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Funarte SP recebe exposição “O Gabinete dos Desinteresses e Mediocridades”, de Renato Bolelli Rebouças

São Paulo, por Kleber Patricio

Detalhe de “Animalia”, que integra o Gabinete dos Desinteresses e Mediocridades. Foto: Renato Bolelli Rebouças.

Consumismo, destruição, memória e afetividade são as forças norteadoras da exposição “O Gabinete dos Desinteresses e Mediocridades: Réquiem para o Antropoceno”, de Renato Bolelli Rebouças. A mostra, que ocupa a Funarte São Paulo entre os dias 29 de julho e 27 de agosto, com visitação diária das 14h às 19h, une a um só tempo artes visuais, artes cênicas, arqueologia e sustentabilidade. No dia 19 de agosto também acontecem performances com artistas convidados, das 14h às 18h.

Bolelli transita no cenário nacional e internacional em torno das artes cênicas como cenógrafo, diretor de arte, figurinista, arquiteto, pesquisador e professor. Este ano, por exemplo, atuou como um dos curadores da 15ª Edição da Quadrienal de Praga – evento mundialmente conhecido que acontece a cada quatro anos e traz destaques do design da performance, da cenografia e da arquitetura teatral para a linha de frente de atividades culturais – e o trabalho da equipe levou o prêmio de Best Team Working pela representação do Brasil no evento.

“O Gabinete dos Desinteresses e Mediocridades: Réquiem para o Antropoceno”, em boa medida, costura essas atuações ao longo de sua trajetória: começou há cerca de quinze anos, em viagens e apresentações no Brasil e fora do país recolhendo objetos que chamavam sua atenção abandonados nas ruas, bem como restos de cenários, de figurinos e de adereços de projetos anteriores. Mais tarde, com a sistematização dessa catalogação dos objetos, transformou essa ação em pesquisa de seu doutorado, defendido no departamento de Artes Cênicas da USP com a tese “Espaços e materiais residuais em potência performativa: Cenografia Expandida a partir do Sul”.

A exposição é um desdobramento deste trabalho iniciado há mais de uma década e apresenta uma série de instalações cenográficas multiculturais com materiais coletados em mais de trinta cidades de dez países, que ocupa as galerias Flávio de Carvalho e Mário Schenberg, da Funarte.

A mostra também liga outras duas percepções fundamentais na construção dessas instalações. De um lado, a ação do homem no mundo, com o descarte de objetos. “A ideia é reduzir cada vez mais o consumo. Essa possibilidade de dar uma nova vida aos objetos, aos restos, sempre me tocou muito”, comenta. De outro, a colonização dos países do hemisfério sul. “Essa mostra é um desdobramento da minha pesquisa de doutorado. Por meio de uma perspectiva decolonial, minha intenção foi dar conta dessa produção proveniente do Sul do planeta. Fui percebendo as muitas semelhanças entre as nações latino-americanas, africanas e até asiáticas, como a Índia”, diz o artista.

Construção pela destruição

Para o artista, a existência de todos esses resíduos é um retrato da sociedade ocidental contemporânea, centrada no consumismo e na destruição constante. Mesmo assim, foi possível encontrar uma dimensão afetiva para a construção dessa espécie de Gabinete de Curiosidades e Maravilhas – espaços criados a partir do século 17 na Europa que deram origem aos futuros museus de História Natural, as exposições de arte e os laboratórios científicos.

Esses gabinetes, também chamados de “Teatros do Mundo” (Theatrum Mundum), intensificaram o colecionismo e a catalogação das espécies de plantas, animais e minerais encontrados fora do continente europeu durante o período das Grandes Navegações. “Se, de um lado, tínhamos riqueza, suntuosidade e exuberância no continente europeu, de outro tínhamos a destruição progressiva dos territórios colonizados, em um processo constante de dizimação de povos, ecossistemas e espécies nativas”, reflete Bolelli.

Com isso em mente, o artista criou seu próprio gabinete dedicado às coisas descartadas. No entanto, as curiosidades foram convertidas em desinteresses e as maravilhas em mediocridades, formando um pequeno circo de horrores repleto de delicadeza e poesia.

A exposição levanta questionamentos a respeito dos mais de 500 anos de exploração e destruição sistêmica dos países do sul global: afinal, como lidar com os destroços dessa devastação continuada? Sem se ater a apenas apresentar uma perspectiva negativa, o cenógrafo tem o objetivo de entender o que é possível avistar e construir a partir dos estilhaços dessas nações destruídas.

Teatro do mundo destroçado

As peças coletadas nesses quinze anos pelo artista foram divididas em duas grandes categorias: Natural (Animal, Vegetal e Mineral) e Artificial (Papel, Tecido, Vidro, Cerâmica e Plástico). Para organizar esse acervo, o cenógrafo levou em consideração a potência performativa dos materiais.

As peças expostas são fragmentos de objetos e elementos naturais em diferentes estados de deterioração, como cacos de cerâmicas e vidros, pedaços de móveis, roupas e acessórios, utensílios domésticos e do cotidiano, latas, embalagens, restos de materiais industriais, fantasias de carnaval e painéis cenográficos, além de troncos, galhos, folhagens secas, carcaças e ossos de animais, penas e insetos. O acervo inclui peças inusitadas, como um aparelho de correção postural doado durante a pesquisa, cartazes de propaganda e uma série de latas amassadas coletadas em Manchester, terra e ossos encontrados na Serra do Curral, em Minas Gerais. Guarda ainda algumas raridades, como um livro de teatro da década de 1910, uma fantasia de anjo que pertenceu a uma igreja e asas vermelhas de gafanhotos da Chapada Diamantina.

Para além da exibição desse conjunto inusitado e único foram montadas seis instalações com elementos inspirados nas maquinarias espetaculares utilizadas nas óperas barrocas. Esses elementos cenográficos serão ativados por performers durante a exibição da exposição.

Bolelli expõe um mundo de restos, dando forma a fantasmas e monstros de todas as espécies que assombram os seres humanos. Essas figuras habitam o fundo do mar, as águas, florestas e matas, o solo, o céu, e até o espaço, entulhando, poluindo e contaminando todos os ecossistemas.

Elementos sonoros, audiovisuais e de iluminação dão vida a esses seres, criando um teatro do mundo destroçado. É como se cada instalação representasse um ato de um espetáculo. O projeto tem trilha sonora e desenho de som do dj e pesquisador da cultura afrodiaspórica Eugênio Lima, e videoperformances criadas em parceria com artistas do Brasil, Inglaterra e Estados Unidos.

Ficha Técnica

Concepção, criação e expografia: Renato Bolelli Rebouças

Trilha sonora e desenho de som: Eugênio Lima

Assistentes de expografia e montagem: Anísio Serafim e Vinícius Valério

Estagiárixs de arte e montagem: Allan Wallace Santos Silva, Dan Salas, Guilherme Santii, Julia Cristina Cordeiro, Julia Tavares Bispo, Lais Damato, Loh Goulart, Nicholas Cotrim, Wanessa Lemos

Consultoria de luz: Claudia de Bem

Montagem cenotécnica: Francisco Mateus e Theo Moraes

Eletricista e montagem de luz: Everton Keishi

Performers vídeos: Ahn Vo, Bukuritós Aruanda, Laura Fajngold, Lowri Evans, Lua, Marina Medeiros, Monalisa Silva, Raphael Vianna, Renato Bolelli Rebouças, Roberto Alencar, Simone Gatti

Fotografia e montagem vídeos: Bukuritós Aruanda, Caio Brettas, Luiz Cruz, Renato Bolelli Rebouças

Edição vinhetas e vídeos dos monitores: Rafael Anastasi

Imagens: Andrea Lavezzaro, Acervo Usina da Alegria Planetária, Bukuritós Aruanda, Daraca, Renato Bolelli Rebouças

Trilha sonora vídeo de apresentação: NU – Naked Universe

Realização: Renato Bolelli Rebouças + Plataforma UAP | Usina da Alegria Planetária

Assessoria de imprensa: Canal Aberto – Márcia Marques, Daniele Valério e Flávia Fontes

Apoio: Funarte (por meio da Chamada Pública para ocupação de espaços/ 1o semestre de 2023) + Laboratório de Práticas Performativas da USP.

Serviço:

O Gabinete dos Desinteresses e Mediocridades

Funarte São Paulo – Galerias Flávio de Carvalho e Mário Schenberg

Endereço: Alameda Nothmann, 1058 – Campos Elíseos – São Paulo – SP

Abertura: 29 de julho de 2023, às 14h

Data: 29 de julho a 27 de agosto de 2023

Horário: Todos os dias da semana, das 14h às 19h

Entrada gratuita

Performances | 19 de agosto, das 14h às 18h: Performance com artistas convidadxs e debate com pesquisadorxs sobre o tema: “Entre o teatral e o expográfico; entre arquivos e repertórios – ideias para pensar uma cenografia expandida a partir do Sul”.

(Fonte: Canal Aberto Assessoria de Imprensa)

Mostra “Desenhos e Pinturas”, do artista plástico Gregório Gruber, marca sua volta na galeria São Paulo Flutuante

São Paulo, por Kleber Patricio

Fotos: Romulo Fialdini.

O artista plástico Gregório Gruber apresenta a mostra “Desenhos e Pinturas” até o dia 14 de outubro de 2023 na galeria São Paulo Flutuante, na Barra Funda, em São Paulo. O texto curatorial fica a cargo de Denise Mattar.

Reunindo cerca de 42 trabalhos inéditos e obras relevantes do seu acervo particular (entre pinturas acrílicas, pastel sobre papel, esculturas e assemblages), a exposição marca o retorno do artista – nascido em Santos, mas criado em São Paulo, que não expunha – de forma solo, há quase uma década. As obras datam de 2020, época da pandemia de Covid-19, até 2023, e mostram cenas (diurnas e noturnas) da capital paulistana, como Avenida Paulista, Vale do Anhangabaú, Parque Dom Pedro I, Marechal Deodoro e Pacaembu, entre outras.

Como parte complementar, será exibido o documentário “Gregório no Centro”, que foi contemplado pelo Programa de Ação Cultural – ProAC Expresso LAB 51/2020, “Prêmios por Histórico de Realização em Artes Visuais” da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Estado de São Paulo. Produzido por Lorena Hollander (filha do pintor), pesquisa e entrevista de Laura Escorel e captação e edição de Renata Chebel, o artista plástico, com 50 anos de atuação, abre seu estúdio e conta sobre suas primeiras lembranças do centro de São Paulo.

O artista já teve textos escritos sobre a sua obra por críticos, curadores e artistas como Aracy Amaral, Jacob Klintowitz, Miguel de Almeida, Pietro Maria Bardi, Carlos von Schmidt, Sheila Leirner, Olívio Tavares de Araújo, Wesley Duke Lee, Ernestina Karman, Jayme Maurício, Mario Schenberg, Flávio de Aquino, Roberto Pontual, Frederico de Morais, Flávio Motta e Radha Abramo.

“A vivência no Centro da cidade me fez querer pintar o meu entorno, os edifícios, as ruas e as pessoas que fazem parte do meu círculo. Foi a lição que a História da Arte me ensinou, como por exemplo, Van Gogh pintou Arles na sua época e Gauguin pintou as ilhas marquesas. Eu tinha essa consciência que precisava me relacionar com que estava perto”, afirma o artista que foi criado na Rua Martins Fontes, no centro de São Paulo, e é filho do também pintor Mário Gruber (1927–2011).

Sobre o artista

Gregório Gruber nasceu em 1951 em Santos/SP. Vive e trabalha em São Paulo. Surgiu no cenário artístico no início dos anos 70 como desenhista e gravador, coincidindo com a volta da figuração e da pintura.

Depois de entrar na faculdade de Artes Plásticas, na FAAP em São Paulo, viajou para a Europa e frequentou diversos cursos de artes em diferentes cidades como Paris, Londres e Amsterdam. Em 1974, a convite de Pietro Maria Bardi, voltou ao Brasil para realizar sua primeira mostra individual no MASP. A partir daí participou de diversas bienais, mostras em museus e de exposições em galerias pelo mundo todo.

Entre suas principais mostras estão XV Bienal Internacional de São Paulo, Bienal de Paris, O Desenho Moderno no Brasil e Retratos e Autorretratos na Coleção Gilberto Chateaubriand.

Foi premiado pela Associação Paulista de Críticos de Arte em Melhor gravura, ganhou o Prêmio de Aquisição no Salão Nacional de Artes Plásticas e, pela Funarte, foi premiado no 10º Salão Paulista de Arte Contemporânea. Em 1989, passou a criar também em seu estúdio em Barcelona onde ampliou seus recursos técnicos produzindo esculturas, pinturas matéricas e cenografias. Atualmente reside em São Paulo e na Serra da Cantareira, onde mantém um estúdio desde os anos 80, trabalhando com as mais variadas técnicas, como pintura a óleo e acrílica, escultura em argila e madeira, litografia, gravura em metal e assemblage.

Sobre a galeria São Paulo Flutuante

A Galeria São Paulo resultou de um ideal inspirado na paixão pela produção de arte brasileira, provavelmente a mais pródiga do mundo, e da precariedade dos mercados para seu florescimento na época de sua inauguração.

A marchande Regina Boni, que iniciara precocemente sua aliança e história com a arte, vinha nessa época – depois de sua vivência exuberante com o grupo tropicalista, iniciada pela marchande brasileira Ceres Franco, dona da histórica galeria L’oeil de Boeuf em Paris – desenvolvendo trabalhos que envolviam eventos no circuito das galerias europeias.

Anos depois, voltando ao Brasil pretendeu criar um novo modelo, que contra todas as opiniões dos estrategistas de mercado, abriria uma nova realidade para a produção das artes plásticas brasileiras.  Um espaço construído, projetado pelo arquiteto Marcos Acayaba, para ver, viver, discutir, debater, adquirir arte. Bonito, grande e moderno. E que pudesse abrigar outros eventos além da tradicional pintura. Um acervo adquirido junto aos grandes artistas e artistas jovens.

Eventos institucionais, edição de catálogos com texto de críticos, escritores e intelectuais de vanguarda. Ações culturais de grande porte gerando interesse das mídias escritas e televisivas. Participação e colaboração importantíssima de alguns colecionadores como Adolpho Leirner e Gilberto Chateaubriand, que aderiram à sua ideia efetuando compras sistemáticas junto ao acervo da galeria durante seus primeiros dois anos, garantindo a sobrevivência da mesma.

A galeria São Paulo, em pouco tempo, mereceu o troféu dado pela APCA pelo desenvolvimento de todo o setor.  Com o apoio de artistas consagrados e interesse de jovens talentos que aderiram ao movimento, a galeria se tornou conhecida e ampliou sua base, um mercado novo e eficaz.

No ano de 1986, a galeria São Paulo realiza uma exposição histórica, revelando ao público brasileiro e internacional a obra de Hélio Oiticica, realizada através do apoio do Projeto HO e com a colaboração e participação dos artistas Luciano Figueiredo, Lygia Pape, Lygia Clark e do poeta Wally Salomão. Críticos europeus, depois responsáveis pela divulgação da obra nos circuitos internacionais, como Guy Brett e Catherine David, responsáveis pela implantação de Hélio Oiticica no mercado internacional, foram trazidos ao Brasil pela galeria. Na primeira retrospectiva de Hélio Oiticica, foram expostas pela primeira vez em uma galeria, obras emblemáticas como “Parangolés” e o “Penetrável Tropicália”, além de bólides, meta-esquemas e outros trabalhos. Uma parte da escola de samba Mangueira veio do Rio de Janeiro para homenagear a inauguração do evento em uma grande festa que começava para celebrar o artista.

Hélio Oiticica ainda foi mostrado em mais cinco mostras na galeria São Paulo durante os próximos anos: “meta-esquemas”, “grupo Frente”, “Penetráveis” e “duas Cosmococas”.

Aos 21 anos de idade, a galeria São Paulo encerrou suas atividades, que agora em 2020, diante de um cenário completamente diferente, com grandes desafios pela frente, renasce acreditando no poder de perseverança e permanência da arte. Baseada fisicamente em um grande galpão no bairro da Barra Funda, que abrigará além de exposições de artes plásticas, eventos envolvendo outras linguagens artísticas (como música, dança, literatura e cinema), a Galeria São Paulo aguarda ansiosamente o momento de sua reabertura.

Serviço:

Exposição “Desenhos e Pinturas” do artista plástico Gregório Gruber

Texto curatorial: Denise Mattar

O quê: pinturas, desenhos, esculturas, vídeo e assemblages

Visitação: até 14 de outubro de 2023 (segunda a sexta, 10h às 18h e sábados, 10h às 16h)

Local: Galeria São Paulo Flutuante

Rua Brigadeiro Galvão, 130 – Barra Funda – São Paulo – SP

Tel: (11) 94907-9892

Valor: gratuito

Metrô: estação Marechal Deodoro (L3 – vermelha)

Redes sociais:

Gregório Gruber @gregoriogruber

Denise Mattar @mattardenise

Galeria São Paulo Flutuante @sp_flutuante.

(Fonte: Marmiroli Comunicação)

Golpe de Estado, Marcelo Nova e Krisiun são atrações confirmadas do Festival de Rock de Indaiatuba

Indaiatuba, por Kleber Patricio

banda Radioativa, do Rio de Janeiro, foi a vencedora do 20º Festival de Rock de Indaiatuba. Foto: Fábio Alexandre.

Golpe de Estado, Marcelo Nova e Krisiun serão as atrações do 21º Festival de Rock de Indaiatuba, promovido pela Secretaria de Cultura de Indaiatuba. As inscrições, que terminariam no dia 20, foram prorrogadas até 26 de julho. Para participar, os interessados devem confirmar sua participação após preenchimento de formulário disponível no site da Prefeitura. As eliminatórias e a final do concurso serão realizadas no Espaço Viber.

Os objetivos do Festival de Rock de Indaiatuba são incentivar a composição e produção musical, direcionar o interesse da população e mostrar a importância da arte como fonte de cultura e lazer, aprimorar e desenvolver a cultura musical, promovendo um intercâmbio artístico, e revelar novos talentos.

Quem encerra a primeira eliminatória do Festival de Rock, no dia 6, é a banda Golpe de Estado. Foto: Raphael Castejon.

Podem participar do 21º Festival de Rock de Indaiatuba solos, duplas e bandas do gênero e suas vertentes, formadas em Indaiatuba ou todo o território nacional. Cada participante, músico, compositor ou roadie poderá concorrer somente com uma composição ou ficha de inscrição.

A íntegra do Edital de Participação do 21º Festival de Rock de Indaiatuba está disponível na edição 2.672 da Imprensa Oficial do Município, publicada em 30 de junho. É muito importante conferir os detalhes e providenciar as informações necessárias para efetivação da inscrição.

Agenda

As eliminatórias do Festival acontecem dias 6 e 13 de agosto e, a final, no dia 20, sempre a partir das 15 horas no Espaço Viber. Os dias e horários das apresentações das bandas inscritas serão definidos por meio de sorteio que será realizado em reunião.

Marcelo Nova e seu filho Drake, guitarrista do seu conjunto. Foto: divulgação.

A Comissão Julgadora será composta por três profissionais ligados à música, que irão avaliar os seguintes quesitos: interpretação, composição e desempenho musical. Os prêmios serão de R$2.420 para melhor composição e melhor intérprete, R$4.235 para o terceiro lugar, R$5.445 para o segundo colocado e R$7.260 para o vencedor.

A banda Radioativa, do Rio de Janeiro, foi a vencedora do 20º Festival de Rock de Indaiatuba. Ana Marques, vocalista do quinteto, levou ainda o prêmio de Melhor Intérprete. Giovanna Moraes e Banda, de São Paulo, ficaram com o segundo lugar, seguida pela Black Mapache, de Indaiatuba. A Gambia Rock, também da cidade, conquistou o prêmio de Melhor Composição.

Mais informações podem ser obtidas pelos telefones (19) 3825-2056 e 3834-3824 ou pelo e-mail cultura.festivalderock@indaiatuba.sp.gov.br. Para se inscrever no 21º Festival de Rock de Indaiatuba, clique aqui.

Golpe de Estado

Foto: Raphael Castejon.

Quem encerra a primeira eliminatória, no dia 6, é a banda Golpe de Estado. Formada em 1985, a Golpe de Estado é uma das mais importantes bandas do hard rock paulista e nacional. Seu mais novo álbum, Caosmópolis, conta com nove faixas. “Um dos temas mais recorrentes nas letras da Golpe, em toda sua discografia, foi reportar o que acontece nas grandes cidades, o cotidiano urbano caótico de São Paulo”, destaca Nelson Brito, baixista e fundador do grupo.

Produzido pelo guitarrista da banda Marcello Schevano o álbum está cheio de referências da identidade musical da banda. “A oportunidade de produzir um algum da Golpe é algo que vai marcar minha carreira. Já possuímos uma identidade sonora marcante que obviamente não foi abandonada, apenas atualizada”, destaca. A banda conta ainda com João Luiz no vocal e Roby Pontes na bateria.

“Caosmópolis”, lançado em 2022, encerrou um hiato de dez anos sem lançamento de estúdio. O show reúne novas faixas como “Tudo que Vem Fácil”, “Bicho Solto”, “A Fila Vai Ainda” e “Borracho”, com clássicos como “Onde Há Fumaça Há Fogo”, “Todo Mundo tem um Lado Bicho”, “Noite de Balada” e “Velha Mistura”.

Marcelo Nova

No dia 13, o encerramento fica por conta de Marcelo Nova & Seu Conjunto. Nascido em Salvador, na Bahia, Marcelo descobriu muito cedo o verdadeiro significado do “Wop-bop-a-loom-a-blop-bam-boom” que Little Richard gritava a plenos pulmões. Em 1980, montou a banda Camisa de Vênus, com a qual lançou 11 discos.

Entre seus lançamentos, encontramos, por exemplo, “Duplo Sentido”, primeiro álbum duplo do rock brasileiro, e o inovador “Blackout”, primeiro disco totalmente acústico de que se tem notícia na história do rock, gravado anos antes do formato virar moda. Não satisfeito com seu pioneirismo, Marcelo lançou ainda, em 2011, o primeiro blu-ray do rock nacional, “Hoje no Bolshoi”.

Além disso, carrega na bagagem duas parcerias antológicas: uma com Eric Burdon, líder da banda inglesa “The Animals”, na qual Eric gravou três canções de autoria de Marcelo, e a outra no clássico álbum “A Panela do Diabo”, ao lado de ninguém menos que Raul Seixas.

Atualmente, Marcelo continua na estrada, tanto com o Camisa de Vênus quanto com sua carreira solo, acompanhado de seu filho Drake Nova na guitarra, Leandro Dalle no contrabaixo e Celio Glouster na bateria. O trio constitui o seu “Conjunto”, pois, segundo o próprio, “qualquer um tem uma banda, mas poucos têm um conjunto”.

Lançado recentemente nas lojas e plataformas digitais, “As Cartas que Eu Nunca Enviei” é seu trabalho mais recente e marca um retorno às suas raízes do rock, com um som pesado e letras intensas. O álbum conta com dez faixas originais, todas compostas e produzidas por Marcelo Nova. As letras refletem suas experiências de vida, relacionamentos e a passagem do tempo. Cada faixa é uma carta nunca enviada, mas que agora encontra um lugar no mundo através da música.

Krisiun

Formada em 1990, na cidade de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, a Krisiun é uma banda brasileira de death metal e seu nome deriva de um mar lunar nomeado Mare Crisium. Um dos precursores do gênero no mundo e uma das bandas mais reconhecidas internacionalmente, já se apresentou em festivais como Rock in Rio, Wacken Open Air e Hell Fest, entre outros.

Em 2022, os irmãos Alex Camargo (baixo/vocal), Max Kolesne (bateria) e Moyses Kolesne (guitarra) lançaram seu 12º álbum, intitulado “Mortem Solis”, pela gravadora Century Media Records. Faixas como “Serpent Messiah”, “Sworn Enemies”, “Swords into Flesh” e “War Blood Hammer” demonstram o compromisso de mais de 30 anos com a arte do death metal.

“Tivemos realmente novas ideias vindo em Mortem Solis”, diz Moyses Kolesne. “Talvez pelo fato de termos parado por dois anos [devido à pandemia], também vimos a cena do metal se tornar mais comercial. Como uma banda antiga, mantemos isso real e essa é nossa missão no momento – trazer o real death metal de volta. Sabemos de onde viemos e o que o death metal significa para nós e isso é tudo”.

Shows de encerramento – 21º Festival de Rock de Indaiatuba

6 de agosto – Golpe de Estado

13 de agosto – Marcelo Nova

20 de agosto – Krisiun.

(Fonte: Prefeitura de Indaiatuba)

Por que vivemos cansados? Autora Irene Genecco reflete sobre capitalismo e tempo

São Paulo, por Kleber Patricio

Capa do livro. Fotos: Divulgação/Appris .

Em “Um Olhar Para Além do Cotidiano: Contos Urbanos & Outros Que Tais”, a escritora e poeta Irene Genecco utiliza situações aparentemente banais para refletir sobre os efeitos do tempo, o medo do envelhecimento, as relações familiares e as dificuldades de acompanhar todas as mudanças tecnológicas e sociais. Com 20 histórias e com sugestões de músicas que agregam às emoções da leitura, ela conversa com os leitores em busca de se distanciarem de uma realidade exaustiva, competitiva e acelerada.

A obra mistura contos e crônicas ao percorrer enredos reais e também de pura ficção. Em “Me adiciona no MSN (de novo!)”, uma mulher mais velha inicia diálogos com um homem em um aplicativo, mas faltam nela vários conhecimentos sobre os relacionamentos virtuais. Já “Relativizando” aborda os preconceitos com a idade – principalmente da mulher – e levanta reflexões sobre como essa situação está relacionada ao capitalismo.

Vê-se, no presente, mulheres que se apavoram ao chegarem aos 30 anos, sem terem suas vidas direcionadas ainda. É aí que se manifestam também os primeiros sinais de decadência do viço físico. Envelhecer torna-se sinônimo de decrepitude e todos seus sinônimos lembram falência. Sabedoria e maturidade não despertam cobiça em ninguém. Onde a sabedoria alimentaria o viço do imediatismo ou da competição? (Um olhar para além do cotidiano, pg. 56)

Entre as narrativas fantásticas, Irene Genecco utiliza elementos oníricos, espirituais e metafísicos para tratar sobre assuntos que se relacionam com os conflitos da existência humana. “Concepção” apresenta aos leitores a fecundação de uma mulher por meio da poeira cósmica. “O Pesadelo de Lolita”, por outro lado, adentra nos pesadelos de uma adolescente adotada, que já não sabe mais diferenciar o mundo real do imaginário.

Os textos atravessam temas distintos, mas se conectam por meio de protagonistas que tentam encontrar a si mesmos em meio a um contexto de rápidas mudanças. Os personagens aparecem quase em descompasso com a sociedade: procuram a conexão profunda com a própria essência e com a liberdade mesmo que o mundo exija pressa e superficialidade.

FICHA TÉCNICA

Título: Um Olhar Para Além do Cotidiano: Contos Urbanos & Outros Que Tais

Autora: Irene Genecco

Editora: Appris

ISBN: 9786525042015

Páginas: 105

Preço: R$37,80 (físico) e R$42 (e-book)

Onde comprar: Amazon | Appris.

Sobre a autora | Graduada em Pedagogia e pós-graduada em Educação e Formação na Universidade de Alveiro, em Portugal, Irene Genecco é aposentada e dedica-se integralmente à literatura. Nascida no Rio Grande do Sul, ela tem três livros publicados: “Inquietude” (2008), “No mundo da Ficção, só que não” (2022) e “Um Olhar Para Além do Cotidiano: Contos Urbanos & Outros Que Tais” (2023). Também teve contos e poemas selecionados para várias coletâneas. Na internet, mantém o blog “Além da Margem do Mundo”, em que escreve textos sobre educação, filosofia, metafísica, paixões e outras questões inerentes à vida humana.

Redes sociais: Instagram | Site da autora.

(Fonte: LC Agência de Comunicação)

Tecnologias nacionais para reutilizar água e revestir fruta podem impulsionar agricultura familiar no semiárido, mostra relatório

São Paulo, por Kleber Patricio

Colheita de abacaxi no semiárido da Bahia. Foto: David Theodoro Junghans/Embrapa Mandioca e Fruticultura.

O reuso das chamadas “águas cinzas” e a utilização de biofilme para revestir alimentos com base em tecnologias brasileiras podem solucionar dois grandes desafios da agricultura familiar no semiárido: a falta de recursos hídricos nas plantações e a perda de frutas e verduras depois da colheita. A constatação é de relatório lançado na segunda (24) pela World-Transforming Technologies (WTT), em parceria com a Bori. A WTT é uma fundação sem fins lucrativos criada para promover a inovação como ferramenta para a superação de desafios sociais e ambientais.

Para encontrar possíveis soluções tecnológicas de custo baixo e de fácil acesso para a agricultura familiar no semiárido brasileiro, o relatório mapeou — com a ajuda da Bori — publicações científicas recentes de universidades como as federais Rural de Pernambuco e de Campina Grande. Isso foi feito a partir de palavras-chave específicas em bases de informações científicas como a Web of Science. Também foram consultados acadêmicos, pesquisadores, extensionistas rurais e ONGs que atuam na região.

Para enfrentar a falta de recursos hídricos do semiárido, foram mapeadas 23 tecnologias de reuso de água cinza — água residual doméstica, por exemplo, das pias de cozinha –, com potencial de solução na agricultura familiar do semiárido. Tiveram destaque o sistema de Bioágua Familiar (formado por componentes como filtro biológico, tanque de reuso e sistema de irrigação) e de Reuso de Águas Cinzas (com caixa de gordura, filtro físico e tanque de reuso).

Já para o enfrentamento da perda pós-colheita foram mapeadas seis tecnologias, como radiação de frutas e refrigeração — ambas de alto custo. Aqui, destacou-se, então, o desenvolvimento de revestimentos ativos baseados em biopolímeros para as frutas, com fácil aplicação, baixo custo e flexibilidade para uso em diferentes cultivares. São uma espécie de cobertura biodegradável, que pode estender a vida útil das frutas, reduzindo significativamente as perdas pós-colheita. “A principal contribuição do relatório é trazer um relato de experiência de colaboração científica participativa, ou seja, da contribuição para a ciência e para a população por uma agricultura mais ecológica e integrada”, informa Gaston Santi Kremer, coordenador de Programas da WTT. “Levantamos as demandas dos territórios e conversamos com muitos agricultores, organizações sociais e pesquisadores”, acrescenta.

Olhar para tecnologias sociais com potencial para agricultura familiar — que, segundo o Censo Agro, do IBGE, corresponde a 77% dos estabelecimentos de agricultura — é importante. De acordo com relatório, muitas tecnologias de beneficiamento da produção requerem altos investimentos e são regulamentadas por uma legislação complexa, fora da realidade da agricultura familiar. Outro ponto relatado pelo documento é a utilização de insumos regionais, com prioridade para produtos típicos do bioma da caatinga.

Os autores do relatório acreditam que a ciência brasileira tem potencial de instigar práticas que vão aperfeiçoar a geração de renda de pequenos agricultores, com impactos na segurança alimentar de todo o país. Dessa forma, é necessário promover transformações nos sistemas agroalimentares que gerem segurança alimentar e nutricional para toda a população, conservem os diferentes ecossistemas e garantam renda para milhões de pessoas, especialmente as mais vulneráveis.

(Fonte: Agência Bori)