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Espetáculo “Silva”, do coletivo Os Incendiários, busca futuro revolucionário a partir da construção de uma subjetividade preta

São Paulo, por Kleber Patricio

Fotos: Karla Bright.

“O que falta para a combustão das nossas dores pretas?” – É esse o questionamento que norteia o espetáculo “Silva”, do coletivo Os Incendiários. O trabalho é livremente inspirado na intersecção entre o filme “Faça a coisa certa” (1989), de Spike Lee, e a peça “Biedermann e os incendiários” (1953), de Max Frisch, e tem a dramaturgia assinada por Lucas Moura, criador de “Desfazenda – Me enterrem fora desse lugar”.

Na trama, Silva é um homem negro, funcionário fiel de Biedermann, uma estátua cravada no meio da história do Brasil há 400 anos. Exausto, o protagonista da trama passa a se questionar sobre a imobilidade das coisas, incluindo a dele mesmo, em uma cidade que arde diante dos seus olhos. Nesse cenário, surgem três elementos, H1 (hidrogênio), C6 (carbono) e O8 (oxigênio). Responsáveis por gerar fogo, estão em busca de uma quarta força, para garantir uma combustão total.

Assim, entre brincadeiras, jogos, provocações e reflexões, Silva é revirado por esse trio e se vê diante de um dilema: dessa vez, é fogo ou fuga? Será que vale a pena mudar as regras da situação? A peça fará temporada no Teatro de Contêiner Mungunzá, de 14 de novembro a 21 de dezembro, de segunda a quarta, às 20h. Os ingressos custam R$20 (inteira) e R$10 (meia-entrada) e serão vendidos via plataforma Sympla e bilheteria.

Em busca de um futuro revolucionário

“Queríamos fazer uma peça que apontasse um novo horizonte possível de revolução. Como poderíamos construir uma ideia coletiva e potente que nos leve a uma possibilidade de mudança radical?”, conta o ator Filipe Celestino.

Com isso em mente, o processo para a construção do espetáculo “Silva” começou com a peça “Biedermann e os incendiários” (1953), de Max Frisch. O trabalho ganhou uma montagem em 2002, com a Cia. São Jorge de Variedades e direção de Georgette Fadel, e tinha como argumento a classe proletária invadindo a casa da burguesia. Inclusive, a produção foca nos dilemas dos ricos.

Quase duas décadas depois, quando Lilian Regina (da peça “Um Inimigo do Povo”, dirigida por José Fernando Peixoto de Azevedo) e Roma Oliveira (do musical “Tatuagem”, com direção de Kleber Montanheiro) entram em contato com essa dramaturgia, eles se questionam sobre quem seriam os proletários no Brasil de hoje. “Com mais de 50% da população brasileira sendo negra, entendemos que essa história só poderia ser contada por uma perspectiva preta e com protagonismo preto. Não existiria outra forma”, conta Roma Oliveira.

A dupla se juntou a Filipe Celestino (ator fundador do coletivo O Bonde) e Vaneza Francisca (da série “3%”, criada por Pedro Aguilera) e formou o coletivo Os Incendiários. Neste seu primeiro trabalho, o grupo se debruçou sobre o texto de Frisch, expandindo as discussões suscitadas por ele. Foi exatamente nessa fase de pesquisa que a América Latina foi tomada por queimadas de estátuas que eram grandes símbolos de opressão, como o Borba Gato, aqui no Brasil. E isso foi incorporado à dramaturgia de Silva.

“Na peça, os três elementos querem queimar a estátua do Biedermann e percebem que o Silva é exatamente o que faltava para gerar a combustão. Então, ao longo de todo o espetáculo, eles tentam acendê-lo, ou seja, fazê-lo tomar consciência da própria história. No fim, o plano funciona, gerando um movimento poderoso de queima de estátuas de vários colonizadores”, comenta Celestino.

Uma ação conjunta e poderosa

Para o grupo, é importante que todas as pessoas se empoderem a exemplo do protagonista. “O filme ‘Faça a coisa certa’, de Spike Lee, começa com um radialista falando ‘Acorda! Acorda! Acorda!’ e entendemos isso como uma metáfora dessa ação conjunta, tão necessária para acabar com a opressão”, defende Roma.

Como uma maneira de dar potência à narrativa, adicionando novas camadas, Os Incendiários convidaram Georgette Fadel para codirigir o trabalho em parceria com Nilcéia Vicente. O cenário é assinado por Julio Dojcsar, que também participou da montagem de “Biedermann e os incendiários”, de 2002.

Sinopse | O que é que falta pra combustão das nossas dores pretas? Numa cidade em brasas, de algum canto do Brasil, três elementos encontram Silva, um funcionário fiel, mas cansado da casa de Biedermann. Um dilema se apresenta a partir desse encontro: dessa vez será o fogo ou a fuga?

Ficha Técnica

Coletivo: Os Incendiários

Elenco: Filipe Celestino, Lilian Regina, Romário Oliveira e Vaneza Oliveira

Direção: Nilcéia Vicente e Georgette Fadel

Dramaturgia: Lucas Moura

Direção Musical: Melvin Santana

Criação e produção musical: Melvin Santana e Lucas Melifona

Músicos: Melvin Santana e Lucas Melifona

Preparação Corporal: Cristiano Karnas

Cenário: Julio Docjar

Figurino: Thais Dias

Assistência de Figurino: Carolina Gracindo

Desenho de Luz e operação de luz: Felipe Tchaça

Mídias Digitais: Diego Rodrigues

Arte Gráfica: Basq Anderson

Produção: Corpo Rastreado

Produção de Campo: Jeniffer Rossetti

Assessoria de imprensa: Canal Aberto

Assistência de Produção: Lilian Regina e Romário Oliveira.

Serviço:

“Silva”

De 14 de novembro a 21 de dezembro*

Segundas, terças e quartas, às 20h

Teatro de Contêiner Mungunzá (Rua dos Gusmões, 43 – Santa Ifigênia – São Paulo/SP)

*No dia 23 de novembro não haverá apresentação

Sessões extras em 22/11, 30/11 e 6/12 às 16h

Ingressos: R$20 (inteira) e R$10 (meia-entrada)

Vendas pelo site da Sympla e na bilheteria do teatro

Duração: 105min | Recomendação: 16 anos | Capacidade: 99 lugares.

(Fonte: Canal Aberto)

Instituto Tomie Ohtake apresenta exposição “Tomie Ohtake Dançante”

São Paulo, por Kleber Patricio

Tomie Ohtake, Sem título, 2001, Acrílica sobre Tela, 200 x 1000 cm. Fotos: divulgação.

Nesta exposição comemorativa – 20 anos de uma instituição compromissada em se renovar para oferecer ao público um programa de qualidade, tanto de exposições quanto de atividades culturais e educativas –, os curadores Paulo Miyada e Priscyla Gomes trazem novo olhar para a obra de Tomie Ohtake, nesta exposição realizada com os patrocínios do Bradesco, na cota Apresenta, e Motorola, na cota Ouro. Em “Tomie Ohtake Dançante”, a dupla de curadores investiga se a pintura dança ou se é possível dançar com a pintura. “Palavras como movimento, gesto, matéria, ritmo, corpo, espaço, deslocamento, partitura e coreografia, antes mesmo de serem articuladas em uma sentença verbal, misturavam-se na hipótese de que na obra de Tomie Ohtake se dança, de que Tomie é dançante”.

Além da seleção de obras, para preparar a exposição os curadores conversaram ao longo de seis meses com coreógrafos e coreógrafas de perfis e trajetórias diversos, capazes de imergir na produção plástica de Tomie Ohtake. Neste período, os convidados conceberam obras em diálogo com a casa e a produção de Tomie e realizaram ensaios abertos na casa-ateliê da artista, compartilhando os respectivos processos com o público. Essas peças farão parte da exposição com intuito agora de ocupar e ativar diferentes espaços do Instituto Tomie Ohtake.  Em novembro acontecem as apresentações de Emilie Sugai (21/11), data de aniversário de Tomie, e Rodrigo Pederneiras (26/11). Os horários e demais apresentações podem ser acompanhados pelo site e Instagram do Instituto Tomie Ohtake.

Tomie Ohtake, Sem título, 1960, Óleo sobre tela, 121 x 101 cm.

Segundo os curadores, ao revisitar a obra de Tomie, encontraram algumas ênfases plausíveis para uma abordagem do que há de dançante no seu fazer e no seu experienciar. “Em decorrência dessas ênfases, organizamos esta exposição com 45 obras, em três atos, três ambiências que conjugam seleções de pinturas de Tomie Ohtake com recursos expográficos escolhidos para intensificar a consciência sinestésica do corpo, do espaço e do movimento que atuam na percepção da imagem pictórica”, destacam Miyada e Gomes.

No primeiro ato, “rasgos e combinações”, estão reunidas pinturas da década de 1960, quando Tomie realizava estudos com papéis coloridos retirados de revistas, convites e outros impressos, rasgados à mão e agrupados em pequenas colagens. O conjunto ressalta a recorrência de pedaços e formas que, com suas bordas tremidas, giram, multiplicam-se, ocupam diferentes posições, saltam de um lado para o outro, de uma tela para a outra. Os curadores ressaltam que para acompanhar o ritmo dessa coreografia, o passo do visitante que adentra o ambiente é surpreendido pela maciez do piso revestido de espuma. “Trata-se de uma sutil quebra da convenção museológica, apenas suficiente para lembrar a cada pessoa que ela também tem um corpo e que cada movimento depende do encontro do gesto habitual com a consistência do espaço em que se pisa”.

Já em tatear a matéria sob uma penumbra, focos iluminam pinturas criadas pelo enfrentamento dos movimentos de Tomie Ohtake com a substância pictórica, sua densidade e transparência. No centro desse ambiente estão as chamadas “pinturas cegas”, da década de 1960, de grande gestualidade: pinceladas feitas de olhos fechados. Compõem este ato, pinturas realizadas a partir da década de 1980, que remetem diretamente à materialidade da tinta acrílica, à solvência de seu pigmento na água, cujas pinceladas compõem movimentos ritmados.

Tomie Ohtake, Sem título, 1983, Óleo sobre tela, 150 x 150 cm.

Por fim, planos e profundidades é o ato de conclusão da mostra, com pinturas produzidas desde a década de 1970 até 2010. Em um espaço amplo, planos pendentes do teto sucedem-se em um ritmo de diferentes alturas, larguras e distâncias. “Esse recurso remete à cenografia de Tomie Ohtake para a ópera ‘Madame Butterfly’ (1983), em que simples planos de cor dispostos em profundidades distintas eram suficientes, segundo a artista, para sugerir tanto contextos e espacialidades quanto estados emocionais de seus personagens”, lembram os curadores. Esse ambiente pictórico coloca o visitante em deslocamento entre imagens que são em si mesmas sugestivas de movimento e acolhe uma pintura em grande escala – 10 metros de comprimento – que Tomie concebeu para a inauguração do Instituto e só agora volta a ser exibida. “Uma obra que em si mesma desenha a coreografia de uma linha no espaço”, completam Miyada e Gomes.

Tomie Ohtake Ensaios

Na sala exclusivamente dedicada às exposições de Tomie, no térreo do Instituto Tomie Ohtake, será apresentada concomitantemente a mostra “Tomie Ohtake Ensaios”, que reúne, na íntegra, os registros em vídeos dos ensaios-abertos de Allyson Amaral, Cassi Abranches, Davi Pontes, Eduardo Fukushima com Beatriz Sano e Emilie Sugai realizados na casa-ateliê da artista.

O intuito da mostra é compartilhar com o público os processos coreográficos de criação desses artistas. Junto aos vídeos, será possível encontrar também gravuras e fotografias de obras públicas de Tomie. A curadoria é assinada por Paulo Miyada, Priscyla Gomes, Diego Mauro e Julia Cavazzini.

Segundo os curadores, “se os ensaios são uma réplica (ou seja, respostas) à obra da artista, a exposição apresentada é uma tréplica: por meio desta seleção de trabalhos, Tomie Ohtake responde à dança. Assim, dança, pintura, escultura somadas a gravuras e maquetes de obras públicas estabelecem formas de fricção e contágio”.

Instituto Tomie Ohtake – 20 anos | O Instituto Tomie Ohtake marca a celebração do seu 20º aniversário com a remodelação radical de sua missão para os próximos anos: servir como um porto, para abrigar as necessidades de apoio, aprendizagem, conexão, liberdade e invenção da comunidade artística e seus públicos, em especial as pessoas mais vulneráveis, e também servir como um farol, iluminando produções artísticas contemporâneas capazes de contribuir para leituras do passado, presente e futuro e para os desafios urgentes de nossa sociedade.

Exposições “Tomie Ohtake Dançante” e “Tomie Ohtake Ensaios”

De terça a domingo, das 11h às 20h – entrada franca

Patrocínio: Bradesco (cota Apresenta) e Motorola (cota Ouro)

Instituto Tomie Ohtake

Av. Faria Lima 201 (Entrada pela Rua Coropés 88) – Pinheiros, São Paulo, SP

Metrô mais próximo – Estação Faria Lima/Linha 4 – amarela

Fone: (11) 2245-1900.

(Fonte: Pool de Comunicação)

Ano Novo na Amazônia: uma experiência sustentável e autêntica em conexão com a natureza

Manaus, por Kleber Patricio

Navegações pelos rios e igarapés na alvorada e ao entardecer fazem parte da programação. Fotos: divulgação.

Para quem procura uma conexão profunda com a natureza, ver o último sol de 2022 se pôr no Rio Negro, cercado pelos sons da Amazônia, certamente é uma experiência que torna o ritual da troca de ano bastante significativo. A vivência é ainda mais profunda se for promovida por ribeirinhos, que trocaram a extração da madeira pelo turismo sustentável. Criada em por moradores da pequena comunidade Tumbira, a 64 quilômetros de Manaus, a Poranduba Amazônia planejou um pacote especial de Ano Novo com uma programação que lembra a própria floresta: intensa, mas muito bem distribuída.

A chegada está prevista para o dia 30 de dezembro. O acesso é feito a partir de Manaus, mas apenas de barco, o que protege o local do turismo de massa e amplia a sensação de exclusividade do visitante. Na recepção, um suco refrescante de frutas nativas e um passeio para conhecer a comunidade servem para aclimatar e também como preparação para o almoço num buffet onde a estrela são os peixes regionais. Vale a pena perguntar sobre cada espécie, técnica de pesca e maneira de preparo – é uma maneira de conhecer a fundo os hábitos da região.

Após um descanso, hora de encarar a primeira trilha e um primeiro contato com algumas espécies da biodiversidade, como e escada de jabuti, a sapopemba e um enorme piquiá – árvore que dá um fruto primo do pequi do Cerrado. Como a Amazônia é uma grande planície, as caminhadas pela mata são sempre leves.

Na volta, uma passagem pela casa de uma artesã da comunidade mostra outra forma de usar os elementos naturais da floresta. Para relaxar, o primeiro pôr do sol da viagem, em um banho nas águas do Rio Negro, que, além de mornas e escuras, têm uma acidez que evita a proliferação de mosquitos. Para encerrar o dia, jantar e passeio de bote para sentir a natureza à noite, conhecer os sons e, com sorte, avistar animais noturnos.

Acompanhe de perto o preparo tradicional da farinha de mandioca.

O dia seguinte começa com um café da manhã reforçado, porque em seguida vem uma imersão no bioma amazônico. A trilha do safári começa em um bote, passa para um caminhão – que deixou de ser usado no transporte de madeira e agora conta com sofás instalados na carroceria – e termina com uma caminhada por vegetação de mata primária até uma nascente. Tudo isso com explicações do Seu Manoel, morador da área, sobre plantas, enormes árvores de angelim vermelho e animais silvestres, que observam os visitantes com a mesma curiosidade com que são observados. Na volta, a tarde é dedicada a dar tempo para o corpo descansar e a mente absorver tudo que foi visto antes da ceia de Ano Novo.

O ano de 2023 inicia com uma incursão ao Parque Nacional de Anavilhanas. Passear de lancha pelo labirinto formado por canais de rios e cerca de 400 ilhas faz o viajante ser transportado para uma das fotografias sublimes feitas por Sebastião Salgado para seu trabalho mais recente, “Amazônia”. A água escura dos caminhos sinuosos contrasta com o verde vibrante da vegetação e a área abriga várias espécies com risco de extinção, como o boto cor-de-rosa, o peixe-boi e a onça pintada.

Outro momento imperdível de contemplação é o nascer do sol. Para isso, o visitante é convidado a acordar cedo e, mesmo antes do café da manhã, pegar o barco em busca do melhor ponto de observação. Ao longo do caminho, é possível presenciar o despertar da floresta com suas luzes e sons e, principalmente, observar a rica variedade de aves que deixam as árvores em revoada nesse horário. Nesse dia há também uma visita a outra comunidade ribeirinha para mais trocas de experiências e a tarde é dedicada à Praia do Iluminado, numa ilha fluvial formada por um banco de areia branca – mais uma prova de que, na Amazônia, os cenários são múltiplos.

Caminhadas na mata virgem fazem parte da programação.

Por ser criada e gerida por moradores, no modelo de turismo sustentável de base comunitária, a Poranduba Amazônia consegue realmente aproximar o visitante do modo de vida ribeirinho por meio de experiências originais. O pacote de Ano Novo dura quatro noites e inclui transporte de ida e volta a Manaus (o trajeto é feito em 1h15 em barco rápido), hospedagem em suíte com ar condicionado, todas as refeições e todos os passeios. Os pacotes não incluem aéreo e custam a partir de R$3.960 por pessoa. Além do Ano Novo, a Poranduba possui pacotes regulares para o Rio Negro e outras regiões da Amazônia.

Mais informações: Poranduba Amazônia ou +55 (92) 98639-5016 (WhatsApp).

(Fonte: Kyvo)

Grupo Pretas & Pretos do Instituto Anelo completa um ano e grava com Walmir Borges

Campinas, por Kleber Patricio

Foto: Edis Cruz.

O grupo Pretas & Pretas, um dos núcleos de representatividade do Instituto Anelo, comemora um ano e vai celebrar com um lançamento pra lá de especial. Trata-se do videoclipe com a canção “SambaColá”, cuja gravação conta com a participação do cantor, compositor, produtor e multi-instrumentista Walmir Borges, ícone da música preta brasileira e referência artística para os músicos ligados à instituição, uma associação civil sem fins lucrativos que há 22 anos oferece aulas gratuitas de música na periferia de Campinas (SP).

A estreia será em 19 de novembro, véspera do Dia da Consciência Negra, às 17 horas, no Facebook, Instagram e YouTube. A produção audiovisual também conta com a participação de oito dançarinos da Equipe Rasteirinha, de Campinas, grupo pioneiro na divulgação do samba-rock no interior paulista.

De autoria de Luccas Soares, fundador e coordenador geral do Instituto, “SambaColá” é a quarta gravação do Pretas & Pretas. A primeira, lançada em 2021 e que marcou a estreia do grupo, foi uma regravação de “Tributo a Martin Luther King”, de Wilson Simonal e Ronaldo Bôscoli. As outras, também compostas por Luccas Soares, são “Carapuça”, com a participação de Wilson Simoninha nos vocais, e “Deixa a Senzala”. Todas serão reunidas em um em EP a ser disponibilizado em breve nas plataformas de streaming.

Foto: Edis Cruz.

Luccas diz que o aniversário de um ano do grupo Pretas & Pretos é um momento muito especial para o Anelo. Ele ressalta que o Instituto sempre teve pretas e pretos como protagonistas, “a começar pelo fundador”. “Representatividade é quando você chama alguém para a festa. Inclusão é quando você chama para a pista de dança. Eu penso que o Anelo trata isso com muita verdade”, afirma.

Segundo ele, desde a gravação de “Tributo a Martin Luther King” o grupo não parou e tem cumprido uma agenda de apresentações em Campinas, sempre com foco na representatividade, na luta contra o racismo e em dar oportunidade aos artistas que fazem parte do Pretas & Pretos. “Todos os ensaios são remunerados, assim como as gravações e as apresentações. Esse grupo tem um orçamento muito importante para trabalhar, tem um orçamento anual, e espera-se que continue trabalhando enquanto houver racismo no Brasil”, completa.

O convidado especial

Walmir Borges, por sua vez, conta que quando recebeu o convite para gravar “SambaColá” ficou encantado com o trabalho do grupo Pretas & Pretos e do próprio Instituto Anelo. Não só pelo fato de a canção ser um samba-rock, gênero do qual é fã, mas também pela história do grupo e por ter encontrado, no projeto, vários músicos amigos que fez em São Paulo.

Walmir Borges. Foto: Sarah Nadia.

Entre esses músicos, Walmir cita o pianista, compositor, arranjador e técnico de som Thiago Santana, com quem gravou vários discos de sucesso do pagode (“É um grande artista”, diz), e o cantor, compositor, arranjador e instrumentista Josimar Prince. “É uma canção inédita, feita na pandemia, no momento em que a gente estava com o sentimento à flor da pele. Eu gostei muito. Também tem a coisa musical, né? É um grupo de musicistas do mais alto nível e o arranjo é muito bem feito, a letra divertida (confira abaixo) e o gênero do samba-rock, que é dançante, que é a coisa que eu gosto de fazer. Coube como uma luva”, diz.

Walmir Borges é um artista com mais de 20 anos de carreira. Além de quatro discos solo, ele atua como produtor, diretor de shows e músico para artistas consagrados.

Paula Lima, Toni Garrido, Seu Jorge, Jeito Moleque, Earth Wind & Fire, Exaltasamba, Alexandre Pires, Melanina Carioca, Max de Castro, Belo, Wilson Simoninha, Jair Oliveira, Luciana Mello, Guilherme Arantes, Alcione e Grupo Pixote estão entre os nomes com os quais colaborou.

É autor de sucessos como “Prisma”, que gravou com Thiaguinho;  “Chérie”, na qual divide os vocais com Alexandre Pires; “Eu, Você e Mais Ninguém”, parceria com Bruninho do Jeito Moleque;  e “Joia Rara”, entre outros.

Sobre o Instituto Anelo, ele diz: “Eu acho que cada lugar desse país tinha que ter um Anelo. Quando vi toda essa coisa linda acontecendo, eu me perguntei por que não em mais lugares, porque não tem mais pessoas fazendo? Que contribuição maravilhosa para a formação de pessoas, de profissionais que vão criar suas famílias, que vão se tornar grandes profissionais da arte”. E completa: “Ainda tem a representatividade. Quando a gente não tem coro, é muito mais fácil calar. Dentro do Anelo eu sinto que é um coro. São muitas vozes, são muitas mãos, um trabalho feito por muitas mãos. É um momento raro poder estar dentro dessa representatividade toda, da negritude, da música, da arte, da coisa social. Me sinto feliz por ter sido convidado para ser um dos membros dessa história tão linda contada”.

Em tempo: para assistir aos videoclipes de “Tributo a Martin Luther King”, Carapuça” e “Deixa a Senzala” com o grupo Pretas & Pretos, acesse o link  https://youtube.com/playlist?list=PL1iTselxbXBJ8Lkz0XXXj4FJ__xf9BOj5.

O Instituto Anelo

Fundado em 10 de maio de 2000, o Instituto Anelo é um projeto intergeracional que já atendeu, ao longo de 22 anos de atividades, mais de 10 mil alunos em seus projetos. Alguns deles tornaram-se músicos profissionais e professores, inclusive lecionando na própria instituição.

Atualmente, o Anelo trabalha com os seguintes projetos:

Brincando com os Sons – Iniciação musical para crianças a partir de 5 anos;

Instrumentos Orquestrais – Ensino de violino, sopros de madeira e de metais, para crianças, adolescentes e jovens a partir de 8 anos;

Instrumentos Diversos – Ensino de instrumentos de cordas dedilhadas, percussivos e de teclas a crianças a partir de 8 anos, adolescentes e adultos;

Práticas Musicais Coletivas – Compreende os coros Infantil, Juvenil e Adulto, Grupo de Sanfona, de Violão e de Percussão e

Práticas de Conjunto – Práticas de Banda e Orquestra Iniciante com a participação de alunos (adolescentes, jovens e adultos) de diferentes instrumentos.

Além disso, tem a própria big band, a Orquestra Anelo, e conta com grupos artísticos formados por professores e colaboradores do projeto que representam a instituição em eventos e festivais.

Serviço:

Aniversário de um ano do grupo Pretas & Pretos do Instituto Anelo – Lançamento da música “SambaColá”

Data: 19 de novembro de 2022 (sábado)

Horário: 17 horas

Plataformas:

Facebook (facebook.com/institutoanelo)

Instagram (@institutoanelo)

YouTube (youtube.com/institutoanelooficial)

FICHA TÉCNICA

Música: “SambaColá”

Composição: Luccas Soares

Arranjo: Josimar Prince

Mixagem e masterização de áudio: Thiago Santana

Convidado especial: Walmir Borges

Captação de imagens de vídeo: Kaique Brito e Wellington Vianna

Edição de imagens: Marlon Rissatto

Realização: Instituto Anelo

Integrantes do grupo Pretas & Pretos: Baiá Fagundes (acordeon) | Deivyson Fernandez (piano) | Edmilson Santos (sax tenor e flauta) | Filipe Lapa (bateria) | Gláucio Sant’Ana (trombone) | Guipson Pierre (voz) | Henrique Simas (contrabaixo e percussão) | Islan Santos (trompete) | Jéssica Rodrigues (trompete) | Josias Teles (baixo) | Josimar Prince (voz e violão) | Levi Macedo (voz) | Luccas Soares (voz) | Matheus Soares (sax barítono) | Michael Charles Santiago (preparação vocal e voz) | Regina Pereira Lima (sax) | Renan Augusto (guitarra) | Re nata Alves (voz) | Renato Frederico (percussão) | Romulo Oliveira (sax soprano, flauta e voz) | Simone Janita (voz)

Dançarinos de samba-rock da Equipe Rasteirinha que participam do videoclipe: Adilson Barbosa | Daniela Pacheco | Digo Soares| Gabriela Lourenzi | Henrique Ramalho | Nyna Carvalho | Samy Silvestre | Stela Gonçalves.

Letra” SambaColá”

“Deixa de contar vantagem, fingir que toca tamborim

A cara da vaidade, desfilando por aí

Adora pagar de estrela, dá dinheiro pra quem assistir

Bate palma pra si mesmo, grita e ainda pede bis.

No gueto a coisa é diferente, humildade na raiz, olha o som desse pandeiro, apanha mas é feliz

Batucando a noite inteira, no boteco do ‘seu’ Joaquim

De domingo a domingo, só pra ver você feliz!

Vem samba!

Samba aqui, samba lá, samba aqui, samba acolá: quero ver todo mundo sambar

Vem samba!

Samba aqui, samba lá, samba aqui, samba acolá: cavaquinho acabou de chegar.

Vem samba!

Samba aqui, samba lá, samba aqui, samba acolá: a cuíca mandou avisar.

Vem samba!

Samba aqui, samba lá, samba aqui, samba acolá: cola aqui pra gente sambar

Vem samba!!!

Bora sambar!!!”

SAIBA MAIS

Mais informações sobre o Instituto Anelo: anelo.org.br

Redes sociais: facebook.com/institutoanelo | Instagram: @institutoanelo | YouTube: Instituto Anelo Oficial | Twitter: @AneloInstituto | Linkedin: Instituto Anelo.

(Fonte: Lalá Ruiz Assessoria de Imprensa)

Temporada de “A Máquina do Mundo” no SESC Ipiranga tem entrada grátis para crianças até 12 anos

São Paulo, por Kleber Patricio

Fotos: Sérgio Fernandes.

De 13 de novembro a 11 de dezembro de 2022, domingos às 11h, e terça-feira (15 de novembro), também às 11h, o Núcleo Atômico realiza uma temporada do espetáculo infanto-juvenil “A Máquina do Mundo (Abeni e o mistério que veio do espaço)”, no SESC Ipiranga, que fica na Rua Bom Pastor, 822 – Ipiranga, São Paulo – SP.

O espetáculo fala com as crianças e com os jovens sobre a importância da atuação das mulheres na Ciência e exalta os saberes ancestrais dos povos originários como uma forma de encontrar caminhos que ajudem a preservar o Planeta para as futuras gerações. Em “A Máquina do Mundo”, um pedaço de lixo espacial cai no riozinho do bairro e faz com que a menina Abeni, que também anda perdendo alguns parafusos, se questione porque ela e o planeta estão se desmontando. Ao tentar descobrir sobre as transformações que estão acontecendo, ela acaba transitando por outras histórias como a de Nia, a dona do sebo e professora, e a de seu próprio pai, um grande contador de histórias que deixou o Pará para viver em São Paulo.

Personagens de gerações diferentes que têm em comum a ludicidade da infância, o olhar de descoberta vivo no coração e uma forte ligação com o Planeta. Narrativas ligadas de alguma forma à natureza, que se encontram como se fossem rios e, ao se tocar, seguem em comunhão rumo ao mar.

Em “A Máquina do Mundo”, o Núcleo Atômico reflete sobre temas relacionados à eco-ansiedade, que é quando as pessoas se sentem inseguras com relação ao futuro do planeta. Um misto de sensações causadas por questões climáticas que tem atingido pessoas em todo mundo, principalmente crianças e jovens, gerando impactos psicológicos significativos.

“Para os povos originários, nós somos o planeta. Portanto, se o planeta não está bem, nós também não estamos. E diante do atual contexto em que vivemos, como lidar com esse misto de sentimentos, muitas vezes ligados a uma sensação de impotência em relação aos caminhos que o mundo contemporâneo escolhe? Como agir? Quais conhecimentos e parcerias temos para nos acompanhar nessa trajetória?”, comenta o Núcleo Atômico.

Trazendo a Ciência como uma dessas parceiras, o projeto reflete sobre o espaço deste tipo de conhecimento em nossa vida, principalmente no que se refere às pesquisas feitas por mulheres. E ressalta a importância de inspirar as crianças, acima de tudo as periféricas, a acreditar que ser cientista pode ser possível, independente de gênero, etnia/raça ou classe social.

“É um convite para as crianças se aventurarem em seus questionamentos. Pensar se a Terra é um organismo vivo, se a água que corre na Amazônia é a mesma de São Paulo, onde estão os rios e até se tecnologia é o mesmo que ciência. Queremos inspirar as crianças a manterem esse olhar curioso na vida adulta e seguir em descobertas que podem mudar o mundo”, finaliza o Núcleo Atômico.

As ações fazem parte do projeto “Das Encruzilhadas”, contemplado no 14º Prêmio Zé Renato. Mais informações: www.facebook.com/nucleoatomicoarte e www.instagram.com/nucleo.atomico.

FICHA TÉCNICA

Elenco: Audrey Bessa, Beth Castro, Bruno Lourenço, Jennifer Souza, Kenan Bernardes e Marina Esteves | Texto: Cristina Santos e Tadeu Renato | Direção: Valéria Rocha | Assistência de Direção: Tadeu Renato | Preparação Vocal e Direção Musical: Bel Borges | Cenografia: Lívia Loureiro | Figurino: Thaís Dias | Desenho de Luz: Fe_menino | Preparação Corporal e Máscaras: Cleydson Catarina | Designer Gráfico: Murilo Thaveira | Assessoria de Imprensa: Luciana Gandelini |Material Pedagógico: Cintia Martinelli, Julia Martins e Valéria Rocha | Produção geral do projeto: Núcleo Atômico: Audrey Bessa, Tadeu Renato e Valéria Rocha | Assistente de produção: Talitha Senna.

Os valores de ingresso são R$7,50 (credencial plena), R$12,50 (meia entrada), R$25,00 (inteira) e entrada gratuita para crianças até 12 anos. A venda de ingressos está sendo realizada nas bilheterias do SESC-SP ou através do site do SESC.

Serviço:

“A Máquina do Mundo (Abeni e o mistério que veio do espaço)”

Com Núcleo Atômico

Classificação Livre

Gênero: Teatro infanto-juvenil

Sinopse: Um pedaço de lixo espacial cai no riozinho do bairro e faz com que a menina Abeni, que também anda perdendo alguns parafusos, se questione porque ela e o planeta estão se desmontando. Curiosa e imaginativa, ela tenta descobrir como mulheres cientistas trabalham. Nesta jornada de descobertas, ela encontra as águas da história de Nia, a dona do sebo, que quando criança descobriu as letras e o prazer de ensinar a própria mãe a ler, e hoje dança com os livros, com as crianças e com a árvore-memória que mora em seu quintal. As águas desse enredo também recebem outro afluente: Jorge, o pai de Abeni, um grande contador de histórias que deixou o Pará e veio para São Paulo viver uma aventura de seguir caminhos de rios até encontrar o mar. Três rios de histórias que se apertam e se afrouxam na fluência da vida. Duração: 60 minutos

Quando: 13 de novembro a 11 de dezembro de 2022

Horários: domingos às 11h, e terça-feira (15 de novembro), também às 11h.

Onde: SESC Ipiranga

Endereço: R. Bom Pastor, 822 – Ipiranga, São Paulo – SP, 04203-001 – Telefone: (11) 3340-2000

Ingressos: R$7,50 (credencial plena), R$12,50 (meia entrada), R$25,00 (inteira), grátis para crianças até 12 anos.

Venda de ingressos nas bilheterias do SESC-SP ou através do site www.sescsp.org.br/programacao/a-maquina-do-mundo-abeni-e-o-misterio-que-veio-do-espaco.

(Fonte: Assessoria de Imprensa Luciana Gandelini)