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Oficinas gratuitas de fotografia beneficiam 60 jovens em Campinas

Campinas, por Kleber Patricio

Atividades fazem parte do projeto Clique Jovem, que será realizado nos meses de maio e junho. Fotos: Divulgação.

Duas escolas municipais de Campinas serão sede das oficinas de fotografia do projeto Clique Jovem, que serão realizadas gratuitamente entre os meses de maio e junho. Cada oficina tem 30 vagas disponíveis e os jovens podem manifestar o interesse em participar na própria escola ou pelo site do projeto, uma vez que as oficinas serão realizadas no contraturno. O projeto Clique Jovem será realizado na Escola Municipal de Ensino Fundamental e Educação para Jovens Adultos Maria Pavanatti Fávaro e na Escola Municipal de Ensino Fundamental Prof. Benevenuto de Figueiredo Torres.

O objetivo é fazer com que os jovens participantes conheçam as técnicas fotográficas, possibilidades de composição de imagem e façam exercícios e experimentações, criando ao final um livro fotográfico e possam expor os trabalhos no evento final, que será realizado em agosto, também aberto ao público. Para Gabi Perissinotto, arte-educadora do Clique Jovem, essa é uma oportunidade importante para aprimorar as técnicas dos jovens que já estão habituados a manusear a câmera do celular. “A tecnologia nos permite ter acesso constante à produção de imagens, por isso, conhecer a técnica é fundamental para aprimorar o olhar desde cedo”, explica Gabi.

As oficinas também buscam despertar a sensibilidade dos jovens por meio do registro das imagens e da exposição dos trabalhos, como explica Kora Prince, arte-educadora e produtora do projeto. “Nos encontros, abordaremos bastante a composição da imagem e a expressão individual, pintando com luzes imagens novas, usando as câmeras de celular e, ao final do projeto, a(o) jovem participante experimenta suas ‘obras’ com a exposição coletiva das fotografias”.

O projeto Clique Jovem é realizado pelo Instituto Ideia Coletiva via Programa de Ação Cultural do Estado de São Paulo (ProAC ICMS), recebe o apoio da Gama Produções, da Think Projetos, da Prefeitura de Campinas e o patrocínio da Miracema-Nuodex.

Sobre o Instituto Ideia Coletiva | O Instituto Ideia Coletiva é um ponto de cultura, uma OSCIP (Organização da Sociedade Civil de Interesse Público) e possui reconhecimento do Ministério da Justiça e demais órgãos públicos para atuar na formação e difusão cultural por meio de diversas linguagens artísticas, idealizando e executando projetos em todo território nacional.

Serviço:

Oficinas gratuitas de fotografia beneficiam 60 crianças de Campinas

Oficina 1:

Data: de 8/5 a 26/6 (quartas-feiras)

Horário: das 8 às 12 horas

Endereço: Av. José Oliveira Carneiro, 2 – Chácara Santos Dumont, Campinas (SP)

Oficina 2:

Data: de 9/5 a 27/6 (quintas-feiras)

Horário: das 8 às 12 horas

Endereço: Av. José Carlos do Amaral Galvão, 270 – Jardim São José, Campinas

Inscrições devem ser feitas na própria escola ou no site do projeto.

(Fonte: Fábrica de Histórias)

Festival de dança O Corpo Negro inicia com mais de 60 atrações de 7 estados do país

Rio de Janeiro, por Kleber Patricio

Festival terá, pela primeira vez, atrações para o público infantil, como a perfomance ‘Gbin’, da Cia Xirê (RJ). Foto: Maurício Maia.

O festival de dança O Corpo Negro, um dos maiores do gênero no país, começa no dia 28 de abril – véspera do Dia Mundial da Dança – com uma performance na Praia de Copacabana. O evento, realizado pelo Sesc RJ, chega à quarta edição com espetáculos criados e executados por artistas negros e negras selecionados por um edital afirmativo. Serão mais de 60 atrações gratuitas, em 9 municípios do estado, com espetáculos de dança, shows, mostra audiovisual, oficinas e debates ao longo de um mês. A programação se estenderá até 31 de maio nas cidades do Rio de Janeiro, Niterói, São Gonçalo, Nova Iguaçu, Barra Mansa, Volta Redonda, Nova Friburgo, Petrópolis e Teresópolis. Os espetáculos serão apresentados em unidades do Sesc RJ, escolas e universidades e espaços públicos, que vão receber obras de 32 grupos, oriundos dos estados do Rio de Janeiro, da Bahia, Ceará, Espírito Santo, Goiás, Maranhão e São Paulo.

Todas as atividades são gratuitas, com a retirada dos ingressos nos espaços com lotação limitada. Confira a programação detalhada no site do festival. “Nesta quarta edição, o projeto apresenta vogue, funk, afro, hip hop, samba, charme e outros gêneros. O Sesc RJ reafirma o seu compromisso com a pluralidade e com o protagonismo negro na dança em todas as suas dimensões, diversidade e repertórios. Procuramos garantir políticas culturais com continuidade e consistência, visando possibilitar o crescimento de uma sociedade consciente e atuante que busque relações étnico-raciais em bases justas e equânimes”, afirma André Gracindo, analista técnico de Artes Cênicas do Sesc RJ.

Dia Mundial da Dança | Uma performance na praia de Copacabana vai marcar o início do festival. No dia 28 de abril, às 16h, o grupo DeBonde vai ocupar o calçadão, na altura da Rua Figueiredo de Magalhães, com o espetáculo ‘Debandada’, uma intervenção que atravessa e é atravessada pela rua. Seis dançarinos com suas potencialidades e diferenças passam, arrastam, sustentam, rabiscam e ocupam os espaços urbanos convidando o público a dançar.

Noite de abertura| A abertura oficial do projeto acontecerá no dia 30 de abril, às 20h, no Sesc Tijuca. O evento contará com a presença dos artistas da programação, dos curadores convidados Diego Dantas, Gal Martins e Jaílson Lima e do público em geral. Será uma noite em homenagem a Mestre Manoel Dionísio, criador da Escola de Mestres-salas, Porta-bandeiras e Porta-estandartes, no Rio de Janeiro, que forma novos bailarinos e preserva os repertórios da dança e do carnaval há mais de 30 anos. No encontro, também será lançado o documentário curta-metragem ‘Dionísio, um mestre’, realizado pela coreógrafa, diretora de teatro e realizadora audiovisual Carmen Luz. “O filme é uma oportunidade para que o público conheça o pensamento, a arte e a pedagogia de Mestre Manoel Dionísio e possa celebrar – como faz o filme – a sua existência, mas também refletir sobre arte e resistência. É um filme que dá prosseguimento à minha pesquisa sobre o corpo negro criador e produtor de danças no Brasil. Tenho feito filmes sobre e com essa gente com G maiúsculo, num processo de escavação e proposição a fim de reescrever a história da dança, tão cheia de páginas em branco”, declarou Carmen Luz.

Intervenção do grupo DeBonde na Praia de Copacabana abre o festival. Foto: Santos GB.

O festival vai oferecer ao público 10 espetáculos inéditos que saíram do papel por meio do edital lançado no ano passado pelo Sesc RJ para seleção da programação do evento. Entre as estreias nacionais, está ‘O Som do Morro’, no qual o coreógrafo carioca Patrick Carvalho narra a própria história. Entre os becos e vielas, o premiado bailarino apresenta seu jeito genuíno de coreografar. Outra estreia é a da performance ‘Vogue Funk’, que mistura baile funk com os elementos da cultura ballroom, trazendo a periferia negra e LGBTQ+ para o centro do palco. A história de personalidades da dança brasileira também está representada em ‘Isaura’, espetáculo idealizado e performado por Aline Valentim. O trabalho conta a história da bailarina, professora e coreógrafa Isaura de Assis, uma das grandes referências das danças negras no estado.

Além das estreias, outros espetáculos que não estiveram nos palcos Rio de Janeiro serão recebidos pelo festival. Uma delas é a obra coreográfica ‘PADÊ’, de Djalma Moura, criador do Núcleo Ajeum, sediado na periferia de São Paulo. Na apresentação, os bailarinos são instigados a externalizar desejos e pulsões para criar uma dança ebó, que arrasta mazelas físicas, emocionais e espirituais que ainda corrompem meninos e meninas negras e induzem aos seus extermínios.

Atrações para os pequenos | Pela primeira vez, o festival terá uma programação dedicada ao público infantil, concentrada no Sesc Tijuca. Entre os destaques, a estreia do espetáculo ‘A Menina Dança’ que, com ritmos e danças africanas e cantigas, apresenta a menina Maria Felipe numa coreografia que aborda o enfrentamento à colonização do país. Outra estreia é o espetáculo ‘Gbin’, da Cia Xirê (RJ), que aborda matrizes afrodescendentes na cena da dança contemporânea.

Embora a ênfase seja na dança, o festival O Corpo Negro terá uma programação paralela com música, filmes e outras atividades integradas. Haverá shows de música com Jonathan Ferr, um dos nomes mais celebrados da nova geração do jazz brasileiro, na abertura, além do dançante Baile Black Bom e rodas de samba em várias unidades.

A mostra audiovisual vai oferecer ao público mais de 65 sessões de filmes. Entre as obras, será exibido o documentário ‘Othelo, O Grande’, que aborda a vida e obra de um dos maiores atores e comediantes do Brasil, que rompeu barreiras imagináveis para um ator negro na primeira metade do século XX trabalhando com nomes incontornáveis do cinema mundial. Também será exibido ‘Diálogos com Ruth de Souza’, que apresenta um rico material da vida de uma das grandes damas da dramaturgia nacional, a primeira artista brasileira indicada ao prêmio de melhor atriz em um festival internacional de cinema.

Jonathan Ferr é um das atrações da programação musical do festival O Corpo Negro. Foto: Renan Oliveira.

O documentário de Ruth de Souza terá uma sessão de pré-estreia aberta ao público no dia 8 de maio, às 19h, na Cinelândia, em frente ao Theatro Municipal, no Centro do Rio. A sessão de cinema gratuita e ao ar livre é organizada pelo CineSesc.

O público infantil também terá sessões exclusivas durante o festival. Serão exibidos, em sequência, dois curtas: ‘Idu – O Astronauta Masaai’, que estreia na mostra do evento e narra as aventuras do personagem por mundos a partir de uma favela do Rio, e ‘Geração Alpha’, que apresenta Rebeca, uma menina apaixonada pela leitura que tenta convencer o vizinho e melhor amigo, Marcelo, a ler um livro. O festival promoverá ainda outras atividades, como debates e bate-papos, após todas as apresentações, oficinas de dança, intercâmbio entre artistas e uma jornada acadêmica, além da produção de artigos e ensaios.

Encerramento | A programação audiovisual seguirá até 31 de maio, mas o evento de encerramento do festival vai ocorrer no dia 26 de maio, no Viaduto de Madureira, importante centro de concentração popular, na Zona Norte do Rio, que difunde a cultura negra, conhecido pelo tradicional Baile Charme. O encerramento iniciará às 14 horas em parceria com o evento ‘Wakanda in Madureira’. Música, dança, literatura e empreendedorismo negro são a tônica deste encontro. “O corpo negro, sua presença, é estruturalmente sucateado pelo racismo. Portanto, colocá-lo em cena, protagonizando seus modos de pensar, sentir, criar, mover é fundamental na luta contra as produções de subalternidades. A produção de dignidade que passa pela valorização e afirmação desses profissionais faz parte do que é essencial naquilo que fazemos. Ter o Sesc RJ e o Wakanda juntos é uma alegria; é ter a oportunidade de potencializar nossas ações no caminho de um mundo mais diverso e produtor de dignidade para todos. Nossos deuses dançam”, celebra Raymundo Jonathan, produtor de ‘Wakanda in Madureira’.

Espetáculos de todo o país selecionados por edital afirmativo  

As atrações do festival O Corpo Negro foram selecionadas, pelo segundo ano, por meio um edital público afirmativo de dança para todo o Brasil. Lançado no ano passado, foram destinados R$850 mil às produções. O projeto está tirando do papel 10 espetáculos de dança e 2 curtas-metragens, além de promover a circulação de artistas de outros estados por espaços no Rio de Janeiro. Para Diego Dantas, curador convidado desta edição, a diversidade e amplitude do edital é um dos pontos fortes do projeto. “É um acerto do Sesc RJ investir no corpo negro e em suas práticas de excelência em dança, oportunizando o desenvolvimento estético de agentes que souberam estruturar e manter suas presenças no projeto com escrita, autonomia e produção cênica de alto nível. São artistas com diferentes trajetórias, idades, vindos de territórios distintos fortalecendo e sendo fortalecidos, honrando os mais velhos e pessoas que vieram antes, construindo referências para os mais novos e pessoas que virão”, conclui o curador.

Serviço:

Festival de dança O Corpo Negro

Data: 28/4 a 31/5

Cidades: Rio de Janeiro, Niterói, São Gonçalo, Nova Iguaçu, Barra Mansa, Volta Redonda, Nova Friburgo, Petrópolis, Teresópolis

Programação detalhada no site do festival

Entrada franca.

(Fonte: Assessoria de Imprensa do Sesc RJ)

Exposição comemorativa das cinco décadas da Galeria Raquel Arnaud chega aos últimos dias

São Paulo, por Kleber Patricio

Fachada Galeria Raquel Arnaud. Crédito: Clarissa Miranda.

A mostra Galeria Raquel Arnaud – 50 anos marca meio século de existência da galeria paulistana. Com curadoria de Jacopo Crivelli Visconti, a exposição apresenta momentos decisivos da arte contemporânea brasileira desde a década de 1970 e revela como a marchand consolidou, de forma visionária, um projeto artístico claro e coerente, ao promover grandes artistas como Amilcar de Castro, Mira Schendel, Waltércio Caldas e Iole de Freitas, entre muitos outros. A mostra chega à reta final e receberá o público até o dia 24 de maio.

A história da galeria é apresentada ao público por meio de uma linha do tempo, com destaque para documentos raros produzidos pela instituição ao longo dos anos. Livros, convites elaborados por designers, folhetos e publicações podem ser vistos pela primeira vez, além de mais de 40 obras de artistas que passaram pela galeria, como Sérgio Camargo, Hercules Barsotti, Sérvulo Esmeraldo e Mira Schendel – artista suíça que expôs a série ‘Sarrafos’ na instituição pouco antes de falecer, em 1988.

Gabinete de Arte Raquel Arnaud na Av. Nove de Julho – SP, 1980 (adaptado por Lina Bo Bardi). Crédito: Arquivo pessoal.

Segundo o curador, o papel da galeria no fortalecimento da arte contemporânea é o centro da narrativa mostrada na exposição. “Quase se vislumbra uma contradição ao destacar a trajetória de Raquel na exposição, dado que as obras de arte e os artistas sempre ocuparam o posto mais significativo em sua vida. Contudo, ao menos uma vez após meio século, desviar a atenção não para as obras em si, mas sim para a história da galeria, torna-se o foco”, ressalta Visconti.

“A primeira exposição que fizemos no Gabinete de Artes Gráficas foi de Arthur Luiz Piza, com 70 gravuras, um sucesso, todas vendidas e algumas mais encomendadas. O artista Arthur Piza foi o primeiro artista da minha vida como galerista e o acompanhei até sua morte, em 2017”, destaca Raquel Arnaud.

Waltercio Caldas, mostra ‘Algodão Negativo’, Gabinete de Arte, São Paulo, 1983.

No início de sua trajetória como marchand, enquanto desenvolvia a carreira dos artistas de belas artes, Raquel Arnaud dirigiu a galeria Arte Global, da Rede Globo. Um experimento único no mercado de arte brasileiro, que levou ao horário nobre da televisão obras de artistas plásticos através de peças publicitárias elaboradas para a linguagem audiovisual. Uma experiência incomum no meio artístico, mas importante na consolidação de uma instituição que tem em sua base o diálogo.

Grandes nomes do movimento neoconcreto fazem parte do DNA da galeria desde sua formação. Willys de Castro, por exemplo, explorava as possibilidades no campo da abstração geométrica e sempre teve espaço para exibir suas criações, tendo realizado na instituição sua última individual, em 1986. No mesmo ano, a veterana Lygia Clark participou de sua última coletiva na galeria. A escultora chamava atenção pelas suas declarações a respeito de não ser artista. Nos últimos anos de vida, próxima da psicanálise, a dama do neoconcretismo incorporou trabalhos mais gestuais à sua obra.

Willy de Castro, exposição Gabinete de Arte, 1983. Crédito: Arquivo pessoal.

E é justamente na década de 1980 que a instituição entra em uma nova fase e passa a se chamar Gabinete de Arte Raquel Arnaud. Novos nomes como Nuno Ramos e Tunga ganham destaque na programação da galeria com suas técnicas inovadoras. Na mesma época, foi exposta no Gabinete de Arte a série ‘Carimbos’, de Carmela Gross, trabalho que criticava diretamente a censura do regime militar ao tratar da reprodução em massa da imagem. Em um primeiro momento, houve uma baixa adesão do público à exposição. Mas o reconhecimento veio anos depois, quando a obra foi incorporada no acervo permanente do MoMA, em Nova York, confirmando o olhar atento da galerista para novas tendências.

Já a ítalo-brasileira Anna Maria Maiolino expôs com Raquel Arnaud algumas de suas obras mais ousadas. Conhecida por trabalhos que retrataram os perigos dos regimes de exceção, com forte teor contestatório, Maiolino também explorou as possibilidades das linhas, das dobras e formas em trabalhos com argila e tecidos. “Continua sendo um desafio, como sempre foi, dar continuidade à linha de trabalho na galeria, contemplando, por um lado, os nomes consagrados que represento há muitos anos, assim como os mais jovens talentos, que serão também consagrados numa conversa geracional investigativa e produtiva”, pontua Raquel.

Mira Schendel, exposição ‘Sarrafos’, Gabinete de Arte, 1987. Crédito: Arquivo pessoal.

Ao destacar expoentes dos movimentos concreto, cinético, abstrato e geométrico, a galeria Raquel Arnaud não deixou de abrir suas portas para artistas de outras vertentes. Ao longo dos anos, o diálogo virou sinônimo da curadoria desta dama das artes, que mostrou artistas muito distintos entre si, como Vik Muniz, Regina Silveira e Lygia Pape. Alinhada às experimentações visuais e atenta a tendências internacionais, a galerista foi uma das primeiras a trazer grandes nomes da arte cinética, como Almandrade, Jesús Rafael Soto e Carlos Cruz-Diez.

Raquel Arnaud também fundou o Instituto de Arte Contemporânea (IAC) em 1997 para documentar e catalogar obras de artistas do gênero, como Sergio Camargo e Willys de Castro, os primeiros a terem seus acervos incorporados à instituição graças ao papel da galerista. O projeto de reunir arquivos para pesquisa e consulta pública exigiu tempo, dedicação e recursos próprios, uma vez que a instituição se propunha a um papel pioneiro ao disponibilizar material até então inédito para pesquisadores.

Iole de Freitas e Raquel Arnaud, exposição de Iole de Freitas, 1992. Crédito: Arquivo pessoal.

Galeria Raquel Arnaud – 50 anos ficará em cartaz entre fevereiro e maio e terá uma dinâmica inédita ao eleger uma expografia em transformação. “Vamos ter uma série de conversas com artistas de papel importante na galeria e, ao longo dos meses, vamos trazer obras marcantes para construir um diálogo contínuo e vivo. Assim, o público vai poder conhecer trabalhos de vários pintores e escultores que não teriam suas criações mostradas por conta do espaço”, destaca Visconti sobre a rotatividade de alguns trabalhos. No final do semestre, a galeria lançará uma publicação sobre a comemoração, com textos de intelectuais, críticos e curadores que fizeram parte da história da instituição.

Sobre a Galeria Raquel Arnaud

Criada em 1973, com o nome de Gabinete de Artes Gráficas, com espaços marcantes assinados por arquitetos como Lina Bo Bardi, Ruy Ohtake e Felippe Crescenti, o Gabinete passou por diferentes endereços, como as avenidas Nove de Julho e Brigadeiro Luís Antônio, além do espaço que havia pertencido ao Subdistrito Comercial de Arte, na Rua Artur de Azevedo, em Pinheiros, onde permaneceu de 1992 a 2011.

José Resende – Sem título, 1980.

O foco no segmento da abstração geométrica e a atenção especial dada às investigações da arte contemporânea – arte construtiva e cinética, instalações, esculturas, pinturas, desenhos e objetos – perpetuaram a Galeria Raquel Arnaud no Brasil e no exterior tanto por sua coerência como pela contribuição singular para valorização e consolidação da arte brasileira. Para isso, contribuíram de forma fundamental artistas como Amilcar de Castro, Willys de Castro, Lygia Clark, Mira Schendel, Sergio Camargo, Hércules Barsotti, Waltercio Caldas, Iole de Freitas e Arthur Luiz Piza, entre outros.

Atualmente com sede na Rua Fidalga, 125, Vila Madalena, a Galeria Raquel Arnaud representa artistas reconhecidos nacional e internacionalmente – Waltercio Caldas, Carlos Cruz-Díez, Arthur Luiz Piza, Sérvulo Esmeraldo, Iole de Freitas, Maria Carmen Perlingeiro, Carlos Zilio e Tuneu. Os mais jovens atestam a consolidação de novas linguagens contemporâneas – Frida Baranek, Geórgia Kyriakakis, Daniel Feingold, Julio Villani, Célia Euvaldo, Wolfram Ullrich, Elizabeth Jobim, Carla Chaim, Carlos Nunes e Ding Musa.

Raquel Arnaud também fundou o Instituto de Arte Contemporânea (IAC) em 1997, a única instituição no Brasil que cataloga documentação de artistas.

Serviço:

Galeria Raquel Arnaud – 50 anos

Local: Galeria Raquel Arnaud – Rua Fidalga, 125 – Vila Madalena, São Paulo – SP

Período expositivo: 22 de fevereiro a 24 de maio

Horários de visitação: segunda a sexta, das 11h às 19h | sábado, das 11h às 15h

Entrada gratuita

https://raquelarnaud.com/

https://www.instagram.com/galeriaraquelarnaud/.

(Fonte: A4&Holofote Comunicação)

Osesp divulga programação de maio de 2024

São Paulo, por Kleber Patricio

Osesp com maestro Thierry Fischer na Sala São Paulo, em concerto realizado em março de 2024. Foto: Laura Manfredini.

O ano de 2024 marca as celebrações dos 70 anos da Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo – Osesp, além dos 30 anos de atividades do Coro da Osesp e dos 25 anos da Sala São Paulo – a casa da Osesp, dos Coros e de seus Programas Educacionais, inaugurada em 1999 no edifício onde antes funcionava a Estrada de Ferro Sorocabana. A Temporada 2024 – Osesp 70 Anos à início à agenda de maio entre sexta-feira (3) e domingo (5), com um encontro inédito da Osesp e do Grupo Corpo. Serão apresentadas coreografias para peças de Marco Antônio Guimarães (Dança sinfônica) e Alberto Ginastera (Estância), e a regência ficará a cargo de Dante Santiago Anzolini.

Entre os dias 9 e 11/mai, acontece a volta do Diretor Musical e Regente Titular da Osesp, Thierry Fischer, para os primeiros concertos com o Artista em Residência de 2024: o jovem pianista israelense Tom Borrow. O concerto de sexta (10/mai) faz parte da série Osesp duas e trinta e tem ingressos a preço único de R$39,60. Depois, no domingo (12/mai), às 18h30, Borrow apresenta um recital ao lado de integrantes da Osesp.

De 16 a 18/mai, a Orquestra estará novamente com Thierry Fischer no pódio e Tom Borrow como solista convidado (a adorada Sinfonia Alpina, de Strauss, estará nesse programa); e no domingo (19/mai), às 18h, o Coro da Osesp apresenta um repertório inteiramente de inspiração religiosa com o jovem regente brasileiro Luiz de Godoy (ingressos ao valor único de R$39,60).

Na terceira semana de sua Residência, entre 23 e 25/mai, Tom Borrow estará ao lado da Osesp e de Thierry Fischer para interpretar o terceiro Concerto para piano de Beethoven (depois de ter tocado os dois primeiros nos programas anteriores). A Sinfonia nº 1 – Titã, de Mahler, também estará no repertório.

Por fim, no dia 25/mai, às 20h30, terá prosseguimento a quinta temporada do popular projeto Encontros Históricos na Sala São Paulo. Acompanhados pela São Paulo Big Band, o conjunto convidado desta série, serão recebidos os cantores Xande de Pilares e Simoninha.

A série gratuita Concertos Matinais acontece nos dias 5, 12, 19 e 26/mai. A apresentação do dia 5 será com a GRU Sinfônica e o maestro Emiliano Patarra; no dia 12, a convidada é a Camerata Filarmônica de Indaiatuba; dia 19, o grupo percussivo Martelo e, no dia 26, será a vez de alunos da Academia de Música da Osesp se apresentarem ao lado de músicos da Osesp. Os ingressos são distribuídos pela internet nas segundas-feiras anteriores aos concertos a partir das 12h.

Vale lembrar que as performances da Osesp na Sala São Paulo dos dias 3, 10, 17 e 24/mai serão transmitidas ao vivo no canal da Orquestra no YouTube, e o Encontros Históricos de 25/mai será exibido no YouTube da Sala São Paulo, ambos dentro do projeto Concertos Digitais.

O projeto Música e Dança na Sala São Paulo: Grupo Corpo tem o copatrocínio do Itaú e o apoio de Klabin e Mattos Filho por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura. Realização: Fundação Osesp, Governo do Estado de São Paulo, por meio da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas, Ministério da Cultura e Governo Federal – União e Reconstrução.

A quinta edição da série Encontros Históricos na Sala São Paulo tem o patrocínio de Itaú, Porto, B3, Volkswagen Financial Services e EMS Farmacêutica, copatrocínio de Cebrace, Vivo e Embraer, apoio de Klabin, Mattos Filho, Bain & Company e AlmavivA do Brasil, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura. Realização: Fundação Osesp, Governo do Estado de São Paulo, por meio da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas, Ministério da Cultura e Governo Federal – União e Reconstrução.

PROGRAMAÇÃO | MAIO 2024

Sala São Paulo

2 MAI (QUI), 18H00

Ingressos: R$23,00

ENSAIO ABERTO: OSESP E GRUPO CORPO

ORQUESTRA SINFÔNICA DO ESTADO DE SÃO PAULO – OSESP

GRUPO CORPO

DANTE SANTIAGO ANZOLINI regente

Camargo GUARNIERI | Três danças

Marco Antônio GUIMARÃES | Dança sinfônica

Alberto GINASTERA | Pampeana nº 3, Op. 24: Impetuosamente

Alberto GINASTERA | Estância, Op. 8

*Durante o Ensaio podem acontecer pausas, repetições de trechos e alterações na ordem das obras de acordo com a orientação do regente.

Sala São Paulo

3 MAI (SEX), 20H30 [Concerto Digital]

4 MAI (SÁB), 16H30

5 MAI (DOM), 18H00

Ingressos: R$39,60 a R$150,00

OSESP E GRUPO CORPO

ORQUESTRA SINFÔNICA DO ESTADO DE SÃO PAULO – OSESP

GRUPO CORPO

DANTE SANTIAGO ANZOLINI regente

Camargo GUARNIERI | Três danças

Marco Antônio GUIMARÃES | Dança sinfônica

Alberto GINASTERA | Pampeana nº 3, Op. 24: Impetuosamente

Alberto GINASTERA | Estância, Op. 8

Sala São Paulo

5 MAI (DOM), 10H50

MATINAIS: GRU SINFÔNICA

GRU SINFÔNICA 

EMILIANO PATARRA regente

João Guilherme RIPPER | Abertura Cartagena

Victor CASTELLANO | Alvorada no agreste

Nibaldo ARANEDA | Sonhos de criança

Kevin CAMARGO | Anteluz

Sala São Paulo

9 MAI (QUI), 20H30

11 MAI (SÁB), 16H30

Ingressos: R$39,60 a R$271,00

PARA OUVIR AS AMÉRICAS

ORQUESTRA SINFÔNICA DO ESTADO DE SÃO PAULO – OSESP 

THIERRY FISCHER regente

TOM BORROW piano

Charles IVES | Central Park in the dark [Central Park no escuro]

Ludwig van BEETHOVEN | Concerto para piano nº 1 em Dó maior, Op. 15

Heitor VILLA-LOBOS | Uirapuru

Edgard VARÈSE | Amériques (1929)

Sala São Paulo

10 MAI (SEX), 14H30 [Concerto Digital]

Ingressos: R$39,60

OSESP DUAS E TRINTA: THIERRY FISCHER E TOM BORROW

FESTIVAL SCHUBERT 

PAUL LEWIS piano

Charles IVES | Central Park in the dark [Central Park no escuro]

Ludwig van BEETHOVEN | Concerto para piano nº 1 em Dó maior, Op. 15

Heitor VILLA-LOBOS | Uirapuru

Edgard VARÈSE | Amériques (1929)

Sala São Paulo

12 MAI (DOM), 10H50

MATINAIS: CAMERATA FILARMÔNICA DE INDAIATUBA 

CAMERATA FILARMÔNICA DE INDAIATUBA 

NATÁLIA LARANGEIRA regente

ANA DE OLIVEIRA violino

Juliana RIPKE | Invenções brasileiras nº 3

Elodie BOUNY | Suíte infância brasileira

Denise GARCIA | Três passos

Claudia MONTERO | Concerto para violino e orquestra de cordas

Clarice ASSAD | Três pequenas variações sobre o tema “A maré encheu”

Teresa CARREÑO | Andante con larghezza

Sala São Paulo

12 MAI (DOM), 18H30

Ingressos: R$39,60 a R$143,00

RECITAL: TOM BORROW CONVIDA MÚSICOS DA OSESP

EMMANUELE BALDINI violino

SUNG EUN CHO violino

SARAH PIRES viola

JIN JOO DOH violoncelo

Edvard GRIEG | Peças líricas: Seleção

Antonín DVORÁK | Quinteto para piano e cordas nº 2 em Lá maior, Op. 81

Sala São Paulo

16 MAI (QUI), 10H00

Ingressos: R$23,00

ENSAIO ABERTO: THIERRY FISCHER E TOM BORROW

ORQUESTRA SINFÔNICA DO ESTADO DE SÃO PAULO – OSESP 

THIERRY FISCHER regente

TOM BORROW piano

Valerie COLEMAN | Umoja – Anthem of unity [Umoja – Hino da união]

Ludwig van BEETHOVEN | Concerto para piano nº 2 em Si bemol maior, Op. 19

Richard STRAUSS | Sinfonia Alpina, Op. 64

*Durante o Ensaio podem acontecer pausas, repetições de trechos e alterações na ordem das obras de acordo com a orientação do regente.

Sala São Paulo

16 MAI (QUI), 20H30

17 MAI (SEX), 20H30 [Concerto Digital]

18 MAI (SÁB), 16H30

Ingressos: R$39,60 a R$271,00

A ESCALADA RUMO AO TOPO DE RICHARD STRAUSS

ORQUESTRA SINFÔNICA DO ESTADO DE SÃO PAULO – OSESP 

THIERRY FISCHER regente

TOM BORROW piano

Valerie COLEMAN | Umoja – Anthem of unity [Umoja – Hino da união]

Ludwig van BEETHOVEN | Concerto para piano nº 2 em Si bemol maior, Op. 19

Richard STRAUSS | Sinfonia Alpina, Op. 64

Sala São Paulo

19 MAI (DOM), 10H50

MATINAIS: MARTELO

MARTELO

DANILO VALLE percussão

LEONARDO GOROSITO percussão

RAFAEL ALBERTO percussão

RUBÉN ZÚÑIGA percussão

Leonardo GOROSITO | Correnteza

Viet CUONG | Water, wine, brandy, brine [Água, vinho, conhaque, salmoura]

Rafael MARTINI | Martelo

Clarice ASSAD | Hero [Herói]

Hércules GOMES | Platônica

Léa FREIRE | Labirinto

André MEHMARI | Dois gestos

Sala São Paulo

19 MAI (DOM), 18H00

Ingressos: R$39,60

CANTATE DOMINO COM CORO DA OSESP

CORO DA OSESP

LUIZ DE GODOY regente

Vicente LUSITANO | Heu me, Domine [Ai de mim, Senhor]

Sir William HARRIS | Faire is the Heaven [Justo é o céu]

Roxanna PANUFNIK | Missa de Westminster: Deus, Deus meus

Pierre de la RUE | O Salutaris Hostia [Ó, hóstia da salvação]

Vicente LUSITANO | Regina Coeli [Rainha do Céu]

José Mauricio NUNES GARCIA | Christus factus est, CPM 193 [Cristo tornou-se]

Józef SWIDER | Da pacem Domine [Dê paz, ó Senhor]

Felix MENDELSSOHN-BARTHOLDY | Três Motetos, Op. 69: Nunc dimittis – Herr, nun lässest du [Senhor, agora permites]

Eurico CARRAPATOSO | Magnificat em talha dourada: Ó meu menino

Osvaldo LACERDA | Romaria

Camille Van LUNEN | O Mare Nostrum [Nosso mar]

Sala São Paulo

23 MAI (QUI), 10H00

Ingressos: R$23,00

ENSAIO ABERTO: THIERRY FISCHER E TOM BORROW

ORQUESTRA SINFÔNICA DO ESTADO DE SÃO PAULO – OSESP 

THIERRY FISCHER regente

TOM BORROW piano

Ludwig van BEETHOVEN | Concerto para piano nº 3 em dó menor, Op. 37

Gustav MAHLER | Sinfonia nº 1 em Ré Maior – Titã

*Durante o Ensaio podem acontecer pausas, repetições de trechos e alterações na ordem das obras de acordo com a orientação do regente.

Sala São Paulo

23 MAI (QUI), 20H30

24 MAI (SEX), 20H30 [Concerto Digital]

25 MAI (SÁB), 16H30

A TITÃ DE MAHLER

ORQUESTRA SINFÔNICA DO ESTADO DE SÃO PAULO – OSESP 

THIERRY FISCHER regente

TOM BORROW piano

Ludwig van BEETHOVEN | Concerto para piano nº 3 em dó menor, Op. 37

Gustav MAHLER | Sinfonia nº 1 em Ré Maior – Titã

Sala São Paulo

25 MAI (SÁB), 20H30 [Concerto Digital]

Ingressos: R$39,60 a R$210,00

ENCONTROS HISTÓRICOS NA SALA SÃO PAULO

SÃO PAULO BIG BAND

SIMONINHA voz

XANDE DE PILARES voz

Programa a ser anunciado.

Sala São Paulo

26 MAI (DOM), 10H50

MATINAIS: ACADEMIA DE MÚSICA DA OSESP

CLASSE DE INSTRUMENTOS DA ACADEMIA DE MÚSICA DA OSESP

CLASSE DE REGÊNCIA DA ACADEMIA DE MÚSICA DA OSESP

RAPHAEL MACEDO regente

RENAN CARDOSO regente

VITOR ZAFER regente

WILLIAN LENTZ regente

SÁVIO CHAGAS violino

CATHERINE CARIGNAN fagote

WAGNER POLISTCHUK narração 

Ludwig van BEETHOVEN | Abertura Egmont, Op. 84

Igor STRAVINSKY | A história do soldado

SALA SÃO PAULO | SERVIÇO

Endereço: Praça Júlio Prestes, 16, Luz, São Paulo, SP

Taxa de ocupação limite: 1.484 lugares

Recomendação etária: 7 anos

Bilheteria (INTI): [osesp.byinti.com]osesp.byinti.com | [salasaopaulo.byinti.com]salasaopaulo.byinti.com

(11) 3777-9721, de segunda a sexta, das 12h às 18h

Cartões de crédito: Visa, Mastercard, American Express e Diners

Concerto acessível: entrada gratuita e extensiva ao acompanhante. Reserva de ingressos pelo e-mail contato@vercompalavras.com.br. Retirada 1h antes do evento, no Boulevard da Sala São Paulo.

Estacionamento: R$28,00 (noturno e sábado à tarde) e R$16,00 (sábado e domingo de manhã) | 600 vagas; 20 para pessoas com deficiência; 33 para idosos.

Mais informações no site oficial da Osesp.

A Osesp e a Sala São Paulo são equipamentos do Governo do Estado de São Paulo, por intermédio da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Estado de São Paulo, gerenciadas pela Fundação Osesp, Organização Social da Cultura.

(Fonte: Fundação Osesp)

Baleias encantam turistas que procuram o litoral norte de São Paulo no inverno

Litoral norte de SP, por Kleber Patricio

Foto: Brigitte Werner/Pixabay.

Além das belas praias, paisagens deslumbrantes, restaurantes requintados e a movimentada vida noturna, outro atrativo tem levado milhares de turistas para o litoral norte de São Paulo: as baleias jubarte. Elas são simpáticas, acrobáticas, dóceis, brincalhonas e encantam os turistas que vêm buscando a região no inverno, principalmente nos meses de junho e julho. Elas são as estrelas de um tipo de turismo que vem crescendo no Brasil e em especial no município de São Sebastião: o de observação de baleias. “Esse segmento traz benefícios para a região que vão muito além de emprego e renda para a população. Ajuda a criar uma consciência sobre a importância da preservação da nossa fauna marinha e mobiliza as pessoas em benefício e apoio às causas de preservação do meio ambiente”, ressalta Julio Cardoso, do Projeto Baleia à Vista.

Os encantadores mamíferos passam o verão nas águas geladas da Antártida, onde a comida é abundante, e nadam mais de 5 mil km para passarem o inverno no litoral brasileiro, onde as águas são mais quentes, para se reproduzirem. Por isso, a temporada brasileira vai de maio a setembro. Mas nesse ano, elas resolveram chegar mais cedo. As primeiras jubartes foram avistadas em Ubatuba em 12 de abril e, no sul de Ilhabela, em 21 de abril.

A observação dos animais acontece em mais de 100 países, gerando uma receita anual de quase 2,5 bilhões de dólares. No Brasil, a atividade atrai cerca de 10 mil turistas por ano e movimenta aproximadamente R$3 milhões na economia nacional, sem contar os impactos indiretos nas comunidades locais.

A atividade, como atrativo turístico no litoral norte paulista, é recente. A Maremar Turismo, operadora que atua na região há mais de 30 anos, só criou a experiência em 2021. “Quando começamos a fazer os passeios os barcos não davam conta de atender o número de pessoas interessadas. Em 2022, dobrou o número de pessoas que buscaram os passeios e no ano passado batemos recordes: fizemos duas saídas por dia, com quatro barcos, levando uma média de 250 pessoas, durante 76 dias. Em todos os dias avistamos baleias”, conta Marcos Cará, que trabalha na empresa.

O crescimento da procura por esse turismo na região cresce na mesma proporção que os avistamentos de baleia. Entre maio e setembro de 2018 foram avistadas 41 jubartes em São Sebastião e Ilhabela; em 2019, o número subiu para 101; em 2020, para 158; foram 214, em 2021; 178, em 2022; e, superando todas as expectativas, 787 em 2023. “Nossa hipótese é que, como as águas da região estavam mais quentes que o normal no inverno passado, as baleias em reprodução ficaram por aqui, o que constatamos com a presença de muitas mães com filhotes. Isso pode ter sido a causa delas encostarem mais aqui e não passarem direto para a Bahia”, justifica Julio Cardoso.

A experiência movimentou uma época de baixa temporada, quando poucas pessoas visitam o litoral paulista. Marcos Cará conta que o faturamento da empresa triplicou nos últimos três anos com o avistamento de baleias. “O inverno se tornou a nossa segunda temporada de turismo”, completa Marcos Cará.

No embalo do movimento das baleias, cresce a procura por hospedagem, alimentação e outras opções de lazer, o que reflete também no crescimento da economia do município. “Aqui, valorizamos não apenas as belezas naturais, mas também a conservação marinha e o turismo sustentável. Investimos em capacitação para operadores e campanhas educativas em toda a cidade, visando educar e conscientizar tanto os turistas quanto a comunidade local sobre a importância da observação responsável de baleias”, ressalta Adriana Augusto Venhadozzi, secretária de Turismo de São Sebastião.

Regras

Na temporada de avistamento de baleias, os turistas saem ao mar em embarcações previamente cadastradas e com toda tripulação capacitada para cumprir as normas de avistagem, que determinam como proceder na aproximação de cetáceos. Há regras como o máximo de duas embarcações por cada grupo de baleias, limite de aproximação de 100 metros dos animais, motor neutro e permanecer no local por no máximo meia hora.

Há também um protocolo de medidas quando uma baleia é avistada no Canal de São Sebastião: é emitido um alerta vermelho para que as balsas e demais embarcações reduzam a velocidade e redobrem a atenção. Em 2023, o município de São Sebastião foi vencedor da 11ª edição do Prêmio Braztoa de Sustentabilidade, da Associação Brasileira das Operadoras de Turismo, com a iniciativa Avistamento de Baleias em São Sebastião. “Estamos trabalhando para garantir que o turismo de avistamento de baleias seja uma experiência enriquecedora e sustentável para nossos visitantes, além de refletir positivamente na economia do município”, afirma Adriana Augusto Venhadozzi. A cidade promove a conservação marinha e o turismo sustentável, com práticas responsáveis, educação ambiental, reduzindo impactos ambientais e impulsionando o crescimento econômico local.

Identidade | O turismo de observação de baleias é também um aliado da ciência. A fotoidentificação é uma importante ferramenta para a pesquisa, pois a parte inferior da cauda é a digital da jubarte. Turistas e a população em geral podem ajudar na identificação dos animais enviando fotos da cauda para projetos como o Baleia à Vista, parceiro do Instituto Baleia Jubarte, que encaminha para a plataforma internacional Happy Whale. A organização conta com mais de 100 mil baleias catalogadas ao redor do mundo, com informações de onde passam e suas possíveis rotas.

Dóceis gigantes | As baleias jubarte são dóceis e podem medir até 16 metros de comprimento e pesar até 40 toneladas. Elas estão presentes em todos os oceanos e sua expectativa de vida é de 60 anos. Elas têm a coloração negra, a nadadeira dorsal pequena, as grandes nadadeiras peitorais, que podem chegar a ter 1/3 do comprimento do corpo, e a típica cauda que possibilita a identificação de cada indivíduo. No final de 2022, o censo aéreo realizado pelo Projeto Baleia Jubarte identificou a recuperação da população brasileira de jubartes, com uma estimativa de aproximadamente 25 mil indivíduos da espécie.

São Sebastião

Com mais de 100 km de litoral no norte de São Paulo, é uma região com mais de 50 praias, enseadas e ilhas emolduradas pelo encontro da Mata Atlântica com as areias brancas e o azul do mar. Não à toa, atrai amantes do sol, surfistas e famílias em busca de momentos inesquecíveis à beira-mar.

A cidade oferece uma rica herança histórica, com igrejas seculares e charmosas construções coloniais. Com uma variedade de restaurantes, bares e quiosques na beira da praia, os visitantes podem saborear frutos do mar frescos e pratos típicos da região. São Sebastião é um polo cultural, com eventos durante todo o ano, de festivais de música a celebrações tradicionais.

(Fonte: Ministério do Turismo)