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Lazer & Gastronomia

Indaiatuba

Cinco restaurantes de luxo no mundo com hortas próprias e menu “do campo para a mesa”

por Kleber Patrício

Em um mundo cada vez mais consciente da importância da procedência dos alimentos, a culinária ‘farm to table’ tem ganhado destaque, unindo ingredientes frescos e sazonais diretamente do campo para a mesa. Nessa jornada gastronômica, os sabores autênticos se encontram com a excelência culinária, resultando em experiências únicas e memoráveis. Confira aqui 5 sugestões no […]

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MCB lança projeto musical no âmbito do bicentenário da Independência do Brasil

São Paulo, por Kleber Patricio

Imagem: “Descanso após o almoço”, 1826/1826 – Jean-Baptiste Debret.

No contexto das celebrações do bicentenário da Independência do Brasil, o Museu da Casa Brasileira – com curadoria da cantora e pesquisadora Anna Maria Kieffer e ambientação de João Malatian – lança o projeto ‘Instrumentos Musicais na Casa Brasileira – Concertos comentados’. A proposta, que ocorre em paralelo à exposição ‘Independências: casas e costumes no Brasil’, aborda principalmente a música e os instrumentos ouvidos na casa brasileira desde a chegada da família real até a abdicação de D. Pedro I.

No formato de três concertos comentados, que acontecerão nos dias 30/9, 7/10 e 14/10, sextas-feiras, às 19h30, as apresentações serão executadas com instrumentos de época. O projeto mostra um repertório baseado em informações coletadas por historiadores, musicólogos e viajantes, cuja prática pode ser observada na iconografia do período e teve como ponto de partida o fortepiano atribuído a D. Pedro I, instrumento que integra o acervo do Museu da Casa Brasileira.

“O programa musical contempla importantes compositores nascidos no Brasil, ou que viveram entre nós, além de obras de estrangeiros aqui executadas na época, complementadas por exemplos de música popular que chegaram até nós através da tradição oral”, comenta a curadora.

Para Giancarlo Latorraca, diretor técnico do MCB, “projetos como esse ampliam o repertório cultural proposto a partir das apresentações expositivas. No caso específico do período abordado, o público poderá conferir a interpretação de cantigas, modinhas e lundus, além de serenatas de vários compositores”.

Concertos comentados

No dia 30 de setembro, às 19h30, o show será ‘Onde canta o sabiá’ e serão apresentados instrumentos de teclado, como cravo e fortepiano, tocados na casa brasileira na virada do século XVIII para o XIX, em solo, em duo com diferentes tipos de flautas ou acompanhando a voz.

Para o segundo concerto, ‘Memórias Concertantes’, que acontece no dia 7 de outubro, o destaque é para a presença dos instrumentos de arco no Brasil tocados, em muitos casos, por instrumentistas que fizeram parte da Capela Real, considerada por muitos visitantes como um dos mais sofisticados conjuntos vocais-instrumentais de seu tempo.

Para encerrar os shows, no dia 14 de outubro, o concerto ‘A Cidade e o Campo’ destacará os instrumentos usados na música popular e tradicional do período, como a viola de arame, da família das guitarras barrocas, além da harpa, anteriormente utilizada na igreja para acompanhar os ofícios litúrgicos e, no período aqui abordado, como instrumento de salão, recriando – ao lado da viola – antigas folias e fandangos executados na corte para entretenimento da princesa espanhola Carlota Joaquina, consorte de D. João VI.

Para alcançar ainda mais pessoas com o projeto, os três concertos também serão transmitidos ao vivo pelo canal do YouTube do Museu da Casa Brasileira.

Serviço:

Instrumentos Musicais na Casa Brasileira – Concertos comentados

‘Onde canta o sabiá’

Dia 30 de setembro, sexta-feira, às 19h30

Entrada gratuita

Intérpretes: Maria José Carrasqueira, cravo e fortepiano; André Cortesi, flautas históricas; Anna Maria Kieffer, meio-soprano, curadoria e comentários. Ambientação de João Malatian.

Memórias Concertantes

Dia 07 de outubro, sexta-feira, às 19h30

Entrada gratuita

Intérpretes: Conjunto MusicaRara – Paulo Henes, violino; Alesi Souza, rabeca e violino; Alceu Camilo Jr, violino e viola; Renato Amaral, cello; Direção Musical, Paulo Hennes e André Cortesi; Anna Maria Kieffer, meio-soprano, curadoria e comentários. Ambientação de João Malatian

A Cidade e o Campo

Dia 14 de outubro, sexta-feira, às 19h30

Entrada gratuita

Intérpretes: Gisela Nogueira, viola de arame; Silvia Ricardino, harpa; Eduardo Janho-Abumrad, baixo; Anna Maria Kieffer, meio-soprano, curadoria e comentários. Ambientação de João Malatian.

Local: Museu da Casa Brasileira

Av. Brig. Faria Lima, 2705 – Jardim Paulistano, São Paulo – SP

O MCB não possui estacionamento. Prefira o transporte público.

Transmissão ao vivo pelo canal do YouTube do MCB.

Sobre o MCB

O Museu da Casa Brasileira, instituição da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Estado de São Paulo, administrada pela Fundação Padre Anchieta, dedica-se, há 52 anos, à preservação e difusão da cultura material da casa brasileira, sendo o único museu do país especializado em arquitetura e design. A programação do MCB contempla exposições temporárias e de longa duração, com uma agenda que possui também atividades do serviço educativo, debates, palestras e publicações contextualizando a vocação do museu para a formação de um pensamento crítico em temas como arquitetura, urbanismo, habitação, economia criativa, mobilidade urbana e sustentabilidade. Dentre suas inúmeras iniciativas destacam-se o Prêmio Design MCB, principal premiação do segmento no país realizada desde 1986; e o projeto Casas do Brasil, de resgate e preservação da memória sobre a rica diversidade do morar no país.

Sobre Anna Maria Kieffer

Cantora e pesquisadora, dedica-se à pesquisa e à divulgação da música antiga, da memória musical do Brasil e da música vocal contemporânea, tendo participado como curadora, criadora e intérprete de festivais no Brasil, Américas e Europa. É autora de trilhas sonoras para cinema, exposições e espaços museológicos, bem como de roteiros para obras interdisciplinares de sua concepção. Está associada ao Studio de Pesquisas de Bruxelas -SRSEA e é membro da EMF – Electronic Music Foundation, em Albany, Nova York. É fundadora e diretora de AKRON – projetos culturais, que inclui a produção de música, cinema e livros.

(Fonte: Assessoria de Imprensa MCB)

Sustentabilidade, diversidade, ações sociais, esportivas, shows e workshops de gastronomia darão o tom do DegustArt em sua 4ª edição

Campinas, por Kleber Patricio

Parque Taquaral, em Campinas, onde vai acontecer a 4ª edição do festival. Foto: Matheus Campos.

Ações de sustentabilidade, diversidade, eventos sociais, esportivos, culturais e cozinhas-shows. Todos estes ingredientes vão dar o tom da 4ª edição do DegustArt, um dos principais eventos de gastronomia da Região Metropolitana de Campinas (RMC). Organizado pela Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) Regional Campinas e correalização da Prefeitura Municipal, através da Secretaria Municipal de Cultura e Turismo, o evento acontecerá de 12 a 16 de outubro, no Parque Taquaral, com a geração de cerca de 1,2 mil empregos temporários diretos e indiretos.

Marcado por reunir estabelecimentos de diversos estilos que levam suas receitas para venda a preços acessíveis, além de promover eventos culturais e musicais de qualidade, o DegustArt 2022 reunirá 24 bares e restaurantes durante cinco dias – dois a mais que nos três anos anteriores. A entrada, solidária, será a doação de um quilo de alimento não perecível.

A edição desse ano também trará diversas inovações. A começar pela “Ilha de Sustentabilidade” com a Weste Bank – Banco de Resíduos, uma base de coleta seletiva de resíduos e conscientização dos participantes sobre a importância da sustentabilidade para a região e o planeta. No local serão instaladas lixeiras para separação dos materiais. Ao final do evento, será produzido um relatório sobre danos evitáveis e com números de geração de resíduos ao longo do evento.

Dentro da geração de empregos, o DegustArt também terá uma parceria com a entidade Afrotempo para a seleção de contratação de mulheres negras para trabalhar na organização e produção do evento.

No campo social, o evento mais uma vez coletará alimentos a serem doados para entidades ligadas ao Banco de Alimentos da Ceasa. Também contará com um espaço com a Inclusione – entidade que trabalha pela inclusão no mercado e na sociedade de pessoas portadoras de Síndrome de Down – para divulgação de seus trabalhos e venda de seus produtos. A economia circular também está presente no espaço da festa, com a presença de 15 expositores de artesão da cidade com o apoio da Campinas Criativa.

Por se tratar de um evento gastronômico, a cozinha show também vai estar presente nos cinco dias, com a presença de chefs convidados pela BRF, através da marca Sadia Specialle, ensinando e dando dicas culinárias ao público inscrito e eventos organizados pela UnimetroCamp.

A praia do campineiro, como ficou conhecida a festa no Parque Taquaral, também terá diversas atividades esportivas com os educadores da STC – Sporting Trainning, de lazer e cultural, além de shows musicais com a curadoria do Alma Coliving, com agendas que estão sendo definidas pelos organizadores.

Matheus Mason, presidente da Abrasel Regional Campinas, diz que a edição 2022 da DegustArt foi pensado para envolver diversos aspectos relacionados não somente ao mundo da gastrônoma, mas temas importantes para a sociedade. “Nossa proposta é fazer com que esse evento promova a gastronomia, temas relevantes, como inclusão social e sustentabilidade, e a convivência das pessoas”.

O DegustArt 2022 é uma realização da Abrasel Regional Campinas e correalização da Prefeitura Municipal, através da Secretaria Municipal de Cultura e Turismo. O festival tem patrocínio da Ambev, Covabra, iFood, Sadia Specialle, Lindoya Verão, Band TV, Unimetrocamp e mídias partners da Eletromídia e Prox Mídia.

(Fonte: Comunicação Estratégica Campinas)

Quatro em cada dez habitantes de Campinas (SP) consomem adoçantes mesmo sem ter diabetes ou obesidade

Campinas, por Kleber Patricio

Foto: divulgação/Agência Bori.

O consumo de alimentos e bebidas com ingredientes que simulam o gosto de açúcar pela população de Campinas (SP) independe da idade, status socioeconômico ou, até mesmo, da presença de doenças como diabetes e obesidade – sendo feito por 40% dos habitantes da cidade, sem qualquer tipo de controle ou informação para essa população. Este resultado faz parte da nova pesquisa da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) publicada no periódico “British Journal of Nutrition” nesta quinta (22).

As cientistas analisaram os dados de duas fontes para o estudo: Inquérito Domiciliar de Saúde de Base Populacional no Município de Campinas (ISACamp) e do Inquérito de Consumo e Estado Nutricional (ISACamp-Nutri). A partir de informações de indivíduos acima de 10 anos, que participaram dessas pesquisas, elas estimaram a prevalência do consumo de alimentos e bebidas cujas composições apresentam níveis consideráveis de adoçantes. Além disso, o estudo também identificou os principais alimentos que servem como fonte para o consumo desse aditivo.

“O consumo similar entre diferentes faixas da população pode ser explicado pela adição de edulcorantes de baixa caloria em vários alimentos e bebidas consumidos, inclusive, por crianças e adolescentes, e não somente em alimentos e bebidas considerados diet e light”, explica Ana Clara Duran, pesquisadora do Núcleo de Estudos e Pesquisas em Alimentação (NEPA) da Unicamp. O artigo é resultado da pesquisa de mestrado da nutricionista e pesquisadora Mariana Grilo.

Os edulcorantes são aditivos presentes nos produtos para simular o sabor doce nos alimentos ultra processados. Dessa forma, é possível reduzir a quantidade de açúcar – o que também diminui o valor calórico. Duran afirma que o consumo excessivo de açúcares pode levar a desfechos adversos à saúde, porém, “os estudos sobre os efeitos do consumo de edulcorantes ainda são inconsistentes”. Ou seja, apesar da publicidade informar aos consumidores que esses produtos são mais saudáveis, ainda não há evidências que comprovem isto.

Segundo Duran, produtos que mais contribuíram para o consumo de edulcorantes na população de Campinas, além dos adoçantes de mesa, foram as bebidas adoçadas, como refrigerantes à base de cola, refrigerantes com sabor de frutas, suco em pó, bebidas de soja, néctares, as bebidas lácteas, como achocolatados, iogurtes com sabores de frutas e outros. Todos os dados obtidos pelo estudo foram encaminhados para a Secretaria Municipal de Saúde de Campinas.

As pesquisadoras defendem um maior monitoramento nos níveis de edulcorantes nos alimentos e bebidas, especialmente a partir deste mês, com a reformulação dos rótulos para mostrar a alta quantidade de açúcar. “A informação obrigatória sobre a presença de edulcorantes de baixa caloria com termos técnicos na lista de ingredientes pode ser inadequada para informar explicitamente ao consumidor que edulcorantes são um dos aditivos utilizados”, finaliza Duran.

(Fonte: Agência Bori)

Casarão Pau Preto recebe exposição de aeromodelos que contam a história e evolução da aviação

Indaiatuba, por Kleber Patricio

Edilio em Campinas na década de 50. Fotos: arquivo familiar.

O Museu Municipal ‘Antônio Reginaldo Geiss’, em Indaiatuba, recebe a partir do dia 1º de outubro a nova exposição “A História da Aviação em Aeromodelismo por Edílio Monteiro da Silva”. Reconhecido por seu trabalho com fotografia, durante a vida Edílio desenvolveu e construiu inúmeros aeromodelos. O novo espaço contará ainda com uma inovação tecnológica: o público poderá pesquisar em um totem interativo um pouco da história de cada exemplar em exposição.

A secretária municipal de Cultura, Tânia Castanho, agradece a família de Edílio Monteiro da Silva. “Não seria possível montar esta exposição sem o apoio e a confiança dos familiares do senhor Edílio”, ressalta. “Os aeromodelos formam um verdadeiro passeio pela história da aviação e todos estão convidados a conferir esta atração imperdível”. O Museu Municipal está vinculado ao Departamento de Preservação e Memória da Secretaria de Cultura de Indaiatuba.

Edílio Monteiro da Silva nasceu em Campinas, no dia 22 de dezembro de 1939, e desde criança mostrava seu amor pela fotografia e pela aviação. Com apenas 16 anos de idade, tornou-se profissional no ramo de fotografias, abrindo em maio de 1956 seu primeiro estúdio fotográfico, o Studio Campos Sales.

Em 1965, na filial no Aeroporto de Viracopos, Edílio ficou conhecido entre as várias companhias de aviação que operavam no local, sendo diversas vezes contratado por elas, permitindo-lhe fotografar grandes personalidades da época, entre elas a Rainha Elizabeth II da Inglaterra em sua vida ao Brasil em 1968, como fotógrafo oficial contratado pela Royal Air Force.

Avião da modalidade U-control projetado e construído por Edilio.

Em 1969, dois anos após casar-se com Sônia Aparecida de Consorte Florian, Edílio mudou-se para Indaiatuba, fundando a Art Foto na região central. Foi em 1978 que inaugurou, em sociedade com Antônio da Cunha Penna, o Silva & Penna Fotografias.

Paixão

Edílio sempre foi um apaixonado pela aviação e pelo aeromodelismo, seu principal hobby. Desde muito jovem aprendeu a construir, pilotar e desenvolver projetos de aeromodelos, especializando-se na modalidade u-control (aeromodelos controlados por um manete que se interliga ao avião por meio de cabos de aço).

Em 1986 realizou um grande sonho: projetou e acompanhou a construção de uma pista circular em tamanho oficial para aeromodelos da modalidade u-control em terreno da Prefeitura de Indaiatuba que ficava no cruzamento das avenidas Conceição e Presidente Vargas.

Desde a sua inauguração e durante muitos anos, a pista foi uma das principais atrações turísticas da cidade, atraindo aficionados por aeromodelismo de Indaiatuba e toda região, que frequentavam o local aos finais de semana. No local, aconteceram diversos campeonatos de aeromodelismo trazidos por Edílio, por meio da Federação Paulista da modalidade.

Durante sua vida, desenvolveu e construiu inúmeros aeromodelos e por muitos anos se dedicou a construir pequenas réplicas de aviões, com o objetivo de mostrar com riqueza de detalhes um pouco da história e evolução da aviação. O acervo conta com aproximadamente 600 modelos confeccionados por ele, todos em madeira e construídos em uma mesma escala. Edílio faleceu em 30 de outubro de 2012, aos 72 anos.

Serviço:

Exposição “A História da Aviação em Aeromodelismo por Edílio Monteiro da Silva”

Abertura: 1º de outubro

Local: Museu Municipal ‘Antônio Reginaldo Geiss’ no Casarão Pau Preto

Endereço: Rua Pedro Gonçalves, 477, Centro, Indaiatuba (SP)

Horário de funcionamento: terça a sábado, das 9h às 17h. Domingos, pontos facultativos e feriados, das 9h às 12h

Informações: (19) 3875-8383.

(Fonte: Prefeitura de Indaiatuba)

Pinacoteca de São Paulo inaugura mostra panorâmica da obra de Jonathas de Andrade

São Paulo, por Kleber Patricio

“Educação para Adultos”, 2010 – [60 cartazes emoldurados, 34 x 46 cm]. Foto: divulgação.

A Pinacoteca de São Paulo apresenta “Jonathas de Andrade: O rebote do bote”, a mais abrangente exposição do artista organizada até o momento. Com curadoria de Ana Maria Maia, curadora-chefe da Pinacoteca de São Paulo, o projeto, que ocupa o quarto andar da Pinacoteca Estação, oferece ao público um panorama da produção realizada por Jonathas durante os últimos quinze anos.

Dividida em três salas, cada qual pensada como um núcleo conceitual, a mostra apresenta a produção deste artista que se dedica a construir abordagens e vivências, nas quais o acesso ao outro e às diferenças é motivado pelo desejo e, consequentemente, também carregado de performances do poder, disputas e questões éticas. “A ideia era percorrer momentos diferentes da carreira de Jonathas de Andrade, mas sem necessariamente criar uma cronologia. Pensamos em grandes temas, mas o fio condutor foi entender os aspectos dessas relações que ele propõe com pessoas, com colaboradores, personagens dos trabalhos”, afirma Ana Maria Maia.

Na sala 1, intitulada “Corpo para Jogo”, a narrativa da mostra começa apresentando a sexualidade em um conjunto de obras que incorrem em tematizações da masculinidade e do homoerotismo. Vemos suas passagens por cidades, arquivos e histórias e, por meio delas, percebemos que a busca desse corpo é a todo tempo carregada de perigos e promessas.

Na sala 2, intitulada “Jogos de Corpos”, existe uma reflexão sobre as dinâmicas de alteridade, dotadas de mecanismos de escuta, colaborações e resistência. O artista costuma refletir sobre questões laborais e negociações constantes de lugares, agências e memórias sociais. Representado no exercício de sua ocupação, o trabalhador encontra formas de resistir ao olhar fotográfico; sua excelência no manejo do ofício torna-se ferramenta para tensionar o fetiche e disputar a direção da cena.

O destaque fica por conta da obra inédita “Museu da Caravana do Nordeste” (2022), que funciona como um desdobramento da obra ‘Cartazes para o Museu do Homem do Nordeste” (2013) [pp. 7, 102-105], adquirida para o acervo da Pinacoteca pelo Programa de Patronos da Arte Contemporânea, em 2017, e atualmente em exposição na apresentação do acervo do museu.

Também se destaca a obra “Teatro das Heroínas de Tejucupapo” (2022), em primeira exibição no Brasil e que apresenta uma encenação da batalha ocorrida no séc. XVII, na Zona da Mata de Pernambuco, na qual tropas holandesas foram expulsas do vilarejo por um grupo de mulheres. A presença desse trabalho nessa sala abre caminhos para pensar a questão de gênero, que na história e na pesquisa estética de Jonathas é predominantemente abordada por um viés da masculinidade.

A sala 3, intitulada “Escalas de devoração”, aborda o jogo tenso de convívio e cuidado, preservação e saque, nos âmbitos sociais, institucionais e ambientais. A curadoria provoca um encontro de obras de tempos distintos. A peça “Nostalgia, sentimento de classe” (2012) traz o tema da arquitetura modernista, que por um bom tempo foi amplamente explorado pelo artista. A instalação discute a ideia de que, quando o patrimônio arquitetônico não é tratado como um bem coletivo, ele só resiste como fetiche, como posse. A obra envolve as paredes externas da sala do vídeo “Nó na garganta” (2022), obra comissionada e produzida pela Fondazione In Between Art and Film, que fez parte da instalação “Com o coração saindo pela boca”, exibida no Pavilhão do Brasil na 59ª Bienal de Veneza. Nele, se estabelece uma relação limítrofe entre os cuidadores de um zoológico e diversas cobras.

Nessa sala é também apresentado o projeto “Decalque Estilhaço” (2022), o primeiro exercício de autorrepresentação na carreira de Jonathas, que sempre se dispôs a mostrar a figura do outro e do coletivo. A obra evoca o começo de um processo criativo no qual colocar-se em cena, tornar-se imagem, é parte do exercício artístico e político de se implicar.

A mostra terá um catálogo bilíngue, que será vendido nas lojas físicas e on-line do museu. A Pinacoteca ainda produzirá um vídeo e um tour virtual para serem disponibilizados ao público no site do museu ao longo da exposição.

A exposição “Jonathas de Andrade: O rebote do bote” tem patrocínio do Iguatemi (cota bronze).

Sobre Jonathas de Andrade

Jonathas de Andrade (1982, Maceió) vive e trabalha na cidade de Recife. Em quinze anos de carreira, criou obras que revisitam imaginários socioculturais, sobretudo referentes à região Nordeste do Brasil, e trazem à tona questões de gênero, classe e raça, com frequência apropriando-se, como suporte, da fotografia, de vídeos, de instalações e de coleções.

Já realizou mostras solo em diversas instituições, como The Power Plant, no Canadá; New Museum, em Nova York; Museu de Arte de São Paulo (Masp); Alexander and Bonin Gallery; Museu de Arte do Rio; Instituto Banco Real; Fundação Joaquim Nabuco; Musée d’Art Contemporain de Montréal; e Kunsthalle Lissabon, em Lisboa.

Participou de residências artísticas em Darat al Funun, Amman, na Jordânia; Wexner Center for the Arts, Columbus, Estados Unidos; Gasworks / Train Residence Programme, Londres, Inglaterra; Casa Maauad, Cidade do Mexico; e A Tale of a Tub, Rotterdã, Holanda. E esteve em mostras coletivas como a 29ª e a 32ª Bienal de São Paulo; Sharjah Biennial 13; 12ª Bienal de Lyon, na França; 2nd New Museum Triennial, em NY; 7ª Bienal do Mercosul, em Porto Alegre; 10th Gwangju Biennale, na Coreia; 32ª Panorama da Arte Brasileira; When Attitudes Became Form Become Attitudes, CCA Wattis Institute for Contemporary Art, em San Francisco; Histórias Mestiças, Instituto Tomie Ohtake, em São Paulo; 12ª Bienal de Istambul, na Turquia, entre outras.

Sobre a Pinacoteca de São Paulo | A Pinacoteca de São Paulo é um museu de artes visuais com ênfase na produção brasileira do século XIX até a contemporaneidade e em diálogo com as culturas do mundo. Museu de arte mais antigo da cidade, fundado em 1905 pelo Governo do Estado de São Paulo, vem realizando mostras de sua renomada coleção de arte brasileira e exposições temporárias de artistas nacionais e internacionais. A Pina também elabora e apresenta projetos públicos multidisciplinares, além de abrigar um programa educativo abrangente e inclusivo.

Serviço:

Jonathas de Andrade: O rebote do bote

Período: 24/9/2022 a 28/2/2023

Curadoria: Ana Maria Maia

Edifício Pina Estação

Largo General Osório, 66, São Paulo, SP, 4º andar

De quarta a segunda, das 10h às 17h

Gratuitos todos os dias

Ingressos no site ou na bilheteria da Pinacoteca

Tel. (11) 3335-4990

Redes sociais da Pinacoteca de São Paulo:

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(Fonte: Marmiroli Comunicação)