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Projeto leva médicos e enfermeiros residentes às ruas de São Paulo para atendimento à população em situação de rua

São Paulo, por Kleber Patricio

Foto: Alterio Felines/ Pixabay.

Segundo o Censo da População em Situação de Rua da Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social da Prefeitura de São Paulo, realizado no final de 2021, o número de pessoas em situação de rua saltou de 24.344 em 2019 para 31.884. Este levantamento se deu depois do início da crise sanitária deflagrada pela pandemia de coronavírus. O recenseamento feito em 2019 só teria de ser repetido em 2023. No entanto, considerando o agravamento da crise e a necessidade de oferecer respostas rápidas para apoiar essa população, a atual gestão se antecipou ao calendário e traçou o diagnóstico da realidade atual.

Com base neste contexto, uma ação já em andamento do Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do Sistema Único de Saúde (PROADI-SUS), do Ministério da Saúde e com execução do Hospital Sírio-Libanês, levará até outubro de 2023 mais de 100 profissionais de saúde entre médicos e enfermeiros residentes e egressos às ruas da capital paulista para oferecer atendimento humanizado a estas famílias, em parceria com Secretaria Municipal de Saúde de São Paulo (SMS-SP) e com o Centro Social Nossa Senhora do Bom Parto (Bompar), por meio das Equipes de Consultório na Rua Bompar.

A iniciativa vem possibilitando que estes profissionais vivenciem o atendimento às populações mais vulneráveis, proporcionando uma experiência de cuidado integral à saúde em regiões com recursos limitados e/ou de acesso, que por vezes enfrentam dificuldade em fixar um profissional da área de saúde nessas localidades. Segundo a especialista de projetos do Sírio-libanês, Camila Barcelos, “antes da imersão, os participantes realizam um curso teórico sobre o assunto e um acolhimento pela equipe do projeto, que permite compreender um pouco sobre o que vivenciarão”.

A ação teve início no mês de julho de 2022 e será realizada até outubro de 2023, atuando nos bairros da capital paulista nos quais esta população está em maior número, como Belenzinho, Brás, Mooca, Pari, Vila Nova York, Pinheiros, Lapa, Santa Cecília, Bom Retiro, Barra Funda, Sé, República e Nossa Senhora do Brasil, os quais compreendem os campos de atuação das Equipes de Consultório na Rua, dentro das Coordenadorias Regionais de Saúde, Sudeste, Oeste e Centro, como cenários de prática.

De acordo com Maira Larissa, residente participante do projeto, “ingressar nesse programa foi uma experiência além das minhas expectativas. Enquanto atendemos a população nos consultórios na rua, essas pessoas compartilham histórias de vida muito difíceis e o nosso propósito é levar o atendimento que almejamos e que elas merecem, de forma singular. Para isso, não podemos passar despercebidamente por uma pessoa em situação de rua”. Maira ainda conta que, nessas situações, “é difícil separar o profissional do pessoal, porque somos uma só pessoa: a minha profissão é somente o meu exercício – o que eu faço durante o dia. Não tem como eu não levar essas histórias para casa”, complementa a residente.

Já na visão da Responsável Técnica (RT) de enfermagem dos Consultórios na Rua Bompar/SMS-SP, Ana Paula Cruz Almeida, e do médico supervisor das equipes CNR do Bompar, Arlindo Frederico Júnior, a parceria com o PROADI-SUS representa uma oportunidade de expandir a atuação do trabalho na área da saúde com foco na Atenção Básica, como porta de entrada e garantia do direito de acesso ao serviço público. “O projeto tem dado a possibilidade de que os profissionais inscritos passem a olhar suas cidades e seu entorno com outros olhos, de modo que possam contribuir com tantos outros profissionais a experiência que estão vivenciando com as nossas equipes”, afirma Ana Paula. Arlindo reforça que a expectativa é garantir profissionais preparados e empáticos para expandir este trabalho em outras localidades: “Além de almejarmos que a residência seja multiprofissional, pois assim teremos a possibilidade de uma sensibilização mais holística com outros atores que podem contribuir com o cuidado integral das Pessoas em situação de rua”.

Para Rodrigo Wilson de Souza, gerente de projetos do PROADI-SUS pelo Sírio-Libanês, os residentes que atendem essa população atuam tanto na promoção e prevenção, como no tratamento e acompanhamento relacionado com doenças crônicas, saúde mental, planejamento familiar, acompanhamento de gestantes e de crianças. “Hoje, temos um contexto de famílias inteiras em situação vulnerável. Então as necessidades de atendimento mudaram e o projeto se adaptou a essa nova e preocupante realidade. Atender com equidade as necessidades da nossa população é uma luta diária, mas sabemos que esse tipo de ação tem um impacto extremamente importante na vida dessas pessoas”.

Esta iniciativa é uma entrega do projeto de Residências do Hospital Sírio-Libanês, que é executado por meio do PROADI-SUS via Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde do Ministério da Saúde (SGTES/MS) em parceria com o Conselho Nacional de Secretários de  Saúde (CONASS), Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (CONASEMS) e da Secretaria Municipal de Saúde de São Paulo.

Sobre o Centro Social Nossa Senhora do Bom Parto, no que tange ao Consultório na Rua Bompar/SMS

O Centro Social Nossa Senhora do Bom Parto, Entidade Beneficente da Igreja Católica, completou 75 anos de luta pelos direitos das populações em situação de vulnerabilidade. São 52 equipamentos voltados ao atendimento de idosos, crianças, adolescentes, mulheres e pessoas em situação de rua.

O Núcleo Consultório na Rua Bompar, em parceria com a Secretária Municipal de Saúde de São Paulo é o responsável, há 18 anos, pela assistência integral às pessoas em situação de rua da cidade de São Paulo. Hoje, são 25 Equipes constituídas por médicos, enfermeiros, assistentes sociais, dentistas, psicólogos, agentes de saúde e sociais de rua, auxiliares técnicos administrativos, de enfermagem e de saúde bucal, além do apoio dos motoristas, responsáveis pelo transporte de pacientes e equipe atuando em todas as seis Coordenadorias de Saúde do município.

Pessoas em situação de rua vivem em estado de vulnerabilidade extrema, favorecendo o aparecimento e desenvolvimento de várias doenças, inclusive do espectro emocional, as quais podem ter desfechos graves se não forem diagnosticadas, tratadas e acompanhadas. O trabalho destes profissionais visa à atenção integral, centrada na pessoa, com objetivos primordiais da inserção social saudável e exercício pleno da cidadania; um desafio diário no cumprimento dos Princípios do SUS.

Na visão da Gestora do Consultório na Rua Bompar/SMS, Marta Regina Marques Akiyama, a parceria com o Hospital Sírio-Libanês e PROADI-SUS é de fundamental importância no desenvolvimento de futuros profissionais de todo o Brasil, sensibilizados nas questões de saúde da população em situação de rua e defensores da causa, para tanto garante sempre as portas abertas para esta importante iniciativa.

Sobre o PROADI-SUS

O Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do Sistema Único de Saúde, PROADI-SUS, foi criado em 2009 com o propósito de apoiar e aprimorar o SUS por meio de projetos de capacitação de recursos humanos, pesquisa, avaliação e incorporação de tecnologias, gestão e assistência especializada demandados pelo Ministério da Saúde. Hoje, o programa reúne seis hospitais sem fins lucrativos que são referência em qualidade médico-assistencial e gestão: Hospital Alemão Oswaldo Cruz, BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo, HCor, Hospital Israelita Albert Einstein, Hospital Moinhos de Vento e Hospital Sírio-Libanês. Os recursos do PROADI-SUS advêm da imunidade fiscal dos hospitais participantes. Os projetos levam à população a expertise dos hospitais em iniciativas que atendem necessidades do SUS. Entre os principais benefícios do PROADI-SUS, destacam-se a redução de filas de espera; qualificação de profissionais; pesquisas do interesse da saúde pública para necessidades atuais da população brasileira; gestão do cuidado apoiada por inteligência artificial e melhoria da gestão de hospitais públicos e filantrópicos em todo o Brasil. Para mais informações sobre o Programa e projetos vigentes no atual triênio, acesse: https://hospitais.proadi-sus.org.br.

(Fonte: BCW – Burson Cohn & Wolfe)

SP ganhará espaço de convivência na região da Paulista

São Paulo, por Kleber Patricio

Imagem: divulgação.

Daqui a um ano, quando chegar aos 470 anos, a cidade de São Paulo ganhará um presente que a colocará no mapa internacional de exemplos de urbanização sustentável e mobilidade ativa: uma área verde de aproximadamente 10 mil m² na região da Avenida Paulista, com mais de 400 árvores plantadas e mobiliário urbano assinado pelo premiado Estúdio Campana, dos irmãos Humberto e Fernando Campana.

O boulevard, dedicado à convivência, à cultura e à inclusão social será construído em um trecho das alamedas Rio Claro e das Flores e da Rua São Carlos do Pinhal e as obras terão início ainda no primeiro semestre de 2023.

O projeto, batizado de “Sua Rua”, assinado pelo escritório Levisky Arquitetos Estratégia Urbana e inspirado na movimentação que já ocorre nas maiores metrópoles do mundo para colocar o pedestre como o foco das atenções, é resultado de um acordo de cooperação entre a Prefeitura de São Paulo e a Associação São Paulo Capital da Diversidade (sem fins lucrativos). Ele conta com o apoio da Cidade Matarazzo e da Brookfield Properties, líder mundial em desenvolvimento e operação de ativos imobiliários de alta qualidade. O investimento, totalmente privado, para a implementação e a gestão do boulevard será de aproximadamente R$125 milhões.

O espaço de convivência e circulação terá uma nova iluminação pública com fios aterrados e de baixo consumo de energia, pavimentação artística e acessível, com mesas, cadeiras e jardineiras criadas pelos irmãos Campana, e oferecerá wi-fi gratuito em toda a sua extensão. O local também terá quiosques para experiências gastronômicas feitas com ingredientes orgânicos e associadas a projetos de inclusão social.

A arquiteta e urbanista Adriana Levisky, responsável pelo projeto, explica que o boulevard levará arte, cultura e educação ambiental de forma gratuita e acessível e servirá também como um espaço de descanso para quem transita diariamente pela região da Paulista – segundo a Associação Paulista Viva, o fluxo diário na região é de mais de um milhão de pessoas.

O espaço contará com intervenções urbanas, exposições temporárias, áreas de contemplação e repouso e oferecerá conteúdo educativo sobre o meio ambiente – por exemplo, o público conhecerá um pouco mais de cada espécie de árvore que será plantada ali e também curiosidades sobre a fauna e a flora e as comunidades indígenas da Mata Atlântica.

Para Alexandre Allard, empresário que integra a Associação São Paulo Capital da Diversidade e é o fundador da Cidade Matarazzo, o “Sua Rua” vai “trazer a natureza de volta para a cidade, mostrar como a natureza muda a nossa vida, impacta a felicidade e, mais do que isso, trazer eficiência e quebrar a rotina de estresse numa região tão movimentada como a da Paulista”.

(Fonte: Cobogó Relações Públicas)

Programa Qualificação em Artes abre inscrições para grupos de teatro e dança

São Paulo, por Kleber Patricio

Mostra de Teatro 2022: Cia. Fatria Alatere. Fotos: Jamil Kubruk.

Companhias de dança e teatro do interior, litoral e região metropolitana que desejam aprimorar suas técnicas e repertório já podem se inscrever para a edição 2023 do Programa de Qualificação em Artes (PQA), realizado por Oficinas Culturais – programa da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Estado de São Paulo e gerenciado pela Poiesis. O chamamento fica aberto entre 19 de janeiro e 5 de março e a participação é gratuita.

O Programa de Qualificação em Artes colabora com o aprimoramento artístico dos grupos de dança e de teatro que não são da capital paulista, de modo a descentralizar a cena cultural e fortalecer os espetáculos pelas regiões interiorana, litorânea e metropolitana do Estado. Os encontros são feitos por especialistas dessas linguagens, oferecendo ampla orientação artística. O objetivo é colaborar na ampliação do repertório dos grupos, promover visibilidade nos territórios de origem, aprimorar técnicas, fortalecer identidade, estimular a diversidade na equipe profissional envolvida na produção, além de apoiar na busca de parcerias para a realização e sustentabilidade dos espetáculos.

“A principal característica do Programa de Qualificação em Artes, desde sempre, é a de ‘artistas- orientando-artistas’, dando apoio e suporte artístico de diversos formatos aos grupos do interior, região metropolitana e litoral do estado de São Paulo, sempre no sentido de qualificar, orientar, trazer conhecimento a estes grupos para o crescimento dos seus projetos. Os grupos se inscrevem e o programa, por meio dos artistas-orientadores, auxilia esses grupos, fortalecendo os projetos teatrais”, explica a coordenadora do Programa de Qualificação em Artes, Kelly Cristine.

Mostra de Dança 2022: Grupo Refem.

No total, serão selecionados até 47 grupos de teatro e de 13 grupos de dança, desde que tenham atuação comprovada de, no mínimo, um ano. Com a possibilidade de flexibilização das medidas sanitárias contra a Covid-19, as orientações no ano de 2023 acontecerão no formato híbrido (parte presencial e parte remota). Ao longo do programa, será desenvolvido um trabalho artístico com os grupos que receberão suporte para criar com orientação personalizada e atenta às especificidades dos projetos inscritos.

Alcance cênico pelo estado paulista | Desde o ano 2014, o PQA já atendeu mais de 420 grupos e coletivos de teatro e mais de 90 grupos e companhias de dança, dando oportunidade para que mais grupos possam ser reconhecidos dentro desse cenário. Para este ano, o programa terá como curadores a atriz, dançarina, professora e diretora de teatro Aysha Nascimento e o coreógrafo e videomaker Alex Soares.

Vagas para orientadores artísticos e estagiários | Artistas de teatro e de dança com trajetórias consolidadas, residentes do estado de São Paulo, também encontram um chamamento para atuarem como artistas-orientadores (as). E estudantes universitários dessas áreas cênicas podem se candidatar às vagas de estágio. Para esses públicos, a inscrição segue aberta de 26 de janeiro a 10 de fevereiro. Profissionais interessados devem consultar as condições do respectivo chamamento 2023 a partir de 26/1 no site do programa Oficinas Culturais.

Serviço:

Chamamento 2023 – Programa de Qualificação em Artes

Seleção de grupos de Dança

Inscrições: 19/1 a 5/2 – Clique aqui.

Seleção de grupos de Teatro

Inscrições: 19/1 a 5/2 – Clique aqui.

Sobre o Programa Oficinas Culturais

Como uma iniciativa da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Governo do Estado de São Paulo desde 1986, e gerenciado pela POIESIS — Organização Social de Cultura, o Programa Oficinas Culturais promove formação e vivência à população no campo da cultura. O programa dialoga com o interior por meio de dois festivais (FLI – Festival Literário e MIA – Festival de Música Instrumental), Ciclos de Gestão Cultural, Ciclos de Estudos sobre Cultura Tradicional e Contemporaneidade, Programa Qualificação em Artes (qualificação artística de 60 grupos, entre teatro e dança), o Programa de Formação no Interior e ações dedicadas à pesquisa e à experimentação nas diversas linguagens artísticas, a partir da relação direta com 360 municípios, em mais de 600 atividades de formação. Além disso, na cidade de São Paulo, o programa realiza atividades de formação e difusão em três espaços: Oficina Cultural Oswald de Andrade (Bom Retiro), Oficina Cultural Alfredo Volpi (Itaquera) e Oficina Cultural Maestro Juan Serrano (Taipas).

(Fonte: Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Estado de São Paulo)

MIS Experience recebe exposição “Michelangelo: O Mestre da Capela Sistina”

São Paulo, por Kleber Patricio

Foto: website da exposição.

Na última quarta-feira (25), aconteceu a abertura da maior exposição imersiva já realizada no Brasil sobre a Capela Sistina e os afrescos de Michelangelo, que estão entre as mais famosas obras da história da arte, no MIS Experience. O evento faz parte da celebração dos 469 anos da cidade de São Paulo.

A mostra “Michelangelo: O Mestre da Capela Sistina” pode ser visitada até dia 30 de abril e tem curadoria do professor e historiador da arte Luiz Cesar Marques Filho. Os conteúdos da exposição trazem informações sobre a construção da Capela, suas tradições e seu uso pelo Vaticano, com destaque para uma maquete que reproduz afrescos e detalhes interiores.

 “Michelangelo expressou nas suas pinturas e esculturas a beleza do corpo humano, que era o reflexo e a imagem de Deus”, destacou a secretária da Cultura e Economia Criativa do Estado, Marília Marton. “Por favor, experimentem, visitem a exposição e vocês vão encontrar uma grande experiência e divina”, afirma.

A reprodução gigante do teto da Capela Sistina, com estrutura criada exclusivamente para esta exposição, vai proporcionar ao público uma experiência inédita de imersão no ambiente. Com mil metros quadrados divididos em 14 salas expositivas, a mostra traz espaços dedicados à arquitetura, história e curiosidades da Capela Sistina. Também haverá um espaço dedicado ao Conclave, reunião dos cardeais para escolher um novo Papa, assim como a réplica da chave da Capela Sistina, trazida diretamente do Vaticano.

Os visitantes também poderão conferir desenhos, estudos e projetos do renascentista Michelangelo. A reprodução em larga escala do ateliê do artista é um dos destaques da seção, que apresenta gravuras gigantes das obras, cartas, manuscritos e documentos sobre o processo de desenvolvimento dos afrescos. As réplicas das esculturas selecionadas contemplam diferentes fases da trajetória de Michelangelo, entre elas, uma das primeiras peças produzidas pelo artista, “Madonna da escada” (1491).

Os ingressos para a exposição, com classificação livre para todas as idades, já estão disponíveis exclusivamente no site da exposição. A venda nas bilheterias do MIS Experience será iniciada nesta quarta-feira. A exposição pode ser visitada às terças, quartas, quintas, sextas e domingos das 10h às 18h; e aos sábados e feriados, das 10h às 19h.

Os ingressos são gratuitos às terças; entre quartas e sextas, têm o custo de R$30 (inteira) e R$15 (meia); e aos sábados, domingos e feriados, de R$50 (inteira) e R$25 (meia). Crianças até 7 anos têm entrada gratuita.

Serviço:

Exposição “Michelangelo: O Mestre da Capela Sistina”

Data: de 25/1 a 30/4

Venda de ingressos: site e, a partir de 26/1, também nas bilheterias do MIS Experience

Valores: gratuito às terças; quartas a sextas: R$30,00 (inteira) e R$15,00 (meia); sábados, domingos e feriados: R$50,00 (inteira) e R$25,00 (meia). Crianças até 7 anos têm entrada gratuita.

Horários: terças, quartas, quintas, sextas e domingos: 10h às 18h; sábados e feriados: 10h às 19h

Local: MIS Experience – Rua Cenno Sbrighi, 250 – Água Branca – São Paulo (SP)

Formato: presencial.

(Fonte: Secretaria da Cultura e Economia Criativa do Estado de São Paulo)

Com elenco feminino, “Parque Industrial”, romance de Pagu, faz temporada na Oficina Oswald de Andrade

São Paulo, por Kleber Patricio

Cena no bairro paulistano do Brás, onde o romance e a peça são ambientados. Fotos: Jennifer Glass.

Idealizada pela diretora Gilka Verana, “Parque Industrial” é uma adaptação para o teatro do livro de 1933, da escritora e ativista política Pagu. O romance proletário, como definiu a própria autora no subtítulo da edição, aborda a vida de mulheres trabalhadoras no início do século XX, em uma reflexão sobre as condições de classe e gênero principalmente. A peça faz temporada a partir do dia 1º de fevereiro, e segue em cartaz até dia 16, na Oficina Cultural Oswald de Andrade. As apresentações são gratuitas.

A escritora, diretora, tradutora, jornalista e militante política Patrícia Galvão, a Pagu, publicou o livro sob o pseudônimo de Mara Lobo. A obra faz um retrato da cidade de São Paulo da década de 1930 e expõe de forma crua as condições de abandono e exploração no cotidiano das mulheres trabalhadoras. “A obra de Pagu tem como temas principais a luta de classes e as mulheres operárias. Na peça, quis criar uma conexão com nosso tempo, a São Paulo que vivemos e também trazer um olhar para o protagonismo feminino no enfrentamento das mazelas produzidas pelo capitalismo”, revela Gilka Verana sobre a adaptação da peça feita por ela.

Verana também mergulhou no trabalho de Pagu para atualizar o debate sobre a participação feminina atual nos cenários cultural e social brasileiro. Com uma equipe 100% feminina, o espetáculo revisa assuntos denunciados por Pagu há quase 90 anos: o machismo, a exploração da mulher, o assédio sexual no trabalho, a violência doméstica, a desigualdade de classe e gênero, o racismo estrutural. “São pautas hoje amplamente discutidas, mas que já estavam em ebulição na época e foram apontadas por Pagu a partir de um ponto de vista feminino e feminista”, coloca Gilka.

A diretora conta que a peça lida com as questões políticas e sociais do romance proletário de Pagu e também com a materialidade poética de sua escrita. Para Gilka, Pagu faz denúncias sobre a situação feminina em diferentes classes sociais, tanto no ambiente social quanto no privado. “Pagu critica também a feminilidade que performa para agradar ao patriarcado e o feminismo elitista. Ela não apazigua. Ela nos faz confrontar e nos apropriarmos dessa discussão ao mesmo tempo em que abre os caminhos para refletirmos sobre nossa condição atual enquanto mulheres, trabalhadoras e artistas”, revela a diretora.

Diferentemente do livro, que conta com três principais protagonistas, a peça traz onze mulheres em cena, todas com destaques, com linhas narrativas que se constroem e dissipam. Sem a presença de homens, as personagens masculinas são representadas de diferentes formas: um manequim, máscaras, vozes em off, leituras das falas dos homens feitas pelas atrizes. “Esse olhar vivo em relação ao seu próprio tempo define a importância do resgate dessa obra, principalmente ao constatarmos que se tratam de desafios sociais enfrentados ainda hoje em batalhas contra praticamente as mesmas opressões e desigualdades”, finaliza a diretora.

Ambientação | A dramaturgia é composta por um prólogo, dezessete cenas e um epílogo, e se estrutura em camadas: a narrativa, conduzida por um coro de operárias; o videografismo e vídeo mapping, camada que faz um traçado histórico entre presente e passado, com imagens de documentos históricos e o cenário atual de São Paulo; a musical, composta por música ao vivo, que incorpora e tece as diferentes atmosferas de cada cena; e a camada Pagu, composta por fragmentos de outras obras de Patrícia Galvão como poemas e trechos de artigos.

O romance proletário de Pagu

O livro “Parque Industrial” faz uma transposição literária da fala e do modo de vida da mulher proletária em São Paulo na década de 1930, e tem como cenário o bairro do Brás, um dos mais representativos da entrada do trabalho industrial no Brasil.

É ao redor das fábricas de tecelagem dessa região que acompanhamos a trajetória de três mulheres: Corina, que se torna trabalhadora do sexo ao ser demitida por engravidar e não ser casada; Eleonora, que escapa da pobreza ao se casar com o rico Alfredo Rocha; e Otávia, uma militante que também se envolve com Alfredo.

São personagens nada heroicas, carregadas de desilusão, dor, desespero e falta de perspectiva, que buscam sobreviver em meio ao movimento dilacerante do progresso da cidade de São Paulo.

O enredo não se limita à trajetória das três personagens mencionadas aqui. Ele se apresenta como um mosaico complexo de uma cidade vista sob uma lente de aumento narrativa que amplia a perspectiva do lado voraz do progresso. A cidade de São Paulo, portanto, torna-se uma personagem tanto quanto as próprias mulheres.

Sinopse | O espetáculo mergulha no romance “Parque Industrial’, de Pagu (Mara Lobo), que denuncia as condições precárias das mulheres trabalhadoras da década de 1930. Ao embarcar nessa obra quase um século depois de sua publicação, onze mulheres refletem sobre os desafios políticos e sociais enfrentados ainda hoje em batalhas contra praticamente as mesmas opressões e desigualdades.

Direção e dramaturgia | Gilka Verana é mestra em Performance e Cultura pela Goldsmiths College University of London (Londres, 2011) e graduou-se como Bacharel em Prática Teatral: Arte Performática pela Royal Central School of Speech and Drama University of London (Londres, 2009). Idealizou, atuou e produziu o espetáculo “As Mamas de Tirésias”, dirigido por André Capuano, na Oficina Cultural Oswald de Andrade (SP, 2020); é atriz criadora no espetáculo “Feminino Abjeto I” (2017), dirigido por Janaina Leite; e integrante do coletivo USO Teatro Urbano, que desenvolve pesquisa e criação de aproximação máxima entre as artes do corpo e o cotidiano urbano. No coletivo foi atriz criadora nos espetáculos “Corpo_Cidade Rotinas_(ficção)”, dirigido por André Capuano (2016) e “Corpo_Cidade_Bom_Retiro” (2014), dirigido por André Capuano e Paula Petreca.

Ficha Técnica

PARQUE INDUSTRIAL

Uma adaptação para o teatro do romance Parque Industrial de Patrícia Galvão | PAGU | Mara Lobo

Direção e Adaptação: Gilka Verana

Produção: Aura Cunha e Yumi Ogino

Elenco: Barbara Garcia, Bruna Betito, Emilene Gutierrez, Ericka Leal, Flávia Rossi Tápias, Letícia Bassit e Tati Caltabiano

Composição musical, piano e operação de som: Natália Nery, Lana Scott e Clara Kok

Direção musical e teclado: Natália Nery

Assistente de direção musical, técnica de som e baixo: Lana Scott

Sax e Flauta: Clara Kok

Participação Especial: Gabriela Menezes (Cantora Lírica)

Preparação Corporal e Desenho de Movimento: Paula Petreca

Cenografia e Figurino: Silvana Marcondes

Assistência de Cenografia e Figurino: Carolina Petrucci e Maria Vitória Royer

Videografia: Bianca Turner

Assistente de Videografia: Vic Von Poser

Iluminação: Danielle Meireles

Provocação Cênica: Janaina Leite e Cris Rocha

Provocação Dramatúrgica: Dione Carlos

Colaboração na Investigação Vocal: André Capuano

Costuras: Judite de Lima, Marcelo Leão, Oficina de costura Nicolle e Lika Alves

Construção de Cenário: Edilson Quina ( Urso ), Cíntia Matos e Julio Dojcsar

Montagem: Cezar Renzi

Intérprete de Libras: Mirian Caxilé e Lilian Lino

Imersão Urbana: USO – Teatro Urbano

Imersão Litoral: Mariana Pereira

Assessoria de Imprensa: Canal Aberto Comunicação | Márcia Marques

Fotos de Divulgação: Jennifer Glass e Andréa Menegon

Apoio: Oficinas Culturais Oswald de Andrade.

Serviço:

De 1 a 16 de fevereiro; de terça a sexta às 19h30 e sábado às 14h30 e às 18h00.

Oficina Cultural Oswald de Andrade

Rua Três Rios, 363 – Bom Retiro – São Paulo (SP)

Gratuito – retirada de ingresso uma hora antes

Duração: 120 minutos | Indicação: 16 anos

Ingressos distribuídos na bilheteria do espaço com uma hora de antecedência.

(Fonte: Canal Aberto Assessoria de Imprensa)