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“Ato Final” conquista prêmio de melhor documentário no Lisbiff e diretora é convidada para debates nas Universidades de Coimbra e do Porto

Lisboa, por Kleber Patricio

Cartaz de “Ato Final”. Distribuição: Elo Studios.

“Ato Final”, filme de Roberta Fernandes distribuído pela Elo Studios, conquistou o prêmio de melhor documentário no Lisboa Indie Film Festival – Lisbiff, festival internacional de cinema em Portugal. A premiação aconteceu no sábado, 9 de dezembro, em Lisboa. A diretora participará, ainda, de exibições seguidas de debates na Universidade do Porto no dia 13 de dezembro e na Universidade de Coimbra no dia 14.

Com a temática que aborda o feminicídio e a violência doméstica contra mulheres, o filme mescla entrevistas com sobreviventes reais e cenas com três atrizes. Norma das Graças Francisco, Camila Lopes da Costa, Liliene Rosa Pinheiro da Conceição, Cristiane Mendes e Marciane Pereira dos Santos contam suas histórias de sobrevivência, enquanto Janine Correa, Sabrina Feu e Sara Nichio experimentam, no palco, as emoções de mulheres que vivem intimamente o risco do feminicídio.

Produzido pela Andaluz Filmes, com distribuição da Elo Studios, direção de elenco de Rejane Arruda, roteiro de Marcella Rocha e Roberta Fernandes e produção executiva de Rodrigo Cerqueira, o longa-metragem participou do Selo Elas, em 2021, iniciativa da Elo Studios que fomenta longas-metragens dirigidos por mulheres como forma de colaborar com a equidade de gênero no setor.

Ficha técnica

Direção: Roberta Fernandes

Produção executiva: Rodrigo Cerqueira

Roteiro: Roberta Fernandes e Marcella Rocha

Direção de fotografia: Ursula Dart

Montagem: Iris de Oliveira

Edição de som: Tiago Bello e Toco Cerqueira

Mixagem: Tiago Bello e Toco Cerqueira

Finalização: William Rubim

Preparadora de elenco: Rejane Arruda

Distribuição: Elo Studios.

Sobre a diretora | Roberta Fernandes é jornalista e diretora de cinema. Vencedora do Grande Prêmio Canal Brasil de Curtas 2018 com “Se Você contar”. Dirigiu também os telefilmes documentários “Congo Santo” e “Acerca da Pele” e atuou como roteirista e produtora executiva de outras obras. “Ato Final” é o seu primeiro longa-metragem. Seus principais trabalhos incluem:

Tropisch (2023, cor, doc, em finalização)

Produção Executiva

Mangata (2022, cor, 21’)

Produção executiva

Traço Divino (2021, websérie, 6 EP)

Direção.

À Distância (2020, websérie, 7 EP)

Direção e produção

Acerca da pele (2020, cor, 52’, documentário)

Roteiro e direção

Congo Santo (2019, cor, 52’ documentário)

Direção e roteiro

Epílogos de um abril (2018, cor, 21’, documentário)

Produção Executiva

Se você contar (2017, cor, 29’, documentário)

Roteiro e direção.

Sobre Andaluz Filmes

A Andaluz Filmes é uma produtora de documentários sediada em Vila Velha, no Espírito Santo, desde 2016. Seus filmes abordam, principalmente, questões sociais urgentes e visam à distribuição de impacto e alternativa. Os principais trabalhos da Andaluz Filmes são:

Ato Final (2023, cor, doc)

Tropisch (2023, cor, doc, em finalização)

Mangata (2022, cor, 21’)

Acerca da pele (2020, cor, 52’, documentário)

Congo Santo (2019, cor, 52’ documentário)

Epílogos de um abril (2018, cor, 21’, documentário)

Se você contar (2017, cor, 29’, documentário).

(Fonte: FT Estratégias)

Projeto Férias Eu Escolho Você oferece atividades físicas para crianças e adolescentes

Indaiatuba, por Kleber Patricio

Atividades são organizadas de acordo com o número de participantes e suas respectivas faixas etárias. Fotos: José Maria Ferraz Filho.

O recesso escolar está chegando e é o momento de se preparar para mais uma edição do projeto Férias Eu Escolho Você, que acontece entre os dias 2 a 11 de janeiro para crianças e adolescentes de 6 a 14 anos, com atividades esportivas e recreativas em dois núcleos: Centro Esportivo do Trabalhador e Complexo Esportivo ‘Antônio Trinca’ no Parque Campo Bonito, em Indaiatuba, município da Região Metropolitana de Campinas (SP). Para participar, não é preciso inscrição prévia. A realização é da Prefeitura de Indaiatuba, por meio da Secretaria Municipal de Esportes. Para participar, não é preciso estar matriculado no projeto Esporte Cidadão. As atividades acontecem entre os dias 2 a 11 de janeiro, em dois períodos: das 8h30 às 12h e das 14h às 17h30.

“O projeto Férias Eu Escolho Você cresce a cada ano e oferece às crianças e adolescentes a oportunidade de realizar atividades físicas durante as férias, deixando o celular e a televisão de lado”, destaca o prefeito Nilson Gaspar. “Além disso, garante às famílias momentos de tranquilidade, já que as equipes do Esporte estão preparadas para receber essa turma”.

O secretário municipal de Esportes, Marcos Antônio de Moraes, destaca o crescimento do projeto. “Em 2022, quando o projeto voltou ao calendário, tivemos 1.120 participantes em janeiro e 2.694 em julho. Este ano, foram 2.076 em janeiro e 3.052 em julho”, revela. “Números que comprovam o aumento de participantes e a confiança da população no Férias Eu Escolho Você”.

A atividade física é estimulada por meio de brincadeiras e gincanas que não deixam ninguém parado. “Por meio destas atividades lúdicas, destacamos a importância de praticar exercícios físicos em qualquer idade, estimulando a convivência entre a comunidade, com ênfase na qualidade de vida e o bem-estar físico e social”, ressalta o coordenador do projeto, José Maria Ferraz Filho. “Todos estão convidados”.

As crianças e adolescentes podem comparecer nos dias e horários escolhidos sem a necessidade de inscrição ou comprovação de frequência. A equipe da Secretaria Municipal de Esportes receberá os interessados e organizará as atividades de acordo com o número de participantes e suas respectivas faixas etárias. Para mais informações, ligue para (19) 3834-7472.

NÚCLEOS ESPORTIVOS

Centro Esportivo do Trabalhador: Avenida Conceição, 1.885, Cidade Nova II

Complexo Esportivo ‘Antônio Trinca’ (Campo Bonito): Avenida Ottilia Ferraz de Camargo, 731, Parque Campo Bonito.

(Fonte: Prefeitura de Indaiatuba)

Fundação Dorina Nowill para Cegos aprimora estúdios com novos recursos de gravação e soluções de alta qualidade e tecnologia

São Paulo, por Kleber Patricio

Foto: CDC/Unsplash.

A Fundação Dorina Nowill para Cegos, referência em inclusão social de pessoas cegas e com baixa visão, anuncia uma significativa revitalização em suas instalações de áudio e vídeo com o intuito de oferecer soluções de gravação de alta qualidade. Essas melhorias visam não apenas atender às necessidades internas da Fundação Dorina, mas também disponibilizar seus estúdios de áudio e vídeo para locação, fornecendo serviços para empresas e profissionais com qualidade e tecnologia de ponta, além de ter como diferencial a possibilidade de realizar os conteúdos com acessibilidade.

Com profissionais especializados e expertise na produção de materiais inclusivos, a Fundação se preocupa em garantir a acessibilidade eliminando barreiras e proporcionando a todos a chance de participar ativamente na sociedade, seja no âmbito educacional, profissional ou social, de forma que todas as pessoas tenham acesso igualitário a oportunidades, serviços e espaços, fortalecendo os alicerces de uma comunidade mais coesa e diversificada.

Somente no estúdio de áudio, a Fundação Dorina gerou, aproximadamente, 200 produções finalizadas no ano. Em relação aos projetos de vídeos, foram produzidos, em 2023, cerca de 50 materiais com enfoque em videoaulas em 12 projetos da Fundação. Para o próximo ano, a expectativa é ampliar o atendimento ao mercado audiovisual e empresas no geral e fortalecer parcerias ampliando e diversificando as possibilidades de negócios.

Além de todas as realizações internas, diversas empresas renomadas já produzem audiolivros e materiais audiovisuais com recursos de acessibilidade nos estúdios da Fundação, como a Audible (da Amazon), e o mercado editorial, como Editora Mostarda, Editora Girassol, Editora FTD, Editora SM e Bookwire.

Outra grande novidade que surgiu com a revitalização dos estúdios foi a produção de podcasts, com todas as possibilidades de recursos de acessibilidade, como audiodescrição, libras e legendas. Com isso, este ano, a Fundação Dorina produziu diversos trabalhos, entre os quais uma série completa de podcasts com acessibilidade para a empresa LibertySeguros.

Dentre as entregas da Fundação Dorina, notavelmente, destaca-se a produção para o Programa Nacional do Livro Didático (PNLD) – juntamente com as editoras participantes do programa – cujos recursos permitiram a elaboração de cerca de 220 vídeos com audiodescrição e Libras para o programa garantindo que estudantes cegos tivessem acesso ao mesmo material que seus colegas videntes.

O grande diferencial da Fundação é o atendimento aos editais com especialistas em acessibilidade, que desempenham um papel fundamental fornecendo consultoria para as empresas e consolidando a missão de ampliar o acesso à informação e a educação para as pessoas com deficiência visual.

Os estúdios de vídeo foram equipados para oferecer opções avançadas para gravações, inclusive videoaulas. Os clientes têm acesso a equipamentos profissionais, incluindo iluminação de qualidade e câmera com resolução 4K. Além disso, contam com a equipe da Fundação para auxiliá-los na direção, gravação e edição do vídeo, além do tratamento de som e recursos de acessibilidade adequados ao seu material.

Já os estúdios de áudio da Fundação Dorina estão disponíveis para locação por hora, com equipamentos profissionais e o apoio de um técnico especializado, e além disso oferecem a possibilidade de editar e finalizar o material gravado.

Em todas as etapas do processo de produção, a Fundação dedica um cuidado especial; desde a adaptação de materiais para a voz, pesquisa de pronúncia de palavras e a seleção de vozes que mais se adequam ao projeto, até a gravação, edição, masterização e mixagem.

A capacidade de produção de materiais acessíveis em áudio e vídeo vem desde o processo de criação até a conclusão, assegurando que cada aspecto seja minuciosamente adaptado às necessidades específicas de um determinado projeto. As instalações foram concebidas para proporcionar uma experiência completa, priorizando a acessibilidade em todas as suas fases. Contando com equipamentos de última geração, os estúdios são operados por uma equipe de profissionais altamente qualificados, além da equipe de consultores cegos que são especialistas nas soluções de acessibilidade.

A Fundação Dorina é referência na produção de audiolivros, ampliando as opções de leitura para diversos públicos. Além disso, realiza gravações de materiais diversos, como bulas, apostilas e relatórios, transformando-os em versões narradas por vozes humanas. Outro recurso essencial no portfólio é a audiodescrição, que pode ser gravada ou feita ao vivo. O serviço traduz imagens em palavras, possibilitando que pessoas cegas ou com baixa visão compreendam conteúdos audiovisuais, como filmes, fotografias, peças de teatro e eventos em geral, gerando inclusão social.

Para saber mais sobre os serviços e informações detalhadas oferecidos pela Fundação, entre no site https://fundacaodorina.org.br e obtenha informações detalhadas e personalizadas.

Sobre a Fundação Dorina Nowill para Cegos

A Fundação Dorina Nowill para Cegos é uma organização sem fins lucrativos e de caráter filantrópico. Há 77 anos se dedica à inclusão social de crianças, jovens, adultos e idosos cegos e com baixa visão. A instituição oferece serviços gratuitos e especializados de habilitação e reabilitação; dentre eles, orientação e mobilidade e clínica de visão subnormal, além de programas de inclusão educacional e profissional.

Responsável por um dos maiores parques gráficos braile em capacidade produtiva da América Latina, a Fundação Dorina Nowill para Cegos é referência na produção e distribuição de materiais nos formatos acessíveis braile, áudio, impressão em fonte ampliada e digital acessível, incluindo o envio gratuito de livros para milhares de escolas, bibliotecas e organizações de todo o Brasil.

A instituição também oferece uma gama de serviços em acessibilidade, como cursos, capacitações customizadas, audiodescrição, e consultorias especializadas, como acessibilidade arquitetônica e web. Com o apoio fundamental de colaboradores, conselheiros, parceiros, patrocinadores e voluntários, a Fundação Dorina Nowill para Cegos é reconhecida e respeitada pela seriedade de um trabalho que atravessa décadas e busca conferir independência, autonomia e dignidade às pessoas com deficiência visual. Mais detalhes no site.

(Fonte: Fundação Dorina Nowill para Cegos)

Tecnologias focadas em problemas de áreas como Amazônia e saúde podem ser base para políticas públicas no país, aponta documento

São Paulo, por Kleber Patricio

Projeto da WTT usou inovação orientada por missões para mapear desafios concretos de agricultores do semiárido brasileiro. Na foto, colheita de abacaxi do semiárido baiano. Foto: David Theodoro Junghans/Embrapa Mandioca e Fruticultura.

Uma metodologia pretende mudar a maneira de se fazer e implementar tecnologias para resolver problemas nacionais — o que pode acarretar transformações, também, na forma de se elaborar políticas públicas. A ferramenta, descrita em documento-síntese lançado nesta quinta (23), foi apresentada a gestores públicos e privados durante o 1º Fórum Brasileiro de Inovação Orientada por Missões, em São Paulo, organizado pelo World-Transforming Technologies (WTT).

O evento foi o primeiro do tipo promovido no Brasil e contou com a participação de empresários, diretores de agências de fomento à inovação e pesquisa e diretores de ONGs e institutos de cinco áreas estratégicas: Amazônia, indústria, transição energética, agricultura e saúde.

A inovação, orientada por missões, consiste em desenhar e implementar soluções tecnológicas inovadoras para desafios complexos a partir da definição de uma meta ambiciosa. A ideia é que diferentes atores dos setores privado e público colaborem em projetos para gerar tecnologias para resolver problemas socioambientais e consigam monitorar o seu impacto. O foco se desloca da quantidade para a qualidade das inovações propostas – sempre com acompanhamento ao longo do tempo para aferir o seu sucesso. “A abordagem de inovação orientada por missões coloca a inovação no centro do debate e tem em seu cerne a pergunta: inovar para quê? Essa provocação vem da ideia de que a ciência precisa ter uma direcionalidade, um propósito”, explica o diretor de inovação da WTT André Wongtschowski.

Alguns exemplos de tecnologias desenvolvidas seguindo o modelo estão em trabalho publicado recentemente pelo WTT. No projeto, pesquisadores e sociedade civil se juntaram para mapear desafios concretos de agricultores do semiárido brasileiro e criaram tecnologias nacionais para reutilizar água e revestir frutas, impulsionando a agricultura familiar na região.

Com relatos de experiências e conceitos, o documento lançado agora provoca o Estado a refletir sobre o seu papel no incentivo ao ecossistema de inovação brasileiro, divulgando editais para o financiamento de inovações, por exemplo. É o que pretendem o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), que anunciaram um amplo pacote de investimentos em apoio à inovação empresarial a partir de áreas temáticas alinhadas às missões do Conselho Nacional de Desenvolvimento Industrial (CNDI).

As próprias políticas públicas poderiam ser desenhadas a partir da ferramenta de inovação orientada por missões, de acordo com o documento. Neste caso, a ideia é que sejam estabelecidos metas e objetivos precisos, o que difere de formas tradicionais de formulação de políticas públicas, cujos objetivos são vagos e em que geralmente não são definidos prazos para a entrega de resultados.

A colaboração e, principalmente, a participação da sociedade civil aparecem como elementos-chave para o sucesso da agenda orientada por missões. “Para trabalharmos com problemas complexos, precisamos de ampla colaboração da sociedade. Nenhuma organização, nem o próprio governo, vai conseguir dar conta dos desafios relacionados ao desenvolvimento sustentável de forma isolada”, comenta Wongtschowski.

(Fonte: Agência Bori)

Artigo: A revolução tecnológica que ameaça a democracia no Brasil

Distrito Federal, por Kleber Patricio

Foto: divulgação.

O segundo turno das eleições na Argentina, recentemente realizado, foi marcado por um espetáculo tecnológico onde a Inteligência Artificial (IA) não apenas desempenhou um papel significativo, mas se tornou a espinha dorsal de estratégias políticas nunca antes vistas. Não se limitando à produção de deepfakes e conteúdos manipulados, a IA foi empregada de maneira abrangente, desde a análise minuciosa do eleitorado até a micro segmentação do público-alvo, incluindo o estudo aprofundado dos movimentos emergentes dos eleitores. Neste contexto, o escândalo da Cambridge Analytica nos EUA e Reino Unido parece ser um mero prólogo diante da magnitude e complexidade dos avanços tecnológicos que influenciaram as eleições argentinas. Este evento, longe de ser apenas uma novidade pontual, representa uma advertência crucial para o Brasil, destacando a necessidade iminente de medidas rigorosas para regulamentar o uso da IA nos processos eleitorais brasileiros. Ignorar essa questão pode representar uma ameaça severa à integridade de nosso frágil sistema democrático.

A utilização da IA nas eleições argentinas transcendeu os limites convencionais de manipulação de conteúdo. Foi um exame minucioso e preditivo das preferências eleitorais, possibilitando uma segmentação ultra precisa do eleitorado. O desenvolvimento de estratégias altamente personalizadas baseadas em dados, combinado com a disseminação de informações manipuladas, sinaliza um novo patamar de influência tecnológica nos processos democráticos. Se não forem implementadas medidas imediatas para regulamentar essa prática no Brasil, enfrentaremos o risco iminente de minar a confiança pública, comprometer a legitimidade do processo eleitoral e, consequentemente, colocar em perigo a saúde de nossa democracia.

A profunda complexidade da regulamentação da IA: alerta do Senado dos EUA

Durante o testemunho no Congresso dos Estados Unidos, o CEO da OpenAI, Sam Altman, alertou enfaticamente que o uso das IAs para comprometer eleições é preocupante. Ele ressaltou que a IA não é apenas uma ferramenta para produzir conteúdo manipulado, mas também, um ecossistema complexo capaz de analisar e manipular dados para influenciar a opinião pública e as decisões políticas. A autonomia dos sistemas de IA na segmentação de eleitores levanta questões éticas profundas, alimentando estratégias personalizadas baseadas em informações muitas vezes enviesadas. O impacto não reside somente na disseminação de informações distorcidas, mas também na manipulação das percepções coletivas – uma verdadeira ameaça à integridade dos processos democráticos.

A necessidade inadiável de regulamentação responsável da IA em processos eleitorais

A discussão sobre a regulamentação da IA nos processos eleitorais não é mais um mero debate acadêmico. É uma necessidade urgente para preservar a integridade dos sistemas democráticos. A falta de regras claras e éticas pode corroer a confiança pública, minar a legitimidade do processo eleitoral e colocar em risco os fundamentos de nossas democracias. É crucial, mais do que nunca, que governos, organizações e a sociedade civil unam esforços para estabelecer estruturas regulatórias sólidas visando um uso ético e transparente da IA em processos eleitorais. Ignorar essa necessidade é arriscar o futuro de nossos sistemas democráticos diante do avanço tecnológico desenfreado.

O chamado à ação após o COMPOL 2023

O último COMPOL 2023, realizado em Belo Horizonte no início de novembro, evidenciou a profunda preocupação e até mesmo uma inquietante apreensão por parte do mercado dos operadores de comunicação política e eleitoral, marketeiros, jornalistas, juristas e da comunidade acadêmica. Durante o evento, ficou claro que há um consenso unânime entre todas as forças atuantes desse mercado: o uso desenfreado da Inteligência Artificial (IA) nas eleições representa um risco real para a democracia brasileira. Essa preocupação levou à concepção das bases para a criação do IRIA – Instituto Brasileiro para a Regulamentação da Inteligência Artificial.

O IRIA surge com o objetivo primordial de instigar um amplo debate nacional sobre a regulamentação do uso da IA nos processos eleitorais. Além disso, busca impulsionar a formação de uma força-tarefa composta por especialistas de diversas áreas visando à criação de mecanismos mínimos que garantam a ética nos processos eleitorais. A iniciativa está direcionada não somente para alertar sobre os riscos, mas para propor soluções e promover ações concretas que fortaleçam a integridade e a transparência do sistema democrático brasileiro.

O lançamento da IRIA foi um marco essencial para sensibilizar e mobilizar todos os envolvidos na esfera da comunicação política e eleitoral. É o início de um movimento coletivo para proteger os alicerces da democracia, reconhecendo a urgência de agir diante dos desafios impostos pelo avanço da IA. Resta-nos, agora, avançar em conjunto na construção de um ambiente eleitoral ético e confiável, refletindo a responsabilidade coletiva em preservar os princípios democráticos fundamentais para o Brasil.

Marcelo Senise é idealizador do Instituto Brasileiro para a Regulamentação da Inteligência Artificial, sócio fundador da Comunica 360º. Sociólogo e marqueteiro, atua há 34 anos na área política e eleitoral, especialista em comportamento humano, em informação e contrainformação, precursor do sistema de analise em sistemas emergentes e Inteligência Artificial. Instagram: @marcelosenise.

(Fonte: Marcelo Senise)