No último dia 23 de abril 23 de abril, educação amazonense viveu um momento histórico


Manaus
A iniciativa de reintrodução e soltura de lobos-guará em vida livre no Cerrado do Oeste baiano – conduzida pelo Parque Vida Cerrado com apoio técnico do ICMBio/CENAP, Sementes Oilema, Irmãos Gatto Agro e Condomínio Agrícola Santa Carmem e Galvani Fertilizantes – obteve mais uma importante conquista: o nascimento de três filhotes da espécie, resultantes da reprodução bem-sucedida entre Caliandra e José Bonifácio. O acontecimento, que é um marco para a espécie, reafirma o sucesso da proposta e o compromisso de todos com a sustentabilidade.
Para a bióloga e coordenadora do Parque Vida Cerrado, Gabrielle Bes da Rosa, o nascimento dos filhotes é motivo de comemoração e reflexo do esforço coletivo de empresas, produtores rurais e instituições na conservação do Cerrado – a savana mais rica em biodiversidade do mundo, que é berço das águas. “Juntamente com diversos parceiros, em especial o agronegócio, que demonstra o seu compromisso com a produção sustentável, conservamos um hotspot tão importante. Além disso, a iniciativa é de extrema relevância para a espécie, que é símbolo do bioma e essencial para a manutenção dos ecossistemas naturais e do equilíbrio ambiental. Essa ação vai resultar na geração de um protocolo inédito que poderá ser replicado em diferentes áreas do território nacional”, ressalta a profissional, lembrando ainda que o Parque Vida Cerrado integra o Plano de Ação Nacional (PAN) para a Conservação de Canídeos Silvestres, coordenado pelo Centro Nacional de Pesquisa de Mamíferos Carnívoros (Cenap/ICMBio).
O produtor rural Celito Missio, porta-voz das empresas Sementes Oilema, Irmãos Gatto Agro e Condomínio Agrícola Santa Carmem – patrocinadoras oficiais do projeto de reintrodução, que abrigam a área do recinto de reabilitação – compartilha da mesma opinião e compromisso. “Nossas áreas são referências em sustentabilidade, pois construímos ao longo dos anos um ambiente saudável para a fauna e um bom relacionamento entre lavoura e áreas nativas: fatores que nos credenciaram a integrar o projeto. A reintrodução foi bem-sucedida com a Caliandra, que completou o seu primeiro ano em vida livre em 2023 e, agora, estamos felizes e empenhados para que os seus filhotes encontrem o melhor ambiente para desenvolvimento. Não se trata de apoiar um projeto, mas um ecossistema”, destaca.
Os protagonistas
Resgatada ainda filhote pelo Inema em 2020, Caliandra permaneceu durante dois anos sob treinamento, em maio de 2022 o recinto de treinamento foi aberto e permaneceu ofertando água e alimento enquanto os animais precisaram na área de Cerrado das fazendas parceiras. Em vida livre, a fêmea passou a ser monitorada por meio de monitor cardíaco e colar GPS e capturada em diferentes oportunidades para realização da leitura dos dados, bem como para avaliação clínica, física e dados de biometria, que atestaram que Caliandra estava saudável.
Em fevereiro deste ano – momento em que se inicia o período reprodutivo da espécie – a equipe técnica do projeto identificou por meio do GPS o compartilhamento da mesma área de vida, indicando um possível pareamento entre Caliandra e José Bonifácio, um macho de vida livre que passou a ser monitorado por meio do Projeto “investigando o Cerrrado”, em parceria com a ADM do Brasil. Por meio dos colares de GPS e das imagens das câmeras instaladas na fazenda, mudanças fisiológicas (aumento abdominal e das glândulas mamárias) e comportamentais (permanência no mesmo local por período prolongado) foram observadas, reforçando as evidências de uma reprodução bem-sucedida, com a fêmea amamentando e construindo tocas para abrigar os filhotes.
Expectativa
A expectativa agora é com o desenvolvimento da ninhada, uma vez que a espécie forma casal no período reprodutivo e se reproduz apenas uma vez por ano, podendo ter de um a cinco filhotes, com apenas um chegando à fase adulta, geralmente. Nascidos em área livre, os três filhotes devem permanecer na natureza sem a interferência da equipe do projeto, sendo assistidos apenas pelos pais, que são os responsáveis pelo cuidado, alimentação e ensinamentos para sobrevivência no habitat nos primeiros seis meses de vida – período no qual o macho e a fêmea permanecem juntos. Depois dessa fase, o macho começa a se afastar e os filhotes ficam próximos da fêmea até alcançarem um ano de vida, quando se inicia o período de dispersão. Até setembro, os filhotes estavam circulando com os pais nas áreas monitoradas.
O projeto conta com o apoio e orientação técnica do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), por meio do Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Mamíferos Carnívoros (CENAP), Inema, Smithsonian Conservation Biology Institute, Pró-carnívoros e Projetos “Amigo do Lobo” e “Sou eu Pequi”.
Sobre o Parque Vida Cerrado | Fundado em 2006, como resultado de uma iniciativa do Grupo Galvani – sua principal mantenedora atualmente –, o Parque Vida Cerrado é o primeiro e único centro de conservação da biodiversidade, pesquisa e educação socioambiental do Oeste baiano. Localizado entre os municípios de Barreiras e Luís Eduardo Magalhães, mantém um criadouro científico para fins de conservação de animais silvestres, um Centro de Excelência em Restauração com ampla expertise no bioma Cerrado e um núcleo para realização de projetos e atividades socioambientais. Em 17 anos de atuação, envolveu mais de 30 mil pessoas em suas ações, distribuiu milhares de mudas para reflorestamento urbano e rural, capacitou centenas de coletores de sementes nos assentamentos e reproduziu, com sucesso, mais de 40 animais silvestres. O Parque Vida Cerrado conta ainda com o apoio de parceiros como BrasiTrans, Mauricéa alimentos, Hotel Solar Rio de Pedras, Sementes Oilema, Condomínio Irmãos Gatto Agro, Condomínio Santa Carmem, ADM, Nuvven e Cargill, Ministério Publico da Bahia, JCO, AvantiAgro e Synagro.
(Fonte: Llorente y Cuenca Comunicação)
Pesquisadores da Universidade Federal do Ceará (UFC) constataram que os repasses financeiros do Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae) diminuíram nos últimos seis anos na maioria dos estados brasileiros. A análise dos dados de 2014 a 2020 está descrita em artigo publicado na sexta (20) na revista científica “Ensaio: Avaliação e Políticas Públicas em Educação”.
Apenas o Amapá e o Distrito Federal receberam maiores repasses financeiros do programa em 2020 quando comparados a 2014. A queda atinge até mesmo o estado de São Paulo, que foi um dos estados que mais receberam recursos do Pnae ao longo dos anos, junto com Bahia e Minas Gerais. De 2014 a 2020, o estado teve uma redução de 15% de repasses, recebendo aproximadamente 870 milhões de reais do programa no ano da pandemia.
Os pesquisadores analisaram dados de repasses financeiros do Pnae de 2014 a 2020 fornecidos pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento para a Educação (FNDE). Eles identificaram as oscilações durante o período do programa por município e modalidade de ensino. Uma correção monetária foi aplicada, de acordo com a inflação, para que os dados pudessem estar o mais próximo possível da realidade, visto que os preços dos alimentos apresentam variação durante o ano.
De acordo com o trabalho, a redução de repasses do Pnae pode estar relacionada à evasão escolar de estudantes. O valor a ser repassado pelo governo federal para as secretarias estaduais de educação e prefeituras municipais em dez parcelas anuais é calculado de acordo com o número de alunos matriculados nas escolas federais, estaduais, municipais e distritais registradas no Censo Escolar e a quantidade de dias letivos. “A decisão de delimitar a análise entre 2014 e 2020 foi estratégica para capturar os impactos reais de duas ações importantes para o quadro alimentar dos estudantes brasileiros: a saída do Brasil do mapa da fome estabelecido pelas Organizações das Nações Unidas (ONU), em 2014, e o impacto da extinção do Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea), em 2019”, explica Nataniele dos Santos Alencar, coautora do estudo e pesquisadora da UFC.
O trabalho mostra, também, o impacto da pandemia na educação: 2020 é o ano com menor número de municípios atendidos pelo Pnae, por causa do fechamento das escolas. Foram 3.611 municípios a menos do que em 2014, que contabilizou 29.370 municípios, maior quantidade do período. O número de secretarias estaduais de educação atendidas pelo programa teve uma redução de 18% em relação a 2016, ano com maior número de secretarias. “Ao identificar dados discrepantes e cenários tão heterogêneos, o estudo disponibiliza ferramentas para a intervenção política”, avalia o pesquisador Jair Araújo, coautor do estudo. Os autores Nataniele Alencar, Filipe Lima e Jair Araújo reforçam a importância de investimentos no Pnae para garantir uma alimentação de qualidade para as escolas brasileiras, o que pode influenciar no desempenho acadêmico dos estudantes.
(Fonte: Agência Bori – pesquisa indexada no Scielo)
A Faculdade Santa Marcelina recebe, pela primeira vez, o concerto ‘Sonatas e Interlúdios Para Piano Preparado’, de John Cage. A revolucionária obra do compositor norte-americano será apresentada na íntegra no dia 24 de outubro, às 11h, no Teatro Laura Abrahão, na Rua Dr. Emílio Ribas, 89 – Perdizes.
O evento, aberto ao público, contará com direção musical da pianista e professora Vera Di Domênico e das pianistas Grace Torres e Lilian Nakahodo, que realizarão o concerto com duração de 70 minutos – a obra é raramente executada na íntegra publicamente. As artistas são as primeiras e únicas pianistas da América do Sul a gravarem essa série de peças em sua totalidade.
A obra é uma das mais representativas do repertório erudito do século XX e considerada como uma das principais realizações de Cage. O objetivo é promover uma experiência de imersão nos nove estados emocionais experimentados pelo ser humano de acordo com a tradição hindu conhecidos como rasa. São eles: o heroico, o erótico, o maravilhoso, o cômico, o patético, o furioso, o terrível, o abominável e a tranquilidade.
O concerto, de acesso gratuito, faz parte de uma turnê nacional. Sua passagem por São Paulo visa atender aos estudantes da Faculdade Santa Marcelina e a todos que desejam expandir seus conhecimentos e aperfeiçoar suas sensibilidades musicais. Para participar, basta se inscrever aqui.
Sobre as pianistas:
Grace Torres | Curitibana, compositora, produtora e Mestre em Música (UFPR). Integra o Coletivo Pianovero e o Fato, grupo autoral com 9 álbuns e shows pelo Brasil e exterior. Atuou como pianista em montagens como a “Ópera dos Três Vinténs”; com Lilian Nakahodo gravou ao vivo e fez concertos pelo Brasil com as “Sonatas e Interlúdios para Piano Preparado”, de John Cage (2012-2016). Como compositora, criou trilhas premiadas para dança, teatro e audiovisual.
Lilian Nakao Nakahodo | Piracicabana radicada em Curitiba, graduada em Produção Sonora e Mestre em Música (UFPR). Pianista, compositora, produtora e editora de áudio, integra o Coletivo Pianovero e o Sons Nikkei, projeto de fusão musical Brasil-Japão. Ao lado de Grace Torres e Vera Di Domênico, realizou a 1ª gravação integral na América Latina, ao vivo, das “Sonatas e Interlúdios para Piano Preparado”, de John Cage, além de concertos pelo Brasil (2012-2016). Em 2022 lançou um EP com composições próprias para piano preparado.
Sobre a diretora musical Vera Di Domênico | Pianista, professora e idealizadora de projetos pianísticos. Diretora e curadora do Coletivo Pianovero. Graduada em Música e Piano na UFRJ, Faparte/SP, Escola Superior de Música de Viena, e em Música Contemporânea para Piano (Stuttgart). Foi diretora dos Auditórios do MASP e coordenadora de música da FASM/SP. Criou e dirigiu dezenas de projetos pianísticos, como o “Preparado em Curitiba: John Cage – Sonatas e Interlúdios para Piano Preparado”, com gravação ao vivo, concertos e workshops (2012-2016).
Serviço:
Concerto Sonatas e Interlúdios para Piano Preparado, de John Cage
Pianistas: Lilian Nakahodo e Grace Torres
Data: 24 de outubro de 2023
Horário: 11h
Endereço: Laura Abrahão, na Rua Dr. Emílio Ribas, 89 – Perdizes/ SP
Valor: Entrada gratuita
Classificação: Livre
Duração: 70 minutos.
(Fonte: Xcom)
A Caixa Cultural São Paulo recebe, a partir do dia 20 de outubro, a exposição “Igbaki ou assentamento da anunciação”, de Thiago Costa. Com curadoria de Marcelo Campos, a mostra traz ao espaço trabalhos do artista que são frutos de sua pesquisa sobre as palavras e a linguagem visual. O projeto conta com patrocínio da Caixa e do Governo Federal. A mostra apresenta algumas de suas esculturas em vergalhão, material comumente usado na construção civil. No trabalho, o vergalhão forma a imagem, atuando em uma estruturação do invisível. Entre flechas e facas, o artista questiona a distinção colonial entre arte, trabalho e cotidiano.
Os Igba/kis, duas palavras da língua yorubá, de origem africana, o artista uniu-as para nomear estas materialidades escultóricas que se apresentavam. Igba – assentamento, Ki – anunciação. Tal gesto tridimensional do artista parte de uma pesquisa sobre a literatura oral afro-brasileira, a exemplo dos Oríkìs, cosmograma bantu e itãs, entre outros.
A experiência gráfica, atrelada a formas e gestos de comunicação e manifestação, é parte de tradições e filosofias negras enquanto metodologias de encantamento, enquanto um gesto de condução do desejo e da possibilidade de autocriação. Para Thiago Costa, os Igbakis são um cruzamento de temporalidades, onde a construção visual nos abre um caminho para pensar a nossa relação com a palavra, imagem e som, a partir das formas.
Sobre o artista Thiago Costa | Thiago Costa é um artista paraibano multidisciplinar que se interessa na insuficiência da linguagem e na dobradura pictórica da palavra, relacionando imagens com possibilidades de imaginar, onde sua pesquisa passa por uma espécie de arqueologia da memória do rastro e da invenção. Atualizando tradições e experimentando traduções entre materialidades diversas, o trabalho ganha formas e sentidos dentro do vocabulário sensível do artista. Costa também dirigiu e roteirizou curtas metragens, como “Santos imigrantes” (2018), “Axó” (2019), “Visitas” (2020), “Calunga Maior” (2021) e “Axé meu amor” (2022). Em 2021 lançou seu primeiro livro “Obé – Poesias y Orikis”. Já recebeu diversos prêmios, como no Museu é Mundo (2023), Delmiro Gouveia – Fundação Joaquim Nabuco e Prêmio Negras Narrativas – Amazon Prime, entre outros.
Caixa e Cultura | A Caixa desenvolve, há 43 anos, ações voltadas à difusão da cultura brasileira em seus espaços culturais: de oficinas de arte-educação à promoção de espetáculos de música, dança e teatro, além de exposições de obras de arte de ações para divulgação dos Acervos preservados pela Caixa. Além da programação presencial nas unidades, a instituição promove atividades on-line, como mediações e cursos de formação. Mais informações disponíveis no site da Caixa Cultural.
Serviço:
[Artes Visuais] Igbaki ou assentamento da anunciação
Local: Caixa Cultural São Paulo – Praça da Sé, 111 – Centro – São Paulo/SP (próxima à estação Sé do Metrô)
Datas: 20 de outubro a 3 de dezembro de 2023
Horário: terça a sábado, das 10h às 18h; domingo das 9h às 17h
Curadoria: Marcelo Campos
Entrada franca
Classificação indicativa: Livre para todos os públicos
Acesso a pessoas com deficiência
Informações: (11) 3321-4400 | CAIXA Cultural
Patrocínio: Caixa e Governo Federal.
(Fonte: Assessoria de Imprensa da Caixa)
Nos dias 25 e 26 de outubro, o Sesc Consolação se torna palco do espetáculo “Corpos Velhos – para que servem”, em uma apresentação histórica que reúne grandes artistas da dança cênica em São Paulo. Com produção da Associação de Cultura Corpo Rastreado e parceria do Portal MUD – Museu da Dança, o projeto é idealizado e dirigido pelo bailarino e coreógrafo Luis Arrieta. Ao lado de expoentes artistas da dança brasileira – Célia Gouvêa, Décio Otero, Iracity Cardoso, Lumena Macedo, Marika Gidali, Mônica Mion, Neyde Rossi e Yoko Okada –, Arrieta investiga em cena as danças possíveis para esses corpos velhos. Os ingressos estão disponíveis no site do Sesc.
No espetáculo, cada um dos bailarinos traz seus gestos e movimentos repletos dos erros necessários ao saber, no tempo e no lugar do presente. A performance abre espaço para uma conversa não falada, para um improviso carregado de memórias e de histórias de criadores pertencentes a uma geração pioneira da dança cênica, com mais de meio século de trajetórias distintas.
Ao colocar esses corpos como protagonistas, o trabalho mostra a transversalidade e a urgência das questões e temáticas que atravessam o etarismo na sociedade e exalta a permanência do fazer artístico como ato de resistência política, poética e subversiva. “Está sendo um encontro maravilhoso com essas pessoas que foram e são importantíssimas para mim, para São Paulo e para todo o país. Eu estudei com elas ou foram meus diretores, meus coreógrafos e dançaram comigo em várias oportunidades”, conta Luis Arrieta.
O coreógrafo argentino foi recentemente homenageado pelo Portal MUD – Museu da Dança com o lançamento de um acervo sobre seus 50 anos de carreira na dança (confira aqui). Apesar de seu legado estar disponível para todo o Brasil online e gratuitamente, Arrieta conta que precisava complementar seu acervo pessoal em uma performance ao vivo. “Eu fui formado por mestres da dança, que também são acervos vivos. Por isso a importância desse espetáculo, pois eu gostaria incluir em meu acervo pessoal a apresentação dessas pessoas que são de grande importância para a formação e a continuação da dança em São Paulo e do Brasil como um todo”, conta ele.
Dois dos dançarinos mais antigos que integram o espetáculo, o casal Marika Gidali, de 86 anos, e Décio Otero, de 90 anos, se conheceram nos palcos em 1952 e seguem juntos na vida e na dança. Em 1971, o casal fundou o Ballet Stagium, onde atuam como bailarinos e coreógrafos até hoje. “Eu conheci o Décio no Ballet Municipal do Rio de Janeiro; chegamos a dançar juntos, mas foi em 1971 num curso de férias em Curitiba que o nosso reencontro se consolidou. São 52 anos de lutas, dança, seis filhos e uma vida plena”, conta Marika, premiada bailarina nascida em Budapeste, na Hungria.
Para Décio, essa apresentação reforça seu desejo de seguir performando na dança ao lado de sua companheira. “Um bailarino por vocação nunca para e estar novamente no palco com Marika não me surpreende, pois o nosso Pas de Deux é uma continuidade da vida”, diz ele se referindo ao um trecho do balé que é executado somente por um dueto em destaque, geralmente uma bailarina e seu partner, que executam os movimentos juntos e sincronizados.
Sobre os artistas do espetáculo
Luis Arrieta: coreógrafo, bailarino, professor e pesquisador, Luis Arrieta iniciou seus estudos de dança em 1972 na Argentina, sua pátria, onde estreou como bailarino. Sua primeira coreografia, Camila, data de 1977 e desde então em mais de uma centena de obras.
Célia Gouvêa: foi co-fundadora do Grupo Chandra (Teatro de Pesquisa de Bruxelas). Em 1974, Iniciou no Teatro de Dança Galpão, em parceria com Maurice Vaneau, um movimento renovador da dança. Criou 60 coreografias.
Décio Otero: bailarino, coreógrafo, diretor artístico, autor de dois livros publicados. Tornou-se 1º bailarino do Teatro Municipal do Rio de Janeiro. Em 1971, junto com Marika Gidali, funda o Ballet Stagium, atuando como bailarino e coreógrafo até hoje.
Iracity Cardoso: como bailarina e diretora, estabeleceu sua carreira entre o Brasil e a Europa. Atuou no Corpo de Baile do Teatro Municipal de São Paulo. Foi assessora e curadora de dança na Secretaria Municipal de Cultura, criando o Centro de Dança da Galeria Olido.
Lumena Macedo: como bailarina, ingressou em 1983 na Cia. Cisne Negro e, em seguida, no Balé da Cidade de São Paulo e Cia. 2 do Balé da Cidade, onde encerrou sua carreira como bailarina profissional e passou a atura como assistente de direção de diversos coreógrafos.
Marika Gidali: é uma premiada bailarina. No Brasil, atuou como bailarina no Teatro Municipal do Rio de Janeiro, Ballet do Teatro Cultura Artística e Ballet IV Centenário. Em 1971, junto com Decio Otero, funda o Ballet Stagium.
Mônica Mion: como bailarina participou do Ballet Stagium e do Balé da Cidade de São Paulo, no qual fez carreira de mais de trinta anos em diferentes funções, como assistente de coreografia, ensaiadora e diretora.
Neyde Rossi: foi bailarina do Balé do IV Centenário e do Ballet do Teatro Cultura Artística. Com Ismael Guiser, dançou no Ballet do Museu de Arte de São Paulo e no Ballet Independente Amigos da Dança.
Yoko Okada: foi bailarina do Ballet IV Centenário de São Paulo, onde recebeu o prêmio revelação. Solista e assistente do Ballet Lennie Dale, coreógrafo americano de Jazz. Fundadora e Diretora do Ballet Ismael Guiser, dirigido por Ismael Guiser e Yoko Okada há mais de 50 anos.
Sobre o projeto
Contemplado pela 32ª edição do Programa de Fomento à Dança para a cidade de São Paulo, o projeto Corpos Velhos na Dança busca proteger a história do grande mestre Luis Arrieta e dos artistas convidados – Célia Gouvêa, Décio Otero, Hulda Bittencourt, Marika Gidali, Mônica Mion, Neyde Rossi, Iracity Cardoso e Yoko Okada –, que fazem parte da geração pioneira da dança cênica em São Paulo.
O projeto tem o objetivo de dar continuidade ao trabalho de pesquisa e criação realizado há 5 décadas pelo artista Luis Arrieta e trazer à tona o valor histórico e artístico de sua trajetória difundindo e garantindo melhor acesso da população a produção artística e pedagógica por meio de propostas de preservação e divulgação do acervo do artista, pelo Portal MUD – Museu da Dança. O tema “Memória” expande sua importância num tempo fragmentado, permitindo ao indivíduo o resgate de sua identidade. Neste projeto, os idosos assumem o protagonismo, pois são os detentores de um banco de memórias da dança paulistana. Trata-se de revelar as memórias vivas de cada artista na cena.
Considerando que a expectativa de vida da população brasileira tem aumentado nos últimos anos, é urgente pensar em ações que garantam o bem-estar e a saúde de nossos idosos. Daí a importância em estruturar trabalhos artísticos que contribuam com a busca da ressignificação da maturidade e longevidade de nossa população, contribuindo com a interação do idoso com as pessoas de seu convívio e com o ambiente em seu entorno. Quando perguntados sobre estar em cena novamente, mesmo com suas limitações e questões motoras, todos (Célia Gouvêa, Décio Otero, Marika Gidali, Mônica Mion, Neyde Rossi, Iracity Cardoso e Yoko Okada) responderam sem exceção: “Sim! Estamos vivos!!”.
Serviço:
Espetáculo Corpos Velhos – para que servem?
No Sesc Consolação – Rua Dr. Vila Nova, 245, Vila Buarque, São Paulo (SP)
Dia 25 de outubro de 2023 às 20h; dia 26 de outubro de 2023, às 15h
Duração: 55 minutos
Classificação Livre
Ingressos pelo site do Sesc.
FICHA TÉCNICA
Direção Geral: Luis Arrieta
Artistas: Célia Gouvêa, Décio Otero, Iracity Cardoso, Luis Arrieta, Lumena Macedo, Marika Gidali, Mônica Mion, Neyde Rossi, Yoko Okada
Assistente de Direção: Lumena Macedo
Assistente de Coreografia: Suzana Mafra
Assistente Técnica: Cleusa Fernandes
Iluminação: Silviane Ticher
Vídeo: Vinícius Cardoso
Coordenação Projeto: Portal MUD (Talita Bretas)
Fotos: Emidio Luisi e Gil Grossi
Edição trilha sonora: Marcos Palmeira
Músicas: O homem correndo na savana (Guilherme Vaz), Cinco siglos igual (León Gieco/Luis Gurevich)
Produção: Corpo Rastreado
Apoio: Ballet Stagium, Fábio Villardi, Loty Okada.
(Fonte: A4&Holofote Comunicação)