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Parque de Indaiatuba recebe 20 mil pessoas durante o final de semana

Indaiatuba, por Kleber Patricio

Parque do Mirim é uma espécie de refúgio de paz, onde os visitantes podem relaxar e desfrutar de um passeio tranquilo. Foto: Paulino Piovezan/Paula Milezi.

No último final de semana, o Parque do Mirim, localizado em Indaiatuba, município da Região Metropolitana de Campinas (SP), recebeu a visita de 20 mil pessoas. Impulsionado pelas altas temperaturas, no sábado foram registradas cinco mil pessoas e, no domingo, os registros subiram para 15 mil, entre carros, motos, ciclistas e pedestres.

O Parque do Mirim abriga o maior reservatório de água da cidade e as opções de entretenimento atendem a todos os gostos e idades. Os visitantes podem se refrescar na fonte interativa, jogar vôlei de areia, praticar futebol e passear de pedalinho ou bicicleta. Além disso, o parque oferece quiosques para piqueniques, ideais para recarregar as energias.

Uma das atrações do Parque do Mirim é um mirante de 25 metros de altura que proporciona uma vista panorâmica espetacular do parque e das redondezas. A generosa área verde também convida as famílias a fazerem lanches e a desfrutarem momentos tranquilos em meio à natureza.

Inaugurado em dezembro de 2018, o Parque do Mirim é resultado de uma parceria entre a Prefeitura de Indaiatuba e o Serviço Autônomo de Água e Esgoto (SAAE). Seu objetivo principal é promover a preservação dos recursos hídricos e ambientais da cidade, um compromisso que se reflete em sua atmosfera natural do local.

A área total da barragem abrange cerca de 1,3 quilômetros quadrados, levando em consideração a área de preservação permanente. O parque está localizado na Estrada Dr. Rafael Elias José Aun, km 5, cercado pela represa do rio Capivari-Mirim.

O Parque do Mirim, localizado em Indaiatuba, município da Região Metropolitana de Campinas. Foto: Arquivo/Prefeitura de Indaiatuba.

A entrada é gratuita e o parque opera todos os dias das 6h às 20h. Os quiosques, pedalinhos e aluguel de bicicletas funcionam de terça a domingo, das 8h às 18h30. Para obter mais informações e serviços adicionais, visite o link https://saae.sp.gov.br/parque-do-mirim/.

(Fonte: Assessoria de Imprensa SAAE Indaiatuba)

Inscrições para 4ª Conferência Municipal de Cultura estão abertas em Indaiatuba

Indaiatuba, por Kleber Patricio

Centro de Convenções Aydil Pinesi Bonachela recebe a 4ª Conferência Municipal de Cultura. Foto: Fábio Alexandre.

Com realização da Prefeitura de Indaiatuba, por meio da Secretaria Municipal de Cultura, a 4ª Conferência Municipal de Cultura acontece nos dias 2 e 3 de outubro, no Centro de Convenções Aydil Pinesi Bonachela, em Indaiatuba, município da Região Metropolitana de Campinas (SP), com o tema ‘Democracia e Direito à Cultura’, proposto pela Conferência Nacional de Cultura, prevista para dezembro. No dia 3, acontece a eleição para o Conselho Municipal de Política Cultural (Comcult).

A Conferência Municipal de Cultura é aberta e promovida para que sociedade civil e governo municipal analisem em conjunto a área cultural no município propondo diretrizes para a formulação de políticas públicas. “A Conferência é importante para que possamos discutir o que vem sendo feito e, principalmente, buscarmos ferramentas para melhorar, cada vez mais, as políticas públicas culturais”, destaca a secretária municipal de Cultura Tânia Castanho.

No dia 2, após a confirmação do pré-cadastro dos participantes, será realizada a leitura do Regimento Interno da 4ª Conferência Municipal de Cultura, seguida pela palestra “Democracia e Direito à Cultura” com o Dr. Marcelo Cardoso de Paiva.

Delegados 

A votação para constituição do novo Conselho Municipal de Política Cultural será realizada no dia 3 e terão direito a votar e ser votado na condição de delegados da Conferência, os interessados que façam a inscrição prévia online no site da Prefeitura de Indaiatuba até o dia 30 de setembro e efetuem o credenciamento no primeiro dia da Conferência.

O Conselho Municipal de Política Cultural foi instituído pela Lei 6.514/2015 e faz parte do Sistema Municipal de Cultura (Lei 7.691/23). É uma instância que institucionaliza a relação entre a Administração Pública e os setores da sociedade civil vinculados à cultura.

O Comcult é paritário: 50% de seus integrantes são indicados pelo poder público e outros 50% eleitos pela sociedade civil durante a Conferência de Cultura, sendo dez titulares e dez suplentes. Os membros da sociedade civil são distribuídos em cinco cadeiras: Artes da Cena (teatro, dança e circo), Música, Culturas Populares e Tradicionais, Artes Visuais e Audiovisuais e Literatura, Livro e Leitura.

A eleição para o Conselho Municipal de Política Cultural será realizada durante a programação da 4ª Conferência Municipal de Cultura. O interessado em se candidatar para uma das cadeiras deve conferir o Manual do Candidato, o Edital de Convocação para Eleição e o Regimento da 4ª Conferência Municipal de Cultura, disponíveis no portal Cultura Online (www.indaiatuba.sp.gov.br/cultura-online/) no site da Prefeitura e publicado na Imprensa Oficial do Município, e posteriormente se inscrever via formulário online, disponível no mesmo link ou em www.indaiatuba.sp.gov.br/cultura/4-conferencia-municipal-de-cultura/.

4ª Conferência Municipal de Cultura

Datas: 2 e 3 de outubro

Local: Centro de Convenções Aydil Pinesi Bonachela

Endereço: Rua das Primaveras, 210, Jardim Pompeia

Informações: (19) 3875-6144

Inscrições: www.indaiatuba.sp.gov.br/cultura/4-conferencia-municipal-de-cultura/

Programação

2 de outubro

18h30h às 19h30 – Recepção e confirmação de pré-cadastro de participação.

19h30 às 20h30 – Abertura e leitura do Regimento Interno da 4ª Conferência Municipal de Cultura

20h às 21h – Palestra ‘Democracia e Direito à Cultura’, com Dr. Marcelo Cardoso de Paiva

3 de outubro

18h30 às 19h30 – Confirmação de Cadastro das pessoas candidatas (representantes da sociedade civil) para as áreas (conforme art. 4 da Lei 6514/2015):

– Artes da Cena (teatro, dança e circo)

– Música

– Culturas Populares e Tradicionais

– Artes Visuais e Audiovisuais

– Literatura, Livro e Leitura

19h30 às 20h – Apresentação dos candidatos

20h às 20h30 – Eleição

20h30 às 21h – Divulgação dos candidatos eleitos e representantes do poder público.

(Fonte: Prefeitura de Indaiatuba)

No Dia das Crianças, Theatro Municipal de São Paulo sedia a 1ª edição do festival internacional Big Bang na AL

São Paulo, por Kleber Patricio

Arte: divulgação.

No dia 12 de outubro, o Theatro Municipal de São Paulo sediará a primeira edição do Big Bang Festival com uma programação que promete proporcionar ao público infanto-juvenil uma experiência festiva com apresentações musicais, instalações sonoras e visitas temáticas em seus diferentes espaços. O festival é uma iniciativa da companhia belga Zonzo Compagnie, que já passou por diversos países europeus e norte-americanos e, em 2023, por meio da parceria com a Sustenidos Organização Social de Cultura, desembarca pela primeira vez no Brasil e na América Latina. “Há vários anos a Sustenidos sonha em realizar o Big Bang no Brasil, e para nós é uma alegria imensa dar este pontapé inicial na parceria com a Zonzo Compagnie, que traz uma perspectiva da música feita para crianças muito inovadora”, ressalta Alessandra Costa, diretora executiva da Sustenidos.

A primeira edição do Big Bang no Brasil tem a curadoria do fundador do festival, o belga Wouter Van Looy, e a co-curadoria do brasileiro Nelson Soares, músico integrante do duo O Grivo. Serão apresentados dois espetáculos belgas: “Thelonious”, uma homenagem a Thelonious Monk, no qual os músicos do aventureiro trio de jazz De Beren Gieren levam o público ao mundo peculiar do nosso herói do jazz nova-iorquino. Um impressionante vídeo-cenário com imagens de Nele Fack envolve a plateia na experimentação de Thelonious, mostrando cada vez mais novas facetas deste fascinante músico. Serão duas apresentações na Sala de Espetáculos, às 11h e às 16h, com duração de 50 minutos. O outro espetáculo será “SP!N”, que leva o público a uma viagem sonora com Junior Akwety e Jochem Baelus. Os vocais acrobáticos de Junior rodam em torno das batidas vibrantes de Jochem. Objetos balançando mecanicamente e molas de tensão criam vibrações. A dupla coloca tudo ao seu redor em movimento até que nada ou ninguém consiga ficar parado. As duas apresentações ocorrem no Salão Nobre, às 14h e às 18h, com duração de 30 minutos.

Em outros espaços do Theatro, as crianças poderão fazer atividades como visitas temáticas e explorarem a instalação “Tom das Cores”, uma criação de Karolien Verlinden e Lynn Cassiers, na qual grupos de 15 crianças a partir de 5 anos colocam fones de ouvidos para embarcarem, por 10 minutos, em um universo de movimento, som, espaço e palavras. As sessões acontecem a cada 30 minutos, de 10h até 17h30.

Ainda sobre o conteúdo do festival, o co-curador Nelson Soares explica que a curadoria do BigBang 2023 se deixou conduzir pelo desejo de provocar uma explosão de sensações e sentidos, de estímulos auditivos, visuais, até mesmo táteis, de possibilidades de conexão entre vários estilos e propostas musicais. “A forte conexão entre som, música e imagem é uma ideia que permeia todas as apresentações. Esperamos que o público saia dali maior, mais atento, mais vivo, permeado por uma transbordante alegria”, pontua.

Com uma dinâmica diferente de festivais tradicionais, o Big Bang insere o público no centro da ação e os envolve como participantes ativos. No evento, são apresentados músicos de alta qualidade, artistas sonoros, compositores e grupos que respeitam a experiência e a criação da música como uma aventura. A programação do festival permite e estimula o público a participar de diferentes atividades e vivenciar uma experiência abrangente, na qual a escuta e a observação alternam-se com a participação em atividades interativas. “A ideia é que as famílias venham para passar uma parte do dia Das Crianças no Theatro, fazendo uma imersão, participando de diferentes atividades”, conclui Alessandra Costa.

Todas as atividades são gratuitas. Os ingressos poderão ser retirados no site do Theatro a partir do dia 10 de outubro. Uma parte dos ingressos será distribuída no próprio dia, a partir de uma hora antes de cada atividade.

Sobre o Festival

O Big Bang é realizado desde 2010 pela companhia belga Zonzo Compagnie, dirigida por Wouter van Looy, com o apoio da União Europeia, que permitiu a cooperação estrutural entre diversas casas culturais de diferentes regiões da Europa. O Big Bang realiza-se anualmente em Bruxelas (Bozar), Lisboa (Centro Cultural de Belém), Stavanger (Stavanger Konserthus) , Lille (Opéra de Lille), Antuérpia (deSingel), Atenas (Centro Cultural Onassis), Hamburgo (KinderKinder), Sevilha (Instituto de la Cultura y las Artes de Sevilla) e Ottawa. Em 2015, o Big Bang Festival recebeu o selo Effe e recebeu o prestigioso prêmio Effe, de melhor festival da Europa.

Para a programação de cada edição do festival, a Zonzo Compagnie trabalha em estreita colaboração com as casas de cultura locais. Após o festival, eles se reúnem para trocar ideias e projetos e montar coproduções. Uma interação inspiradora em função de uma missão comum: tornar as riquezas do mundo da música acessíveis às crianças de uma forma aventureira.

(Fonte: Theatro Municipal de São Paulo)

Dia Mundial Sem Carro: data tem como objetivo, em especial, provocar a reflexão sobre o uso excessivo do automóvel e os impactos do transporte sobre o ambiente e a vida das pessoas

São Paulo, por Kleber Patricio

Foto: Luciano Teixeira/Pixabay.

O consumo de energia no transporte rodoviário pelas principais economias emergentes, representadas pelo Brasil, China, Índia, Indonésia, México e África do Sul, quase dobrou em 21 anos, segundo relatório da Agência Internacional de Energia (IEA na sigla em inglês), e aumentou de 14% em 2000 para 27% em 2021. O número total de veículos cresceu cinco vezes no mesmo período nesses países, eram cerca de 185 milhões de unidades em

2000 e, no final de 2021, somavam 1 bilhão de automóveis. A descarbonização no setor de transportes rodoviários é tema fundamental no Dia Mundial Sem Carro deste ano, celebrado em 22 de setembro.

O mais recente relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) aponta que, em mais de 50% dos cenários analisados, a temperatura média global vai atingir ou ultrapassar 1,5°C entre 2021 e 2040 e, em uma perspectiva mais extremista, poderia aumentar até 5,7°C até 2100, considerando-se o período pré-industrial.

O coordenador pedagógico do Movimento Circular e doutor em Educação e Sustentabilidade Edson Grandisoli lembra que o setor de energia responde por cerca de 75% das emissões globais de gases do efeito estufa (GEE) e apenas o setor de transporte corresponde a cerca de 20% das emissões. Ele reforça que a descarbonização e a mobilidade sustentável são temas urgentes no Dia Mundial Sem Carro.

O Dia Mundial Sem Carro é uma data celebrada em todo o mundo e tem como objetivo, em especial, provocar a reflexão sobre o uso excessivo do automóvel e os impactos do transporte sobre o ambiente e a vida das pessoas. O tema está diretamente relacionado à circularidade e à sustentabilidade. “Olhando para as ideias e preceitos da economia circular, nota-se um ponto fundamental ligado à redução das emissões de GEE: mudança da matriz energética global valorizando formas de energia mais limpas e sustentáveis. Isso vale tanto para o setor produtivo quanto de transporte”, afirma o coordenador do Movimento Circular.

Segundo Grandisoli, em um cenário ideal é preciso implementar caminhos e alternativas para tornar as atividades humanas net zero (estado de emissões líquidas zero de dióxido de carbono). Isso implica reduzir drasticamente o uso de derivados de petróleo como combustível. Embora tornar o setor de transporte net zero não resolva a questão climática de maneira definitiva, é um ponto fundamental de mudança dentro de um conjunto de outras práticas, aponta.

De acordo com o coordenador do Movimento Circular, ações já estão sendo adotadas rumo à descarbonização do setor de transportes, como a valorização dos biocombustíveis, do hidrogênio, o uso de carros elétricos, do transporte coletivo, a redução da distância dos deslocamentos e o uso de transporte não motorizado. “Essas iniciativas, associadas a políticas públicas de incentivo, financiamentos e campanhas de educação, formam um conjunto robusto de ações que estão sendo implementadas em diferentes escalas no Brasil e no mundo, mas ainda de maneira muito tímida”, aponta.

Grandisoli acrescenta que mudanças no desenho urbano também favorecem ações em mobilidade. Segundo ele, para alcançar o objetivo de reduzir as emissões de GEE, essas mudanças são urgentes e inadiáveis. “Já estamos vivendo as consequências da mudança do clima. Isso se reflete, inclusive, no uso do termo emergência ou crise climática”, alega. O mais recente Relatório de Avaliação do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) indica uma série de consequências do aumento da temperatura média do planeta.

Ameaças

De acordo com o documento, houve um aumento das concentrações de CO2 sem precedentes considerando-se os últimos dois milhões de anos; a última década foi mais quente do que qualquer período nos últimos 125 mil anos, o nível do mar aumentou mais rápido do que em qualquer século nos últimos 3 mil anos e a cobertura de gelo no verão do Ártico é a menor dos últimos mil anos. O relatório afirma que cada fração de grau de aumento das temperaturas intensifica essas ameaças e, mesmo o limite de 1,5°C, não é um cenário seguro para todos.

Com esse nível de aquecimento, mostra o documento, 950 milhões de pessoas no mundo enfrentarão estresse hídrico, estresse térmico e desertificação, e 24% da população estarão expostos a inundações. Grandisoli avalia que as medidas de adaptação e mitigação ainda são lentas frente à urgência das mudanças do clima e aumento na frequência e intensidade de eventos extremos. Mas avalia que o mundo vive um período de transição, com ações pensadas e executadas por diferentes países. “Líderes mundiais, empresas e cidadãos precisam compreender seu papel na mudança e agir pensando no bem-estar coletivo e nos impactos que populações mais vulneráveis já estão sofrendo. Acredito que já temos ótimas opções disponíveis. Elas precisam ganhar adeptos e escala. Para isso, precisamos mudar o paradigma atual focado nas fontes carbônicas para outros não emissores. Para isso, são necessários investimentos, estímulos à indústria e aos consumidores, educação e muita vontade política”, defende o coordenador do Movimento Circular.

Edson Grandisoli, coordenador do Movimento Circular. Foto: divulgação.

Grandisoli avalia que a mudança também precisa partir das pessoas. Todo cidadão pode contribuir para a descarbonização do setor de transportes começando a adotar medidas possíveis como optar por caminhadas e uso da bicicleta, trabalhar em casa, usar o transporte público, dar caronas e escolher combustíveis menos poluentes. “Votar em políticos que possuem compromisso com a descarbonização e comprar de empresas que possuem compromissos sérios com a pauta climática também contribuem”, diz.

O exemplo de Noronha

Fernando de Noronha busca se tornar referência nacional em sustentabilidade e pretende ser a primeira localidade com carbono neutro do país. O Programa Noronha Carbono Zero (NCZ) prevê que, até 2030, será proibida a entrada na ilha de veículos que emitem dióxido de carbono, movidos a gasolina, álcool e diesel e, até 2050, o arquipélago quer neutralizar todas as emissões de gases de efeito estufa.

Segundo o governo estadual de Pernambuco, cerca de 55% das emissões de GEE da ilha são de aeronaves de transporte para o continente, 30% são da usina termelétrica e 10% dos transportes terrestres. Uma das duas empresas aéreas que atendem a ilha já iniciou um projeto de neutralização de carbono. A substituição da termelétrica por usinas solares é outro projeto em andamento em Fernando de Noronha, assim como a proibição do trânsito de veículos poluentes.

Tendências

A mobilidade sustentável e a descarbonização do transporte são temas de debates em toda discussão sobre o desafio das emissões zero. Algumas tendências são apontadas em diferentes estudos sobre o assunto. Uma delas são os serviços de mobilidade ou micromobilidade compartilhada por aplicativos, como carsharing, motosharing e bikesharing, em combinação com o transporte público, o Mobility as a Service (MaaS), para reduzir o uso de veículos particulares.

Outra tendência é a mobilidade conectada, com o uso de tecnologias para o planejamento de rotas e a comunicação entre os elementos de trânsito, de veículos a semáforos e vagas de estacionamento. Planejamento urbano e políticas públicas para controlar o uso de veículos pessoais também entram na cota de novas tendências de descarbonização do transporte, assim como estimular o uso de bicicletas, inclusive para o transportes do e-commerce e o bikesharing.

Sobre o Movimento Circular | Criado em 2020, o Movimento Circular é um ecossistema colaborativo que se empenha em incentivar a transição da economia linear para a circular. A ideia de que todo recurso pode ser reaproveitado e transformado é o mote da Economia Circular, conceito-base do movimento. O Movimento Circular é uma iniciativa aberta que promove espaços colaborativos com o objetivo de informar as pessoas e instituições de que um futuro sem lixo é possível a partir da educação e cultura, da adoção de novos comportamentos, da inclusão e do desenvolvimento de novos processos, produtos e atitudes.

Site: https://movimentocircular.io/ | Instagram: @_movimentocircular.

(Fonte: Betini Comunicação)

Resiliência climática deve orientar desenvolvimento urbano, defende novo relatório

Brasil, por Kleber Patricio

Foto: Tales Ferretti/Unsplash.

Em novo relatório do Climate Crisis Advisory Group (CCAG) lançado na última quarta-feira (20), especialistas globais em mudança climática argumentam que a resiliência climática deve ser adotada como um princípio orientador em todo desenvolvimento urbano, dada a exposição extrema das cidades ao risco climático.

O estudo veio à tona na semana em que o Brasil enfrenta recordes históricos de temperaturas durante o inverno, com termômetros passando de 40 graus Celsius na maior parte do país — com exceção da região Sul, que sofre com chuvas e enchentes.

O Climate Crisis Advisory Group (CCAG) identifica três vertentes da resiliência climática e as principais áreas de foco da resiliência para ambos governos locais e nacionais: pessoas e meios de subsistência, economia e custos e cadeias de abastecimentos globais. Com relação às pessoas, o foco da resiliência estará nas localizações costeiras das cidades, na migração climática e no aumento da população urbana vulnerável em países mais pobres. Segundo o documento, a grande prioridade das estratégias de resiliência das cidades será proteger pessoas e meios de subsistência com envolvimento da comunidade local.

Neste cenário, o custo econômico será superior a tudo o que foi experimentado até agora, com sobrecarga de estruturas existentes. Aumentar a resiliência e prevenir perdas econômicas deve guiar o planejamento e desenvolvimento urbano em cidades mais ricas. O foco da resiliência, em terceiro lugar, deve estar nas cadeias de abastecimento globais que, no momento, são frágeis. Diante de eventos climáticos extremos múltiplos, em várias regiões do globo, será preciso fortalecer essa cadeia para evitar a escassez de produtos e alimentos em todo o mundo.

O relatório também aponta que, embora as cidades “antigas” e “novas” enfrentem frequentemente riscos climáticos semelhantes, suas preocupações diferem. As cidades antigas, muitas vezes na Europa ou na América do Norte, visam proteger o que já existe de estrutura, com perdas econômicas e danos como sua principal preocupação. Em contraste, em novos centros urbanos, em rápida expansão em países em desenvolvimento da Ásia, como Dhaka, em Bangladesh, muitas infraestruturas necessárias para a resiliência climática ainda precisam ser construídas. Assim, essas cidades enfrentam desafios mais dinâmicos e difíceis de navegar.

Neste contexto, as cidades brasileiras também precisam criar suas próprias estratégias de resiliência. “As mudanças climáticas estão intensificando o risco de inundações, secas e deslizamentos de terra, que terão efeitos devastadores em todo o Brasil. De acordo com o Banco Mundial, estes choques poderão levar até três milhões de pessoas à pobreza extrema já em 2030. No entanto, o processo de reforço da resiliência climática e de preservação do crescimento econômico deve ser equitativo e justo”, comenta o pesquisador Gustavo Alves Luedemann, membro do CCAG.

A maioria da população mundial vive em cidades – e, apesar de ocupar apenas 2% da superfície mundial, os centros urbanos representam mais de dois terços do consumo global de energia. O relatório argumenta que focar na redução de emissões de gases de efeito estufa nas cidades pode mudar a trajetória das emissões globais e evitar o pior cenário de aumento de temperatura. Ele cita três grandes pontos para chegar a uma cidade resiliente, com baixa emissão de carbono: finanças, coordenação e planejamento.

Os especialistas apontam a existência de uma lacuna atual no financiamento climático que se estima ser superior a 630 mil milhões de dólares por ano. O financiamento privado tem um papel claro a desempenhar na condução da mudança nas cidades para emissões líquidas zero à medida que provavelmente proporcionará entre 80 a 90% do investimento total na transição nas próximas décadas. Apesar disso, o documento salienta que a maior parte do investimento privado continua a fluir para ativos com alto teor de carbono. Falhas de regulação e de mercado também fazem com que exista um desalinhamento de interesses entre financiadores, governos e sociedade com relação ao enfrentamento da crise climática. É preciso reverter esse processo e promover o investimento em cidades habitáveis com emissões líquidas zero.

Para isso, será preciso uma forte integração entre as múltiplas partes interessadas com consistência e coerência na formulação de políticas, planos e regulamentos. Essa coordenação, segundo o relatório, está lado a lado com um planejamento de longo prazo, com regulamentos de construção de resiliência climática em cidades e orientações específicas.

O financiamento, o planejamento e a coordenação devem apontar todos na mesma direção: promover o clima resiliência nas cidades, reduzindo as emissões nas construções de prédios e estabelecendo políticas verdes de transporte público e tráfego. “Os governos também devem estabelecer caminhos e códigos obrigatórios para alcançar carbono zero para edifícios novos e antigos o mais rápido possível possível”, orientam os especialistas.

O relatório faz parte de uma série de análises feitas de forma independente pelo CCAG – e divulgadas, em primeira mão, para jornalistas brasileiros pela Agência Bori (veja relatórios anteriores aqui e aqui). O CCAG reúne 15 especialistas do clima de 10 países diferentes, com a missão de impactar na tomada de decisão sobre a crise climática.

(Fonte: Agência Bori)