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Arte & Cultura

Campinas

Centro Cultural Casarão será palco do Festival Arreuní! 2024

por Kleber Patrício

O Festival Arreuní! 2024 trará músicos, cantadores e compositores ao Centro Cultural Casarão, em Barão Geraldo, Campinas (SP) para uma série de apresentações a partir de 5 de maio (domingo), às 15h, com entrada gratuita. A proposta é divulgar as diferentes vertentes da música tradicional brasileira, reunindo artistas de culturas distintas para compartilhar a diversidade e […]

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MASP Escola apresenta quatro cursos de Histórias da Arte em março

São Paulo, por Kleber Patricio

Michael Wesely, Pinacoteca MASP (4.8. – 21.11.2015) (II), 2015.

O MASP – Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand apresenta, entre março e julho de 2023, quatro cursos online de Histórias da Arte organizados pelo MASP Escola, com programas de aulas distintos, independentes e complementares, que abrangem um período histórico da arte do século 14 ao 21. São eles: “Histórias da arte – O Renascimento de Giotto a Tintoretto”, com Juliana Ferrari Guide, de 20 de março a 10 de julho; “Histórias da arte – Século 19: de David a Van Gogh”, com Felipe Martinez, de 21 de março a 11 de julho; “Histórias da arte – Moderna e contemporânea”, com Mirtes Marins de Oliveira, de 23 de março a 13 de julho e “Histórias da arte – Arte no Brasil”, com Kleber Amancio, de 29 de março a 5 de julho de 2023.

Com média de 16 aulas, cada curso é ministrado por um professor especializado, que convida outros especialistas para participar das aulas ao longo do semestre, possibilitando um panorama mais abrangente de abordagens e métodos de crítica, mediação e interpretação da produção artística, sempre em diálogo com obras da coleção do MASP. Em comum, as aulas compartilham o estudo de histórias plurais e diversas, compreendendo uma multiplicidade de territórios, períodos, linguagens e discursos. Por isso, o módulo leva o nome “histórias” ao invés de “história” da arte.

Vincent van Gogh, “O escolar (O filho do carteiro – Gamin au Képi)”, 1888, acervo MASP.

Todos os cursos são oferecidos através de uma plataforma de ensino online e as matrículas podem ser feitas de maneira independente em cada um dos cursos, por meio do link disponível no site. Após cada aula, as gravações ficam disponíveis durante cinco dias e, ao final do curso, os certificados são emitidos para os alunos que completarem 75% de presença. Todos os cursos do MASP Escola oferecem bolsas de estudo e descontos para professores da rede pública em qualquer nível de ensino mediante processo seletivo após inscrição, além de 15% de desconto para Amigo MASP.

Confira a programação completa:

Histórias da arte – O Renascimento de Giotto a Tintoretto

Com Juliana Ferrari Guide

20/3–10/7/2023 | segundas, 19h30 às 21h30

O curso oferece uma visão panorâmica dos principais artistas, obras e inovações que compuseram os trezentos anos do Renascimento italiano, período cuja potência nos campos artístico e intelectual ressoa até hoje. Dos fundamentais Cimabue e Giotto à dramaticidade de Tintoretto, o trajeto contempla nomes fundamentais da época, como Botticelli, Leonardo da Vinci, Rafael, Ticiano e Michelangelo. Com apoio sempre que possível do acervo do MASP, o curso procura compartilhar categorias e etapas de observação que facilitem a fruição de obras do período.

Investimento:

Público geral 5 x R$294,30

Amigo MASP 5 x R$250,15

Inscrições aqui.

Histórias da arte – Século 19: de David a Van Gogh

Com Felipe Martinez

Especialistas convidados: Marina Mazze Cerchiaro e Martinho Alves da Costa Júnior

21/3–11/7/2023 | terças, 19h30 às 21h30

O curso apresenta e discute as manifestações artísticas do mundo ocidental ao longo do século 19, desde a Revolução Francesa, na obra de Jacques-Louis David, até o início da arte moderna, com Paul Cézanne. As primeiras aulas serão estruturadas em torno da oposição das ideias de clássico e romântico. Depois, será visto como o realismo surge como negação do romantismo e do neoclassicismo, preparando o caminho para o rompimento definitivo com a tradição, que virá com o impressionismo. As aulas finais irão mostrar como as obras de artistas como van Gogh, Gauguin e Cézanne se articulam com a produção do período e servem como ponto de partida para a arte do século 20, tanto no que diz respeito ao desenvolvimento de estilo quanto do ponto de vista da personalidade artística.

Investimento:

Público geral 5 x R$294,30

Amigo MASP 5 x R$250,15

Inscrições aqui.

Histórias da arte – Moderna e contemporânea

Com Mirtes Marins de Oliveira

Especialistas convidados: Alecsandra Matias de Oliveira e Olinda Tupinambá

23/3–13/7/2023 | quintas, 19h30 às 21h30

O curso tem por objeto a produção artística e expositiva desde a segunda metade do século 19 até os dias atuais. Longe da apresentação de uma história da arte linear e homogênea, propõe-se aqui abordar os artistas e suas obras à luz de determinado número de questões, de ordem formal, mas também filosófica e social, relevantes a seus contextos. Não se trata, com isso, de retirar à arte sua especificidade no interior da esfera cultural, mas, pelo contrário, de abrir sua história a outras perspectivas e narrativas possíveis. Almeja-se, idealmente, que cada uma das aulas possa funcionar como uma pequena introdução autônoma à história da arte moderna e contemporânea, orientada por uma questão específica, desde sua origem até seus desdobramentos posteriores. Ao final do curso, o aluno deverá ser capaz de não apenas identificar a produção artística nos períodos abordados, como compreender sua motivação, seus mecanismos históricos, mas também seus impasses diante de questões que seguem em aberto.

Investimento:

Público geral 5 x R$294,30

Amigo MASP 5 x R$250,15

Inscrições aqui.

Histórias da arte – Arte no Brasil

Com Kleber Amancio

Especialistas convidados: Nohora Arrieta Fernandez e Bruno Pinheiro

29/3–5/7/2023 | quartas, 19h30 às 21h30

O curso tenciona abordar a arte nacional por um caminho incomum. Nele, será investigada a construção das narrativas canônicas – que, formatadas ao longo do tempo, definiram quais obras, artistas e conceitos deveriam perdurar. Essas narrativas, de certo, não são neutras; representam e informam aspectos importantes para aqueles que as gestaram. Pretende-se promover, portanto, uma leitura crítica das escolhas que levaram a tal conformação e, além disso, o que elas representaram para a cultura do país e o seu impacto. Por outro lado, também será foco de interesse produzir e fomentar novas narrativas, prezando pela pluralidade, pelo acolhimento daquilo que foi silenciado, escondido e subalternizado. Esse ímpeto nasce de uma constatação sobre o presente e de uma tentativa de diálogo. Vive-se uma época sui generis; o alvorecer das práticas artísticas gestadas por agentes outrora subalternizados está profundamente articulado entre a ocupação de espaços (físicos, epistemológicos, estéticos, sensoriais) e uma fortuna crítica que teoriza sua produção. Torna-se necessário entender a arte nacional em outros termos, rumo a um novo humanismo.

Investimento:

Público geral 5 x R$294,30

Amigo MASP 5 x R$250,15

Inscrições aqui.

Site | Facebook | Twitter | Instagram.

(Fonte: MASP)

Pavão Cultural recebe mostra “Vê Nus”, do fotógrafo Kazuo Okubo

Campinas, por Kleber Patricio

Mostra tem a curadoria de Rosely Nakagawa. Foto: divulgação.

O Instituto Pavão Cultural, em Campinas, abre ao público a mostra “Vê Nus”, do fotógrafo Kazuo Okubo, com curadoria de Rosely Nakagawa, no dia 9 de março, a partir das 19h. As imagens que compõem a exposição foram realizadas a partir de 2004 até 2020 com voluntárias que autorizaram o fotógrafo a retratar e revelar suas intimidades anonimamente. No dia da abertura, será apresentado o fotolivro homônimo da mostra, com todas as imagens das voluntárias que posaram para o projeto e texto da curadora, que estará à venda no local. A mostra abre a programação da 13ª edição do Festival Hercule Florence de Fotografia, que neste ano celebra os 190 anos da descoberta da fotografia isolada em Campinas.

A mostra fotográfica “Vê Nus”, de Kazuo Okubo, fica em cartaz no Instituto Pavão Cultural até o dia 29 de abril, com visitação de quarta a sábado, das 15h às 20h. A entrada é gratuita e a classificação indicativa recomendada é 18 anos +. O Instituto Pavão Cultural fica na Rua Maria Tereza Dias da Silva, 708, Cidade Universitária, em Barão Geraldo.

Na abertura da mostra, será apresentado o fotolivro “Vê Nus”. A publicação, com 128 páginas e texto de Rosely Nakagawa em português e inglês, reúne as fotos de 60 mulheres que aceitaram posar para o fotógrafo Kazuo Okubo desde 2004. O livro estará à venda no local e no site.

No dia 10 de março, às 16h, Kazuo Okubo participa de uma conversa aberta ao público. Entre os temas que serão abordados, estão a fotografia como linguagem e técnica, o nu nas artes visuais, as fronteiras e os espaços da arte.  A entrada é gratuita e livre para todos os públicos.

Festival Hercule Florence de Fotografia

A mostra “Vê Nus” abre a programação 13ª edição do Festival Hercule Florence de Fotografia, que neste ano terá exposições, oficinas e caminhadas fotográficas, além da entrega da Medalha Hercule Florence. “Este será um momento especial, depois da reclusão, poder voltar a estarmos juntos e comemorar mais uma edição do festival. E ter Kazuo Okubo abrindo a programação é muito importante para nós. Ele que já participou de edições anteriores e com os nossos parceiros do Instituto Pavão Cultural, é uma grande alegria”, afirma Ricardo Lima, idealizador do Festival Hercule Florence de Fotografia.

Neste ano, o festival celebra os 190 anos de descoberta da fotografia no Brasil pelo franco brasileiro Hercule Florence, que chegou ao Brasil aos 20 anos e, meses depois, foi contratado como desenhista da lendária Expedição Langsdorff, missão científica que percorreu o interior do Brasil entre 1825 e 1829. Ao final da expedição, decidiu ficar no Brasil, na então Vila de São Carlos, hoje Campinas, onde fez pesquisas sobre as aplicações do nitrato de prata sob a luz e em 1833 anunciou sua descoberta da fotografia. Em 2024, será a vez de celebrar os 200 anos da chegada de Hercule Florence ao Brasil.

Sobre o artista | Natural de Brasília (1959), Kazuo Okubo teve contato com a fotografia ainda menino através de seu pai, Arlindo Okubo. Passou um bom tempo fotografando festas e casamentos até descobrir a fotografia publicitária. Seu portfólio acumula trabalhos para as principais agências do mercado e conquistou clientes de peso, como Ministério da Saúde, Banco do Brasil, Caixa, Secom, Correios, Unicef, Sebrae, GDF, BRB, Ministério do Turismo, Embratur, Casa Claudia, Vogue e Revista Piauí, entre outros. Foi finalista de todas as edições do prêmio Conrado Wessel, de 2002 até 2008, além de ter trabalhos premiados no Festival Mundial de Publicidade de Gramado e no Festival de Publicidade de Cannes. Desenvolve trabalhos autorais desde 2003. Inaugurou em 2009 a primeira galeria de arte do Centro-Oeste especializada em fotografia, A Casa da Luz Vermelha, onde produziu dezenas de exposições, workshops e eventos.

Serviço:

Vê Nus, de Kazuo Okubo

Mostra fotográfica | 58 Fotografias

Curadoria: Rosely Nakagawa

Abertura: 9/3, quinta-feira, às 19h

Visitação – de quarta a sábado, das 15h às 20h

Entrada: gratuita

Onde: Instituto Pavão Cultural

Endereço: Rua Maria Tereza Dias da Silva, 708, Cidade Universitária, Barão Geraldo, Campinas (SP)

Apresentação e sessão de autógrafos do fotolivro “Vê Nus”

Conversa com o artista

Quando: 10/3, às 16h

Entrada gratuita

Classificação indicativa recomendada: 18 anos

Expografia e Montagem: Pavão Arquitetura e Expografia

Realização: Instituto Pavão Cultural.

(Fonte: Prefeitura de Campinas)

Exposição no Inhotim aborda a trajetória de Abdias Nascimento como artista visual no exterior

Brumadinho, por Kleber Patricio

Abdias Nascimento, “O Vale de Exu”. Nova Iorque, EUA, 1969. Crédito da foto: Ipeafro.

Em curadoria conjunta com o Instituto de Pesquisas e Estudos Afro-Brasileiros (Ipeafro), o Inhotim sedia um museu dentro de seu espaço e traz, ao longo de dois anos (2021-2023), a iniciativa idealizada por Abdias Nascimento (1914–2011) no começo da década de 1950: o Museu de Arte Negra. Como parte desse projeto, a exposição “Terceiro Ato: Sortilégio”, que inclui em seu título o nome da primeira peça teatral escrita por Abdias, em 1951, e marca o princípio de sua produção artística ligada às tradições afrodiaspóricas, será inaugurada no dia 18 de março de 2023, sábado, na Galeria Mata. “Terceiro Ato: Sortilégio” aborda o período de exílio do artista, entre 1968 e 1981, evidenciando a difusão da arte negra brasileira no exterior.

Como dramaturgo e depois pintor, Abdias Nascimento desempenhou um papel político e social que estabeleceu uma mudança de paradigma para a reconstituição de uma ordem epistêmica africana, usando linguagem e símbolos das tradições afrodiaspóricas. Neste sentido, “Terceiro Ato: Sortilégio” se organiza em cinco núcleos temáticos (Símbolos ritualísticos contemporâneos; Nova York: início do exílio; Professor universitário; Artistas afro-brasileiros; e Orixás: concepção da vida e filosofia do universo) concentrados na maciça produção de Abdias como pintor, que se dá, sobretudo, fora do Brasil.

Abdias Nascimento, “Raízes n. 2 – Tributo a Aguinaldo Camargo”. Rio de Janeiro, 1988. Crédito da foto: Ipeafro.

“Nascimento continuou seu interesse por uma pesquisa que tinha a ancestralidade africana como base para sua produção artística. Assim, essa comunicação constante com a epistemologia das religiões afrodiaspóricas está no cerne de seu pensamento enquanto intelectual e artista”, pontua Deri Andrade, curador assistente do Inhotim.

Parte das obras expostas na mostra é de artistas brasileiros(as) que marcavam presença na cena artística estrangeira, principalmente nos EUA, em Nova York, no mesmo período em que Abdias Nascimento esteve no país, interagindo com a sua paisagem e com o seu entorno e mostrando um reconhecimento dos territórios por onde passaram. Os núcleos da exposição buscam reafirmar a ideia do Museu de Arte Negra como um museu coletivo, feito por pessoas que cruzaram a vida de Abdias. A sala de vídeo exibe ainda o documentário “Exu Rei – Abdias Nascimento” (2017), de Bárbara Vento, que salienta as características de grande expressividade e comunicação de Abdias Nascimento, bem como seu dinamismo e ativismo, dialogando com o arquétipo de Exu enquanto figura de transformação e a sua influência na cultura negra e na arte brasileira.

Constituída por peças de empréstimos e de aquisições recentes do Inhotim, “Terceiro Ato: Sortilégio” traz ao público mais de 180 obras, com trabalhos de Abdias Nascimento e de outros artistas como Mestre Didi, Rubem Valentim, Melvin Edwards, Regina Vater, Manuel Messias, Emanoel Araujo, Hélio Oiticica, Anna Bella Geiger, Anna Maria Maiolino, Iara Rosa, Romare Bearden e LeRoy Clarke, além de livros e documentos de pesquisa de Abdias sobre o Candomblé e os Orixás.

Abdias Nascimento, “Sankofa n. 2 – Resgate” (Adinkra Asante). Rio de Janeiro, 1992. Crédito da foto: Ipeafro.

A exposição apresenta um núcleo dedicado a Exu, Orixá presente em um grande número obras de Abdias. Exu é o Orixá da comunicação, guardião dos caminhos. “Abdias pensa os Orixás, os símbolos ritualísticos e a linguagem ancestral como ponto de conexão pan-africanista. Ele resgata em seu trabalho o sentido do Candomblé como uma concepção de vida e filosofia do universo”, explica Douglas de Freitas, curador do Inhotim.

Em maio de 1968, nas comemorações pelos 80 anos da abolição da escravidão, o Teatro Experimental do Negro realizou a exposição inaugural da coleção Museu de Arte Negra no Museu da Imagem e do Som, no Rio de Janeiro. Ao longo daquele ano, Abdias Nascimento teve forte interlocução com artistas nacionais e internacionais e o projeto Museu de Arte Negra ganhou destaque na mídia, em especial no Correio da Manhã, veículo que fazia oposição ao Regime Militar. No final do mesmo ano, Abdias Nascimento recebe uma bolsa de intercâmbio cultural nos Estados Unidos. Com a promulgação do Ato Institucional nº 5, em 13 de dezembro de 1968, inicia-se a fase de maior rigidez da ditadura militar no Brasil e ele se torna alvo de vários inquéritos policiais militares.

Sob o risco de ser perseguido, torturado e assassinado pelo governo brasileiro de então, o pintor se vê impedido de retornar ao seu país de origem. O fato limita as atividades do Museu de Arte Negra em solo brasileiro, mas não as do artista, que continua produzindo e coletando obras durante o seu exílio. É neste período que Abdias intensifica sua atividade como pintor, em cidades como Nova York e Buffalo, dialogando com as paisagens e com os círculos artísticos desses lugares – que podem ser vistos em sua obra como representações desses espaços e também como homenagens a outras figuras de seu convívio, como Rubens Gerchman. A presença da religiosidade de matriz africana em seu trabalho também se consolida.

Foto: divulgação.

“É no exílio que Abdias Nascimento passa a ser mundialmente reconhecido não só como pintor, mas principalmente como uma das personalidades brasileiras mais preparadas para o enfrentamento ao racismo em suas dimensões estética e estrutural. A experiência acumulada desde a sua participação na Frente Negra Brasileira, nos anos 1930, passando pelo Teatro Experimental do Negro, jornal Quilombo e pela criação do projeto Museu de Arte Negra, contribui para a consolidação de uma biografia que o levou, já próximo do final de sua vida, em 2009, a ser indicado oficialmente ao prêmio Nobel da Paz pelo conjunto da obra”, afirma Julio Ricardo Menezes Silva, pesquisador do Ipeafro e coordenador do Museu de Arte Negra virtual.

“Terceiro Ato: Sortilégio” é o penúltimo dos quatro atos da proposta, representados anteriormente pelo “Primeiro Ato: Abdias Nascimento, Tunga e o Museu de Arte Negra” e pelo “Segundo Ato: Dramas para negros e prólogo para brancos”, partindo do legado multidisciplinar de Abdias Nascimento – poeta, escritor, dramaturgo, curador, artista plástico, professor universitário, pan-africanista e parlamentar com uma longa trajetória trilhada no ativismo e na luta contra o racismo.

Sobre o Museu de Arte Negra

Desde os anos 1940, Abdias Nascimento e seus companheiros do Teatro Experimental do Negro (TEN) trabalhavam com a proposta de valorização social do negro e da cultura afro-brasileira por meio da arte e da educação. O TEN buscava delinear um novo estilo estético e dramatúrgico e, assim, lançava as bases para a fundação do Museu de Arte Negra (MAN). Foi o TEN que, em 1950, no Rio de Janeiro, organizou o 1º Congresso do Negro Brasileiro, em que se discutiu a “estética da negritude” e modos de visibilização e valorização da produção de artistas negros e daqueles que lidavam com a representação da cultura negra em seus trabalhos. Nesse sentido, a plenária do Congresso aprovou uma resolução sobre a necessidade de um museu de arte negra. O TEN assumiu o projeto e assim nasceu o MAN.

A coleção Museu de Arte Negra ganhou forma, sendo composta por pinturas, desenhos, gravuras, fotografias e esculturas, dentre outras, numa pluralidade de suportes e técnicas. Em 1955, o projeto MAN promoveu um concurso de artes plásticas e uma exposição sobre o tema do Cristo Negro. A exposição inaugural da coleção Museu de Arte Negra foi realizada em 6 de maio de 1968, no Museu da Imagem e do Som, no Rio de Janeiro. Os organizadores aproveitaram, para isso, a comemoração dos 80 anos da abolição da escravatura, ocorrida em 1888. Entretanto, eles tinham plena consciência de que as estruturas que sustentavam o regime escravista de violação de direitos e da dignidade humana se mantinham sob a forma do racismo. Sem medidas reparatórias como acesso ao emprego, à cultura e à educação, a abolição resultou na exclusão social, econômica, política e cultural da população negra recém-libertada.

“Terceiro Ato: Sortilégio” conta com o patrocínio do Itaú Unibanco e da Petrobras, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura – Ministério da Cultura e Governo Federal, União e Reconstrução. Pela Petrobras, o projeto foi contemplado na Chamada Petrobras Cultural Múltiplas Expressões 2022.

Serviço :

Terceiro Ato: Sortilégio – Abdias Nascimento e o Museu de Arte Negra 

Abertura: 18 de março de 2023, sábado, a partir das 9h30

Data: 18 de março a 6 de agosto de 2023

Local: Galeria Mata – Instituto Inhotim.

INFORMAÇÕES GERAIS 

Horários de visitação: de quarta a sexta-feira, das 9h30 às 16h30, e aos sábados, domingos e feriados, das 9h30 às 17h30.

Entrada: R$50,00 inteira (meia-entrada válida para estudantes identificados, maiores de 60 anos e parceiros). Crianças de até cinco anos não pagam entrada.

Localização: O Inhotim está localizado no município de Brumadinho, a 60 km de Belo Horizonte (aproximadamente 1h15 de viagem). Acesso pelo km 500 da BR-381 – sentido BH/SP. Também é possível chegar ao Inhotim pela BR-040 (aproximadamente 1h30 de viagem). Acesso pela BR-040 – sentido BH/Rio, na altura da entrada para o Retiro do Chalé.

Opções de transporte regular:

Transfer – a Belvitur, agência oficial de turismo e eventos do Inhotim, oferece transporte aos sábados, domingos e feriados, partindo do hotel Holiday Inn Belo Horizonte Savassi (Rua Professor Moraes, 600, Funcionários, Belo Horizonte). É preciso comparecer 15 minutos antes para o procedimento de embarque e conferência do voucher. Veja mais informações sobre o transfer clicando aqui. Ônibus Saritur – saída da Rodoviária de Belo Horizonte de terça a domingo, às 8h15 e retorno às 16h30 durante a semana e às 17h30 aos fins de semana e feriados. R$51,75 (ida), R$46,05 (volta), R$97,80 (ida e volta).

Inhotim Loja Design | A loja do Inhotim, localizada na entrada do Instituto, oferece itens de decoração, utilitários, livros, brinquedos, peças de cerâmica, vasos, plantas e produtos da culinária típica regional, além da linha institucional do Parque. É possível adquirir os produtos também por meio da loja online.

(Fonte: Inhotim)

Brasil tem o 5º pior salário mínimo da América Latina

Brasil, por Kleber Patricio

Foto: Unsplash.

Ao considerar os salários mínimos atualizados no ano de 2023, o Brasil ficou na 5ª pior posição do ranking da América Latina. Somente 4 países possuem um salário mínimo menor que o Brasil: Venezuela, Argentina, República Dominicana e Colômbia.

É o que revela um estudo divulgando pela plataforma de descontos online CupomValido.com.br com dados referentes às informações oficiais de cada país.

O valor do salário mínimo médio ao considerar todos os países foi de R$1.751, um valor mais de 32% maior que no Brasil.

O primeiro e o último colocado

Com o valor de R$3.183, a Costa Rica é o país com o maior salário mínimo da América Latina. Este valor é mais que 2,4 vezes maior que no Brasil.

A Costa Rica possui uma forte economia no setor de turismo, agricultura e exportação. Além disso, ao levar em consideração a expectativa de vida, educação, e renda per capita, o país possui o IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) de 0,809, um valor considerado como muito elevado.

Na ponta oposta, com apenas R$42, a Venezuela é o país com o pior salário mínimo.

O país sofre com uma crise severa, com o PIB encolhendo e a inflação subindo vertiginosamente. Somente em 2022, a inflação foi de mais que 300% no ano.

(Fonte: Informações oficiais de cada país – CupomValido.com.br)

Projetos socioambientais evitam emissão de CO2 equivalente ao sequestro realizado por mais de 1 bilhão de árvores no Brasil em 2022

Brasil, por Kleber Patricio

Foto: Adriano Gambarini.

Em um cenário em que as emissões globais de CO2 têm atingido taxas recordes, o Brasil contribuiu com a não emissão de cerca de 147 milhões de toneladas de CO2 ao longo de 2022, o equivalente ao que mais de um bilhão de árvores nos seus primeiros 20 anos poderiam sequestrar. Estes resultados foram alcançados graças a cinco projetos patrocinados pelo Programa Petrobras Socioambiental da linha de Florestas. Com atuação em diferentes biomas brasileiros, as iniciativas têm como objetivo principal a restauração de ecossistemas, regulação do clima e geração de renda de forma sustentável. São elas: Florestas de Valor, Viveiro Cidadão, Raízes do Purus, No Clima da Caatinga e Semeando Água.

Os resultados das ações dos cinco projetos referência em florestas estão disponíveis no relatório anual 2022, lançado em março deste ano. Em destaque, está o Florestas de Valor, projeto realizado pelo Instituto de Manejo e Certificação Florestal e Agrícola (Imaflora) que contribui com a fixação de carbono e com a redução de emissões de gases do efeito estufa (GEE) por meio da implantação de sistemas produtivos sustentáveis, como Sistemas Agroflorestais e roça sem fogo, na Amazônia. Em 2022, o projeto apoiou a implantação de 30 hectares de novas áreas manejadas com sistemas produtivos sustentáveis, o que contribuiu diretamente com a fixação ou não emissão de cerca de 28 mil toneladas de CO2 equivalente durante o período entre 2014 e 2022.

Foto: divulgação.

Além disso, o projeto também oferece apoio à estruturação de cadeias de produtos da sociobiodiversidade, contribuindo com a conservação da Floresta em Pé. “Com as técnicas e métodos que aprendemos durante as atividades do projeto, consegui melhorar minha produção, tanto do meu SAF-Cacau quanto do meu pomar. Minha propriedade está bem mais organizada e agora a gente consegue aproveitar tudo que temos aqui, inclusive para fazer caldas que ajudam a melhorar o solo”, conta Maria Helena Gomes, agricultora de São Félix do Xingu, no Pará. No ano passado, as ações de manejo de produtos florestais não madeireiros contribuíram com a conservação de 176 mil hectares de áreas de florestas, na qual estima-se um estoque de carbono de 15 milhões de toneladas de CO2 equivalente.

Ainda na Amazônia, o Viveiro Cidadão, realizado pelo Ecoporé, desenvolve em Rondônia um trabalho pioneiro para o bioma: o desenvolvimento da educação inclusiva de crianças com deficiência. Por meio do projeto, um jovem cego teve contato com vários elementos da natureza pela primeira vez no jardim sensorial Gaia Amiga, idealizado pela Associação Semeando Letras e Cidadania do município de Rolim de Moura (RO).

O projeto Viveiro Cidadão contribui com a fixação de carbono por meio da implantação de Sistemas Agroflorestais e recomposição vegetal de ecossistemas, promovendo a restauração produtiva de áreas degradadas. Desde seu primeiro ciclo, em 2013, até o ano de 2022, foram 452 hectares de áreas implantadas, com uma contribuição estimada de mais de 46 mil toneladas de CO2 equivalentes fixados. “Pra mim foi bom demais; uma das melhores coisas na minha vida e na vida da minha família. Esse projeto me deu mudas de árvores, que plantei em volta do rio e hoje nasceu um rio e uma floresta. Pra gente, foi tudo de bom, porque era um rio sem vida e hoje você anda lá e a água é pura”, Dorival Pessato, agricultor.

Foto: divulgação.

Em 2022, o Raízes do Purus, por meio do apoio à vigilância e a iniciativas de manejo sustentável em seis Terras Indígenas localizadas no sul do Amazonas, na região do arco do desmatamento, contribuiu para evitar as emissões de cerca de 316 mil toneladas de CO2 para a atmosfera por meio das atividades de conservação florestal direta. No mesmo período, as ações do projeto, realizado pela OPAN, propiciaram a manutenção de um estoque, em conservação indireta, de mais de 130 milhões de toneladas de carbono armazenado nas florestas sob influência da iniciativa.

Já na Caatinga, o projeto No Clima da Caatinga promove a conservação das terras, florestas e águas do bioma nos estados do Ceará e Piauí, com o intuito de contribuir com a mitigação dos efeitos do aquecimento global. Com atuação na Reserva Natural Serra das Almas (RNSA), a iniciativa, realizada pela Associação Caatinga, identificou que cada hectare da RNSA estoca cerca de 266 toneladas de CO2, ou seja, uma vez que a Serra das Almas tem 6,3 mil hectares, a reserva estoca mais de 1,6 milhões de toneladas de CO2 equivalentes. Em comparação, essa quantidade representa o total de gás carbônico emitido por mais de um milhão de habitantes de São Paulo durante um ano.

O projeto mudou a vida de pessoas como a dona de casa Antonia Elisabete de Sousa Soares, de Buriti dos Montes, no Piauí: “a gente carregava água na cabeça. Aí, com o passar do tempo, os invernos foram diminuindo e as águas acabaram. Acabaram as cacimbas. A gente ia até ao chafariz para buscar água. E eu já cheguei, muitas vezes, a convidar meu marido para procurar um local que tivesse mais água, que fosse mais fácil, mas aí Deus é tão bom que mostrou essas pessoas no meu caminho e esse projeto maravilhoso (nesse momento Elisabete sorri, olha para trás e aponta as mãos em direção ao reservatório), e tá aí essa linda cisterna cheia de água para mim”, conta.

A atuação dos projetos se dá também na Mata Atlântica com o Semeando Água, que contribui para a segurança hídrica de 7,5 milhões de pessoas que vivem na região metropolitana de São Paulo, Campinas e Piracicaba. Desenvolvido pelo Instituto de Pesquisas Ecológicas (IPE), o projeto busca reverter o cenário encontrado de 60% de passivos ambientais em Áreas de Preservação Permanente (APPs). Em 2022, implantou 30 hectares de restauração com previsão de implantação de mais 25 hectares neste ciclo. Considerando apenas essa ação, o potencial de sequestro de carbono é de mais de oito mil toneladas de CO2 em 10 anos ou quase 23 mil toneladas de CO2 no médio e longo prazo.

Todos os projetos são realizados com patrocínio da Petrobras, sob o guarda-chuva do Programa Petrobras Socioambiental. O programa tem o objetivo de fomentar o desenvolvimento de parcerias, o fortalecimento de vínculos e a geração de benefícios mútuos, favorecendo o respeito aos direitos sociais, ambientais, territoriais e culturais das comunidades e populações locais.

Os investimentos socioambientais da Petrobras na temática Florestas atuam como uma das frentes de ação em resiliência climática, por meio do qual a companhia reafirma seu interesse em superar os desafios relacionados ao seu negócio referentes à transição para uma economia de baixo carbono. A carteira com foco em Florestas é dinâmica e, em 2022, contou com 22 projetos em execução. Esses projetos geram benefícios importantes para mitigação das mudanças do clima. As ações de recuperação vegetal e de reconversão produtiva levam à remoção líquida de carbono da atmosfera por meio da remoção do CO2 da atmosfera pela vegetação para produção de biomassa.

Para mais detalhes sobre os resultados dos projetos, acesse https://www.imaflora.org/public/media/biblioteca/relatorio_florestas_de_valor_2022_final.pdf.

Conheça os projetos:

Florestas de Valor (Imaflora)

Viveiro Cidadão

Raízes do Purus

No Clima da Caatinga

Semeando Água.

(Fonte: Imaflora)