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No primeiro semestre de 2023, Instituto Moreira Salles apresenta exposições de Evandro Teixeira, Iole de Freitas e Helena Almeida

São Paulo, por Kleber Patricio

Estádio Nacional, Santiago, Chile, 1973. Foto: Evandro Teixeira.

No primeiro semestre de 2023, o Instituto Moreira Salles exibirá, em sua sede de São Paulo, exposições de grandes nomes da fotografia e da arte contemporânea: Evandro Teixeira (1935), um dos principais fotojornalistas brasileiros, Helena Almeida (1934-2018), consagrada artista portuguesa cuja obra investiga as relações entre corpo e imagem, e a escultora e artista multimídia brasileira Iole de Freitas (1945).

Neste período, o IMS apresenta ainda a mostra em celebração aos 10 anos da Bolsa de Fotografia ZUM/IMS, realizada em parceria com o Pivô, espaço cultural localizado no Edifício Copan, no centro de São Paulo. A exposição, que será exibida no Pivô, reunirá obras dos artistas contemplados pela bolsa de fomento à produção de arte contemporânea criada pelo IMS em 2013.

Como já anunciado, em 2023, o IMS realizará uma reforma em sua sede do Rio de Janeiro para melhor receber os visitantes em exposições e eventos futuros. A casa no bairro da Gávea passará por um restauro e as reservas técnicas dos acervos serão ampliadas. Durante o tempo necessário para essas obras, o centro cultural permanecerá fechado. Os trabalhos começarão em abril de 2023 e devem se estender por cerca de quatro anos. Até março, o IMS Rio funcionará normalmente, sendo possível visitar a individual do fotógrafo Miguel Rio Branco (1946), em cartaz no centro cultural até 26 de março.

“Glass Pieces, Life Slices”, 1975. Iole de Freitas/Acervo da artista.

Enquanto a sede do Rio estiver fechada, o IMS pretende assegurar sua presença na capital com programação cultural. Para isso, está mantendo entendimentos com instituições da cidade para firmar parcerias e realizar exposições e eventos. Entre as parcerias já estabelecidas, está a com o Centro Cultural Banco do Brasil Rio de Janeiro, que atualmente apresenta a retrospectiva “Walter Firmo: no verbo do silêncio a síntese do grito”, exibida em 2022 no IMS Paulista. Após passar pelo CCBB RJ, a mostra segue para a sede do CCBB em Brasília.

O IMS Poços, por sua vez, está fechado atualmente, também para reformas de suas instalações. As obras incluem a instalação de um elevador e a remodelação do auditório, além de adaptações de acessibilidade e segurança. A próxima exposição que o centro cultural apresentará, quando for reaberto aos visitantes, será a Ocupação Coutinho. A mostra aborda os principais aspectos da vida e obra de Eduardo Coutinho (1933-2014), um dos nomes mais importantes do documentário no Brasil. A ocupação é resultado de uma parceria do Itaú Cultural com o IMS, que detém o acervo do cineasta.

Confira abaixo as sinopses de cada exposição prevista para 2023:

SÃO PAULO (SP)

IMS Paulista

Individual de Evandro Teixeira

Período expositivo: março de 2023–julho de 2023

Pouco depois do golpe militar de 11/9/1973 no Chile, Evandro Teixeira (Irajuba, BA, 1935) viajou para Santiago enviado pelo Jornal do Brasil. Suas fotografias revelam uma cidade sitiada, ocupada pelas forças militares. Entre os eventos registrados pelo fotógrafo está o enterro de Pablo Neruda, primeira grande manifestação contra o regime do general Augusto Pinochet. Nesta exposição, serão apresentadas as imagens que Evandro produziu na capital chilena, com destaque para os registros do enterro de Neruda. Em diálogo, serão exibidas fotografias feitas por Evandro durante o regime militar brasileiro evidenciando a importância do fotojornalismo para a liberdade de expressão e o testemunho da realidade. A curadoria é de Sergio Burgi, com assistência de Alessandra Coutinho Campos.

Individual de Iole de Freitas

Período expositivo: maio de 2023–setembro de 2023

A exposição reúne uma série de trabalhos que Iole de Freitas produziu na década de 1970 pouco vistos pelo público brasileiro, alguns deles inéditos. São fotos e filmes Super 8 e 16 mm dos tempos em que a artista viveu em Milão e Nova York, num momento em que era parte ativa, na Itália, de um ambiente político de grande efervescência política e cultural. A mostra traz também instalações que a artista realizou no período, como as que apresentou em Milão, no Studio Marconi, e em Paris, na Bienal Jovem de 1975. Esses primeiros trabalhos, de uma artista então na casa dos 20 anos, são pela primeira vez apresentados ao público brasileiro num conjunto amplo, abrangente e representativo da produção de Iole naquela década. A curadoria é de Sônia Salzstein, com assistência de Leonardo Nones.

Individual de Helena Almeida

Período expositivo: junho de 2023–setembro de 2023

A exposição “Fotografia habitada”, antologia de Helena Almeida (1969-2018) será a primeira individual da renomada artista portuguesa no Brasil. Com curadoria da historiadora da arte portuguesa Isabel Carlos, a mostra apresentará uma seleção de obras que têm como suporte a fotografia e o desenho, realizadas entre 1969 e 2018. Os trabalhos abordam temas recorrentes na produção de Almeida, como a interrogação dos gêneros e dos processos artísticos e a autorrepresentação da artista e da mulher. Em sua produção, mais do que um gênero artístico ou documental, a fotografia é um suporte conceitual das ideias e dos processos da criação. Essa subversão dos limites das definições da obra de arte, além da constante reiteração da sua condição de mulher artista, confere atualidade ao trabalho de Helena Almeida, confirmando a relevância histórica do seu papel numa geração que abriu novos caminhos e processos nos modos de pensar e articular a relação entre a arte e a vida.

IMS Paulista

Avenida Paulista, 2424 – São Paulo

Tel.: (11) 2842-9120

Horário de funcionamento: Terça a domingo e feriados (exceto segundas), das 10h às 20h

Entrada gratuita

Pivô

Exposição em celebração aos 10 anos da Bolsa ZUM

Período expositivo: abril de 2023 –julho de 2023

“Retrato Falado”, Eustáquio Neves, 2020.

O IMS apresenta a exposição em celebração aos 10 anos da Bolsa ZUM, com obras dos artistas e coletivos contemplados pela bolsa de fomento à produção contemporânea criada pelo IMS em 2013. A mostra será realizada no Pivô, em São Paulo, que também comemora 10 anos de existência. A coletiva, que inaugura a parceria entre as duas instituições, reunirá obras inéditas em foto, vídeo e outros suportes para oferecer um panorama da arte produzida no Brasil recentemente. Estarão presentes na exposição obras sobre a história da escravidão, a imigração transatlântica, o racismo, os papéis sociais e de gênero, os limites da loucura e o acesso às cidades. Os artistas participantes são Aleta Valente, Aline Motta, Bárbara Wagner, Castiel Vitorino, Célia Tupinambá, Coletivo Garapa, Coletivo Trema, Dias & Riedweg, Dora Longo Bahia, Eustáquio Neves, Helena Martins-Costa, Igi Ayedun, João Castilho, Letícia Ramos, Rafael BQueer, Sofia Borges, Tatewaki Nio, Tiago Sant’Ana, Val Souza e Vijai Patchinelaam. A curadoria é de Thyago Nogueira, Daniele Queiroz e Ângelo Manjabosco. As obras da exposição pertencem à Coleção Contemporânea do IMS. Desde 2013, a Bolsa ZUM premia dois projetos artísticos por ano.

Pivô

Edifício Copan, loja 54 – Avenida Ipiranga, 200, São Paulo, Brasil

+55 (11) 3255-8703

Horário de funcionamento: quarta a sábado, das 13h às 19h, e domingo, das 12h às 18h

Entrada gratuita

RIO DE JANEIRO (RJ)

IMS Rio

“Palavras cruzadas, sonhadas, rasgadas, roubadas, usadas, sangradas” – Individual de Miguel Rio Branco

Período expositivo: 19 de novembro de 2022–26 de março de 2023

A exposição apresenta a obra de Miguel Rio Branco, um dos principais fotógrafos brasileiros contemporâneos. Com obras produzidas especialmente para a mostra no Instituto Moreira Salles, a seleção é resultado de um mergulho de Rio Branco em seu próprio arquivo. Ao rever sua produção, o artista cria conexões e diálogos entre suas fotografias, atribuindo novos sentidos às imagens. A seleção reúne mais de 200 trabalhos produzidos desde os anos 1970, quando Rio Branco iniciava as experimentações com a fotografia, até os dias de hoje. As obras tocam em temas caros ao artista, como a sexualidade, a violência, a dor e a solidão. A curadoria é de Miguel Rio Branco e Thyago Nogueira.

IMS Rio

Rua Marquês de São Vicente, 476, Gávea – Rio de Janeiro, RJ, Brasil

Tel: (21) 3284-7400

Horário de funcionamento: terça a sexta-feira das 12h às 18h. Sábados, domingos e feriados, das 10h às 18h. Entrada gratuita

CCBB RJ

“Walter Firmo: no verbo do silêncio a síntese do grito”

9 de novembro de 2022–27 de março de 2023

A retrospectiva apresenta um panorama dos mais de 70 anos de trajetória do consagrado fotógrafo carioca Walter Firmo. Com curadoria de Janaina Damaceno Gomes e Sergio Burgi e assistência de Alessandra Coutinho Campos, a mostra ocupa todas as salas do segundo andar do CCBB RJ com 266 fotografias produzidas desde 1950, no início da carreira de Firmo até 2021. São imagens que retratam e exaltam a população e a cultura negra de diversas regiões do país, registrando ritos, festas populares e religiosas, além de cenas cotidianas. O conjunto destaca a poética do artista associada à experimentação e à criação de imagens muitas vezes encenadas e dirigidas. Dividida em núcleos temáticos, a mostra traz retratos memoráveis de grandes nomes da música brasileira, como Cartola, Clementina de Jesus e a icônica fotografia de Pixinguinha na cadeira de balanço, além de destacar a importante trajetória de Firmo como fotojornalista e de dedicar uma seção à fotografia em preto e branco do artista, pouco conhecida e, em grande parte, inédita. A mostra é apresentada no CCBB RJ, depois de ter sido exibida com enorme sucesso no Instituto Moreira Salles de São Paulo (IMS Paulista), e marca o início da parceria – inédita – entre as duas instituições. Após passar pelo Rio, a mostra segue para a sede do CCBB em Brasília.

Centro Cultural Banco do Brasil Rio de Janeiro

Rua Primeiro de Março, 66 – Centro – Rio de Janeiro – RJ

(21) 3808-2020

Funcionamento: segunda, quarta a sábado, das 9h às 21h. Domingo, das 9h às 20h. Fechado às terças-feiras.

Classificação indicativa: 14 anos – Entrada franca, com ingressos disponíveis na bilheteria física ou pelo site do CCBB

POÇOS DE CALDAS (MG)

IMS Poços

Ocupação Eduardo Coutinho

Período expositivo: segundo trimestre de 2023

A exposição apresenta os principais aspectos da vida e obra de Eduardo Coutinho (1933-2014), um dos nomes mais importantes do documentário no Brasil, conhecido, sobretudo, por tensionar os limites entre realidade e ficção. A curadoria é da equipe do Itaú Cultural, formada pelos Núcleos de Audiovisual e Literatura e de Memória e Pesquisa, e do jornalista e pesquisador Carlos Alberto Mattos. A Ocupação é resultado de uma parceria do Itaú Cultural com o IMS, que detém o acervo do cineasta. Grande parte dos itens exibidos na mostra, entre documentos e fotografias, provém desse acervo. Há, por exemplo, o roteiro do filme “Cabra marcado para morrer”, além de vários cadernos com anotações de Coutinho, principal ferramenta usada pelo cineasta na preparação dos filmes.

IMS Poços

Rua Teresópolis, 90 – Poços de Caldas, MG, Brasil

(35) 3722-2776

Horário de funcionamento: terça a domingo e feriados (exceto segundas), das 14h às 19h –

Entrada gratuita.

(Fonte: IMS)

Documentário inédito sobre a tribo indígena Ka’apor será exibido domingo na TV Cultura

São Paulo, por Kleber Patricio

Imagem: divulgação/TV Cultura.

Neste domingo (18/12), a TV Cultura exibe o documentário inédito produzido em parceria com a Amazon Ioo Rainforest Journalism Fund e o Pulitzer Center “Ka’apor – Povo da Floresta”. Com roteiro de Laís Duarte, jornalista premiada e especialista em meio ambiente, a produção vai ao ar às 16h30.

O documentário “Ka’apor – Povo da Floresta” revela como este grupo étnico desenvolveu uma forma especial de assegurar a sua própria sobrevivência no estado do Maranhão, no meio da Floresta Amazônica. A região, que nos últimos 30 anos perdeu 76% de sua mata nativa – cinco vezes mais do que a média nacional – e 85% das áreas preservadas, deve a preservação do que ainda restou desta mata à presença dos povos nativos.

A reportagem inédita mostra ainda os danos especialmente no Alto Turiaçu, lar de pelo menos dois mil indígenas da etnia Ka’apor que aprenderam o português como segunda língua. Para proteger suas terras, os Ka’apor desenvolveram uma estratégia pacífica e eficaz de vigilância. Em vez de fixarem as aldeias num único local, se dividiram em pequenos vilarejos, levando suas famílias para os limites do território e colocando os seus próprios corpos como escudos da floresta.

A produção do jornalismo da TV Cultura ainda destaca a arte centenária da plumaria: a produção de cocares, colares, braçadeiras e outros ornamentos, a partir de folhas de palmeira, algodão e penas de aves, um tesouro cultural que os Ka’apor, presentes na região desde antes do descobrimento do Brasil, utilizam em suas festas e rituais.

Locação: Zé Doca – Maranhão

Produção, reportagem e roteiro: Laís Duarte

Imagens: Adriano Tavares e Erinaldo Clemente

Edição: Jorge Valente

Produção: Ricardo Ferreira

Pós-produção: Leandro Silva

Direção do núcleo: Simão Scholz

Data de exibição: 18/12/22

Horário: 16h30

Duração: 30 minutos

Chefia de redação: Marília Assef

Direção de Jornalismo: Leão Serva.

(Fonte: TV Cultura)

Bosque dos Guarantãs terá encontros sobre memórias do local dias 16 e 17

Campinas, por Kleber Patricio

Histórias do Bosque é um projeto artístico e uma intervenção turística, com resgate da memória do território. Foto: divulgação.

O Ponto de Cultura Quintal Garatuja irá promover nos dias 16 e 17 de dezembro, às 10h e às 16h, encontros para compartilhar histórias e causos sobre o Bosque dos Guarantãs. Localizado na região do Jardim Nova Europa, em Campinas, o bosque abriga mata nativa com fauna e flora em uma área de preservação ambiental.

A história do “bosquinho”, como é conhecido pelas pessoas da região, se confunde com a história do bairro, pois contam que foi uma área destinada ao lazer e à preservação desde os anos 1950, época do loteamento da região. O evento é gratuito.

Histórias registradas em meios oficiais e memórias da cultura oral serão convocadas em um tour por pontos importantes do bosque. A equipe do Garatuja vem coletando essas memórias desde o início do ano, que serão registradas definitivamente no espaço do Bosque dos Guarantãs, com a instalação de placas contendo informações importantes sobre o local.

“Histórias do Bosque” é um projeto artístico, porém trata-se também de uma intervenção turística, pois resgata e difunde a memória do território. Mas, acima de tudo, trata-se de preservação ambiental, afirmam os organizadores. “Ao contar para as pessoas que ali tem uma nascente, mata nativa e animais silvestres, esperamos cultivar o senso de preservação em quem visita o bosque, que se reconheça o valor de uma área verde dessas no meio da cidade”, diz Pamella Villanova, atriz e gestora do Garatuja.

“Nós costumamos frequentar o bosque aos finais de semana e sempre nos surpreendemos com a diversidade de espécies convivendo por aqui; desse espanto surgiu a vontade de saber um pouco mais sobre essa história”, diz Dudu Ferraz, músico e gestor do Garatuja. “Vai ser um programão para quem gosta da história da cidade e de educação ambiental”, afirma Pamella.

O bosque abriga 23 mil m² de mata nativa, segundo a Embrapa, e sua história começa no início da urbanização da região do Jardim Nova Europa.

As sessões das “Histórias do Bosque” fecham as ações culturais programadas pelo Quintal Garatuja e conta com apoio da Secretaria de Cultura do Estado de São Paulo por meio do Programa de Ação Cultural (ProAC).

Serviço:

Dias: 16 e 17 de dezembro

Horários: às 10h e às 16h

Local: Bosque dos Guarantãs – Rua Santa Rita do Passa Quatro, 706, Jardim Nova Europa, Campinas (SP)

Evento gratuito.

(Fonte: Prefeitura de Campinas)

TV Cultura exibe concerto inédito de Vanessa da Mata e Brasil Jazz Sinfônica

São Paulo, por Kleber Patricio

Foto: Nadja Kouchi.

A orquestra Brasil Jazz Sinfônica, que este ano recebeu inúmeros artistas na Sala São Paulo, se uniu pela primeira vez à cantora Vanessa da Mata no Memorial da América Latina, em São Paulo. Sob a regência de Tiago Costa, a apresentação inédita vai ao ar na TV Cultura, neste domingo (18/12), a partir das 22h30.

No repertório, estão grandes sucessos da cantora como “A Força Que Nunca Seca”, “Não Me Deixe Só”, “Amado”, “Ainda Bem”, “Só Você e Eu”, “Boa Sorte”, “Gente Feliz” e “Ai, Ai, Ai”.

O concerto é em celebração aos 10 anos da Univesp (Universidade Virtual do Estado de São Paulo).

(Fonte: TV Cultura)

Um Shakespeare do subúrbio: em “Eu, Romeu” o ator Marcos Camelo, da Adorável Companhia (RJ), estreia em São Paulo

São Paulo, por Kleber Patricio

Fotos: Silvia Patricia.

Encenada desde 2020, um pouco antes de a pandemia assolar o mundo, o espetáculo “Eu, Romeu” estreia em São Paulo, na Sala Augusto Boal – Teatro de Arena Eugênio Kusnet, apresentando um outro universo para o personagem Romeu, do clássico Romeu e Julieta, de William Shakespeare. De 6 a 29 de janeiro, o ator Marcos Camelo apresentará a história que transita pela vida real de um ator do subúrbio carioca que provavelmente não teria a chance de estar dentro do personagem criado pelo escritor inglês. O solo narrativo mistura música, teatro, circo em comunicação direta com a plateia, com a finalidade de um teatro de extrema intimidade com cada pessoa. Sextas e sábados às 20h, domingos às 19h, com ingressos a R$40,00 e R$20,00 (meia-entrada).

A tragédia mais amada de William Shakespeare se mistura à recorrente tragédia dos subúrbios do Rio de Janeiro, onde o CEP de um indivíduo determina os acontecimentos de sua vida, até onde este pode ir e o tamanho de suas conquistas. Transpor essas barreiras equivale a uma verdadeira odisseia, uma constante luta desigual para afirmar sua potência, alcançando seus objetivos e sonhos. Em cena, Marcos Camelo sintetiza, através do corpo, a dicotomia de ter a cabeça em Verona, dividida entre Montéquios x Capuletos, e os pés em Rocha Miranda, bairro da Zona Norte carioca, localizado entre Morro do Jorge Turco e o Morro do Faz Quem Quer, trazendo à cena a história de heróis perdedores, daqueles que fazem o que podem com o que são e que com honra, dignidade e bom humor ousam sonhar, lutar e quase sempre perder.

Segundo Marcos, o espetáculo traz o desafio de um teatro vivo, interessado em tocar as pessoas, proporcionando uma experiência intima e pessoal, ultrapassando a facilidade do individualismo que aflige a todos nos dias atuais. Ele se utilizou de duas premissas para construir o espetáculo: um assunto que precisamos falar e um acontecimento que precisamos celebrar. Daí a ideia de contar a conhecida tragédia de Shakespeare sob a perspectiva de um ator que muito provavelmente não seria escalado para protagonizar uma montagem clássica de Romeu e Julieta. “A inspiração para o espetáculo partiu do quanto estão estruturados na sociedade os sistemas pré-determinados que impõe limites aos cidadãos devido a sua ascendência, a cor de pele, CEP e cultura”, avalia.

E onde o Romeu de Shakespeare encontra o Romeu de Marcos? Marcos só se encontra com Romeu na intensidade com que vive a paixão adolescente. Se por um lado Romeu se sente livre para invadir a festa de uma família da alta sociedade de Verona, onde não era convidado – e também, sabidamente não era bem vindo –, para o jovem do subúrbio/periferia do Rio de Janeiro e, de modo geral, do Brasil, a resposta à sua paixão é “NÃO”.

Os estereótipos e a regionalização das oportunidades estão no palco, além das barreiras físicas e reservas de mercado. Celebrar a insistência petulante dos improváveis, a paciência dos que não se encaixam e exaltar a teimosia. O espetáculo “Eu, Romeu” apresenta uma dramaturgia autoral e contemporânea, mesclando Romeu e Julieta a acontecimentos da vida de seu intérprete, tornando-os intrinsecamente ligados e apontando que no cotidiano real a cor e a origem de um indivíduo podem tornar sua trajetória trágica. “Schopenhauer certa vez escreveu que vida e sonho são páginas do mesmo livro. E que folheá-las corresponderia a sonhar. Em cena um ator lança mão de tudo o que é – e tem – para fazer com que o espectador brinque com este livro mesmo acordado. Um ator que é o início e o fim de todas as ações”, diz.

O espetáculo, premiado em vários festivais pelo Brasil, já circulou por Goiás, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Minas Gerais, Bahia, Rio Grande do Sul e Amazônia. O que o público de São Paulo pode esperar do espetáculo? “Um artista que fala de sí para falar do mundo, um espetáculo divertido, provocador que tem a cara do nosso povo. É Shakespeare do hip hop ao samba”, responde Marcos.

O que Marcos diria para Shakespeare em um encontro informal? A resposta é “Que a provocação de Hamlet tocou um cidadão do subúrbio do Rio de Janeiro – O ‘Ser ou não ser’ existir ou não existir e, em última instância, viver ou morrer. Me fez perceber o quanto eu precisaria me esforçar para Viver, com V maiúsculo e não simplesmente caminhar pelo mundo por um determinado período de tempo já um tanto sem vida, um tanto morto”.

Montagem | Cenário e figurino funcionais que se tornam aparelhos, sendo utilizados em construções de imagens fantásticas, ressignificação do espaço, criando códigos e levando o trabalho do estado do ator para além do seu corpo, ampliando a experiência estética. A Iluminação oferece o suporte adequado à linguagem proposta, transitando entre a neutralidade, que reforça um teatro a partir do ator, para uma luz forte e intensa, apoiando a poesia e dramaticidade construída quase que artesanalmente pelo artista em cena.

Ficha Técnica

Marcos Camelo: Elenco, roteiro e figurino

Cecília Viegas: Direção artística, argumento e pesquisa de aparelho

Júlio Coelho: Iluminação

Sobre a Adorável Companhia

Companhia formada por uma bailarina/acrobata e um ator/palhaço: Cecília Viegas e Marcos Camelo. Criada para satisfazer o desejo por uma autonomia artística e por uma cena autoral, multidisciplinar numa linguagem popular e ao mesmo tempo sofisticada.

Circo, Teatro e dança na construção de uma estética que torne o acontecimento teatral uma experiência única. A sede da companhia é no quintal da casa deste casal, em Guapimirim, Baixada Fluminense, onde foi montado o primeiro espetáculo do grupo, o infantil “Nosso Grande Espetáculo”, em 2017. Este já foi encenado no Paraná, Goiás, Tocantins, Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro. Temporada em Copacabana, teatro Glaucio Gill, em abril de 2019. A TV Brasil registrou o espetáculo, que virou o especial de TV Palhaçaria. Foi selecionado no edital Primeiros Olhares dos Doutores da Alegria (SP) para apresentações em hospitais públicos. Em março de 2020 estrearam o espetáculo adulto solo narrativo: “Eu, Romeu” em Goiânia no SESC Centro. Site: https://www.adoravelcia.com.

Marcos Camelo

Nascido e criado no subúrbio do Rio de Janeiro, de uma parte da cidade sem biblioteca, cinema, teatro ou qualquer outro espaço para produção e consumo de cultura. A experiência de ver, ouvir e contar histórias, festas populares, onde a dança, o jogo e a brincadeira o levaram ao teatro. Do teatro para o palhaço e o circo foi um pulo. Formação, técnica, treinamento e pesquisa para que a cena seja o lugar de estar junto e construindo uma realidade alternativa à dureza do dia a dia e sendo ainda uma experiência estética única, arrebatadora e transformadora. Este é Marcos Camelo, ator formado na Escola Estadual Martins Pena, ex-integrante dos Doutores da Alegria, Fundador e Palhaço do Grupo Roda Gigante, diretor do premiadíssimo Acorda Amor, da Cia. Quatro Manos, e Diretor Artístico da Adorável Companhia.

Atuou nos espetáculos: “Inventário”, “Os Fabulosos” (Os Fabulosos), “Contos do Mar” (Cia 4 Manos), “Nosso Grande Espetáculo’ e TV Brasil – Especial Palhaçaria. Protagonista da série “A Liga do Natal”, em 2020.

Cecília Viegas

Nascida em Vila Isabel, Zona Norte do Rio de Janeiro, decidiu ser bailarina desde os três anos de idade e assim foi de alma e corpo. Formou-se na Escola Estadual de Danças Maria Olenewa, que lhe deu oportunidade de trabalhar como corpo de baile no Theatro Municipal do Tio de Janeiro em temporadas de “Giselle”, “La Bayadere”, “Lago dos Cisnes”, “Bela Adormecida” e “O Quebra Nozes”. Com Licenciatura em Ciências Biológicas, no circo encontrou um lugar para realização artística com infinitas possibilidades de reinvenção, ressignificação, além de ser um potente transformador social enquanto ferramenta de arte educação. Fundou seu projeto social Flutuarte em Guapimirim, pelo qual recebeu Moção de Honra pelo Conselho Tutelar de Guapimirim e Homenagem do Fórum Cultural da Baixada Fluminense. Buscou formação em pedagogia do circo, fundou a Adorável Companhia com Marcos Camelo para possibilitar sua pesquisa de circo, teatro e dança de forma autoral acreditando que a arte é a melhor ferramenta para inspirar pessoas a serem protagonistas de um mundo que está em permanente construção.

Redes sociais:

https://www.instagram.com/adoravelcia/

https://www.facebook.com/adoravelcia/.

Serviço:

Eu, Romeu

Temporada: de 06 a 29 de janeiro de 2023

Onde: Sala Augusto Boal – Teatro de Arena Eugênio Kusnet

Endereço: Rua Doutor Teodoro Baima, 94 , República

Tel: (11) 3259-6409

Dias e horários: sextas e sábados às 20h, domingos às 19h.

Ingressos: Inteira R$40,00 – Meia R$20,00

Duração: 60 minutos

Classificação etária: 14 anos

Gênero: Teatro Narrativo.

(Fonte: Claudia Tisato Assessoria de Imprensa)