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“Ensaio sobre o Terror” adapta conto icônico de Machado de Assis para falar sobre violência racial

São Paulo, por Kleber Patricio

Fotos: Fredo Peixoto.

Em sua busca por evidenciar o terror da violência racial presente na sociedade brasileira, o diretor e dramaturgo José Fernando Peixoto de Azevedo vem há anos trabalhando com o conto “Pai Contra Mãe”, publicado por Machado de Assis, em 1906. Assim, nasceu o solo “Ensaio sobre o Terror”, que fez sua estreia no Teatro Aliança Francesa, em São Paulo, no dia 28 de julho de 2023 e segue em temporada até 10 de setembro, com sessões às sextas e sábados, às 20h30 e, aos domingos, às 18h30.

A cena lida com o modo como Machado aborda o espancamento e a captura de uma mulher negra na rua. O público tem notícias de um casal branco, muito branco, como indicam seus nomes – Cândido e Clara Neves. Os dois são pobres e, por isso, Cândido vive de pequenos bicos. Um deles é o de caçar escravizados fugidos.

O casal, quando engravida, tomado pela miséria, precisa deixar o filho na Roda dos Enjeitados. Ao fazer este caminho pesaroso rumo à entrega do bebê, Cândido reconhece na rua uma mulher negra que identifica em anúncios de fuga e decide capturá-la. No entanto, ela está grávida e, ainda assim, é espancada e devolvida ao “dono”. A partir desta cena de rua, que culmina no linchamento de uma mulher negra, o espetáculo se desdobra.

Sociedade estruturada no racismo

“Há duas frases nesse texto machadiano que são uma síntese da nossa sociedade atual. Enquanto a personagem feminina apanha, o narrador comenta: ‘Todos que estavam à volta olhavam, compreendiam o que estava acontecendo e, naturalmente, não faziam nada’. E, quando ela perde o bebê por conta das agressões e Cândido recebe a sua recompensa financeira, o narrador relata: ‘Bateu-lhe o coração. Nem todas as crianças vingam’”, conta o encenador. O conto de Machado discute, de forma pioneira, a violência racial na sociedade brasileira. Até hoje, mais de um século depois, o texto é usado para discutir os termos da racialidade no país.

Para Azevedo, “Ensaio Sobre o Terror” elabora o sentido ideológico, falseador do que chamam cordialidade entre nós, evidencia o sentido da cordialidade no Brasil. Machado reflete sobre o modo como um homem branco e pobre, reduzido à sua miséria e ignorância, imagina salvar-se a partir do único aspecto que o difere, nessa  sociedade, de uma pessoa “escravizável”: a cor de sua pele. É nesse contexto que aparece o terror. “A violência racial gera esse sentimento de horror ao mesmo tempo em que há um olhar que naturaliza essa brutalidade”, argumenta. Por isso, a escolha de trazer o foco para a branquitude na cena,  evidenciando o olhar que naturaliza o racismo.

O público sente toda essa tensão por meio de procedimentos típicos do suspense, voltando ao cinema, como tem ocorrido nos trabalhos do diretor, com a presença de uma câmera em cena, que desliza entre o espaço de cena e outros planos, dentro e fora do teatro, jogando com tensões que dão a ver um corpo assombrado por uma ameaça que supostamente o cerca e observa. A música, executada ao vivo por um pianista, também contribui para a criação desse clima.

Rodrigo Scarpelli é o ensaísta em cena, jogando com materiais que deslizam entre o conto de Machado e a exposição dos ossos brancos do racismo à brasileira. No jogo com a câmera e o piano, o ator mobiliza a palavra e o espaço para dar a ver a fisionomia desse fantasma que assombra e toma corpos.

Conforme a narrativa avança, com o coração na boca, fica evidente algo daquela cordialidade sempre reiterada: o mesmo coração que bate pelo filho mata em nome do pai. O terror não está fora; é ele a assombração. “Para o racismo existir, é preciso que um branco apareça na cena, aja, e que outros brancos naturalizem seu gesto”, defende Azevedo. “Em Cândido há algo de um brasileiro médio, solto nas ruas, movido pelo ressentimento e um ódio a si mesmo, expresso em práticas de destruição e ódio a tudo aquilo que identifica como um espelho inaceitável”.

Sinopse | Uma peça-ensaio sobre a branquitude ou o terror da violência racial entre nós. Numa cena de rua, o linchamento emerge como rito e expressão de uma dessolidariedade estrutural e estruturante, assombrando uma sociedade regida por um inconsciente escravocrata. No conto, a trajetória de um homem branco livre e pobre numa sociedade em que o único dado que garante seu estatuto jurídico de livre, diferindo-o de uma pessoa escravizável, estava na cor de sua pele. Em cena, o terror emerge dando a ver o teor próprio da violência racial em deslizamentos de linguagem entre o cinema e a música.

Sobre José Fernando Peixoto de Azevedo | José Fernando Peixoto de Azevedo (São Paulo, SP, 1974). Doutor em filosofia pela USP, é pesquisador, dramaturgo e diretor de teatro e filmes, professor da Escola de Arte Dramática (EAD) e do Programa de pós-graduação em artes cênicas, ambos da Escola de Comunicações e Artes da USP, onde também colaborou no Curso Superior do Audiovisual do departamento de Cinema, Rádio e Televisão. Fundou em 1997 o Teatro dos Narradores, onde realizou, entre outros espetáculos, “Cidade vodu” (2016) e “Cidade fim, cidade coro, cidade reverso” (2011), e colabora como diretor e dramaturgo com o grupo Os Crespos. Dirigiu recentemente “Um inimigo do povo” (2022), “As mãos sujas” (2019), “Navalha na carne negra” (2018). Publicou “Eu, um crioulo” (editora n-1, 2018) e organizou “Próximo ato: teatro de grupo” (Itaú Cultural, 2011), com Antônio Araújo e Maria Tendlau, além de artigos e peças em revistas e livros, no Brasil, EUA, Alemanha e Espanha. Tem desenvolvido trabalhos também em Berlim. É coordenador da coleção Encruzilhada da Cobogó. Atualmente é vice-diretor do Teatro da Universidade de São Paulo, do qual assumirá a direção em Agosto deste ano.

Ficha técnica

A partir do texto Pai Contra Mãe, de Machado de Assis

Dramaturgia e direção: José Fernando Peixoto de Azevedo

Atuação: Rodrigo Scarpelli

Câmera em cena e edição de imagem: Fredo Peixoto

Trilha e direção musical: Abraão Kimberley e Victor Mota

Colaboração em processo: Thainá Muniz

Apoio Técnico (Câmera e vídeo): André Voulgaris e Alex Brito

Assessoria de imprensa: Canal Aberto – Márcia Marques, Daniele Valério e Carol Zeferino

Produção: Corpo Rastreado.

Serviço:

Ensaio Sobre o Terror

Data: 28 de julho a 10 de setembro de 2023

Horário: sextas e sábados, às 20h30 e, aos domingos, às 18h30

Teatro Aliança Francesa – Sala LAB

Endereço: Rua General Jardim, 182 – Vila Buarque – São Paulo (SP)

Ingressos: R$60 (inteira) e R$30 (meia)

Gênero: terror | Lotação: 40 lugares | Duração: 80 minutos

Acessibilidade: elevador.

(Fonte: Canal Aberto Assessoria de Imprensa)

Projeto Musicou está com matrículas abertas em cursos de música gratuitos para crianças, adolescentes, jovens, adultos e pessoas idosas

São Paulo, por Kleber Patricio

Foto: divulgação.

O Musicou, programa de educação musical em expansão no Brasil, que oferece aulas de música gratuitas para crianças, adolescentes, jovens, adultos e pessoas idosas, está com matrículas abertas nas cidades de Euclides da Cunha Paulista (SP) e Paulínia (SP). São mais de 300 vagas disponíveis nestes núcleos e divididas entre os cursos de canto coletivo/iniciação musical, violão e percussão.  Não há exigência de conhecimento prévio de música nem de instrumento musical. Os (as) interessados (as) devem se inscrever presencialmente no núcleo Musicou de escolha. Antes da efetivação da matrícula é possível agendar uma aula experimental.

Os cursos são voltados para crianças a partir de seis anos, adolescentes, jovens, adultos e pessoas idosas, divididos em cursos de iniciação musical para as crianças de 6 a 8 anos; para as crianças a partir de 8 anos, adolescentes e jovens com ou sem conhecimento musical que queiram aprender a tocar um instrumento ou cantar, serão oferecidos cursos de formação com até duas aulas por semana. Já para os adultos (as) interessados (as) são ofertados cursos de formação com uma aula por semana. Todas as aulas são coletivas, realizadas no formato presencial, com horários, modalidades e número de vagas diferentes para cada núcleo.

O Musicou conta com uma sólida experiência em música, educação e desenvolvimento social, pois é um programa criado pela Sustenidos Organização Social de Cultura, instituição sem fins lucrativos especialista na implantação e gestão de políticas públicas de cultura. A Sustenidos é responsável pela gestão do Conservatório de Tatuí e Complexo Theatro Municipal de São Paulo, além de promover o projeto especial MOVE, e os festivais Ethno Brazil e Big Bang.

A realização do Musicou é feita de forma compartilhada: a Sustenidos entra com a expertise, os profissionais, equipamentos, materiais didáticos e atuação nas áreas administrativa, educacional e desenvolvimento social. E o parceiro (que pode ser público ou privado) fica responsável pelo local (espaço e manutenção), e em alguns casos fornecimento de lanche e transporte.

O núcleo de Euclides da Cunha Paulista conta com o patrocínio incentivado da CTG Brasil e o núcleo de Paulínia com o patrocínio da Bayer.

MUSICOU – SÃO PAULO

Núcleo Musicou Euclides da Cunha Paulista

Endereço: Avenida Antônio Joaquim Mano, 614 – Euclides da Cunha Paulista/SP

Dias e horários das aulas: 2ª e 5ª, das 13h30 às 16h30

Dias e horários da coordenação: 2ª a 6ª, das 13h às 17h

Cursos: Canto Coletivo/Iniciação Musical, Violão e Percussão

Vagas: 161

Patrocinador: CTG Brasil

Parceria: Prefeitura Municipal de Euclides da Cunha Paulista.

Núcleo Musicou Paulínia

Endereço: Av. Olivia Favero Piva, 671 – Alto de Pinheiros, Paulínia – SP

Dias e horários das aulas: 2ª e 4ª, das 13h30 às 16h30

Dias e horários da coordenação: 2ª a 6ª, das 13h às 17h

Cursos: Canto Coletivo/Iniciação Musical, Violão e Percussão

Vagas: 189

Patrocinador: Bayer

Parceria: Prefeitura Municipal de Paulínia.

(Fonte: Máquina Cohn&Wolfe)

Iron Studios traz experiência completa com o novo Jurassic Park Burger Restaurant

São Bernardo do Campo, por Kleber Patricio

Fotos: divulgação.

Um clássico dos cinemas dos anos 90 – essa é a melhor definição de Jurassic Park, que deixou uma legião de fãs pelo mundo todo e inspirou a Iron Studios, marca brasileira reconhecida internacionalmente por transformar os personagens favoritos da cultura pop em itens colecionáveis de alto padrão, a embarcar em um novo projeto: o Jurassic Park Burger Restaurant. Agora, localizado no Golden Square Shopping, em São Bernardo do Campo, o espaço promete trazer ao público uma nova modalidade de entretenimento, unindo gastronomia, conforto, segurança, diversão e muita experiência.

Inaugurado em julho, em celebração aos 30 anos do primeiro filme, a novidade é uma parceria da Iron Studios com a Universal Studios e pretende proporcionar, em um espaço de dois mil metros quadrados, experiências imersivas por dentro das cenas mais icônicas do filme Jurassic Park. Mais do que um restaurante temático, o Jurassic Park Burger Restaurant é uma grande experiência que leva o público para dentro do filme.

O visitante participa de um tour por mais de 20 ambientes relacionados ao primeiro Jurassic Park, decorados com dinossauros e diversos itens cenográficos produzidos exclusivamente pela Iron Studios, memorabília original e experiências sensoriais por meio de sons, cheiros e objetos táteis, além da exibição de cenas exclusivas concedidas e autorizadas pela Universal Studios e Amblin Entertainment, produtora que representa os interesses do cineasta Steven Spielberg.

“O Jurassic Park Burger Restaurant é um sonho de infância que se realiza. Sou aficionado pelo filme até hoje e, como tudo o que fazemos é de fã para fã, realmente recriamos o espaço mais fiel do primeiro filme já feito até hoje. É um novo entretenimento para todas as gerações; desde aqueles que sentiram a emoção de assistir ao Jurassic nas telonas até às crianças que foram contagiadas pela paixão dos pais e hoje são fascinadas pela obra de Steven Spielberg. Nossa intenção é transportar todos para a Ilha Nublar e, por todo o tempo que estiver dentro do Jurassic Park, se sentir realmente no filme. Queremos que os visitantes tenham aquele gosto dos parques dos Estados Unidos aqui no Brasil”, afirma Renan Pizii, CEO da Iron Studios e idealizador do Jurassic Park Burger Restaurant.

Com atualizações constantes todos os anos, o Jurassic Park receberá sempre atualizações com novas tecnologias ou ambientação, garantindo assim que a magia sempre se renove e que todas as vezes seja uma surpresa imersiva em um dos mais famosos filmes da história do cinema. A expectativa de Pizii é que o projeto faça parte do roteiro tanto dos paulistas quanto de quem estiver de passagem por São Paulo à procura de um lugar onde possa ter uma experiência divertida, digna dos grandes parques internacionais. Além dos ambientes temáticos, a atração conta com uma loja oficial da Universal Studios, integrada à Iron Studios Store, onde os visitantes podem adquirir action figures e gifts exclusivos.

Localizado no ABC paulista, próximo à rodovia Anchieta e ao Rodoanel, com fácil acesso ao litoral e algumas cidades do interior, como Jundiaí, Campinas, Valinhos e Vinhedo, o Jurassic Park Burger Restaurant tem capacidade para acomodar confortavelmente 186 pessoas e funciona com reservas feitas pela internet ou aplicativo, mediante o pagamento de uma taxa de R$30, que será revertida em consumação no restaurante.

A experiência é iniciada pela parte gastronômica. Ao chegar, os visitantes têm a opção de fazer seus pedidos com atendentes no balcão ou em totens de autoatendimento com tempo de permanência máxima de 1h30 para degustar os pratos, sanduíches e sobremesas no salão da hamburgueria. Em seguida, os visitantes que adquirirem o “Combo Experience” serão direcionados ao Centro de Visitantes e receberão uma credencial exclusiva com acesso ao Jurassic Park para viver uma experiência única com duração de cerca de mais uma hora.

Além de pet friendly, um dos destaques e diferenciais do novo espaço, aniversários ou pequenos eventos podem ser comemorados no local, em área fechada que acomoda 32 convidados.

Cardápio exclusivo

Parte importante da experiência, o cardápio foi desenvolvido pelo chef Bazilho e conta com um menu todo temático, incluindo entradas compartilháveis, hamburgueres de 150g, saladas, pratos especiais, opções vegetarianas e sobremesas desenvolvidas exclusivamente para completar o clima imersivo do restaurante.

O Jurassic Park Burger Restaurant funciona de domingo a domingo, das 11h às 22h, com estacionamento do próprio shopping e acessível por escadas rolantes e elevadores.

Todas as informações sobre o local, cardápio e reservas podem ser encontradas no site oficial do Jurassic Park Burger Restaurante.

Serviço:

Jurassic Park Burger Restaurant

Onde: Golden Square Shopping – 2º andar

Endereço: Av. Kennedy, 700 – Jardim do Mar, São Bernardo do Campo – SP

Horário de funcionamento: de domingo a domingo, incluindo feriados e finais de semana: das 10h30 às 22h30.

Valores: combo experience a partir de R$99,00 – burger a partir de R$19,00

Reservas.

(Fonte: Approach Comunicação)

Cientistas fazem registro inédito de gato-palheiro-pampeano preto

Rio Grande do Sul, por Kleber Patricio

Gato-palheiro-pampeano da cor preta, flagrado em 8 de julho de 2021 no Campo de Instrução Barão de São Borja (RS). Foto: Fábio Mazim/arquivo pesquisadores,

Cientistas conseguiram realizar o primeiro registro de um gato-palheiro-pampeano da cor preta, em Campo de Instrução Barão de São Borja (CIBSB), popularmente conhecido como Saicã, território do Comando Militar do Brasil, no Rio Grande do Sul. O registro do gato com mutação genética que altera a cor da sua pelagem foi descrito em artigo publicado na sexta (28) na revista “Biota Neotropica”. Ameaçado de extinção, o único e último registro do gato-palheiro-pampeano da cor preta ocorreu em 8 de julho de 2021. Indivíduos da mesma espécie, com pelagem típica, haviam sido fotografados pelo grupo de pesquisadores em maio de 2021 e, mais recentemente, em junho de 2023.

O registro do gato selvagem foi feito por Fábio Dias Mazim, zoólogo especialista em mamíferos silvestres da ONG Instituto Pró-Carnívoros e empresa Ka’aguy Consultoria Ambiental, em conjunto a uma equipe formada por biólogos e veterinários de diversas instituições privadas e públicas, entre elas, o Centro de Triagem de Animais Silvestres da Superintendência do Ibama no Rio Grande do Sul e a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). O estudo foi financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Rio Grande do Sul (Fapergs).

Para conseguir a fotografia foram utilizadas entre seis e nove câmeras trap, instrumento com sensores de movimento e/ou temperatura que dispara fotos automáticas sempre que um animal passa diante de seu visor. Os equipamentos foram distribuídos com um espaçamento em média de 500 metros cada, com foco em campos nativos, livres de agricultura por ao menos 40 anos.

O gato-palheiro-pampeano é uma espécie endêmica do Pampa brasileiro, Uruguai e de uma pequena porção do extremo leste argentino, sendo considerada criticamente ameaçada de extinção nesses três países. Em toda sua área de distribuição, esse felino possui sete registros por armadilhas fotográficas no Brasil, quatro na Argentina e nenhum no Uruguai.

Devido ao fato dele ser raro, foi necessário que as câmeras trabalhassem ininterruptamente para conseguir o registro. Segundo Mazim, o feito tem potencial de trazer mais atenção para este animal, algo essencial na garantia de que medidas e ações em prol da conservação sejam tomadas para minimizar seu risco de extinção.

Esta é uma das espécies de felino mais ameaçadas do mundo e, ressaltam os atores, a informação de melanismo, que é o excesso de melanina na pele, é inédita e precisa ser investigada mais a fundo. “Talvez possa estar associado a endogamia ou enfraquecimento genético de uma população com menos de uma centena de indivíduos restantes no planeta ou talvez seja fruto de cruzamento parental”, comenta Mazim, membro do Instituto Pró-Carnívoros e fundador da empresa Ka’aguy Consultoria Ambiental.

Futuramente serão realizadas outras tentativas de registro do mesmo gato-palheiro-pampeano ou de novos indivíduos com o mesmo padrão de pelagem. Além disso, os pesquisadores também pretendem conduzir estudos genéticos, sanitários e ecológicos com os animais.

(Fonte: Agência Bori)

“3 Meses e 3 Dias” estreia no Espaço Tápias abordando a fragilidade masculina e a paternidade

Rio de Janeiro, por Kleber Patricio

Marcéu Pierrotti e Ricardo Burgos. Foto: Whangeuod.

O espetáculo “3 Meses e 3 Dias” estreia dia 29 de julho, na Sala Maria Thereza Tápias, na Barra da Tijuca, levantando importantes questões sobre a fragilidade masculina e a paternidade. Com dramaturgia de Ricardo Burgos e dirigida por Marcéu Pierrotti (que também colaborou no texto), o enredo aborda temas profundos e delicados, que são frequentemente evitados na sociedade moderna, mas que precisam ser tratados com atenção.

No palco, Marcéu Pierrotti e Ricardo Burgos atuam em um emocionante espetáculo que traz à tona temas complexos, como perda, luto e culpa. Por meio dos monólogos de dois personagens masculinos, Ivan e Caio, a peça retrata a jornada pessoal de cada um após uma tragédia que mudou suas vidas para sempre.

“3 Meses e 3 Dias” é uma história pessoal para os autores, que se basearam em fatos reais para criar esse novo trabalho. Os autores encontraram na autoficção, uma forma de rever suas crenças sobre a masculinidade e explorar suas próprias relações com os seus pais e com a paternidade. Além disso, uma forma de honrar aqueles que estiveram envolvidos nos acontecimentos reais, como o neurocirurgião que salvou a vida de Ricardo Burgos e o pai que foi tão importante para Marcéu Pierrotti.

“A fragilidade da masculinidade e a paternidade são temas que, muitas vezes, são negligenciados e, por isso, é importante que essas histórias sejam contadas. Através desta narrativa teatral, essas questões podem ser exploradas de maneira mais intrínseca e as emoções devem ser colocadas para fora de forma mais vívida e palpável”, observa Marcéu.

“A peça é uma forma de agradecer aos pais e a todos os pais e mães que se culpam constantemente por não terem sido melhores, quando tudo o que fizeram foi o melhor que puderam fazer. É importante ver homens em um lugar vulnerável, compartilhando suas emoções e seus medos. Isso ajuda a combater a ideia de que a masculinidade é sinônimo de força e certezas. Ao mostrar homens nessa posição, o espetáculo desconstrói estereótipos de gênero e promove a empatia entre as pessoas “, diz Ricardo.

Sob o olhar do diretor, a encenação busca em seu caminho, não a reflexão contemplativa, mas sim indagadora e transformadora. Dois relatos diretos e sinceros. Isso é potencializado pela fricção entre a ficção e a realidade – a necessidade de refletir é antes de tudo dos atores, que transpuseram essa exigência para os personagens que irão compartilhar com cada pessoa na plateia.

“3 Meses e 3 Dias” é um turbilhão interno de dois homens. É uma sala de cirurgia. É uma noite de Natal. É a perda de quem mais se ama. É a descoberta que eles continuam vivos dentro de nós, e em eterna transformação.

Sobre o espetáculo

Ivan, um neurocirurgião experiente, relembra o dia em que fez de tudo para salvar um garoto de dez anos durante uma cirurgia de emergência, mas infelizmente não obteve sucesso. Este é o ponto de partida para Ivan compartilhar histórias sobre a morte prematura de seu pai e as consequências emocionais que isso teve em sua vida. Enquanto questiona suas habilidades como cirurgião e a competência para ter um filho, ele também enfrenta o medo de não ter conhecido verdadeiramente seu pai em vida.

No monólogo seguinte, Caio conta a história de seu filho Abel, que faleceu aos dez anos de idade em um acidente trágico em casa. Caio relembra anedotas divertidas sobre Abel e expõe as dificuldades que precisou carregar ao lidar com a perda do filho e as consequências que isso teve em seu casamento com Danilo. Ele também questiona a sua capacidade como pai e o temor de esquecer do seu filho, já que as memórias são a única coisa que lhe resta de Abel.

Ao longo da peça, fica evidente que Ivan e Caio compartilham uma conexão profunda através da tragédia que os afetou de maneiras diferentes, mas igualmente dolorosas. A história mostra como a perda pode afetar profundamente a vida das pessoas e como a culpa pode se manifestar de diferentes formas. Além disso, “3 Meses e 3 Dias” aborda questões fundamentais sobre paternidade e a relação entre pai e filho, deixando uma mensagem emocionante e reflexiva sobre a importância de valorizar cada momento com aqueles que amamos.

Ficha Técnica:

Dramaturgia: Ricardo Burgos

Direção e Colaboração dramatúrgica: Marcéu Pierrotti

Atuação: Marcéu Pierrotti e Ricardo Burgos

Interlocução Artística: Camila Moreira

Direção de Movimento e Preparação de atores: Thiago Félix

Iluminação e assistência de direção: Fernanda Mantovani

Cenário: Marcéu Pierrotti

Figurino: Vitor Roque

Trilha Sonora: Seth Evans

Produção executiva: Olivia Vivone

Realização: Hit the Lens e Marcéu Pierrotti Prod.

SOBRE OS ATORES

Marcéu Pierrotti – Ator e Diretor

Graduado em Direção Teatral pela UFRJ, Artes Cênicas pela UNESA e formado em Adler Technique pelo Stella Adler Studio of Acting em Nova York, o profissional é um diretor e produtor renomado. Seus trabalhos incluem o filme “Moléstia” (2021), a websérie “Shakespeare em Casa” (2020) e o curta-metragem “À Francesa” (2020), que está sendo exibido em festivais internacionais. No teatro, dirigiu peças como “Hamlet & Laertes” (2017), “Moléstia” (2018/2019) e “O lado B” (2019), além de estrear a peça inédita “Grau Zero” (2022) de Diogo Liberano. Como ator, fez parte do elenco em séries de TV como “(Des)encontros” (Sony, 2018), “Pela Fechadura” (Prime Box Brazil, 2019), “Jezabel” (Record TV, 2019), “Gênesis” (Record TV, 2021), “Poliana Moça” (SBT, 2022) e “Reis” (Record TV, 2023). Foi indicado como melhor ator no Festival de Cinema de Gramado em 2020 pelo seu trabalho no curta-metragem “Blackout”. Seus mais recentes trabalhos como ator no teatro incluem “Moléstia” (2019), “O Beijo no Asfalto – O Musical” dirigido por João Fonseca (2018), “Match” dirigido por Bruno Guida (2018) e “O Tempo e os Conways” dirigido por Vera Fajardo (2014).

Ricardo Burgos – Ator e Dramaturgo

No teatro, Ricardo teve destaque em produções como “Inside the Wild Heart” (Off-Broadway, NYC, 2018), “Nunca Nade Sozinho” (Temporada RJ, 2013) e “Dzi Croquettes em Bandália” (RJ, 2012-15). No cinema e na TV, atuou como Joel no longa-metragem americano “The Hill and The Hole” (2018), Paulo no filme “Depois da Chuva” (2013) e Alfonso Guerrite na série “Rio Connection” (Sony/Globoplay, que estreia em 2024), e Abiel na novela “Guerreiros do Sol”(Globoplay, com estreia em 2024), além de participações em séries como “Impuros” (FOX/Star+, 2021), “Dom” (Amazon Prime, 2021) e na novela “Cara e Coragem” (Globo, 2022). Em 2018, foi indicado como Melhor Ator no Brazilian Press Awards pela sua performance em “Inside the Wild Heart” em Nova York. Ele possui formação em teatro, cinema e interpretação pela Playhouse West em Nova York.

Serviço:

“3 Meses e 3 Dias”

Estreia: 29 de julho

Temporada: 29 de julho a 20 de agosto

Sábados e domingos, às 20h

Duração: 90 minutos

Classificação: 12 anos

Local: Centro Cultural Espaço Tápias – Sala de espetáculos Maria Thereza Tápias

Endereço: Av. Armando Lombardi, 175 – 2º andar – Barra da Tijuca – Rio de Janeiro (RJ)

80 lugares

Ingressos: Inteira R$50,00 e meia-entrada R$25,00 – pela plataforma Sympla – https://www.sympla.com.br/produtor/espacotapias.

(Fonte: Claudia Tisati Assessoria de Imprensa)