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Brasil Jazz Sinfônica estreia Temporada 2025 no Teatro Cultura Artística

São Paulo, por Kleber Patricio

No dia 14 de março, a Orquestra Brasil Jazz Sinfônica abre a Temporada 2025 no Teatro Cultura Artística, em São Paulo, levando ao público a riqueza e a versatilidade da música brasileira. Com regência de Gustavo Petri, a apresentação tem início às 20h e conta com músicas de Tom Jobim e Vinicius de Moraes, Moraes Moreira, Pepeu Gomes e muitos outros nomes. Os ingressos estão à venda na plataforma INTI e custam R$180 (inteira) e R$90 (meia).

No repertório estão as canções Suíte Edu Lobo (arranjo de Cyro Pereira); O Fino do Choro Nº 1 (arranjo de Cyro Pereira); Pixinguiando (arranjo de Tiago Costa); Lá Vem o Brasil Descendo a Ladeira, de Moraes Moreira e Pepeu Gomes (arranjo de Fernando Corrêa); Garota de Ipanema, de Tom Jobim e Vinicius de Moraes (arranjo de Alexandre Mihanovich); Só Xote (arranjo de Nelson Ayres); Baião (arranjo de Cyro Pereira) e Aquarela de Sambas (arranjo de Cyro Pereira).

Esse concerto marca o início de uma série de 12 apresentações que, ao longo de 2025, celebrarão o melhor da música brasileira em um dos espaços mais emblemáticos da cidade.

Serviço:

Regência: Gustavo Petri

Data: 14 de março (sexta-feira) | Horário: 20h

Duração: 70 minutos

Local: Teatro Cultura Artística

Endereço: Rua Nestor Pestana, 196 – Consolação

Ingressos: R$180 (inteira) e R$90 (meia)

Vendas: plataforma INTI.

(Com Gelse Montesso/Fundação Padre Anchieta)

A arte têxtil de Michele Wharton na galeria Alma da Rua

São Paulo, por Kleber Patricio

Manta com xilogravura inspirada nas Molas panamenhas que serão estampadas em bandeiras para a exposição e almofadas com bordados manuais das Molas. Crédito da imagem: Dex Almeida.

A galeria Alma da Rua, localizada no Beco do Batman, um dos endereços mais emblemáticos em arte urbana na capital paulista, participa da DW! Design Weekend 2025, que acontece em São Paulo de 10 a 16 de março, com a mostra ‘Caminhos Pretos’. A arquiteta, designer e artista Michele Wharton apresenta sua coleção de almofadas bordadas de molas panamenhas, quimonos e seis bandeiras inéditas estampadas manualmente em xilogravura com a mesma referência. Esta coleção é inspirada na cultura indígena do Panamá, cidade natal dos seus país. Para Michele, é muito importante estar de volta ao Beco do Batman, rever os primeiros passos, pois reviver este universo é essencial para o pertencimento das suas obras, é a celebração da sua arte.

A mostra celebra a trajetória de Michele que desde 2016 faz peças de home decor e slow fashion exclusivas com os marcantes traços das Molas. Com quatro metros de altura, cada bandeira trará impressões inéditas desta arte, já que a cada nova criação, por ser uma técnica manual, nenhum formato se repete, é sempre novo. A mostra ainda terá a participação de outros artistas negros convidados, como Negrito, Negast, Mogle, Negana, Consp, Criola, Fluidez, Fabah e a DJ Yaminah Mello, que, além de apresentar uma obra, também vai comandar o som na abertura junto com o DJ Ícaro Diniz e o DJ Homeless. Todas as obras destes artistas estarão dispostas nas paredes da galeria adornando a instalação de Michele.

O Beco do Batman é o território cultural onde tudo começou para a Michele. Este lugar emblemático e inspirador que serve de válvula artística foi/é fonte de inspiração para ela: “é importante para mim estar de volta onde tudo começou, essa criação nasceu aqui”, diz. A coleção traz o pertencimento indígena panamenho na vida de Michele que cresceu em meio a essa vasta cultura da cidade natal de seus pais e que serviu de inspiração para esse trabalho atemporal com almofadas bordadas de molas panamenhas, além das bandeiras inéditas estampadas manualmente em xilogravura.

Las Molas

As Molas, de origem da comunidade indígena Guna, que se dividem entre o território da Colômbia e Panamá, são tecidos decorativos trabalhados com a técnica do chamado bordado aplicado, feito com tecidos coloridos de cores diferentes; são trabalhadas à mão e contêm duas ou mais camadas de tecidos cortados e costurados uns sobre os outros, formando o mundo que envolve essa comunidade. As Molas, tradicionalmente feitas por mulheres da comunidade Guna, não são apenas roupas diferentes e que não se repetem; elas são uma filosofia, uma tradição preservada. Nelas, as mulheres se vestem a vida toda e com elas afundam na terra quando a morte chega. A origem das molas vem de uma pintura corporal que foi então transferida para o tecido. As Molas representam o pensamento cosmogônico, uma visão gráfica do mundo, repleta de cores e significados antropomórficos e zoomórficos. De acordo com a cosmovisão kuna, ele foi o criador do universo dos nativos, Babdummad, que reposicionou ao seu povo os belos tecidos em que suas visões, flora e fauna são refletidas.

Michele Wharton – @michelewharton

Negra, latina e brasileira. Estas são as heranças e tradições culturais que Michele Wharton carrega para sua marca homônima, a Michele Wharton Design, que apresenta linha inédita de roupas, acessórios e moda casa. Cheias de alma e feitas de forma completamente artesanal e limitada, as peças valorizam a ascendência panamenha de sua criadora, que trouxe do país as tradicionais Molas de tecido que decoram cada uma das peças, com a valorização do patrimônio cultural feito pelas mulheres indígenas da região Guna Dule. Toda a produção de Michele é repleta de cor, autenticidade e significado.

Cada Mola é única e carrega muita ancestralidade. É uma sociedade matriarcal e o conhecimento e a habilidade na costura passa de mãe para filha”, conta. Michele diz que sempre se encantou pela beleza deste trabalho artesanal de sobreposição de tecidos que, quanto mais camadas recebe, mais sofisticado é. “Meus pais são panamenhos e, apesar de crescer no Brasil, carrego essa conexão muito forte com a minha ascendência e com a minha família lá. É um universo requintado e muito rico em referências. Criei a minha brand para difundir esta propriedade cultural”, diz. Michele é arquiteta e designer e desde 2016 faz peças de home decor e slow fashion exclusivas como acessórios: bolsas, cintos, coroas, peças de design e modelagens únicas com os marcantes traços das Molas panamenhas.

Galeria Alma da Rua – @galeriaalmadarua | Fundada em 2009 pelo colecionador Tito Bertolucci como Alma do Mar, cujo foco era destacar arte voltada a cultura do surf, a galeria passou a ser chamada, em 2016, como Alma da Rua. Hoje, mais abrangente, o espaço é focado em grafite e pichação é considerada um centro gerador e articulador de arte urbana. Ele fomenta diversos tipos de manifestações culturais e atividades, através da reflexão, formação, produção e a história da arte presente nas ruas.

Serviço:

Galeria Alma da Rua II – Exposição Caminhos Pretos

Rua Medeiros de Albuquerque, 188 – Vila Madalena | Beco do Batman

Abertura DW!: 13 de março – das 13h às 22h

Período expositivo: 10 a 16 de março

Horário de visitação: Todos os dias das 10h às 18h

Entrada gratuita.

(Com Jucelini Vilela)

Programação de março no Theatro Municipal de São Paulo apresenta temporada do Balé da Cidade com nova coreografia assinada por Alejandro Ahmed

São Paulo, por Kleber Patricio

Ensaio da coreografia ‘Réquiem SP’. Fotos: Larissa Paz.

O mês de março no Theatro Municipal de São Paulo tem estreia da primeira temporada do Balé da Cidade de São Paulo, com coreografia inédita assinada por Alejandro Ahmed, além de Leningrado, que será apresentado pela Orquestra Sinfônica Municipal e a Orquestra Experimental de Repertório, sob regência de Wagner Polistchuk.

Nos dias 14, 18, 19 e 21, às 20h, e nos dias 15 e 22, às 17h, na Sala de Espetáculos, o Balé da Cidade de São Paulo estreia sua primeira temporada do ano com uma coreografia inédita chamada Réquiem SP. Com criação, direção e coreografia de Alejandro Ahmed, que também atua como diretor artístico do Balé da Cidade, a obra terá a participação do Coral Paulistano e Orquestra Sinfônica Municipal, sob regência e direção musical de Maíra Ferreira. Os ingressos variam de R$10 a R$92, a classificação é de 18 anos e a duração é de 60 minutos.

Serão interpretadas composições do romeno György Ligeti e do músico eletrônico canadense Venetian Snares (Aeron Funk). A coreografia apresenta um desafio e um exercício que estabelece um diálogo entre distintas linhagens de dança, como o balé, o jumpstyle e as danças urbanas populares. A proposta investiga de maneira provocativa as possibilidades de articulação entre corpos, contextos e manifestações culturais, destacando as dinâmicas e a singularidade de uma cidade como São Paulo.

Orquestra Sinfônica em concerto Viva São Paulo.

No dia 20, quinta-feira, às 20h, na Sala do Conservatório, o Quarteto de Cordas da Cidade convida Trio Corrente, composto pelo baterista Edu Ribeiro, o pianista Fabio Torres e o contrabaixista Paulo Paulelli. O Quarteto de Cordas conta com Betina Stegmann e Nelson Rios, violinos, Marcelo Jaffé, viola, e Rafael Cesario, violoncelo. Os ingressos custam R$35, a classificação é livre e a duração de 60 minutos, sem intervalo.

Nos dias, 28, sexta-feira, às 20h, 29, sábado, às 17h, e 30, domingo, às 11h, na Sala de Espetáculos, a Orquestra Sinfônica Municipal e a Orquestra Experimental de Repertório, sob regência de Wagner Polistchuk, apresentam Leningrado. O repertório terá Fairytale Poem, de Sofia Gubaidulina e a Sinfonia nº 7 em Dó maior, op. 60, Leningrado de Dmitri Shostakovitch. Dedicada à cidade de Leningrado, então sitiada por conta da guerra, a obra estreou em 1942 nos Estados Unidos, com a Orquestra Sinfônica da NBC dirigida por Arturo Toscanini. Leningrado tornou-se extremamente popular na Rússia e no Ocidente como um símbolo da resistência ao totalitarismo e militarismo nazista, sendo ao mesmo tempo um hino patriótico e um grito de guerra para os inimigos do fascismo. Os ingressos variam de R$10 a R$70, a classificação é livre e a duração, de sexta e sábado, 90 minutos, sem intervalo, e domingo, 75 minutos, sem intervalo. Mais informações disponíveis no site.

(Com Letícia Santos/Assessoria de imprensa Theatro Municipal)

Projeto que obriga PRF a fiscalizar transporte de jumentos é essencial para garantir bem-estar dos animais, diz especialista

Curitiba, por Kleber Patricio

Foto: Divulgação/PRF.

O projeto de lei nº 3.279/2024, que tramita na Câmara dos Deputados, estabelece que a Polícia Rodoviária Federal deve fiscalizar todos os veículos que transportem asnos, jumentos ou jegues (os chamados asininos) e verificar as guias de trânsito animal (GTAs), a documentação de propriedade, compra e venda, além das condições físicas dos animais. O texto tramita na Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural (CAPADR) da Câmara dos Deputados.

“Esse projeto é muito importante para assegurar o bem-estar animal. Isso obedeceria ao entendimento do STF por ocasião do julgamento da ADPF 640, que determina que os animais apreendidos em situação de maus-tratos não podem ser abatidos”, afirma Yuri Fernandes Lima, sócio do Bruno Boris Advogados. O advogado explica que o abate de jumentos continua sendo realizado no Brasil para a exportação da pele do animal para a China. A partir da pele é produzido o eijao, produto da medicina tradicional chinesa feito a partir do seu colágeno, com propriedades supostamente afrodisíacas e rejuvenescedoras.

“É uma atividade extrativista, pois não há cadeia produtiva de jumentos em nenhum lugar do mundo e isso os leva à extinção, contrariando o artigo 225, parágrafo primeiro, inciso VII, da Constituição Federal. O mesmo dispositivo proíbe a crueldade, característica típica do comércio internacional de jumentos, uma vez que os animais abatidos em frigoríficos sifados (com autorização para exportação) ficam sem água, comida, abrigo do sol e da chuva e sem assistência médico-veterinária. O crime de maus-tratos também é tipificado pelo Artigo 32 da Lei nº 9.605/1998 (Lei de Crimes Ambientais)”, destaca o especialista.

Outro caso que tem chamado a atenção do público é o da venda dos bezerros da cidade de Cunha (SP). Em 2022, a Polícia Ambiental encontrou 302 animais em situação extrema de maus-tratos, desnutridos e agonizando. O dono da fazenda foi multado e indiciado por crime ambiental.

Recentemente, Yuri também denunciou a decisão do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP), que determinou a possibilidade de venda dos bezerros. Os donos da fazenda pediram a autorização imediata para a venda dos animais, mas, segundo o advogado, isso contraria a decisão do STF. “Tem que ser feita uma perícia no processo para que se comprovem os maus-tratos, mas há todo um rito a ser seguido. O acórdão autorizou a venda apenas depois da perícia, se comprovado que não há maus-tratos. Se houver a venda, haverá desrespeito à decisão do STF e um esvaziamento da própria ação”, protesta ele.

O advogado afirma que a juíza de primeira instância concordou com esse entendimento sobre a proibição da venda. O caso ainda corre nos tribunais. Yuri ressalta estar otimista. “Acreditamos que vamos comprovar no curso do processo todos esses maus-tratos e vamos evitar o abate e a venda desses animais. Importante termos o apoio de todos nesse processo”, finaliza.

(Com Renan Araújo/Agência Em Foco)

Apesar da baixa representação política, direitos das mulheres avançam no Brasil

São Paulo, por Kleber Patricio

10ª Marcha das Mulheres Negras do RJ, ocorrida em junho de 2024, reivindica direitos. Foto: Tania Rego/Agência Brasil.

Por Nina Ranieri — O reconhecimento de direitos às mulheres é recente. No Brasil, só em 1988 a igualdade entre homens e mulheres foi inscrita na Constituição. Até 2002 ainda vigia o Código Civil de 1916, no qual se previa a anulação do casamento pelo homem caso ele desconhecesse prévia defloração da mulher e a deserdação de filha desonesta que vivesse na casa paterna. Apesar de a representação das mulheres em espaços de poder ter pouco avançado nessas últimas décadas, as brasileiras vêm obtendo a aprovação de leis e políticas favoráveis às suas demandas, especialmente no campo da saúde e da proteção contra a violência.

Se o século 20 marcou o ponto de inflexão na representação política e jurídica das mulheres, foi também o período em que, lentamente, superou-se a politização das diferenças biológicas entre homens e mulheres. Durante séculos, premissas como a inferioridade feminina e sua exclusão política foram incorporadas às teorias políticas, de Aristóteles a Kant. Estratégias como a carência educacional, a doutrinação de gênero e a divisão moral entre mulheres ‘respeitáveis’ e ‘não respeitáveis’ fortaleceram o sistema patriarcal, associado a privilégios de raça e classe.

A luta pelos direitos das mulheres ganhou força na segunda metade do século 19, com a primeira onda do feminismo, que reivindicava o direito ao voto, à educação e, posteriormente, aos direitos laborais, civis e à disposição sobre o próprio corpo. Contudo, mesmo com as conquistas ao longo do século 20, desigualdades de gênero persistem, refletindo-se na democracia e na representação política.

As brasileiras, que votam desde 1932, e são a maioria da população e do eleitorado, no Executivo contam com apenas duas governadoras e 15% das prefeitas. No Legislativo, são 17% entre deputados federais e, no Judiciário, 38% dos magistrados. Nas Cortes Superiores, há somente cinco no Superior Tribunal de Justiça, uma no Supremo Tribunal Federal e sete no Tribunal Superior do Trabalho; na próxima semana, em 12 de março, a única magistrada do Superior Tribunal Militar tomará posse como presidente da corte.

Uma boa notícia é que a legislação se tornou mais especializada; os órgãos estatais dedicados à proteção e promoção das mulheres, mais estáveis. Ampliou-se a interpretação constitucional vinculada a problemas concretos e direitos das mulheres foram garantidos pelo STF em decisões inovadoras, como a do casamento homoafetivo ou a do aborto legal do feto anencefálico. Apenas no ano de 2020, a Corte decidiu 95 processos relacionados ao Objetivo de Desenvolvimento Sustentável de número 5 (ODS 5) da ONU – igualdade de gênero.

A tendência, desde o início dos anos 2000, se deve a dois fatores principais: 1) atuação dos movimentos feministas em Conselhos e Agências dedicadas às mulheres, fazendo avançar ações estatais, atuando em litigâncias estratégicas e participando de audiências públicas, fora dos espaços de representação tradicionais e 2) transformação da postura estatal, nos três Poderes, intensificando-se sua ação em benefício da equidade de gênero.

A persistência das desigualdades, porém, requer renovados compromissos e aprimoramentos da ação estatal voltada a superá-las. Trata-se de um processo inacabado e perene, devido à extensão, complexidade e tenacidade das inequidades de gênero. Cidadania se aprende. Só desta forma se enraíza na cultura para ser vivida, reclamada, promovida, e o Dia Internacional da Mulher nos lembra disso.

Sobre a autora

Nina Ranieri é jurista e professora do departamento de Direito do Estado da Faculdade de Direito da USP; é também coordenadora da Cátedra Unesco de Direito à Educação. Já atuou como secretária-adjunta de ensino superior do Estado de São Paulo e é membro do Conselho Estadual de Educação de São Paulo

(Fonte: Agência Bori)