Programa aprovado pelo Fumcad transforma a vida de crianças e adolescentes com deficiência visual; doações podem ser feitas diretamente na declaração de Imposto de Renda


São Paulo
O artista gráfico Marcelo Grassmann (1925–2013) comemoraria 100 anos em 2025 e, para celebrar tal ocasião, foi elaborada uma extensa programação, com organização do Núcleo de Estudos Marcello Grassmann, associação sem fins lucrativos que preserva a memória e divulga a obra do artista nascido em São Simão, no interior de São Paulo. A mostra ‘Grassmann Presente – 100 Anos de Marcelo Grassmann’ abre no dia 24 de abril de 2025 (quinta-feira), às 19h, no Instituto Pavão Cultural, na Cidade Universitária, em Campinas, no interior de São Paulo. A curadoria é do artista visual e professor Sérgio Niculitcheff e a organização fica, por conta do Gabinete de Estampas da Unicamp e do Instituto Pavão Cultural. Serão apresentados 44 gravuras e desenhos que contemplam, majoritariamente, figuras de seres humanos e seres alados. As obras pertencem à coleção do Gabinete de Estampas da Unicamp, que tem cerca de 4 mil peças no total.
“Detentor de uma riquíssima produção, imersa em uma iconografia singular recheada de criaturas míticas; guerreiros, donzelas e animais; evolui nessa temática. As cenas idealizadas são compostas com uma aura de estranhamento, onde estão presentes figuras instigantes ambientadas em um clima incerto, um ‘não lugar’ sublime e atemporal. Estas imagens suscitam uma atmosfera lírica e misteriosa que nos remete a cenas medievais, proporcionadas pela delicadeza da gestualidade de seu traço expressivo”, afirma Sérgio Niculitcheff em seu texto crítico da mostra.
O primeiro evento das comemorações do centenário é a mostra ‘O Gabinete de Marcelo Grassmann’, com curadoria de Luiz Armando Bagolin, que segue até 25 de maio de 2025 no Museu Lasar Segall (Ibram/MinC), no bairro da Vila Mariana, em São Paulo.
Belo Horizonte, São Simão e São Paulo
Posteriormente, acontecem as exposições ‘Centenário Marcello Grassmann e homenagem de Rubens Matuck ao mestre amigo’ – Festival de Inverno, em julho, no Centro Cultural UFMG – Sala Renato de Lima, em Belo Horizonte; na Casa de Cultura Marcelo Grassmann, em São Simão, no interior de São Paulo e, para finalizar, ambas em setembro no loft do Pedro Hiller – o maior colecionador de obras do Marcelo Grassmann, em São Paulo.
Sobre o artista
Marcelo Grassmann nasceu em São Simão, no estado de São Paulo, no ano de 1925. Sétimo filho dos nove que a professora D. Elpídia de Lima Brito teve com seu marido Otto Grassmann. A família permanece na cidade até 1932, quando se muda para a capital, São Paulo. Chegando em janeiro, acompanharam toda a movimentação da Revolução Constitucionalista até mesmo os bombardeios ao Campo de Marte, fundos da casa da família na Rua Voluntários da Pátria, Zona Norte da cidade.
Permaneceram em Santana até a transferência de D. Elpídia para Vila Clementino, entre 1934 e 35. Marcello, neste período, dividia a escola com as revistas em quadrinhos e olhava do alto o fim da rua para o vale por onde passava o bonde Santo Amaro, com o matagal ladeando a passagem.
Nessa ocasião já reconhecia quase todos os desenhistas das histórias em quadrinhos publicadas na época. Marcello diz que sua obsessão não era tanto pelas histórias, mas pelos vários estilos em que os desenhos eram feitos: “Ainda em São Simão ficávamos fascinados pelas imagens e histórias do Tesouro da Juventude. Então apareceram os suplementos infantis, algumas tentativas nacionais de desenhos tipo Tico-Tico, que eram historietas baseadas em protótipos europeus e americanos, porém com uma temática nacional, e nesta salada de estilos e figuras imaginativas, a criança que fui ficava fascinada pela movimentação das imagens”.
Uma transferência de D. Elpídia levou a família para um novo endereço, Rua Cônego Eugênio Leite, zona oeste da cidade, a dois quarteirões do Cemitério São Paulo, no ano de 1938. Os caminhos do menino passavam por onde ficavam as oficinas dos escultores de túmulos e, mesmo, dentro do cemitério, onde uma miscelânea de esculturas desde Victor Brecheret até os acadêmicos mais chatos foram parte da sua formação. A mãe, professora, conhecia o diretor do Instituto Profissional Masculino, onde havia os cursos de orientação profissional para jovens que tivessem acabado o primário e começassem a procura de uma carreira ou aprendizado, técnico ou artístico. Como não havia um curso de escultura propriamente dito, Marcello opta pelo entalhe, que na época lhe pareceu mais próximo. Furtivamente, frequentava as aulas de pintura e escultura. Deste período ficaram os amigos Octavio Araújo e Luís Sacilotto.
Terminado o Instituto, formado e desempregado. O desencontro entre o ensino e a realidade da profissão de entalhador deixaram Marcello com uma nova procura, a expressão artística, conjuntamente com a ampliação de interesses. De 1939 a 1942, duas exposições marcam os jovens egressos do Instituto Profissional Masculino: artistas franceses impressionistas, modernos, contemporâneos e românticos, na segunda pintura abstrata. Nesta altura, os jovens já têm contato pessoal com artistas do modernismo brasileiro: Bonadei e Flávio de Carvalho. A década de quarenta avança, trazendo a primeira exposição no Rio de Janeiro. Em 1949, muda-se para esta cidade, onde frequenta as aulas de Henrique Oswald. Em uma individual sua, conhece pessoalmente Oswaldo Goeldi, de quem admirava o trabalho desde os tempos do Instituto, quando via suas ilustrações para o Suplemento Literário do jornal A manhã, do Rio de Janeiro.
1951 chega, os jovens Marcello, Aldemir (Martins) e Franz (Franz Krajcberg) trabalham como operários na montagem da primeira Bienal de São Paulo participando também com suas obras, e a Marcello é dedicado o prêmio aquisição. Finda a Bienal, segue para a Bahia com Mario Cravo, que conhecera no evento, esperando por eles algo como vinte pedras litográficas, presente ao artista baiano, de Cicillo Matarazzo. Conhecedor dos rudimentos desta arte, aprendida com Poty em 49 no Liceu do Rio de Janeiro, mesmo sem prensa, as pedras são usadas e impressas com colher, como xilogravuras.
1954. Quando finalmente chega o dinheiro da bolsa, ganha em 1952 no Salão Nacional, segue para o velho continente. Quarenta litografias, dois cadernos e dois anos depois volta ao Brasil. Mora em Santo Amaro, próximo ao Cemitério Campo Grande. Lá, Marcello desenvolve a maior parte de sua obra de desenhista e gravador. Forma dois irmãos impressores, Otto (falecido) e Roberto. Participa de outras Bienais nacionais e internacionais, expõe também dentro e fora do país. Em 1979 é inaugurada a Casa de Cultura Marcello Grassmann, onde moravam seus avós em São Simão. Muda-se para sua chácara na grande São Paulo em meados dos anos oitenta.
Várias são as exposições, individuais e coletivas, neste período. Reconhecido como o mais proeminente gravador e desenhista nacional, corre o mundo com seus trabalhos.
Na Pinacoteca do Estado de São Paulo está o maior conjunto de suas gravuras, compradas em 1969 pelo governador Abreu Sodré. Destacam-se as exposições em comemoração aos 25 anos de gravura no MAM/SP (1969), 40 anos de gravura, Pinacoteca do Estado de São Paulo (1984). O mundo Mágico de Marcello Grassmann em comemoração aos seus 70 anos, MASP \ SP (1995). Marcello Grassmann, desenhos. Instituto Moreira Salles, SP/RJ/MG (2006). Sombras e sortilégios, MON/Curitiba, PR (2010). Segue trabalhando até sua morte, em junho de 2013.
Sobre o Núcleo de Estudos Marcello Grassmann
Marcello Grassmann é reconhecido como um dos protagonistas das artes gráficas no Brasil; assim exemplificam os muitos prêmios que lhe foram atribuídos nos mais de 70 anos de atividade. Estudá-lo, significa, portanto, dar visibilidade a uma parte significativa da arte brasileira: a gravura e o desenho. A obra grassmanniana se faz presente em museus brasileiros, internacionais e coleções particulares, e uma parcela dela permaneceu em propriedade do artista durante toda sua vida. São estes os que chamamos de ‘os Grassmanns de Marcello’.
Esse singular acervo foi legado a Ana Elisa (Zizi) Baptista, gravadora e companheira do artista por 17 anos, que decidiu não apenas preservá-lo, mas também ampliá-lo por meio de aquisições, totalizando aproximadamente 1000 obras, incluídos também entalhes, matrizes, ferramentas e objetos pessoais, além da biblioteca particular do artista e livros com referências a este e sua geração.
O ‘Núcleo’ é uma instituição sem fins lucrativos e tem como objetivos preservar a memória do artista, promover a pesquisa da obra grassmanniana por meio de mesas de estudo, debates, gravação de entrevistas, como também a difusão de seu acervo por meio da publicações de livros e exposições, cumprindo um importante papel às artes gráficas brasileira. https://www.nucleomarcellograssmann.org.br
Sobre a coleção
O Gabinete de Estampas: Departamento de Desenhos e Gravuras da Unicamp é um espaço de salvaguarda e pesquisa da coleção de gravuras do Instituto de Artes da Unicamp em parceria com a Biblioteca Central César Lattes, localizada na Universidade Estadual de Campinas. O Gabinete de Estampas teve suas origens no Centro de Pesquisa em Gravura (CPGravura) do Instituto de Artes, em 1997, com apoio da Fapesp. O centro construiu um acervo ao longo de seus vinte anos de existência, possuindo obras de relevantes artistas brasileiros que figuram no cenário artístico contemporâneo.
Hoje, a coleção do Gabinete que incorpora o acervo do CPGravura conta com ampliações por meio da aquisição da coleção de gravuras de Marcello Grassmann (apoio Fapesp) e a recente doação realizada pelo Ateliê Glatt Ymagos de São Paulo, bem como doações particulares disponibilizadas pelos próprios artistas e/ou colecionadores, totalizando cerca de 800 gravuras em sua coleção. O Gabinete de Estampas busca ser um espaço de encontros que mobiliza diversas áreas de conhecimento nos seus processos de preservação, conservação, pesquisa e educativo, difusão e exposição, sendo um ponto de encontro entre as artes, a história, a filosofia, a educação, a Museologia e a curadoria, envolvendo o público interessado e expandindo-se para a comunidade. https://www.iar.unicamp.br/gabinetedeestampas/
Sobre o espaço | O Instituto Pavão Cultural é uma organização da sociedade civil sem fins lucrativos dedicado a exposições e projetos culturais voltados para artes visuais, artes cênicas, arquitetura, música e atividades educativas para crianças, jovens e adultos. Aberto em março de 2019, o espaço permite várias possibilidades de interação e estrutura para receber manifestações artísticas, culturais, de vivência e lúdicas. Conta também com equipe de expografia, montagens, visitas mediadas e oficinas artísticas. Com o objetivo de facilitar o acesso ao acervo de realizações, ele é disponibilizado permanentemente aqui, com imagens, memórias e novas leituras. Também busca um caminho mais diverso e inclusivo, com propostas que contemplem a comunidade local e virtual. https://pavaocultural.org.br/
Serviço:
Centenário Marcello Grassmann
Mostra Grassmann Presente – 100 Anos de Marcelo Grassmann
Curadoria: Sergio Niculitcheff
Organização: Gabinete de Estampas da Unicamp e Instituto Pavão Cultural
Abertura: 24 de abril de 2025 (quinta-feira), às 19h
Visita: 24 de abril a 31 de maio de 2025 | Quarta e quinta, 15h às 19h; sexta e sábado, 15h às 20h
Quanto: gratuito e livre
Local: Instituto Pavão Cultural
Rua Maria Tereza Dias da Silva, 708 – Cidade Universitária, Campinas – SP
Tel: (19) 99633-4104
E-mail: anagau@unicamp.br
Site: https://www.iar.unicamp.br/gabinetedeestampas/
Redes sociais:
Núcleo de Estudos Marcello Grassmann @nucleomarcellograssmann
Zizi Baptista @zizibaptista
Sergio Niculitcheff @sergioniculitcheff
Gabinete de Estampas @gestampas
Pavão Cultural @pavaocultural.
(Com Erico Marmiroli/Marmiroli Comunicação)
Conhecido como um drama jocoso, fruto da parceria profícua entre Wolfgang Amadeus Mozart e o libretista Lorenzo Da Ponte, a ópera ‘Don Giovanni’ retorna ao palco do Theatro Municipal de São Paulo. Com direção cênica de Hugo Possolo, conhecido por sua assinatura como mestre do picadeiro, e direção musical de Roberto Minczuk, maestro titular que fará a regência da Orquestra Sinfônica Municipal, além da participação do Coro Lírico Municipal, que terá regência de Hernán Sánchez Arteaga. A obra será apresentada em sete récitas: 2/5, 3/5, 4/5, 6/5, 7/5, 9/5 e 10/5. A classificação é não recomendada para menores de 12 anos, duração aproximada de 190 minutos (com intervalo) e ingressos de R$33 a R$210 (inteira).
Em Don Giovanni, o “libertino declarado que não oculta sua imoralidade”, como definiu o filósofo Mladen Dolar, temos um protagonista que vive em uma saga de seduções frustradas e acertos de contas com seu passado. Essa trama construída por Da Ponte remonta histórias anteriores de autores como Tirso de Molina, G. Bertati e Molière – o último, responsável por Don Juan, ou Le Festin de Pierre, de 1665.
O impacto do escritor de Don Juan será a inspiração mais direta para nova montagem do Theatro Municipal. “Molière fundamental para essa e todas as suas versões. Ele próprio já é crítico à postura do protagonista. Em Da Ponte e Mozart acaba sendo um pouco mais controverso. Mas uma abordagem com o humor do Molière foi o que mais me interessou. É um retorno à origem”, explica o diretor cênico Hugo Possolo.
Quando estreou em Praga, em outubro de 1787, Don Giovanni foi aclamada pelo público e pela crítica. Além do texto afiado, a obra recebeu destaque pelo modo como Mozart cria camadas de expressão dramática com recursos musicais únicos. Entre os destaques, a célebre ária do catálogo de conquistas entoada por Leporello e a celebração hedonista de Don Giovanni em Fin ch’Han dal Vino, além das feitas pelas protagonistas femininas: Mi Tradì quell’Alma Ingrata, por Donna Elvira, Vedrai, Carino, cantada por Zerlina, e Or Sai Chi l’Onore, interpretada pela personagem da Donna Anna.
Nos dias 2, 4, 7 e 10, o elenco será composto por Hernán Iturralde (Don Giovanni), Camila Provenzale (Donna Anna), Anibal Mancini (Don Ottavio), Luisa Francesconi (Donna Elvira), Michel de Souza (Leporello), Carla Cottini (Zerlina), Savio Sperandio (Comendador) e Fellipe Oliveira (Masetto). Já nos dias 3, 6 e 9, os intérpretes serão Homero Velho (Don Giovanni), Ludmilla Bauerfeldt (Donna Anna), Jabez Lima (Don Ottavio), Monique Galvão (Donna Elvira), Saulo Javan (Leporello), Raquel Paulin (Zerlina), Sérgio Righini (Comendador) e Rogério Nunes (Masetto).
Nesta montagem, para além da amoralidade com que o protagonista trata a paixão, estarão centrais em cena as mulheres: Donna Anna, uma figura romântica que acredita em Don Giovanni, Donna Elvira, que promete vingança mas fica presa ao protagonista, e Zerlina, personagem de origem popular que é ‘enfrentativa’. Essas personagens revelarão uma força singular que tanto desafia quanto enquadra Don Giovanni. “Há algo tragicamente patético na figura quase arquetípica do conquistador serial, seja ele o Casanova histórico (contemporâneo e amigo de Lorenzo Da Ponte, libretista da ópera) ou o Don Juan da ficção, criado pelo espanhol Tirso de Molina no início do século XVII. Pelas mãos de Hugo Possolo, Piero Schlochauer, Vera Hamburger, Elisa Faulhaber, Miló Martins e outros integrantes da equipe criativa, Don Giovanni escapa das chamas do inferno, mas não da punição terrena”, explica a superintendente geral do Complexo Theatro Municipal, Andrea Caruso Saturnino.
Para o diretor cênico Hugo Possolo, Don Giovanni tem um protagonista que permite um paralelo direto com os “poderosos machistas, que nos mostram que evoluímos muito pouco”. A ópera ressalta nuances cômicas contrasta com as tragédias reais, ganhando uma versão em parte em português, em parte no original italiano, que busca dialogar diretamente com o público e expor, com ironia e crítica, o fracasso do patriarcado. “A palavra ópera quer dizer uma obra que reúne várias linguagens, como drama e música, além de abrir espaço para outras linguagens da arte cênica como circo”, explica o diretor Hugo Possolo. “Foi muito natural trazer esses elementos festivos e de espetacularidade que combinam com o espírito da criação de Mozart. A dupla Don Giovanni e Leporello tem a ver com as duplas cômicas, que permite uma linguagem popular mais acessível”, pontua.
Além disso, a obra contará com trechos recitativos em português. O diretor explica que essa decisão foi tomada a partir de uma abordagem que já foi feita em ópera de diversas línguas e em várias montagens ao redor do mundo. “Optamos por um diálogo direto e teatral. Como venho do teatro popular, essa linguagem mais direta pode deixar a história mais evidente para o público. A ópera não é elitista, tem que ser para todos”, finaliza.
Uma obra incontornável na programação operística
Grande parte do repertório operístico em todo mundo, segundo dados do OperaBase, Don Giovanni está entre as dez mais apresentadas. Seu tema e personagens foram de grande impacto para a cultura, inspirando diversos escritores e filósofos. Ela teve sua primeira montagem em São Paulo em 1956 como parte das comemorações do bicentenário de Mozart.
Depois disso, Don Giovanni só voltou a ser apresentada no Theatro Municipal de São Paulo nos anos 1990. Nessa década aconteceram três montagens diferentes da ópera: em agosto de 1992 em montagem dirigida por Bia Lessa, cuja estreia aconteceu em Fortaleza em janeiro do mesmo ano; em 1995, com direção cênica da italiana Maria Francesca Siciliani, direção musical e regência do maestro Isaac Karabtchesvsky, cenografia de J.C. Serroni e figurinos alugados do Teatro Colón de Buenos Aires e, por fim, em 1999, numa montagem que contou com a participação da Orquestra Experimental de Repertório regida pelo maestro Jamil Maluf e do Coro Lírico Municipal.
A montagem mais recente do drama jocoso mozartiano no palco do Theatro Municipal de São Paulo aconteceu em 2013. O espetáculo foi trazido do Teatro Municipal de Santiago do Chile e foi dirigido por Pier Francesco Maestrini. Contou com participação da Orquestra Municipal de São Paulo, sob regência do maestro Yoram David, e do Coral Paulistano, sob regência de Bruno Greco Facio. Nesta montagem, a proposta do diretor foi levar Don Giovanni e Drácula ao palco, traçando paralelos entre os dois personagens a partir do ensaio publicado pelo escritor e musicólogo Alessandro Baricco, intitulado Drácula, Sósia de Don Giovanni. Os cenários de Juan Guillermo Nova e figurinos de Luca Dall’Alpi contribuem para criar o clima sombrio da montagem.
Serviço:
Don Giovanni
Drama jocoso em dois atos de Wolfgang Amadeus Mozart e libreto de Lorenzo da Ponte
Theatro Municipal – Sala de Espetáculos
CORO LÍRICO MUNICIPAL
ORQUESTRA SINFÔNICA MUNICIPAL
Sexta-feira, 2/5, 20h
Sábado, 3/5, 17h
Domingo, 4/5, 17h
Terça-feira, 6/5, 20h
Quarta-feira, 7/5, 20h
Sexta-feira, 9/5, 20h
Sábado, 10/5, 17h
Roberto Minczuk, direção musical
Hugo Possolo, direção cênica
Hernán Sánchez Arteaga, regente do Coro Lírico Municipal
Vera Hamburger, cenografia
Fernando Passetti, cenógrafo assistente
Elisa Faulhaber, figurino
Miló Martins, design de luz
Jorge Garcia, coreografia
Westerley Dornellas, visagismo
Piero Schlochauer, assistente de direção cênica
dias 2, 4, 7 e 10
Hernán Iturralde, Don Giovanni
Camila Provenzale, Donna Anna
Anibal Mancini, Don Ottavio
Luisa Francesconi, Donna Elvira
Michel de Souza, Leporello
Carla Cottini, Zerlina
Savio Sperandio, Comendador
Fellipe Oliveira, Masetto
dias 3, 6 e 9
Homero Velho, Don Giovanni
Ludmilla Bauerfeldt, Donna Anna
Jabez Lima, Don Ottavio
Monique Galvão, Donna Elvira
Saulo Javan, Leporello
Raquel Paulin, Zerlina
Sérgio Righini, Comendador
Rogério Nunes, Masetto
Ingressos: R$33 a R$210 (inteira)
Classificação: Não recomendado para menores de 12 anos. Pode conter histórias de agressão física, insinuação de consumo de drogas e insinuação leve de sexo.
Duração aproximada: 190 minutos (com intervalo)
Patrocínio: A récita do dia 6/5 tem patrocínio de IGC. A récita do dia 7/5 tem patrocínio de Bradesco.
(Com André Santa Rosa/Assessoria de Imprensa Theatro Municipal)
Nada é tão atual hoje em dia como a produção artística contemporânea do Brasil dos anos 60 e 70. É com esse leitmotif que a Galeria Berenice Arvani inaugura a exposição Pops e Rebeldes, com curadoria de Celso Fioravante, composta por obras de uma geração que criou a arte pop brasileira, a Nova Figuração, consagrada a partir da exposição Opinião 65 no MAM Rio. A mostra fica aberta para a visitação até o dia 5 de maio de 2025, de segunda a sexta, das 10h às 19h.
“Vejo a Nova Figuração como um dos movimentos mais intensos da arte brasileira, uma resposta crítica ao abstracionismo ao mesmo tempo que se manifestava sobre dilemas sociopolíticos da década de 60. Os artistas ‘Pop e Rebeldes’ da época marcaram uma identidade visual que influencia gerações de outros artistas até hoje”, explica Berenice Arvani.
Judith Lauand, Título: ‘Até a Morte’, Acervo 317, Acrílica sobre Tela, 1969, 105x70cm. Foto: Divulgação.
Celso Fioravante é quem assina a curadoria e acrescenta que os “artistas locais exibiram uma nova imagem do país, um Brasil com sangue nas veias, que grita, moldada a partir de questionamentos a fatos perversos, como a censura, a repressão e a violência impostas pela ditadura de 1964. Além disso, deglutiram movimentos artísticos como o construtivismo, a arte popular e o expressionismo”.
Uma rebeldia pop que ainda é atual
A arte produzida por esses artistas considerados pela galerista e pelo curador como pops e rebeldes é disruptiva e terreno de resistência. Ela protesta e afirma em seu vocabulário de imagens que amor, prazer, política e arte são revolucionários e estarão sempre aqui. São eles:
Antonio Henrique Amaral: conhecido por sua série ‘Bananas’, onde utiliza a figuração para expressar críticas ácidas ao regime político e à repressão da época.
Décio Noviello: artista e designer gráfico, destacou-se pela fusão entre a arte e a comunicação visual, criando obras de forte impacto estético e social.
Glauco Rodrigues: trouxe para suas telas um olhar irônico e colorido sobre a identidade brasileira ressignificando símbolos nacionais com um viés crítico.
Inácio Rodrigues: explorou a relação entre a figuração e o abstrato utilizando cores vibrantes e composições dinâmicas para expressar sua visão de mundo.
Irmgard Longman: trouxe uma abordagem singular para a arte pop brasileira combinando elementos geométricos e figurativos para criar uma estética sofisticada e impactante.
Judith Lauand: transcendeu o concretismo ao incorporar novas experiências visuais, tornando-se uma das grandes expoentes da arte brasileira.
Maurício Nogueira Lima: um dos grandes nomes da arte concreta, mas também transitou pela Nova Figuração explorando a interação entre cor, forma e comunicação visual.
Nelson Leirner: conhecido por sua ironia e crítica contundente ao mercado de arte e à cultura de consumo, utilizando ready-mades e objetos cotidianos em suas obras.
Rubens Gerchman: um dos principais nomes da Nova Figuração, trazendo para suas obras um diálogo direto com a sociedade, a política e a linguagem da propaganda.
Teresa Nazar: artista argentina radicada no Brasil, incorporou elementos surrealistas à sua produção criando imagens oníricas e repletas de simbolismo.
Tomoshigue Kusuno: de origem japonesa, imprimiu sua influência oriental na arte pop brasileira criando uma estética diferenciada e de forte impacto visual.
Victor Gerhardt: explorou temas urbanos e sociais em suas obras trazendo uma abordagem crítica e inovadora para a figuração brasileira.
Zélio Alves Pinto: transitou entre a arte plástica e o cartum utilizando um traço ágil e expressivo para retratar a sociedade com humor e perspicácia.
A Nova Figuração Brasileira
Surgido nos anos 60, o movimento Nova Figuração rompeu com a abstração predominante e trouxe de volta a imagem figurativa, mas, dessa vez, de forma reinventada, agressiva e crítica, principalmente à ditatura militar que comandou o país de 1964 a 1985.
Inspirados pela pop art, pelo expressionismo e pela cultura de massa, os artistas desse movimento criaram obras vibrantes e provocativas, utilizando colagem e abusando da apropriação de imagens e iconografia urbana para abordar temas como consumo, censura, política e identidade nacional.
O movimento ainda é chamado de Pop Art Brasileira; porém, a conexão se limita apenas a influências de forma, estética e linguagem, pois a versão americana do movimento tem muito pouco posicionamento político-ideológico, concentrando suas críticas mais diretamente à sociedade de consumo.
Serviço:
Exposição Pops e Rebeldes
Curadoria: Celso Fioravante
Exposição: até 5 de maio
Dias e horários de visitação: segunda a sexta, das 10h às 19h
Local: Galeria Berenice Arvani
Endereço: Rua Oscar Freire, 540, Jardins
Tel.: (11) 3082-1927
Site: www.galeriaberenicearvani.com
Instagram: @galeriaberenicearvani.
(Com Antonio Montano/Agência Vetor.am)
Campinas convida a todos para uma verdadeira viagem pela sua história cinematográfica com a abertura da exposição Campinas 100 Anos de Cinema, no próximo dia 26 de abril a partir das 10h no Museu da Imagem e do Som (MIS-Campinas). A mostra é uma realização da CTAv (Câmara Temática do Audiovisual de Campinas) com recursos viabilizados por emenda impositiva do vereador Paulo Búfalo, destinada ainda em 2023, ano do centenário, e apoio da Secretaria Municipal de Cultura e Turismo.
Após mais de dois anos de trabalho intenso — entre pesquisa, desenvolvimento e adequações do espaço — a exposição será aberta ao público com entrada gratuita. Composta por 13 painéis informativos, quatro instalações interativas e o Cine Fênix, a menor sala de cinema de Campinas, a exposição oferece uma experiência imersiva para todas as idades. Um dos destaques é a curadoria audiovisual que reúne quatro horas de curtas-metragens produzidos ao longo das últimas oito décadas em Campinas, celebrando a produção local. “A história do Cinema de Campinas é fantástica e é também uma história do Cinema do Brasil. Esta é a primeira vez que o grande público terá acesso a ela de uma maneira mais lúdica e visual”, afirma Diego Ruiz de Aquino, um dos curadores da exposição.
Segundo Mariana Atauri Maurer, responsável pelo projeto expográfico, o processo enfrentou diversos desafios: “No entanto, a limitação de recursos não limitou a criatividade, que nos permitiu entregar uma exposição muito bem estruturada, que com certeza ficará como um patrimônio para a cidade de Campinas”.
A programação de inauguração no dia 26 de abril começa às 10h, com uma apresentação especial sobre os 100 anos de cinema na cidade. Às 11h, o público será convidado a participar de uma visita guiada pelo espaço expositivo. Entre os atrativos estão também uma Linha do Tempo, um Jogo das Memórias e um painel interativo com todos os cinemas que já ocuparam o centro de Campinas, resgatando memórias afetivas e urbanas dos moradores.
A exposição marca ainda a abertura da programação da Semana Amilar Alves 2025, evento que chega à sua 8ª edição com foco na preservação e difusão da história do audiovisual de Campinas. Neste ano, o tema da Semana Amilar Alves é Preservar um Futuro, propondo reflexões sobre a importância dos acervos audiovisuais. Ela vai ocorrer a partir de 29 de maio, também com atividades gratuitas, e a programação completa será divulgada em breve nos canais do CTAV (https://www.instagram.com/ctavcampinas).
Serviço:
Abertura da exposição Campinas 100 Anos de Cinema
Local: MIS-Campinas (Rua Regente Feijó, 859 – Centro)
Data: 26 de abril (sexta-feira), às 10h
Entrada gratuita
Acessibilidade: Audioguia disponível via QR Code nos painéis. O local, infelizmente, ainda não possui acessibilidade arquitetônica e o acesso acontece somente por escadas.
Mais informações: ctavcampinas@gmail.com ou pelo Instagram @ctavcampinas.
(Com Andréa Alves/A2N Comunicação)
Entre as 42 Unidades de Conservação (UCs) localizadas na área de influência da rodovia BR-319, que corta o Amazonas e Rondônia, 40% apresentaram desmatamento no ano de 2024. Ao todo, foram 962 hectares (ha) desmatados, uma área equivalente a 1.347 campos de futebol. O destaque foi para a Reserva Extrativista (Resex) Jaci-Paraná (RO), situada entre os municípios de Porto Velho, Nova Mamoré e Buritis, que registrou 880 ha desmatados no ano passado.
Os dados são da ‘Retrospectiva 2024: Desmatamento e focos de calor na área de influência da rodovia BR-319’. A publicação anual do Observatório BR-319 (OBR-319) traz dados e análise do cenário em 13 municípios, 42 Unidades de Conservação (UCs) e 69 Terras Indígenas (TIs), no período de 2010 a 2024. A publicação pode ser acessada no site observatoriobr319.org.br.
Nos últimos 14 anos, as UCs estaduais com maior desmatamento foram a Floresta Estadual (FES) Tapauá (AM) e a Resex Jaci-Paraná. Já no âmbito federal, as UCs com os piores índices de desmatamento foram a Floresta Nacional (Flona) do Bom Futuro (RO) e o Parque Nacional (Parna) Mapinguari (AM e RO). Em ambas, os maiores picos de desmatamento ocorreram em 2021, quando a Flona do Bom Futuro registrou 1.257 ha desmatados e o Parna Mapinguari, 1.175 ha. No nível municipal, a Área de Proteção Ambiental (APA) Tarumã Ponta Negra (AM) foi a que apresentou o maior desmatamento, com um pico de 71,45 ha em 2014.
A FES Tapauá, que figura entre as UCs com maior desmatamento na BR-319, apresentou desmatamento zero em 2024, em comparação com 2023. No entanto, a Flona do Bom Futuro e o Parna Mapinguari registraram aumentos alarmantes de 664,08% e 166,90%, respectivamente, em relação ao desmatamento do ano anterior.
Em 2024, considerado o ano mais quente da história, 80% das UCs monitoradas pelo Observatório BR-319 apresentaram focos de calor, totalizando 1.230 registros ao longo do ano.
O Parna Mapinguari foi a UC com mais focos de calor em 2024, com 235 registros, seguido pelo Parna dos Campos Amazônicos, que teve 234 focos. No caso dos Campos Amazônicos, houve um aumento de 157% no número de focos de calor em comparação com 2023.
Outra UC que apresentou crescimento expressivo foi a Flona do Bom Futuro, com um aumento de 81,3% em relação ao ano anterior. Na série histórica, a Resex Jaci-Paraná apresentou uma média de 44 focos de calor por ano. Em 2024, houve uma redução de 70,7% em relação a 2023, totalizando 120 focos. No nível municipal, a APA Tarumã-Ponta Negra e a Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) do Tupé foram as áreas que mais registraram focos de calor nos últimos 14 anos.
(Com Emanuelle Araujo Melo de Campos/UP Comunicação)