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Carnaval de Salvador afeta vida marinha, diz estudo

Salvador, por Kleber Patricio

Carnaval em Salvador, circuito Barra-Ondina. Foto: Valter Pontes/Fotos Públicas.

Além de ter efeito sob os foliões, a música emitida por trios elétricos do carnaval de Salvador pode afetar negativamente o comportamento de animais marinhos ao se propagar para o oceano. É o que demonstra um estudo inédito feito pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) e Universidade Federal da Bahia (UFBA) publicado na revista Biological Conservation nesta quinta (17), sobre o impacto as emissões acústicas no ambiente aquático.

Os pesquisadores mediram a intensidade acústica durante o carnaval de Salvador (circuito Barra-Ondina) de 2018 na praia e embaixo da água, no recife mais próximo à festa carnavalesca. O comportamento do peixe donzela, espécie abundante na região, foi analisado frente à situação do estresse acústico e a um predador falso. Eles quantificaram a abundância do peixe na região e sua taxa de alimentação em um recife perto do circuito de carnaval e em um recife mais afastado, onde não havia barulho. Esses experimentos foram realizados antes, durante e depois do carnaval.

O aumento da intensidade acústica embaixo da água, segundo observaram os cientistas, levou o peixe donzela a se alimentar menos e a estar menos atento à predação. “A música extremamente alta dos trios elétricos é, na verdade, uma forma de poluição sonora no ambiente marinho”, conclui o pesquisador Antoine Leduc, um dos autores do estudo.

Para Antoine, o estudo mostra a importância de se considerar fontes terrestres de emissões acústicas para se planejar o manejo e conservação dos ambientes marinhos costeiros. Além disso, ele questiona “se a intensidade acústica emitida no carnaval é saudável para as pessoas, já que até os peixes sofrem impactos negativos dessas emissões acústicas”.

O pesquisador pondera, no entanto, que ainda não se sabe com precisão quais são as consequências dessa poluição sonora em longo prazo para as espécies. “Será preciso fazer outros estudos para avaliar como essa fonte de poluição afeta outras espécies e até qual distância da costa os efeitos acústicos do carnaval impactam o ambiente marinho”.

(Fonte: Agência Bori)

Capital paulista ganhará espaço dedicado à cultura e conhecimento cervejeiro

São Paulo, por Kleber Patricio

Foto: André Tomino.

Um lugar que une cultura, conhecimento e história sobre uma das bebidas mais populares do planeta já tem endereço certo na capital paulista: a Academia da Cerveja, espaço colaborativo da Ambev, será o novo ponto de encontro de paulistanos e turistas amantes do ‘líquido dos deuses’. A menos de dez minutos da estação de metrô Fradique Coutinho, no bairro de Pinheiros, está o local onde consumidores poderão conhecer de perto uma nanocervejaria e laboratórios de testes, além de contarem com uma área para encontros e cursos cervejeiros.

É na altura do número 560, da Rua Mourato Coelho, que a Ambev dará início às obras do projeto, que busca democratizar o acesso e o conhecimento sobre o universo cervejeiro. Cerca de 650 m² de área construída, distribuídos em um andar amplo, abrigarão, além da nanocervejaria e laboratórios, salas de aula interativas para cursos exclusivos, que vão do nível básico, para entusiastas, até o avançado, para profissionais. As obras no local começam nas próximas semanas e a inauguração está prevista para 2021.

O projeto foi pensado para criar uma atmosfera colaborativa, onde visitantes, alunos e especialistas consigam interagir e viver a experiência de conhecer os processos por trás dos rótulos. “Estamos colocando de pé um projeto que tem como foco principal a geração de conhecimento sobre a cerveja, em suas mais diversas faces, e nada melhor do que fazê-lo na cidade mais populosa do país, incentivando e estimulando o turismo local em tempos em que fica cada vez mais difícil planejar passeios longe de casa”, comenta Alexandre Esber, gerente de Conhecimento Cervejeiro da Ambev.

Conhecimento cervejeiro além das cervejarias

A Ambev já conta com outras duas sedes de grande relevância no meio cervejeiro, tanto pela capacidade produtiva quanto pelos investimentos em tecnologia. Uma delas é o Centro de Inovação e Tecnologia Cervejeira (CIT), que está localizado no Rio de Janeiro. O local é destinado para o teste e desenvolvimento de novas receitas. Já em Guarulhos está sediada a Cervejaria do Futuro, que abriga maquinários de ponta e o que há de mais novo em tecnologia aplicada às cervejarias.

Para Laura Aguiar, head de Conhecimento e Cultura Cervejeira da Ambev, “a Academia da Cerveja nasce com a missão de ser um ponto conector entre o mercado cervejeiro, os especialistas internos e externos e o consumidor. Junto com escolas cervejeiras parceiras, queremos traduzir a ciência e os processos de qualidade que envolvem a criação da cerveja em uma experiência imersiva para os apreciadores dessa bebida milenar”.

Enquanto a sede da Academia da Cerveja está em construção, a plataforma digital já está disponível para cursos online, entre pagos e gratuitos, e conteúdos exclusivos já podem ser acessados no https://academiadacerveja.com/landing.

Entre profissionais da saúde, mulheres negras são as mais afetadas pela pandemia, mostra estudo

Brasil, por Kleber Patricio

Foto: Piron Guillaume/Unsplash.

A pandemia tem afetado de diferentes maneiras profissionais de saúde de todo o país que estão na linha de frente do combate à Covid-19 — e, nesse grupo, as mulheres negras têm sido as mais afetadas. Pesquisa realizada pelo Núcleo de Estudos da Burocracia (NEB) da Escola de Administração de Empresas de São Paulo da Fundação Getúlio Vargas (FGV Eaesp) mostra que são elas que mais sofrem assédio moral, sentem-se menos preparadas para exercer suas funções e têm a saúde mental mais afetada pela crise sanitária. O relatório do estudo, feito em parceria com a Fiocruz e com a Rede Covid-19 Humanidades, será publicado na quarta (16).

Os dados fazem parte de um survey online sobre impactos da pandemia realizado entre os dias 15 de setembro e 15 de outubro com profissionais de saúde de todo o país — como médicos, profissionais de enfermagem e agentes comunitários. Foram analisadas as respostas de 1.264 respondentes, que traziam informações sobre gênero e raça (de um total de 1.520 profissionais de saúde entrevistados).

Os dados evidenciam maior vulnerabilidade das mulheres negras. No outro extremo, os homens brancos têm os menores índices de impacto da pandemia. Elas são as que mais demonstram medo de contaminação pelo novo coronavírus (84,2% contra 69,7% para os homens brancos), sensação de despreparo para lidar com a crise (58,7% em comparação a 33,5%, dos homens brancos) e declaram ter sofrido mais assédio moral durante a pandemia (38%, em comparação a 25% dos homens brancos). Também são menos testadas (26%) e têm menos suporte de supervisores (54% contra 69%).

Em alguns aspectos, homens e mulheres declarados amarelos, indígenas, transexuais e não binários é ainda mais crítica do que a das mulheres negras. Nesse grupo, apenas 40,3% recebeu treinamento — contra 44% no caso de mulheres negras e 58,7% dos homens brancos. “Os dados evidenciam como, embora todos os profissionais estejam sujeitos a condições ruins, alguns estão em situação pior. E isso reforça desigualdades estruturais vinculadas à raça, ao gênero e à renda, já que as mulheres negras em geral estão em profissões menos valorizadas, como de agentes comunitárias de saúde”, aponta Gabriela Lotta, da FGV Eaesp, uma das coordenadoras da pesquisa.

No que diz respeito à saúde mental durante a crise sanitária, as mulheres (brancas e negras), em geral, declaram-se mais suscetíveis às emoções negativas do que os homens: 83% delas disseram que sua saúde mental foi impactada durante a pandemia frente a 69% deles. Entre amarelos, indígenas, mulheres ou homens transexuais e não binários, essa porcentagem foi a 89% — evidenciando piora desproporcional não só nas condições de trabalho, como visto acima, mas também nas condições emocionais desses profissionais. “Sabemos o impacto da pandemia nas práticas e vivências de profissionais de saúde. No entanto, há poucos estudos que olham para as questões de gênero e raça dessas dinâmicas”, comenta Denise Pimenta, pesquisadora da Fiocruz e parceira da pesquisa.

A especialista lembra que, no Brasil, as mulheres representam quase 70% do total de profissionais no setor — portanto, falar “dos” profissionais de saúde é tratar essencialmente das mulheres profissionais. “Precisamos produzir dados e análises para melhor compreender a situação das mulheres negras, suas condições físicas e emocionais nesse quase um ano de pandemia.”

Os resultados são frutos de uma amostra coletada a partir de respostas voluntárias ao questionário – o que não permite fazer generalizações para todo o universo de profissionais de saúde do país. O trabalho integra a terceira rodada de entrevistas sobre impactos da pandemia nos profissionais da saúde pública do Brasil, que teve resultados gerais apresentados em novembro. As edições anteriores foram publicadas em maio e em julho.

(Fonte: Agência Bori)

Cinema em dobro: perspectivas de 2021

Brasil, por Kleber Patricio

Foto: divulgação.

Em 2020, mais de 20 estreias foram adiadas por conta da Covid-19, mas, apesar disso, o cinema em 2021 acumulou estreias que colocarão o público em um paraíso de produção. Preparem o bolso para poder curtir tudo que as grandes produtoras têm para apresentar.

Para que as pessoas possam fazer a programação perfeita, o premiado cineasta Daniel Bydlowski fez uma lista com um filme por mês no primeiro semestre do ano e também falou sobre a expectativa de cada um.

(1/1/21) Mulher Maravilha 1984 – Todo mundo espera bastante de Gal Gadot. A sua primeira interpretação da mulher mais poderosa do mundo fez o sucesso chegar e parece que mais ninguém poderá interpretá-la. Agora ela terá que trazer muitos sentimentos à tona, lembranças da infância da Mulher Maravilha e expressar toda emoção do grande reencontro com Steve Trevor e enfrentar uma nova vilã, a Mulher Leopardo – e tudo isso, salvando o mundo. O grande desafio aqui é fazer sucesso tanto quanto ou mais do que o primeiro filme estrelado pela atriz israelense.

(9/2/21) Marry Me – Neste ano, a Jennifer Lopez volta às telonas e, dessa vez, ela é uma superstar abandonada pelo noivo em plena Madison Square Garden. Sempre se espera dessa artista completa que ela encante todos em suas comédias românticas bem organizadas e que, geralmente, emocionam o público. Essa parece ser mais uma fórmula de sucesso feita em cima do simpático sorriso da atriz.

(11/3/21) Raya and the Last Dragon – Não é de hoje que a Disney cada vez mais tira as princesas de seus papeis frágeis e da espera do príncipe para salvá-las. Agora elas mesmas montam em cavalos ou em seus tatus-bolas, pegam suas espadas e lutam pelos seus reinos. Baseado em muito misticismo e lendas do Sudeste da Ásia, com certeza esperamos que este seja mais um filme empoderador para as meninas e educador para os meninos.

(3/4/2021) 007 – Sem Tempo Para Morrer – Quando finalmente o espião mais famoso do mundo (Daniel Craig) resolve viver sua vida de forma calma na Jamaica, o inimigo Safin (Rami Malek) resolve aparecer com uma tecnologia perigosa e tira o 007 de seu sossego. Depois de muitos filmes, a impressão que nos dá é que é sempre a mesma coisa. Só continuamos a ver porque é Bond, James Bond. O que se espera desse, é o que esperamos desde O Amanhã Nunca Morre.

(7/5/21) Viúva Negra – Após aparecer em 9 filmes do Universo Marvel, finalmente veremos o desenrolar da história da personagem de Scarlett Johansson. Na trama, será possível ver um pouco do passado da Viúva Negra e também sua luta contra uma perigosa conspiração. Um desafio para quem quer acertar em cheio o coração de uma legião de amantes da Marvel.

(25/6/21) Venom: Tempo de Carnificina – A saga dos super-heróis, ou desse universo, não para em 2021. Agora é a vez de Eddie e Venom (Tom Hardy). Eles vão conseguir viver juntos? Vão se transformar na melhor versão de cada um e fazer a simbiose perfeita? Esse filme com certeza poderá ser o ápice do universo Marvel ou simplesmente pode decepcionar muita gente.

Sobre o cineasta | O cineasta brasileiro Daniel Bydlowski é membro do Directors Guild of America e artista de realidade virtual. Faz parte do júri de festivais internacionais de cinema e pesquisa temas relacionados às novas tecnologias de mídia, como a realidade virtual e o futuro do cinema. Daniel também tenta conscientizar as pessoas com questões sociais ligadas à saúde, educação e bullying nas escolas. É mestre pela University of Southern California (USC), considerada a melhor faculdade de cinema dos Estados Unidos. Atualmente, cursa doutorado na University of California, em Santa Barbara, nos Estados Unidos. Recentemente, seu filme Bullies foi premiado em NewPort Beach como melhor curta infantil. No Comic-Com, recebeu 2 prêmios: melhor filme fantasia e prêmio especial do júri. O Ticket for Success, também do cineasta, foi selecionado no Animamundi e ganhou de melhor curta internacional pelo Moondance International Film Festival.

Em meio à pandemia, livro destaca a importância da divulgação científica contra as fake news em saúde

Brasil, por Kleber Patricio

Foto: Engin Akyurt/Unsplash.

Em meio aos muitos desafios causados pela pandemia de Covid-19, a Organização Mundial da Saúde (OMS) alertou que as fake news e a desinformação se propagam de forma tão rápida e tão perigosa como o vírus. Dessa forma, a divulgação da ciência ganhou um papel essencial no enfrentamento à doença. É nesse contexto que as jornalistas Catarina Chagas e Luisa Massarani lançam o livro Manual de Sobrevivência para Divulgar Ciência e Saúde. Integrante da coleção Temas em Saúde da Editora Fiocruz, o livro estará disponível para aquisição a partir desta quarta (16), nos formatos impresso – via Livraria Virtual da Editora – e digital, por meio da plataforma SciELO Books.

O lançamento vem na esteira de um crescente empenho da comunidade científica brasileira em estreitar os laços – por meio das mais diversas ferramentas – com a sociedade. A ideia da publicação vinha sendo pensada pelas autoras há tempos. As raízes do projeto foram plantadas em 2018, quando um curso on-line em divulgação científica passou a ser amplamente oferecido para pós-graduandos da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e, posteriormente, para outras instituições. A iniciativa do curso era, na verdade, a síntese de uma série de capacitações que Luisa Massarani, coordenadora do Instituto Nacional de Comunicação Pública em Ciência e Tecnologia (sediado na Fiocruz), vinha realizando em várias partes do Brasil e em outros países da América Latina ao longo dos últimos 15 anos.

Durante todo esse período, as aulas tinham como objetivo principal apresentar ferramentas práticas para que cientistas das mais diversas áreas mantivessem um diálogo mais fortalecido e se sentissem mais seguros em suas conversas e debates com a sociedade. O livro condensa essas ideias de maneira prática e acessível, com conteúdo mais aprofundado e disponível para consulta de forma permanente.

Em quatro capítulos, as autoras contemplam as muitas ações e facetas da divulgação científica. Em um primeiro momento, o livro abarca uma parte mais reflexiva, incluindo aspectos mais conceituais e a contextualização da divulgação científica no Brasil, um movimento que já tem cerca de dois séculos de história. A abordagem levanta também questões mais contemporâneas, como as redes de desinformação causadas pela fake news.

Em seguida, os capítulos dois e três trazem uma série de guias práticos sobre como fazer divulgação científica e manter com a sociedade um diálogo aberto sobre temas de ciência para os mais variados públicos, num universo que inclui, por exemplo, as crianças, os adolescentes, jornalistas e assessores de imprensa. E também mostram como utilizar diferentes veículos e ferramentas, como textos, vídeos, mídias sociais, podcasts, eventos e apresentações.

Abordagens de gênero, diversidade e crises de saúde

Por fim, o quarto capítulo enfatiza aspectos tidos como fundamentais na divulgação científica: a abordagem de temas polêmicos e controversos, as crises de saúde, além de questões de gênero e diversidade. “Na área da saúde, em particular, a presença de mulheres é marcante e deve ser ressaltada. Incluir mulheres entre os cientistas retratados nas diferentes formas de se divulgar ciência é fundamental para que meninas e jovens saibam que a carreira científica é uma possibilidade para suas vidas, se assim desejarem”, ressaltam as autoras.

A obra destaca também a importância da avaliação de projetos de divulgação científica, seja enquanto essas iniciativas ainda estão ocorrendo ou após terem sido finalizadas. Verificar se os objetivos desejados foram ou não atingidos é fundamental para uma visão ampliada de cada projeto e para obter resultados cada vez mais positivos.

Em um período marcado por intensos desafios para as instituições científicas do país, o livro pretende, de forma não exaustiva, estimular pesquisadores, especialistas, estudantes e leitores em geral a manter uma interlocução contínua – em áreas de caráter dinâmico e complexo – sobre temas de ciência, tecnologia e saúde. “Acreditamos que essa é uma responsabilidade social de todos os cientistas e que todos devem manter um diálogo com a sociedade, principalmente porque a maior parte dos recursos que apoiam a ciência brasileira vem de dinheiro público. Além disso, buscamos mostrar que a divulgação científica faz bem à própria ciência e pode, inclusive, ser uma questão de sobrevivência da ciência de nosso país”, defendem Chagas e Massarani.

(Fonte: Agência Bori)