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Piracaia (SP) recebe festival dedicado à República Tcheca: o Tchequia Week

Piracaia, por Kleber Patricio

Marcos Oliveira (1º da esq. p a dir.) organizador do Tchequia Week, com delegação de Piracaia no Consulado da República Tcheca em São Paulo. Foto: Divulgação .

A história da industrialização no interior paulista, especialmente o segmento calçadista, tem uma pequena contribuição do imigrante tcheco Jan Antonin Bata. Nos anos 40, construiu uma importante fábrica em Batatuba, Piracaia, transformando a região em um polo de desenvolvimento, com vilas, aeroporto, escola, cinema, pista de pouso e hospedaria, entre outras facilidades. A história serve como mote para o “Piracaia Tchequia Week” lançado pelo empresário Marcos Oliveira, radicado há dois anos na cidade. Diante do contexto sobre Bata e entendendo que sua memória não era divulgada de forma tão abrangente, viu uma oportunidade de conectar-se com restaurantes, cafés, pizzarias, centros culturais e cervejarias para que adaptassem algum elemento em suas ofertas e dedicassem à Tchequia (nome mais da República Tcheca). Todos aderiram à causa de criar uma experiência ligada ao país europeu.

“Piracaia não foi colonizada por tchecos e os imigrantes que vieram com Bata também não fixaram-se em quantidade. Assim, a ideia original do evento era celebrar em apenas um final de semana alguns elementos do país, mas com a aceitação de diversos estabelecimentos, fui recebendo pedidos para novas programações, o que gerou esses 15 dias de atividades e será uma experiência inovadora e positiva para a pequena Piracaia”, afirma Marcos.

Violinista romeno Florian Cristea do Euro Gypsy Duo. Foto: Reprodução/Facebook/Florian Cristea.

A 1ª Piracaia Tchéquia Week, organizada pela Redescobrindo Ideias em parceria com o Núcleo de Memória Jan Antonin Bata, conta com uma agenda dedicada aos sabores quase tchecos nos restaurantes e cafés Porta ao Lado Café, Fontoura & Kiehl, Georgina Restaurante, Bergamo Ristorante, Bierizal Steak House, Divino Pastel, Que Maravilha, Breda Restaurante, Capril Santa Edwiges, Marcelo Papi Pães, Restaurante do Marcão, Pepper Haus Geleias e Pimentas, Adega Avenida e Rolfsen Bier.

Na agenda cultural, no dia 17/03, o Capril Santa Edwiges receberá um café da manhã colonial para famílias seguido de ordenha e oficina de coalhada com leite de cabra. O Consulado Geral da República Tcheca em São Paulo emprestará duas exposições permanentes de sua coleção: “Bata” e “Cerveja”, que estarão expostas na Rolfsen Bier.

No dia 23/3, a Casa Viva Piracaia apresentará o show “Euro Gypsy Duo” com Daniel Szafran no piano e Florian Cristea no violino trazendo músicas do Leste Europeu. Antes, a arquiteta Lilian Staningher, do Núcleo de Memória, fará um bate papo sobre a vida e importância do imigrante – tudo com comidinhas tchecas preparadas pela chef Paula Simões. Já Marcelo Papi Pães receberá um pequeno grupo para uma oficina de pão tcheco com fermentação natural no encerramento (24/3), além de café da tarde, às 16h. Dois webinários serão realizados reunindo convidados que não poderão estar presencialmente no município.

Salada de pera com queijo gorgonzola – prato típico tcheco. Foto: Divulgação.

A Piracaia Tchéquia Week conta com o patrocínio da associação Isso é Piracaia e apoio institucional das missões diplomáticas tchecas no Brasil (a Embaixada em Brasília e o Consulado Geral em São Paulo); o Visit Tchequia (órgão oficial de promoção do país), AbrasOFFA, União Cultural Tcheco Brasileira, Comtur Piracaia, Secretaria de Turismo e Viagens do Estado de São Paulo e Prefeitura Municipal de Piracaia. Os mídia partners são Turismo SA e Piracaia Hoje.

Serviço:

Piracaia Tchequia Week

Data: até 24 de março de 2024

Onde: diversos endereços de Piracaia

Programação: www.redescobrindo.com.br/tchequia

Informações: (11) 62208491

Sobre o evento | O Piracaia Tchequia Week é um evento criado com o objetivo de destacar elementos da República Tcheca no interior paulista, especialmente a gastronomia, fotografia, viagens, música e história. Piracaia recebeu nos anos 30 o imigrante tcheco Jan Antonin Bata e lá construiu uma vila operária e uma importante fábrica de calçados impulsionando a indústria calçadista no Estado de São Paulo, mudando o ritmo econômico regional. O evento acontece em diferentes restaurantes e bares, além de contar com uma programação cultural. Informações: www.redescobrindo.com.br.

(Fonte: Redescobrindo Ideias e Eventos)

Pontos MIS oferece oficina de enquadramento e composição fotográfica para iniciantes

Indaiatuba, por Kleber Patricio

Foto: divulgação.

A Secretaria de Cultura de Indaiatuba – município da Região Metropolitana de Campinas (SP) –, em parceria com o Ponto MIS (Museu da Imagem e do Som), oferece no dia 23 de março, sábado, das 9h às 13h, no Casarão Pau Preto, uma oficina gratuita de enquadramento e composição fotográfica para iniciantes. As inscrições devem ser realizadas pelo telefone (19) 3816-6961 e podem se inscrever pessoas maiores de 13 anos.

A oficina é ministrada pela oficineira Melissa Szymanski e visa ensinar aos iniciantes as técnicas de olhar seletivo na captação de imagens e regras clássicas para que os inscritos possam tirar fotos com qualidade. A captação acontecerá com o aparelho disponibilizado pela proponente ou pelo equipamento que o participante já possua. Ao todo, serão disponibilizadas 20 vagas.

Sobre Melissa Szymanski

Participou de diversos cursos em Milão, Itália, nas áreas de Fotografia de Moda e Still Life. Trabalhou na Revista Italiana Moda Pelle na execução de editorias e publicidade. Atuou como docente de Fotografia na FASM, IED – Istituto Europeo di Design, SESC e Centro Universitário Belas Artes e elaborou durante sete anos aulas de fotografia na Escola São Paulo nas áreas de Moda, Noções Básicas e Intermediário. Coordenou o Workshop de Fotografia “Di Cavalcanti, Anita Malfatti e Tarsila do Amaral” pela Oficinas Culturais do Estado de São Paulo.

Recentemente é docente na FAAP, Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo em diversos aparelhos e no MIS – Museu da Imagem e do Som no projeto Pontos MIS. Foi convidada no primeiro congresso on-line de Fotografia de Moda, abordando o tema “A Fotografia de Moda no Brasil: criação ou cópia?”.

Desenvolve seu trabalho como fotógrafa para agências de modelos em diversas marcas, sites e reportagens. Colaborou em matérias sobre arte-educação em revistas como Veja SP, Caras, Revista Cásper Líbero, Canal TV Brasil.

Serviço:

Oficina de enquadramento e composição fotográfica para iniciantes (gratuita)

Data: 23/3/2024 (sábado)

Horário: 9h às 13h

Local: Casarão Pau Preto, Rua Pedro Gonçalves, 477, Centro

Inscrições via fone Casarão: (19) 3816-6961

Classificação: a partir de 13 anos.

(Fonte: Prefeitura de Indaiatuba)

Reserva Natural Serra das Almas se destaca como opção de turismo ecológico no Ceará

Reserva Natural Serra das Almas, por Kleber Patricio

Foto: Divulgação.

Um verdadeiro santuário da biodiversidade da Caatinga, a Reserva Natural Serra das Almas está localizada entre os municípios de Crateús (Ceará) e Buriti dos Montes (Piauí) e ocupa um lugar de destaque no turismo ecológico. Ecoturistas nacionais e internacionais estão buscando, cada vez mais, esse contato próximo com a natureza e a rica biodiversidade da Reserva surpreende alguns visitantes que às vezes acham que a Caatinga são apenas árvores mortas, solo rachado, sem água, pouca biodiversidade e muita pobreza.

Seu patrimônio biológico não é encontrado em nenhuma outra região do mundo. Todos os biomas que ocorrem no Brasil estendem suas fronteiras para além do limite do país, com exceção da Caatinga, que é o único bioma 100% brasileiro, predominante no Nordeste. Conta com aproximadamente 5.311 espécies de plantas e tipos únicos de animais, como o famoso tatu-bola, o mocó e o soldadinho-do-araripe.

E uma parte dessa beleza pode ser vivenciada na Reserva Natural Serra das Almas (RNSA). O local é reconhecido pela Unesco como Posto Avançado da Reserva da Biosfera da Caatinga por abrigar uma representativa área de Caatinga preservada e pela interação com as comunidades rurais do seu entorno.

A RNSA é gerida pela Associação Caatinga, que desenvolve um importante trabalho de preservação e valorização do bioma. São 6.285 hectares que, além de resguardar quatro nascentes, possui sete trilhas ecológicas, exposições e réplicas de animais em tamanho real. O espaço também oferece alojamento com refeitório, dormitório, redário, laboratório, auditório, torre de observação, viveiros de produção de mudas nativas e meliponário, além de loja física para os visitantes.

A Serra das Almas dispõe de condutores de trilhas e está aberta para visitação todos os dias da semana. O agendamento da visita deve ser realizado com pelo menos quatro dias de antecedência, por meio do telefone (88) 99955-6570 ou do e-mail caatinga@acaatinga.org.br.

Trilha especial para cadeirantes

Para incluir, promover maior contato com a natureza e garantir maior acessibilidade às pessoas com dificuldades de locomoção, a reserva conta com trilhas adaptadas para cadeirantes, pavimentada e com percurso com cerca de 500 metros.

A trilha acessível, como é popularmente conhecida, foi construída com material reforçado e com a largura necessária para comportar as dimensões de cadeiras de rodas e outros dispositivos usados por pessoas com baixa mobilidade, como muletas, bengalas e andadores.

A sede da reserva também é projetada para facilitar a locomoção dessas pessoas e o espaço ainda disponibiliza uma cadeira adaptada, projetada para transportar pessoas com dificuldades de locomoção nas trilhas de maior grau de dificuldade.

RNSA e o meio ambiente

A reserva é detentora de uma rica biodiversidade. Das 6 espécies de felinos da Caatinga, 4 já foram registradas na Serra das Almas. O local abriga mais de 235 espécies de aves, 52 espécies de répteis, 793 espécies de plantas, 33 espécies de anfíbios e 49 espécies de mamíferos. Dentre esses, algumas estão ameaçadas de extinção, como a abelha Jandaíra (Melipona subnitida), a Onça Parda (Puma concolor) e o Tatu-bola (Tolypeutes tricinctus).

A Reserva Natural Serra das Almas também contribui significativamente com a biodiversidade da Caatinga, pois evita o escoamento de 4,8 bilhões de litros de água por ano. Também foi descoberto, por meio de pesquisas, que cada hectare de cobertura vegetal acima do solo da reserva estoca cerca de 266 toneladas de CO², ou seja, uma vez que a RNSA tem 6.285 hectares (6.191 hectares de floresta), então estoca 1.647.239,37 toneladas de CO². “Manter a floresta da Serra das Almas em pé representa o total de gás carbônico emitido por mais de 5 milhões de habitantes do Ceará durante um ano”, explica Gilson Miranda, Coordenador de conservação da Associação Caatinga.

(Fonte: AD2M Comunicação)

Centro Cultural São Paulo recebe solo “Deusas”, com a bailarina Luma Preto

São Paulo, por Kleber Patricio

Foto: Ana Poltronieri.

“Deusas” é um trabalho solo de dança que estará em breve temporada no CCSP dias 12, 13 e 14 de março às 21h. O trabalho é uma realização do Núcleo Boia de Dança, com criação e interpretação de Luma Preto, direção e concepção de Ilana Elkis. Com curadoria de Mark Van Loo, “Deusas” integra a programação deste mês junto à outras artistas da dança, em comemoração ao Mês da Mulher.

“Deusas” (2023) é um braço da obra “Musa” (2020-2022), que aqui se desmembra em uma versão solo, que busca refletir sobre coreografias impregnadas no corpo a partir de valores culturais que ditam o ideal da mulher. A partir de um olhar sob a mulher na história da arte, da antiguidade à contemporaneidade, ambos trabalhos se propõem a instaurar uma discussão acerca da mulher como objeto-imagem sob a perspectiva do olhar do seu consumidor- espectador, em um contexto patriarcal e ocidental.

Ensaio com Ilana e Luma.

Enquanto “Musa” é realizado por quatro-performers, “Deusas” é um trabalho solo onde a criadora e intérprete Luma Preto incorpora tais assuntos somando a um olhar para algumas Deusas da mitologia grega do livro “Mulheres e Deusas” de Renato Noguera.

A distribuição do público ao redor da bailarina seminua faz alusão a uma experiência de exposição de uma obra de arte, contexto onde o corpo da mulher é contemplado e objetificado sistematicamente sob um olhar hegemônico, geralmente masculino.

Durante o trabalho, que tem duração de 40 minutos, a bailarina vai compondo instantaneamente tensões e torções, onde imagens- sensações vão sugerindo em nosso imaginário figuras híbridas, entre o real e o mítico, que instauram uma experiência de sensações que passam do encantamento ao incômodo. Após o término da apresentação, haverá um bate-papo com o público, a direção e a bailarina para fomentar discussões sobre o trabalho em si, assim como sobre os processos de criação em dança realizados por mulheres.

Sobre o Boia e o solo “Deusas” | Boia é um núcleo artístico de pesquisa em dança que Ilana Elkis desde 2018 vem coordenando junto às parcerias artísticas para concentrar e articular investigações e práticas. O nome Boia, se trata de uma metáfora escolhida, justamente para imaginar uma plataforma que busca se estabilizar dentro de contextos instáveis da realidade, que nos é apresentada ao trabalhar com arte e cultura em São Paulo, no Brasil e no mundo. Boia é um lugar inventado para resistir e dar continuidade ao labor processual.

“Deusas” foi criado de forma independente, com apoio do programa de residentes do Centro de Referência da Dança, mas sem nenhum financiamento público ou privado. Teve a oportunidade de se apresentar em diferentes contextos. Foi apresentado pela primeira vez como mostra de processo em março/2023, na Mostra de Residentes do Centro de Referência da Dança da Cidade de São Paulo. Teve sua estreia oficial em maio/2023 em uma breve temporada de quatro dias no Teatro Centro da Terra, sob a curadoria de Diogo Granato. Em agosto/2023 foi convidada para participar da semana de inauguração do novo espaço do curso de Graduação em Dança da Universidade Anhembi Morumbi e, em setembro/2023, a obra foi contemplada a participar da 7ª edição do Mulheres em Cena, idealizado por Vanessa Macedo e produzido pela Cia. Fragmento de Dança, onde se apresentou na Oficina Cultural Oswald de Andrade.

Sobre a diretora Ilana Elkis

Ilana Elkis é artista da dança e das artes performativas. Nasceu em 1982 na cidade de São Paulo, onde trabalha atualmente como bailarina, coreógrafa, pesquisadora, diretora e professora. É bacharel e licenciada em Dança e Movimento pela Universidade Anhembi Morumbi (2010), e Mestre em Artes Cênicas pela ECA–USP, onde desenvolveu a dissertação “Entre Lugares”, acerca da dança em espaços dentro-fora da caixa cênica.

Em 2018, fundou o núcleo Boia, no qual assina a direção/coreografia de dois trabalhos, “Lampejo” (2019) e “Musa” (2021), que foi contemplado pela Lei Municipal Aldir Blanc. Atualmente, desenvolve um solo dança-instalação “Lugar Provisório” (2021-22) que traça um diálogo performativo com a dança, e retoma a investigação de som-movimento-imagem de Ressonuance (2016). Em 2011/2016, cocoreografou Plongeé – dança site-specific contemplada por dois prêmios e NC: NC-Site –Specific do CCSP (2011) e Funarte circulação Klauss Vianna (2015).

Também é intérprete-criadora, há 14 anos, dos núcleos artísticos paulistanos – Silenciosas e Núcleo Cinematográfico de Dança. Professora atuante de Dança Contemporânea na Sala Crisântempo é parceria pontual no curso de extensão da São Paulo Escola de Dança, como professora de técnica de chão. Atua como educadora do movimento, através das abordagens somáticas e Pilates em estúdios e salas, em São Paulo.

Sobre a bailarina Luma Preto (@lumapreto)

Foto: Beto Amorim.

Luma Ribeiro Preto, 33 anos, natural da cidade de São Paulo/SP, é bailarina, professora e pesquisadora em Dança formada em Bacharel e Licenciatura em Dança pela Universidade Anhembi Morumbi, desde 2018. Formada em Ballet Clássico pelo método cubano da Escuela Nacional de Ballet de Cuba, a partir da escola de dança Ballet Paula Castro, desde 2012. Estudou ballet por três meses com bolsa de estudos na Escuela Nacional de Ballet de Cuba em Havana/Cuba, em 2011. Atuou como bailarina na companhia Ballet Centro del Conocimiento em Posadas – Missiones/ Argentina, em 2013.

Atua como intérprete-criadora do Boia Núcleo de Dança sob direção de Ilana Elkis desde 2018. Atua como professora de balé no projeto Balé na Vila sob direção de Zélia Monteiro, com quem mantém aulas regulares de balé. Atua como professora na Associação Fernanda Bianchini, onde ministra aulas de balé e dança para adultos e crianças com e sem deficiência.

Desenvolveu em 2022/2023 um solo de dança contemporânea nomeado “Deusas” junto ao Boia Núcleo de Dança sob direção de Ilana Elkiscdeusda que reflete sobre influências ocidentais que formam um corpo feminino e possíveis transformações e ressignificações dessas influências. Além disso, desde junho/2023 participa do Grupo de Estudos dirigido por Diogo Granato.

Ficha Técnica

Nome da obra: Deusas

Grupo: Boia Núcleo de Dança

Criação, produção e interpretação: Luma Preto

Direção: Ilana Elkis

Curadoria: Mark Van Loo

Criação de Luz: Fellipe Oliveira

Operação de luz: Letícia Trovijo e Giorgia Tolaini

Comunicação: Mara Ribeiro

Criação da trilha: Natália Nery e Lana Scott

Operação de som: Ilana Elkis

Produção: Verônica Piccini

Vídeo: Mayra Azzi

Foto: Mica Wernicke

Agradecimentos: Centro de Referência da Dança, Jambu Galpão e Bombelêla Estúdio de Dança

Duração: 60min

Classificação indicativa: 16 anos

Data: 12, 13 e 14 de março/2024, de terça a quinta

Local: Centro Cultural São Paulo – Sala Jardel Filho

Endereço: Rua Vergueiro, 1000 – Liberdade – São Paulo/SP

Agradecimentos: Centro de Referência da Dança, Jambu Galpão e Bombelêla Estúdio de Dança

Duração: 60min

Classificação indicativa: 16 anos

Data: 12, 13 e 14 de março/2024

Local: Centro Cultural São Paulo – Sala Jardel Filho

Endereço: Rua Vergueiro, 1000 – Liberdade – São Paulo/SP

CCSP – Ingressos Gratuitos

BOIA

Site

(Fonte: Mara Ribeiro Comunicação Multimídia)

Instalação “Topografia da Memória” de Sallisa Rosa, viaja para a Pinacoteca de São Paulo

São Paulo, por Kleber Patricio

Vista da instalação “Topografia da Memória”, dezembro de 2023. Cortesia da artista e da Audemars Piguet.

A Pinacoteca de São Paulo apresenta a instalação “Topografia da Memória”, da artista goiana Sallisa Rosa, de 16 de março a 28 de julho de 2024. Comissionada pela Audemars Piguet Contemporary em 2023 e com curadoria convidada de Thiago de Paula Souza, a instalação é a maior obra inteiramente em cerâmica produzida pela artista. A instalação de cerâmica em grande escala estará em exposição na Pinacoteca de São Paulo marcando a primeira vez que a Audemars Piguet Contemporary trará uma de suas obras comissionadas para o Brasil.

Antes de viajar para São Paulo, a obra foi inaugurada na Rotunda do Collins Park, em Miami, durante a Art Basel Miami Beach em dezembro de 2023. Essa foi a primeira vez que a artista fez uma exposição individual nos Estados Unidos. A exposição na Pinacoteca coincidirá com a SP-Arte, que acontece de 3 a 7 de abril de 2024.

“Topografia da Memória” é composta por mais de 100 peças de cerâmica feitas à mão, produzidas a partir de barro coletado, criando um ambiente a ser explorado pelo público. A obra foi comissionada pela Audemars Piguet Contemporary, cuja equipe curatorial trabalhou em estreita colaboração com o curador convidado Thiago de Paula Souza para apoiar a visão de Sallisa e o desenvolvimento do projeto.

Com “Topografia da Memória”, Sallisa Rosa (nascida em Goiânia em 1986) criou uma paisagem imersiva que nos convida à contemplação e a um encontro físico com a matéria. Fazendo referência às flutuações do nosso ambiente natural, a obra modular evoluiu desde sua primeira versão em Miami para ativar o espaço singular da recém-inaugurada ala da Pinacoteca que é dedicada à arte contemporânea: a Pina Contemporânea. Instalada em uma galeria com grandes janelas, a instalação incorpora a luz natural e vistas da paisagem circundante, conectando as cerâmicas à terra e aos elementos dos quais foram feitas. As esculturas no chão têm a forma de estalagmites e lembram uma caverna, enquanto as esculturas penduradas no teto são esféricas, com sua disposição lembrando um planetário, abraçando simbolicamente tanto o mundo subterrâneo quanto o cosmos infinito.

Compostas de barro coletado à mão na área metropolitana do Rio de Janeiro, cada escultura foi queimada a 800 graus Celsius em um forno a lenha situado em uma vala subterrânea, proporcionando uma materialidade precisa que se conecta diretamente à terra. O processo de Sallisa convida os visitantes a reconsiderar sua relação com a memória, a terra e o ambiente como locais de cultura e identidades.

Com este trabalho, o objetivo de Sallisa é explorar formas coletivas de recordação, estabelecendo uma conexão entre a erosão da terra e a erosão da memória. Seu uso de barro coletado, que valoriza o saber tradicional e preserva métodos de trabalho não industriais, desempenha um papel fundamental em sua produção, pois a artista acredita que a cerâmica tem a capacidade simbólica de armazenar a memória e nos ajudar a recordar.

Como muitos brasileiros de sua geração, Sallisa enfrenta desafios e incertezas ao tentar compreender sua própria ancestralidade. A progressiva perda de memória de sua avó, uma figura central na união dos fios que tecem sua história familiar fragmentada, é uma das principais inspirações de “Topografia da Memória”.

Em sua prática artística, Sallisa trabalha com fotografia, vídeo, performance e instalação. Seu trabalho explora a conexão humana com a terra. Ela tem um interesse especial em colaborar com comunidades, ecoando uma das convicções da Audemars Piguet de que a cultura conecta as pessoas, contribuindo para o entendimento delas e entre elas. A artista utiliza barro coletado como material, estabelecendo uma conexão única com a terra, o solo e o território. Tendo trabalhado antes no Rio de Janeiro, Sallisa recentemente se mudou para Amsterdã para participar de uma residência artística na Rijksakademie.

A Audemars Piguet Contemporary trabalhou em estreita colaboração com o curador independente Thiago de Paula Souza na realização de “Topografia da Memória”, apoiando Rosa na evolução de sua prática artística. Thiago, que é originalmente de São Paulo e atualmente vive em Gotemburgo, fez a curadoria de várias exposições internacionais e traz um extenso conhecimento do cenário da arte contemporânea brasileira. Sua colaboração com a Audemars Piguet Contemporary no comissionamento de uma obra de Sallisa Rosa destaca a missão contínua do programa de apoiar artistas em várias etapas de suas carreiras, em diferentes áreas de pesquisa, especialização e produção artística, incentivando o diálogo com os públicos globais. “Trazer Topografia da Memória para a Pinacoteca tem um significado especial para mim. É quase como se a obra estivesse voltando para casa. A terra é o lugar da memória, e esta instalação explora relações e conexões com a terra, o território e a memória – temas importantes para as comunidades brasileiras. Minha intenção é que as pessoas percorram a obra ativando a memória coletiva”, afirma Sallisa Rosa.

Sobre Sallisa Rosa | Sallisa Rosa (1986, Goiânia, Brasil) vive atualmente em Amsterdã para participar de uma residência artística na Rijksakademie. Ela teve sua primeira exposição individual no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro em 2021. Seu trabalho foi incluído em exposições coletivas na SNAP, em Xangai (2023); no Visual Arts Center, no Texas (2022); no Théâtre de L’Usine, em Genebra (2022); na Royal Academy of Arts, em Londres (2021); no Paço das Artes, em São Paulo (2021); na Frestas – Trienal de Artes, em Sorocaba (2020/21); na Anya and Andrew Shiva Gallery, em Nova York (2020); no Museu de Arte do Rio, (2020, 2017); no Museu de Arte de São Paulo (2022, 2020, 2019); no Banco do Brasil Centro Cultural, no Rio de Janeiro (2019) e na Bienal de Barro de Caruaru (2019), entre outros. Rosa foi indicada ao Prêmio PIPA (2022, 2020) e é uma beneficiária do Prêmio Seed do Fundo Príncipe Claus (2021).

Sobre Thiago de Paula Souza | Thiago de Paula Souza é curador e educador que se interessa pela ampliação e reelaboração do formato de exposição, bem como pela capacidade da arte contemporânea e da educação de repensar o passado e criar novos códigos éticos. Sua prática envolve diferentes configurações de conhecimento e poder, permitindo contradições e construindo infraestruturas para imaginar um mundo onde a violência não seja mais seu fundamento. Em 2022, foi cocriador das exposições “While we are embattled”, no Para Site, Hong Kong, e Atos de revolta, no MAM-Rio. Entre 2020 e 2021, fez parte da equipe curatorial da 3ª edição da Frestas – Trienal de Artes, São Paulo, organizada pelo Sesc-SP. Em 2018/2019, foi bolsista do Programa Pós-acadêmico da BAK em Utrecht, onde também fez a curadoria da primeira exposição individual de Tony Cokes na Holanda. Ele integrou a equipe curatorial de We don’t need another hero – 10th Berlin Biennale (2018) e, mais recentemente, foi conselheiro curatorial da 58th Carnegie International (2021/2022). Atualmente, faz parte do programa de doutorado da HDK-Valand, da Universidade de Gotemburgo, na Suécia, e é cocurador do programa Nomadic do Vleeshal Center for Contemporary Art.

(Fonte: Pinacoteca de São Paulo)