleza é efêmera e passageira, não nos foi presenteada com nossa isenção de responsabilidade por ela. A obra de Bob Nugent, nas múltiplas formas e mistérios da natureza que retrat;, é um convite ao desfrute do belo e à constatação de que a magnitude desse presente é finita e requer nossa cumplicidade para seguir existindo.”
O artista já esteve em aproximadamente 130 exposições individuais e mais de 650 coletivas nos Estados Unidos, Europa, Ásia e América do Sul. No Brasil, seu trabalho esteve presente em mostras conjuntas no Mube (2018), no Museu Tomie Ohtake (2007) e no MASP (1998). Suas obras estão em importantes coleções brasileiras como a do Museu Tomie Ohtake, do MASP e do Museu de Arte Moderna de São Paulo e do Rio de Janeiro.
Sobre Bob Nugent
Nascido e criado na Califórnia, Bob concluiu mestrado em Belas Artes na área de Pintura pela Universidade da Califórnia, em Santa Bárbara, em 1971. Recebeu inúmeras bolsas de estudo e pesquisa, incluindo Bolsas Individuais da Fundação Tiffany e do National Endowment for the Arts, e Bolsas de Viagem da Fundação Fullbright e do Conselho de Artes da Califórnia, para seu trabalho no Brasil.
Bob passou mais de 23 anos visitando o Brasil. É um apaixonado da ampla paisagem, da flora e fauna e do povo brasileiro. Bob visitou cada canto do país, da costa do norte do Amapá as Cataratas do Iguaçu, no sul. Viajou ao Pantanal diversas vezes, visitando tribos indígenas espalhadas pela região, particularmente no Estado de Mato Grosso. Sua ligação com o Rio Amazonas é genuína. Esteve várias vezes no rio e em sua bacia, viajando com frequência de Manaus, no Brasil, a Iquitos, no Peru, testemunhando também o encontro do rio com o Oceano Atlântico, em Belém.
Sobre a Dan Contemporânea
A Dan Contemporânea surgiu como um departamento de Arte Contemporânea da Dan Galeria. Em 1985, Flávio Cohn, filho do casal fundador, juntou-se à Dan criando o Departamento de Arte Contemporânea, que ele dirige desde então. Assim, foi aberto espaço para muitos artistas contemporâneos, tanto brasileiros, como internacionais, fortemente representativos de suas respectivas escolas. Posteriormente, Ulisses Cohn também se associa à galeria completando o quadro de direção dela.
Nos últimos vinte anos, a galeria exibiu: Macaparana, Sérgio Fingermann, Amélia Toledo, Ascânio MMM, Laura Miranda e artistas internacionais: Sol Lewitt, Antoni Tapies, Jesus Soto, César Paternosto, José Manuel Ballester, Adolfo Estrada, Juan Asensio, Knopp Ferro e Ian Davenport. Mestres de concreto internacionais também fizeram parte da história da Dan, tais como Max Bill, Joseph Albers e os britânicos Norman Dilworth, Anthony Hill, Kenneth Martin e Mary Martin.
A Dan Galeria incluiu mais recentemente, em sua seleção, importantes artistas concretos: Francisco Sobrino, François Morellet e Getúlio Alviani, bem como os artistas geométricos abstratos históricos: Sandu Darié, Salvador Corratgé, Wilfredo Arcay e Dolores Soldevilla, só para mencionar alguns dos cubanos do grupo Los Once (The Eleven). Nestes últimos dois anos, os fotógrafos brasileiros Christian Cravo e Cristiano Mascaro; os artistas José Spaniol e Teodoro Dias (Brasil); os internacionais, Tony Cragg (G. Bretanha), Lab [AU] (Bélgica) e Jong Oh (Coréia), se juntaram ao departamento de Arte Contemporânea da galeria. A Dan Galeria sempre teve por propósito destacar artistas e movimentos brasileiros desde o início da década de 1920 até hoje. Ao mesmo tempo, mantém uma relação próxima com artistas internacionais, uma vez que os movimentos artísticos historicamente se entrelaçam e dialogam entre si sem fronteiras.
Serviço:
Exposição Sentido, de Bob Nugent
Local: DAN Galeria Contemporânea – Rua Amauri 73, Jardim Europa, São Paulo, SP
Horário: das 11h às 17h, de segunda a sexta; das 11h às 19h, aos sábados
Entrada gratuita
Classificação indicativa: livre
Acesso para pessoas com mobilidade reduzida
E-mail: info@dangaleria.com.br.
(Fonte: A4&Holofote Comunicação)
Grafite de cogumelos de cores vibrantes e diferentes tamanhos. Pequenas margaridas, espadas de São Jorge, beija-flores e cobras se mesclam com o jardim psicodélico (Artista: Boleta Bike – foto: Yara Forestieri)
O Beco do Batman, na Vila Madalena, em São Paulo, é conhecido mundialmente pelos seus murais vibrantes e expressivos que decoram as vielas dessa região icônica e turística da cidade de São Paulo. No entanto, para aqueles que não têm condições de enxergar, experimentar essa forma única de arte torna-se um desafio. Pensando em apoiar o Dia Nacional da Pessoa com Deficiência Visual, celebrado no dia 13 de dezembro, e em dar a oportunidade para todas as pessoas de apreciar o local, nasce o “Beco Online”, um projeto voluntário inovador que busca proporcionar uma experiência sensorial inclusiva para as pessoas cegas e/ou com baixa visão, permitindo que elas explorem virtualmente esse ponto turístico fascinante e percebam a beleza dos murais. O site entrou no ar no dia 13.
No Brasil, de acordo com o último Censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE, de 2010, existem mais de 6,5 milhões de pessoas com deficiência visual, sendo 506 mil cegas e cerca de 6 milhões com baixa visão. Para essas pessoas, o acesso à arte e à cultura se dá por meio de muitas dificuldades e, sendo assim, o projeto surge como uma oportunidade de quebrar barreiras e promover acessibilidade e inclusão nos espaços mais inusitados.
Como funciona: trilhas e audiodescrição para todos
A audiodescrição é um recurso que proporciona informações verbais detalhadas sobre elementos visuais, como cenas de filmes, exposições de arte ou locais turísticos tornando as experiências visuais mais acessíveis.
Diferente dos recursos tradicionais, o “Beco Online” não utiliza imagens dos murais; em vez disso, oferece trilhas de audiodescrição detalhadas, permitindo que as pessoas cegas explorem as obras de arte por meio das palavras. Este formato único proporciona uma experiência “crua”, sem julgamentos, interpretações ou censura, incentivando a liberdade de apreciação ou discordância, utilizando apenas um dispositivo (celular ou computador) e fones; ou seja, a pessoa fará uma visita ao Beco sem sair de casa.
As trilhas foram cuidadosamente desenvolvidas por audiodescritores, com a validação de uma pessoa consultora que é cega. Esta abordagem colaborativa garante a fidelidade e autenticidade do material, permitindo que a experiência seja verdadeiramente inclusiva.
Com o lançamento do “Beco Online”, não apenas os indivíduos com deficiência visual têm a oportunidade de conhecer os murais, mas também aqueles que enxergam podem expandir sua compreensão sobre a relevância dos recursos. O projeto convida a todos a refletirem sobre como a deficiência pode impactar diariamente a rotina, destacando a importância da inclusão em todos os espaços. “A experiência proporcionada pelo ‘Beco Online’ não é apenas visual, mas uma jornada inclusiva que promove empatia e compreensão, transcendendo as limitações físicas para criar conexões significativas”, afirma uma das idealizadoras do projeto e profissional audiodescritora Yara Forastieri.
A ideia é também apresentar a possibilidade desse recurso com a inserção de uma identificação com o QR Code que leve o projeto para curiosos visitantes que passam pelo espaço físico do Beco. O acesso estará disponível nas entradas do local para qualquer pessoa. As versões das trilhas em inglês também estão sendo trabalhadas para que turistas consigam conectar.
O Beco do Batman é de responsabilidade dos moradores, lojistas e membros de um grupo que cuidam e conservam o local e que apoiam a causa. O projeto foi comunicado e alinhado com os artistas Boleta e NDRUA. Boleta iniciou a arte de rua no final da década de 80. Participou de diversos movimentos protagonizados por grupos que ocuparam os espaços públicos da cidade com a sua arte. Frederico Jorge, conhecido como NDRUA, nasceu em 1981 e há mais de 15 anos expressa sua arte pelos muros da cidade.
O desenvolvimento do “Beco Online” é inteiramente baseado no trabalho voluntário, que também conta com a participação de membros da SOMOS, uma empresa atuante na área de acessibilidade. Apesar de nem todos serem profissionais ou especialistas em audiodescrição, esses colaboradores, ligados por sua dedicação à causa, representam um esforço conjunto de indivíduos comprometidos que reconhecem a importância da inclusão na sociedade.
Essa iniciativa representa uma jornada desprovida de obstáculos pela arte liderada por vozes comprometidas com a criação de um mundo mais inclusivo. O projeto promete atualizações regulares, abrangendo os murais rotativos do Beco do Batman, e almeja expandir sua atuação para outros espaços.
Para explorar o Beco Online, basta visitar o site: https://somosacessibilidade.com.br/beco-online/.
Pessoas que contribuíram com o projeto: Yara Forastieri, Nathalya Forastieri, Mayara Bernardo, Giovanna Eva, Mateus Romeo, Lucas Romeo, Gabriel Romeo, Nathalie Beccaro, Andreas Beccaro, Camila Conte, Eric Yamaga e Madson Rodrigo.
(Fonte: Way Comunicação)