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Brasil aprova Plano Nacional de Economia Circular

Brasília, por Kleber Patricio

Foto: Julio César Silva/Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio.

O Governo Federal aprovou no dia 8 de março o Plano Nacional de Economia Circular (PLANEC), marco importante para a transição do Brasil rumo a um modelo de desenvolvimento mais sustentável e regenerativo. A iniciativa é parte da Estratégia Nacional de Economia Circular (ENEC) e propõe transformar os atuais sistemas de produção e consumo, priorizando a redução de resíduos, a valorização de materiais e a regeneração dos ecossistemas.

O plano prevê a adoção de políticas públicas que incentivem práticas sustentáveis, inovação tecnológica e novos modelos de negócios. Também destaca a necessidade de maior integração entre setor produtivo, academia, governos e sociedade civil, com o objetivo de promover uma transição justa e inclusiva, levando em conta desigualdades de gênero, raça e renda. A geração de empregos formais e a redução da dependência de recursos finitos são metas centrais.

Ao estimular mudanças em toda a cadeia de valor — do design de produtos à logística reversa — o PLANEC pretende criar um ambiente propício para a economia circular no país. A proposta reforça a importância da economia circular como caminho não apenas para a sustentabilidade ambiental, mas também para o crescimento econômico e o fortalecimento da justiça social.

“A aprovação do Plano Nacional de Economia Circular é, para o Brasil, um marco histórico em direção a um desenvolvimento que nos trará prosperidade duradoura. Ele consolida um avanço sem precedentes que o Brasil deu nos últimos anos em direção à economia circular, passando de um país que foi um dos últimos da região latino-americana a começar o desenvolvimento de políticas públicas nacionais para a economia circular, para tornar-se, rapidamente, referência e centro de discussões sobre o tema. 

Este é um plano que foi realmente construído em coletividade. O texto esteve aberto em consulta pública por 30 dias e recebeu mais de mil sugestões. Todas elas foram acatadas, ao menos parcialmente. Nesta quinta-feira, durante a segunda reunião do Fórum Nacional de Economia Circular, todos os membros do pleno aprovaram o texto, sem contestação. 

O plano também sedimenta essa agenda como um tema central para o governo, de modo que está alinhado com a principal agenda da Fazenda, o Plano de Transformação Ecológica, e da Indústria, que é a Nova Indústria Brasil. Além disso, constrói também as suas agendas específicas, com foco em redesenhar o sistema produtivo para uma economia circular.  

O lançamento chega em um momento oportuno, quando estamos às vésperas da realização do principal evento de economia circular do mundo – o Fórum Mundial de Economia Circular (WCEF) – que pela primeira vez acontece no Sul Global”, avalia Luisa Santiago, diretora executiva para a Fundação Ellen MacArthur na América Latina.

Fórum Mundial de Economia Circular pela primeira vez no Brasil

De 13 a 16 de maio, São Paulo foi palco de um dos principais encontros globais sobre economia circular. Pela primeira vez realizado na América do Sul, o Fórum Mundial de Economia Circular (World Circular Economy Forum – WCEF) reuniu lideranças internacionais, empresas, representantes de governos e especialistas para debater soluções e estratégias voltadas à transição para um modelo econômico mais circular e regenerativo.

A programação incluiu temas centrais, como design de produtos circulares, cadeias de valor sustentáveis e mecanismos de financiamento para inovação. A Fundação Ellen MacArthur participou como parceira do evento e contribuiu com reflexões sobre a transição para modelos de negócios ancorados na natureza e a importância de fortalecer as conexões entre países do Sul Global.

Um dos destaques foi o painel Projetando soluções baseadas na natureza para uma economia circular, com a participação de Luisa Santiago, diretora executiva da Fundação para a América Latina. A sessão, coorganizada com a CNI e o Fundo Finlandês de Inovação (Sitra), trouxe perspectivas sobre como alinhar regeneração, design circular e financiamento público-privado na construção de soluções duradouras.

Brasil volta a restringir importação de resíduos após pressão de catadores
O presidente Luiz Inácio da Silva revogou o decreto 12.438, publicado no dia 17 de abril, que autorizava a importação de alguns resíduos sólidos como papel, determinados plásticos PET e vidro, após pressão de catadores de materiais recicláveis. A decisão atendeu a uma demanda dos catadores, que se mobilizaram contra a medida por argumentarem que a liberação da importação prejudica a renda e o trabalho da categoria.

Segundo os representantes do movimento, a importação de resíduos poderia representar uma concorrência injusta com os materiais coletados no Brasil, impactando diretamente a renda de milhares de famílias que dependem da reciclagem como fonte de sustento.

A medida reabriu o debate sobre a gestão de resíduos e a importância de políticas públicas que valorizem a reciclagem local, promovendo inclusão social e fortalecendo cadeias produtivas ligadas à economia circular. “No Brasil, existe, ainda, uma grande oportunidade de aprimorar os sistemas de reciclagem locais de forma eficaz, beneficiando as pessoas envolvidas, para além dos resultados ambientais e econômicos. Para isso, os materiais que entram na cadeia de reciclagem precisam ser de alta qualidade e, portanto, projetados para a reciclabilidade, algo que não pode ser garantido com a importação em massa de resíduos. 

As medidas que apoiem o desenvolvimento da cadeia de reciclagem precisam acontecer desde o design dos produtos e materiais que entram no mercado e que, eventualmente, entrarão nas cadeias de reciclagem. Medidas como o design para a reciclabilidade, garantirão que materiais de maior valor e alto grau de reciclabilidade entre no mercado. Além disso, a eliminação de materiais problemáticos é crucial para evitar a geração de resíduos, bem como os modelos de reuso, que permitem que materiais circulem por mais tempo e em alto valor, reduzindo a necessidade de novos materiais. O desenvolvimento de infraestrutura necessária para coleta, triagem e reciclagem, bem como os mecanismos de financiamento adequados, como a Responsabilidade Estendida do Produtor (REP), são fundamentais nesse processo e devem levar em conta os trabalhadores da cadeia de reciclagem como parte importante de um sistema de alto valor.

Dessa maneira, estaremos no caminho certo para consolidar uma economia resiliente e que nos trará prosperidade duradoura”, avalia Luisa Santiago, diretora executiva para a Fundação Ellen MacArthur na América Latina.

(Com Isabela Guaraldi/Sherlock Coomunications)

Como a violência contra a mulher é tratada de formas opostas por boomers, millennials e geração Z

São Paulo, por Kleber Patricio

Foto: Getty Images/ Unsplash+.

A violência contra a mulher não escolhe idade, classe social nem geração. No entanto, as formas como boomers, millennials e integrantes da geração Z encaram esse problema revelam diferenças — e essas diferenças, muitas vezes, são decisivas para o enfrentamento do abuso. Do silenciamento em ambientes familiares à exposição nas redes sociais, o cenário da violência evolui e, com ele, também a forma como é percebido e combatido.

A geração Z, composta por jovens nascidos a partir de 1995, cresceu em meio à internet e às redes sociais e, com isso, se depara com violências que vão além do físico ou psicológico. Vazamento de imagens íntimas sem consentimento, deepfakes com conteúdo sexual e perseguições virtuais são algumas das agressões que afetam, em especial, meninas e mulheres jovens. Para o advogado criminalista Davi Gebara, essa geração está mais preparada para romper o silêncio, mesmo que por meio digital. “Elas denunciam, compartilham, se articulam — mas também enfrentam novas formas de violência que exigem respostas atualizadas”, explica.

Já os millennials, adultos entre 30 e 40 e poucos anos, vivem uma espécie de transição. Embora tenham sido criados em contextos onde o machismo ainda era pouco questionado, muitos hoje repensam relações e padrões herdados. Ainda assim, enfrentam obstáculos. Há quem hesite em reconhecer situações abusivas, principalmente quando envolvem pessoas próximas. Davi aponta que o medo do julgamento, o peso do estigma e a pressão social ainda são barreiras fortes nessa faixa etária.

Entre os boomers, a violência contra a mulher muitas vezes permanece camuflada sob o véu da ‘vida privada’. Mulheres dessa geração, hoje com 60 anos ou mais, cresceram em lares onde a submissão era ensinada como virtude. Casamentos longos, muitas vezes marcados por ciclos de violência silenciosa, tornam mais difícil o rompimento com a situação. “Atendo muitas mulheres que permanecem anos em relacionamentos abusivos, não por falta de coragem, mas porque dependem financeiramente do agressor ou têm medo de ficar sozinhas. É uma prisão silenciosa, muitas vezes reforçada pela própria família e pela sociedade”, afirma Davi.

Para ele, compreender esse recorte geracional é essencial para aprimorar tanto a atuação jurídica quanto as políticas públicas voltadas à proteção da mulher. “Uma jovem de 19 anos vítima de exposição online precisa de um tipo de acolhimento muito diferente de uma mulher de 50 anos presa há décadas em um ciclo de violência”, pontua.

O desafio, segundo o advogado, está em acompanhar a transformação das dinâmicas sociais sem perder de vista a complexidade de cada realidade. É preciso ouvir, acolher e atuar de maneira personalizada, porque, apesar de a violência ser a mesma em sua essência, o contexto de quem sofre muda tudo.

(Fonte: CO Assessoria)

Entre o nascer e o morrer: poemas para reafirmar a existência

São Paulo, por Kleber Patricio

Capa do livro. Fotos: Divulgação.

O que significa desaparecer? Para alguns, é não ser visto nem lembrado. Para outros, é deixar de existir por completo. Mas há quem diga que é o esmaecimento gradual da visão humana antes da morte até a escuridão total, como um efeito cinematográfico que encerra uma cena. No livro ‘Fade Out’, o escritor e produtor cultural David Biriguy utiliza a poesia existencialista como espaço de resistência e reafirmação da efemeridade da vida, com reflexões sobre as agruras e percalços do nascer ao morrer.

Dividida em duas seções, a obra transita entre uma voz íntima e reflexiva até à construção metalinguística da arte como ferramenta para ressignificar as angústias. Na primeira parte, ‘Das vozes que um dia pronunciei’, um único eu lírico conduz o leitor por um poema contínuo, regado de reflexões sobre decadência, destruição, transitoriedade do tempo e a fragilidade da existência. Já em ‘Do suicídio de quem não quer morrer’, diferentes vozes poéticas exploram o fazer literário, questionando os limites da linguagem e a permanência da palavra como meio de preencher o interior.

O tempo é curto para perceber
o que há de mais valioso
em nossa efêmera passagem
de caráter misterioso

enterramos noites e dias
com as esperas mais tardias
a ansiedade pelo futuro
o presente atravessado
o passado preso no escuro
constroem paredes escondidas
nas masmorras de nossas vidas.
(Fade out, p. 60)

Autor de quatro livros de poesia e idealizador do projeto de arte-educação Jardins da Literatura, David Biriguy reforça, por meio da sua escrita poética, filosófica e sensível, a ideia de que tudo caminha para o fim e um destino inexorável. Mas, ao mesmo tempo que a obra não nega a decadência humana, o autor mostra como essa realidade pode ser enfrentada – não para ser vencida, mas para ser expressada e transformada em esperança.

Finalista do VII Prêmio Hermilo Borba Filho de Literatura, Fade Out aborda ainda desigualdade, isolamento e injustiças, traçando um olhar crítico sobre a sociedade contemporânea. “Neste livro abordei o tema da morte e da existência para refletir sobre nosso lugar no mundo. Escrever para mim é como criar novas possibilidades, é uma forma de não morrer, registrar nossa voz e ficar na eternidade”, conclui o autor.

FICHA TÉCNICA

Título: Fade out

Autor: David Biriguy

Editora: Opera Editorial

ISBN: 978-65-6081-153-9

Páginas: 65

Preço: R$ 55,00

Onde comprar: Opera Editorial

Sobre o autor | O pernambucano David Henrique Nunes de Lima, mais conhecido pelo nome artístico David Biriguy, é poeta, compositor e produtor cultural. É autor de cinco livros de poesia e idealizador do projeto de arte-educação Jardins da Literatura. Na carreira literária participou de festivais como a Balada Literária (SP), Arte da Palavra – Sesc (TO) e (MT), Ciclo de Literatura Contemporânea (DF), Inverno Cultural (MG), Bienal Internacional do Livro do Ceará (CE), Festival de Inverno de Garanhuns (PE) e Festival Internacional de Poesia do Recife (PE). Fade Out é o quinto lançamento.

Redes sociais do autor:

@ david_biriguy | @DavidBiriguy.

(Com Maria Clara Menezes/LC Agência de Comunicação)

Blue Note Rio lança ‘Cozido & Bossa Nova’

Rio de Janeiro, por Kleber Patricio

Palco de excelência em shows da cidade, o Blue Note Rio se consolida pela programação musical e como ponto de encontro para amantes de uma boa mesa. Após a estreia, no último Dia das Mães, o Cozido & Bossa Nova passa a ser oferecido aos domingos das 12 às 17h. O evento seguirá como uma opção para promover reuniões acompanhadas de boa música e boa comida.

Um clássico também nas mesas brasileiras, o cozido à portuguesa é feito com carnes, legumes e embutidos. Original do Norte de Portugal, da cidade de Monção, o prato ganhou o tempero do Brasil. No Blue Note Rio, a iguaria é servida com peito de boi, costelinha suína, linguiça, carne seca e pé suíno. Os acompanhamentos são arroz, legumes variados e pirão de caldo de carne. A sugestão do chef é uma taça de vinho para completar. O prato individual é R$89 e a porção para duas pessoas é R$170. Bebidas são cobradas à parte.

Para dar um toque mais brasileiro e carioca à experiência, um trio de músicos comanda três sets do melhor da Bossa Nova. Clássicos inesquecíveis do gênero serão executados ao vivo. A entrada é gratuita.

Com a nova programação, desde 11 de maio a casa não oferece mais o Bossa Nova Brunch.

O Blue Note Rio está localizado na Avenida Atlântica, 1910, em Copacabana, na altura do Posto 3.

Cozido & Bossa Nova

Quando: Domingos, de 12h às 17h

Local: Blue Note Rio. Av. Atlântica, 1910

Entrada gratuita. Valores: R$ 89 (prato individual) ou R$170 (para duas pessoas).

Sobre o Blue Note

O Blue Note Rio ocupa um espaço com aproximadamente 700 m², sendo dividido em três ambientes: Varanda Blue, na área externa, com capacidade para 110 lugares. A casa conta com um Piano Bar no primeiro andar, com capacidade para 140 pessoas. Nas terças e quintas acontece o Piano Bar Experience, com apresentação dos pianistas da casa e convidados especiais, anunciados a cada semana (couvert artístico – R$25). Aos sábados, a programação diurna conta com a Feijoada Raiz, com samba e buffet exclusivo, onde os clientes podem saborear um delicioso prato típico na área externa, no Calçadão, ainda mais perto do mar de Copacabana.

A franquia chegou ao Brasil através do empresário Luiz Calainho. No time de patrocinadores estão as cervejarias Heineken e Blue Moon, o Hotel Fairmont, a Sadia Speciale, além do patrocínio master da Porto Bank.

A marca Blue Note | Inaugurado em 1981 em Nova York pelo proprietário e fundador Danny Bensusan, o Blue Note possui filiais no Havaí, Califórnia, Japão (Tóquio), Itália (Milão) e China (Pequim e Xangai). A noite de estreia, em 30 de setembro, contou com o Nat Adderley Quintet. Logo, o lugar se estabeleceu como a principal casa de shows da cidade, já tendo recebido nomes como Ray Charles, Dizzy Gillespie, Sarah Vaughan, Carmen McRae, Lionel Hampton, Oscar Peterson, Chick Corea, Keith Jarrett e muitos outros. Blue Note Rio – Av. Atlântica, 1910 – Rio de Janeiro – RJ – ingressos aqui.

(Com Flavia Motta/Lupa Comunicação)