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Cientistas descobrem nova espécie de anfíbio e a batizam com homenagem à capoeira

Santa Cruz, por Kleber Patricio

Phyllodytes iuna é uma pererequinha-de-bromélia. Foto: Marcos Vila Nova.

Pesquisadores do Laboratório de Herpetologia Tropical da Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC) descobriram uma nova espécie de pererequinha-de-bromélia no Sul da Bahia, mais precisamente na Estação Ecológica Wenceslau Guimarães, e a batizaram de Phyllodytes iuna. O nome da espécie (iuna) presta homenagem à capoeira. Na roda de capoeira regional, o toque de “Iúna” é executado para a formatura de alunos graduados ou é reservado para o jogo de professores e mestres. Com essa homenagem, os autores celebram o rico legado afro-brasileiro deixado pelos mestres da capoeira na resistência, consolidação e perpetuação desta arte marcial.

Essa é a quinta espécie do grupo Phyllodytes que a equipe de pesquisadores do Departamento de Ciências Biológicas (DCB) da UESC descreve ao longo de dez anos de pesquisa de campo. Um dos cientistas, o professor Iuri Ribeiro Dias, é o capoeirista da equipe e justifica: “Faço capoeira desde criança e sempre tive vontade de homenagear essa expressão cultural afro-brasileira em alguma das espécies que encontramos aqui no Sul da Bahia”.

Historicamente, novas espécies de anfíbios eram coletadas por pesquisadores dos grandes centros de pesquisa do sudeste do Brasil, como o Museu Nacional ou o Museu de Zoologia da Universidade de São Paulo. No entanto, quando esses cientistas se aventuravam pelas matas da Bahia, costumavam coletar anfíbios nos lugares onde eles esperavam encontrar muitas espécies, ou seja, em brejos e poças. Isso fez com que um grupo de pererequinhas, que ao invés de se reproduzir em poças, passam toda a vida em bromélias, fosse raramente documentado nessas expedições.

“As pererequinhas-de-bromélia são animaizinhos espetaculares”, comenta o professor Mirco Solé, do DCB da UESC. “Elas passam todo o seu ciclo de vida em bromélias. Lá elas depositam ovos, nascem e crescem os girinos e depois cantam os adultos. Os girinos de algumas espécies de pererequinhas-de-bromélia prestam um serviço ecossistêmico importante: eles se alimentam de larvas de mosquito que são potenciais transmissores de doenças como dengue, zika e chikungunya. Protegendo as pererequinhas-de-bromélias estaremos também protegendo a nossa própria saúde”, completa.

Os girinos de algumas espécies de pererequinhas-de-bromélia se alimentam de larvas de mosquito que são potenciais transmissores de doenças. Foto: Rafael Abreu.

A Phyllodytes iuna é a décima sexta espécie do gênero Phyllodytes no Brasil e a sétima endêmica da Bahia. Os primeiros indivíduos foram registrados em 2015, mas sua descrição formal só foi possível após o encontro de exemplares adicionais em 2018. “Apesar dos esforços de coleta em diversas localidades na Mata Atlântica do Sul da Bahia, a espécie ainda não foi registrada em nenhum outro local além da Estação Ecológica de Wenceslau Guimarães”, revela Laisa Santos, membro da equipe e doutoranda no Programa de Pós-Graduação em Zoologia da UESC.

Embora a equipe do Laboratório de Herpetologia Tropical já conheça a maioria dos cantos dessas espécies no Sul da Bahia, ainda há muito trabalho a ser feito. “Estimamos que, apenas nessa região, ainda temos mais cinco espécies novas de pererequinhas-de-bromélias para descrever”, destaca o professor Iuri.

A pesquisa, que contou com auxílio financeiro do Programa PROTAX do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico, culminou em um artigo publicado na Zootaxa, revista especializada na descrição de espécies novas para a ciência. Leia aqui o artigo na íntegra.

(Fonte: Elas Tecem Comunicação)

Os perigos da resistência aos antibióticos: uma pandemia silenciosa

Rio de Janeiro, por Kleber Patricio

Bactéria Escherichia coli. Foto: CDC/Unsplash.

Por Gabriel Taddeucci Rocha, Raquel Regina Bonelli e Wellington Felipe Costa — A Semana Mundial de Conscientização da Resistência aos Antimicrobianos, realizada em novembro pela Organização Mundial da Saúde e instituições de saúde animal, meio ambiente e alimentos, chamou a atenção da sociedade para este problema de saúde pública. Segundo estimativas de artigo publicado recentemente na revista científica The Lancet, 4,95 milhões de mortes foram associadas à resistência aos antimicrobianos somente em 2019, com 1,27 milhões podendo ser diretamente atribuídas a ela. Esses dados revelam a extensão do problema, que afeta países de todos os níveis de desenvolvimento, caracterizando a resistência aos antimicrobianos como uma pandemia silenciosa.

De fato, hoje não é raro que infecções hospitalares sejam causadas pelas chamadas “superbactérias”, capazes de resistir a todos ou quase todos os antibióticos que já foram eficazes contra elas. Mas pesquisas científicas já evidenciam a ocorrência de bactérias resistentes em indivíduos saudáveis e até em animais silvestres, além da presença em alimentos e águas contaminadas por esgotos ou dejetos humanos.

A resistência aos antimicrobianos amplificada nos hospitais é um fenômeno conhecido; no entanto, é importante destacar que o uso de antimicrobianos na comunidade – em humanos, animais domésticos e de produção – também exerce pressão seletiva para a evolução da resistência. Resíduos de antimicrobianos presentes no ambiente, resultantes de descarte inadequado ou eliminação ativa após tratamentos, podem ter o mesmo impacto no meio.

A evolução da resistência ocorre ao acaso, por seleção de bactérias capazes de sobreviver, mutações acionadas sob stress ou aquisição de genes de outra bactéria. Esses são processos naturais amplificados pela ação humana; no entanto, a medicina moderna não pode abrir mão dos antibióticos. Assim, é importante que medidas sejam tomadas para preservar a eficácia destes medicamentos.

As medidas mais elementares são aquelas que previnem infecções, como práticas de higiene, vacinas e o acesso à rede de esgoto e água potável. O uso de antibióticos, quando necessário, deve ocorrer apenas com prescrição médica, e restos de medicamentos, mesmo vencidos, devem ser descartados apenas em farmácias ou postos especializados. Na agropecuária, boas práticas de manejo diminuem a dependência de antimicrobianos na saúde animal. Para os dejetos hospitalares, são necessários sistemas eficientes para reduzir a carga de bactérias resistentes ou seus genes, evitando que estes persistam no ambiente. Além disso, é importante que haja um monitoramento da situação epidemiológica em cada hospital ou cidade orientando escolhas terapêuticas e medidas de contenção sempre que necessário.

A resistência aos antimicrobianos é um desafio global de saúde pública que requer ações locais e comprometimento individual, alertam os especialistas em saúde e ambiente.

Sobre os autores:

Gabriel Taddeucci Rocha é microbiologista e pesquisador em nível de doutorado na área de resistência a antimicrobianos em humanos no Instituto de Microbiologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)

Raquel Regina Bonelli é doutora em Microbiologia Farmacêutica, professora no Instituto de Microbiologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro e pesquisadora na área de resistência a antimicrobianos em alimentos e produção agropecuária

Wellington Felipe Costa é biomédico, doutor em Microbiologia e pesquisador na área de resistência a antimicrobianos em matrizes aquáticas na UFRJ.

(Fonte: Agência Bori)

Museu da Energia de São Paulo inaugura nova exposição de longa duração sobre a história e evolução da energia em 150 anos

São Paulo, por Kleber Patricio

O Museu da Energia de São Paulo. Foto: Gustavo Morita.

O Museu da Energia de São Paulo, da Fundação Energia e Saneamento, lançou no sábado, dia 9 de dezembro a exposição inédita “Energia e Transformação”. A nova mostra, que resultou na remodelação de todas as salas expositivas do Museu, com exceção da área de exposições temporárias, aborda um panorama de mais de 150 anos da história da energia na capital e no estado com espaços para temáticas científicas, como as diferentes fontes, processos, alternativas e tendências futuras do setor. Além disso, promove uma reflexão sobre o uso dos recursos naturais e da água e as relações entre sociedade, energia e meio ambiente. A exposição é destinada a todos os públicos e poderá ser visitada de terça a sábado, das 10h às 17h. O projeto foi viabilizado com apoio do Programa de Ação Cultural (ProAC) do Governo do Estado de São Paulo, por meio da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas.

Para compor a exposição, foi realizada uma curadoria de imagens de época e de objetos museológicos, como instrumentos usados para instalar os postes da primeira linha de transmissão de energia da capital, de 1901, e um traje dos anos 1920 usado por mergulhadores na manutenção de estruturas hidro energéticas no Rio Pinheiros – além de notícias e propaganda de época que dão o contexto das transformações em São Paulo. Os itens integram o acervo histórico da Fundação Energia e Saneamento, um dos maiores do Brasil.

A diretora executiva da Fundação Energia e Saneamento, Rita Martins, resume que a exposição apresenta pontos para reflexão, tanto em relação ao território em que o museu está inserido, o centro de São Paulo, como sobre a gestão da energia e da água no passado, presente e futuro. “Muitas pessoas não sabem, mas o traçado do Rio Pinheiros, hoje, é resultado de grandes obras que, no século passado, foram realizadas para aumentar a oferta de energia na cidade e região metropolitana. Como podemos refletir sobre essas mudanças urbanas do passado e aprender com elas para o planejamento do futuro? É isso o que queremos despertar no público com a nova exposição”, conclui.

Visitando a exposição

Uma das inovações da exposição inédita fica no piso térreo: o espaço “As Memórias do Casarão” apresenta os diferentes usos que o imóvel centenário, que abriga o museu, teve ao longo do tempo, como residência, escola e uma das primeiras ocupações de grupos em luta por moradia no centro da capital nos anos de 1980. Já nos andares superiores, a exposição traz as temáticas principais do museu, abordando o uso da água e energia ao longo da história da transformação urbana da capital e da Grande São Paulo a partir do século 19 até os dias de hoje.

Avenida Rangel Pestana em direção ao bairro a partir de ponto próximo à Várzea do Carmo, atual Parque do Carmo.

A mostra parte dos tempos do lampião a gás, que marcam a passagem de uma cidade colonial para urbana, introduzindo o visitante às transformações da capital paulista no século 19 com a implantação da iluminação pública. Há também uma sala dedicada à virada do século 19 para o século 20 apresentando as mudanças impulsionadas pela energia e o transporte elétrico a bondes na capital.

Na mostra, também é possível acompanhar as mudanças na paisagem de 1910 até os anos 1950, a expansão da mancha urbana da cidade em novos bairros, com importantes obras como o Projeto Serra, que alterou, por exemplo, o curso natural do Rio Pinheiros, bem como a construção de grandes hidrelétricas geradoras de energia no estado a partir dos anos 1950, com seus impactos na paisagem, fauna, flora e para as populações.

O final do percurso apresenta a transição entre história e ciência destacando a pluralidade das pessoas responsáveis pelos avanços científicos, além de abordar, de forma lúdica e didática, os diferentes tipos e processos da geração da energia. Espaços instagramáveis também compõem a mostra para que o público possa interagir e tirar fotos como se estivesse nas ruas de São Paulo nos finais do século 19 ou dirigindo um bonde elétrico nos anos 1910.

“Energia e Transformação” foi viabilizada por um edital do Governo do Estado de São Paulo, no Programa de Ação Cultural (ProAC), da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Estado de São Paulo, na modalidade Museus e Acervos/Realização de Exposições em Instituições Museológicas (ProAC 37/2022).

Serviço:

Exposição “Energia e Transformação” – Museu da Energia de São Paulo

Endereço: Alameda Cleveland, 601, Campos Elíseos, São Paulo (SP)

Contato: WhatsApp (11) 99169-8531 ou e-mail saopaulo@museudaenergia.org.br

Aberto de terça-feira a sábado, das 10h às 17h – Entrada gratuita para todos os públicos até dezembro de 2023.

Sobre a Fundação Energia e Saneamento | Desde 1998, a Fundação Energia e Saneamento pesquisa, preserva e divulga o patrimônio histórico e cultural dos setores de energia e de saneamento ambiental. Atuando em várias regiões do Estado de São Paulo por meio das unidades do Museu da Energia (São Paulo, Itu e Salesópolis), realiza ações culturais e educativas que reforçam conceitos de cidadania e incentivam o uso responsável de recursos naturais, trabalhando nos eixos de história, ciência, tecnologia e meio ambiente.

Empresa mantenedora da Fundação Energia e Saneamento: CESP

Patrocinador Master: CTG Brasil

Apoio: Bayer Brasil

Apoio à exposição: Governo do Estado de São Paulo, por meio da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas, viabilizado pelo Programa de Ação Cultural (ProAC).

Site: http://www.museudaenergia.org.br/

Facebook: https://www.facebook.com/museudaenergia

Instagram: @museudaenergia

YouTube: https://www.youtube.com/c/MuseudaEnergia.

(Fonte: Betini Comunicação)

Museu Judaico de São Paulo apresenta exposição em homenagem a Daniel Azulay, criador da Turma do Lambe-Lambe

São Paulo, por Kleber Patricio

Foto: Cabrel.

Roupas coloridas, gravata borboleta, cabelo desalinhado e idealizador do famoso bordão “Algodão doce para você!” – quem foi criança entre o final da década de 1970 e o início da década de 1990 deve se lembrar do saudoso Daniel Azulay (1947–2020), artista homenageado na última exposição do ano do Museu Judaico de São Paulo. Aberta para o público a partir de 16 de dezembro, a mostra “Algodão doce pra você! De férias com Daniel Azulay” tem curadoria de Mariana Lorenzi e mergulha sobre a vida e a obra desse artista que coloriu a infância de muitos e deixou um impacto duradouro no panorama cultural brasileiro.

A partir de uma seleção em seu acervo pessoal que hoje está sob a guarda de sua esposa Beth Azulay, a mostra do MUJ pretende não só resgatar a memória desse artista para seu antigo público, mas apresentar seu legado às novas gerações. “Algumas pessoas marcam gerações e esse é o caso do Daniel Azulay. Versátil e com um carisma singular, ele se comunicava de forma transparente com seu público, não subestimando-o. Não é exagero dizer que muitos de seus seguidores começaram a desenhar assistindo aos seus programas”, diz a curadora Mariana Lorenzi.

Ao adentrar o espaço expositivo, o visitante ¬– seja criança ou adulto – é convidado a mergulhar no universo múltiplo e estimulante de Daniel Azulay, pronto para sair de lá rabiscando e inventando personagens e histórias fantásticas.

Responsável pela criação da Turma do Lambe-Lambe, um grupo de personagens infantis que protagonizou programas de TV e quadrinhos, o artista também se provou pintor, músico, escritor, ilustrador de livros infantis, apresentador de TV e educador, dedicando grande parte de sua carreira a desenvolver arte e educação para crianças e jovens.

O fenômeno da TV

Filho caçula de uma família judia, Azulay já mostrava sua irreverência quando pedalava uma bicicleta-traquitana pelas ruas do Rio de Janeiro, em uma mistura de cientista maluco e artista tropicalista. De sua imaginação efervescente surgiu a Turma do Lambe-Lambe, seu maior sucesso. Criado em 1975, o grupo de simpáticos personagens ganhou vida em tirinhas de jornais, gibis, programas de televisão, campanhas publicitárias e produtos. Naquele mesmo ano, iniciou sua carreira na televisão, quando a extinta TV Educativa, seguida pela TV Bandeirantes no ano seguinte, começaram a transmitir Daniel Azulay e a Turma do Lambe-Lambe.

O programa ganharia uma legião de espectadores, transformando o desenhista em ídolo do público infantil talvez maior do que os próprios personagens que criou. Nele, Azulay ensinava as crianças a desenharem e a construir brinquedos de sucata, além de apresentar diversas referências eruditas, desde Platão ao surrealismo, de um jeito leve e didático. Sua forma de fazer televisão era quase artesanal, sem utilizar a parafernália que mais tarde marcariam os programas de auditório infantis. O sucesso resultava em centenas de cartas dos fãs que chegavam toda semana nos estúdios da TVE e da Band.

Na ponta do lápis

Apesar do estrondoso sucesso que a televisão trouxe, a trajetória de Daniel Azulay conta também com seu talento no desenho. Autodidata, começou a desenhar ainda criança com as pontas dos dedos, utilizando como superfície vidros empoeirados de carros. Aos doze anos, fez um curso de desenho por correspondência e nunca mais parou de rabiscar.

Seu primeiro desenho foi publicado quando tinha apenas 15 anos na seção de palavras cruzadas do jornal O Globo. Apaixonado pelo cartoon estadunidense, inspirou-se nos traços de artistas como Bob Kane, Will Eisner e Saul Steinberg para criar seus primeiros personagens ainda para o público adulto. O primeiro foi o Capitão Sol, em 1967, e, no ano seguinte, o Capitão Cipó, um super-herói que estampou diariamente as páginas do Correio da Manhã.

Em 1969, durante uma viagem à Israel para os torneios Macabíadas, ficou fascinado pelas figuras religiosas que encontrou por lá. Desse mergulho surgiu Jerusalém, uma série de ilustrações em nanquim que talvez seja seu trabalho de desenho mais maduro graficamente.

Azulay faleceu aos 72 anos em 27 de março de 2020 no Rio de Janeiro, vítima da Covid-19 em um período em que enfrentava uma leucemia.

Sobre o Museu Judaico de São Paulo (MUJ) | O Museu Judaico de São Paulo é fruto de uma mobilização da sociedade civil. Além de quatro andares expositivos, os visitantes também têm acesso a uma biblioteca com mais de mil livros para consulta e a um café que serve comidas judaicas. Para os projetos de 2023, o MUJ conta com o Banco Alfa e Itaú como patrocinadores e a CSN, Leal Equipamentos de Proteção, Banco Daycoval, Porto Seguro, Deutsche Bank, Cescon Barrieu, Drogasil, BMA Advogados, Credit Suisse e Verde Asset Management como apoiadores.

Serviço:

Algodão doce pra você! De férias com Daniel Azulay

A partir das 10h de 16 de dezembro (sábado)

Local: Museu Judaico de São Paulo

Endereço: Rua Martinho Prado, 128 – São Paulo, SP

Funcionamento: terça a domingo, das 10 horas às 19 horas (última entrada às 18h30); excepcionalmente nas quintas-feiras, o horário é das 12h às 21h

Ingresso: R$20 inteira; R$10 meia – entrada gratuita aos sábados

Classificação indicativa: Livre

Acesso para pessoas com mobilidade reduzida.

(Fonte: A4&Holofote Comunicação)

Brasil tem 25 milhões de compradores de livros; 69% deles adquiriram até cinco obras nos últimos 12 meses

Rio de Janeiro, por Kleber Patricio

Imagem: Hermann Traub/Pixabay.

Pesquisa inédita realizada pela Nielsen BookData, encomendada pela Câmara Brasileira do Livro (CBL), o Panorama do Consumo de Livros aponta que o Brasil tem aproximadamente 25 milhões de consumidores de livros e, destes, 74% manifestaram intenção de realizar novas compras nos próximos três meses. Além disso, 69% dos consumidores adquiriram entre 1 a 5 livros nos últimos 12 meses, enquanto 8% compraram 16 ou mais livros no último ano. O estudo busca identificar o perfil e hábitos dos compradores de livros no Brasil e ouviu 16 mil pessoas com 18 anos ou mais entre os dias 23 e 31 de outubro de 2023. Os dados indicam que 16% da população brasileira acima de 18 anos afirma ter comprado ao menos um livro nos últimos 12 meses.

As principais razões apontadas para a compra de um livro são o ‘crescimento pessoal’ e o ‘lazer’. Em relação às atividades de lazer, além da leitura, a preferência ficou por conta da utilização de redes sociais (50,8%) e serviços de streaming (44,3%). “A pesquisa Panorama do Consumo de Livros foi pensada para traçar um perfil e hábitos de compradores de livros no Brasil. As informações sobre os hábitos de consumo, preferências e comportamentos dos brasileiros mostram a importância da realização de ações efetivas de fomento à leitura. O Brasil precisa de uma política séria e eficiente de formação de leitores e fortalecimento do livro”, afirma Sevani Matos, presidente da Câmara Brasileira do Livro (CBL).

Quanto aos hábitos de compra, 55% dos consumidores de livros preferem fazer suas aquisições online, atraídos pelas ofertas e pela conveniência deste canal. Por outro lado, 40% dos consumidores ainda optam pela compra presencial, valorizando a experiência de ter o livro em mãos antes de adquiri-lo. Para estes, a capa do livro e as recomendações dos vendedores são aspectos importantes na hora de decidir pela compra. As datas especiais, como a Black Friday (21%) e a Semana do Consumidor (17%), também foram apontadas como bastante relevantes para os compradores.

“Em relação à produção de dados, o estudo coloca o mercado brasileiro do livro em patamar semelhante àquele observado em mercados mais maduros, pois a partir de agora teremos uma pesquisa focada na indústria, outra no varejo e outra no consumidor. É uma nova ferramenta para apoiar a tomada de decisão dos agentes da cadeia produtiva do livro”, ressalta Mariana Bueno, coordenadora de pesquisa da Nielsen BookData.

Sobre os formatos, nos últimos 12 meses, 54% dos consumidores compraram exclusivamente livros físicos, enquanto 15% adquiriram somente livros digitais. Dentre os consumidores de livros digitais, a preferência maior (81%) é pelo formato e-book, sendo que 50% dos leitores digitais utilizam principalmente o celular para essa leitura. Os consumidores de e-books e audiolivros tendem a comprar com desconto, com 63% relatando ter adquirido um livro digital em promoção.

Referente a última compra dos entrevistados, a pesquisa revela que a não-ficção para adultos é o gênero mais popular, com 56,4%, seguido por ficção adulta (38,2%) e científico, técnico e profissional (17,3%).

Não compradores | O estudo revela ainda que para os não compradores, o hábito de leitura é uma atividade importante; porém, a maioria aponta preço, ausência de loja e falta de tempo como os maiores fatores para desmotivar ou não efetuar a compra de livros.

Prêmios Literários

Em relação à popularidade dos prêmios literários, 45,1% dos compradores de livros responderam que o Prêmio Jabuti, realizado anualmente pela CBL e que chega este ano à sua 65ª edição, é o mais conhecido no país. Entre os não compradores, 16,5% conhecem a premiação.

Quanto ao preço dos livros, os entrevistados responderam que consideram as promoções e descontos na hora de decidir pela compra de livros. 63% relataram ter adquirido livros com desconto, e 73% pretendem comprar livros nos próximos três meses.

Para ler e acessar a pesquisa na íntegra clique neste link.

Metodologia | Este estudo analisou o comportamento de compra de livros no Brasil por meio de uma metodologia rigorosa envolvendo 16 mil entrevistas com pessoas maiores de 18 anos e cobrindo todas as regiões (Sudeste, Sul, Norte, Nordeste, Centro-Oeste) e estratos socioeconômicos (A, B, C, DE). O estudo, realizado entre 23 e 31 de outubro de 2023, incluiu tanto compradores quanto não compradores de livros, garantindo uma ampla representatividade com uma margem de erro de apenas 0,8% e um nível de confiança de 95%.

Sobre a CBL | A Câmara Brasileira do Livro (CBL) é uma associação sem fins lucrativos que representa editores, livreiros, distribuidores e demais profissionais do setor. Há 76 anos, atua em diversas frentes sempre com o propósito de promover o acesso ao livro e a democratização da leitura em todo o país, além de divulgar a literatura brasileira no mercado internacional. Desde março de 2020, a CBL é a Agência Nacional do ISBN e, no mesmo período, lançou uma plataforma digital que reúne seus serviços de maneira integrada e dinâmica. Outra atuação forte da entidade está ligada a uma agenda de relacionamento com as mais diversas esferas públicas e governamentais para debater pautas e políticas importantes para o setor. Todas as suas ações são pensadas com um olhar estratégico e sensível de quem acredita no poder transformador dos livros para a sociedade. No Brasil, a entidade criou e mantém alguns dos mais importantes eventos literários do país, como a Bienal Internacional do Livro de São Paulo, além da maior e mais tradicional premiação do livro brasileiro, o Prêmio Jabuti. Anualmente, a CBL publica estudos que trazem panoramas do mercado do livro no país, como as pesquisas Produção e Vendas do Setor Editorial Brasileiro e sua série histórica, além da Conteúdo Digital do Setor Editorial Brasileiro.

(Fonte: Danthi Comunicação Integrada)