Francisco promoveu o Sínodo para a Amazônia, além de outras iniciativas que priorizaram a questão ambiental


São Paulo
Durante o mês de dezembro, o Sesc 24 de Maio promove uma programação especial de coros com apresentações musicais que celebram a pluralidade e a inclusão. As performances acontecem de 1 a 14 de dezembro, sempre aos sábados e domingos, com sessões às 13h e às 15h, no Foyer do Teatro.
O repertório reflete a diversidade de gênero, cultural e artística, oferecendo ao público de todas as idades uma experiência enriquecedora e emocionante. Confira a programação completa:
1/12 – Coral Vozes Trans
Formado e dirigido exclusivamente por pessoas transgêneras, o Coral Vozes Trans surgiu em 2024 no Centro de Música do Sesc Consolação. Sob a condução da cantora Eva Treva e do pianista Luís Chamis, o grupo apresenta um repertório que promove o respeito à diversidade de gênero.
7/12 – Sipho Coral Afro-periférico
O Sipho é um coletivo de canto coral negro localizado na periferia da Zona Sul de São Paulo. Com uma proposta de integração da música e da dança, o grupo explora elementos das tradições negras, africanas e contemporâneas, enriquecendo suas apresentações com manifestações afro-diaspóricas.
8/12 – Coral TAMTAM: Novos Ventos
O Coral Cênico Inclusivo da Associação Projeto TAMTAM reúne artistas com e sem deficiências em uma apresentação que celebra as águas do mar e o imaginário popular. Novos Ventos é um espetáculo que integra música e reflexões sobre inclusão e pluralidade.
14/12 – Coro Luther King Canta Black Christmas
Encerrando a programação, o Coro Luther King apresenta Black Christmas, um show que celebra o Natal com repertório inspirado na tradição negra afro-americana, africana e afro-brasileira. Spirituals, MPB e uma missa jazz compõem o espetáculo, que une ritmo e emoção.
Serviço:
Coral Vozes Trans
Datas: 1/12, domingo, às 13h e 15 horas
Sipho
Datas: 7/12, sábado, às 13h e 15 horas
Coral TAMTAM
Datas: 8/12, domingo, às 13h e 15 horas
Coro Luther King
Datas: 14/12, sábado, às 13h e 15 horas
Local: Foyer do Teatro do Sesc 24 de Maio, rua 24 de Maio, 109, República – São Paulo
Duração de cada apresentação: 40 minutos
Ingressos: Gratuitos e livres para todas as idades
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Sesc 24 de Maio
Rua 24 de Maio, 109, Centro, São Paulo, SP – a 350 metros do metrô República
Fone: (11) 3350-6300.
(Com Meyre Vitorino/Sesc 24 de Maio)
Galeria Silvia Cintra + Box4 apresenta sua primeira individual de Thix, Réquiem para um nome, com 28 retratos inéditos e idealizados especialmente para a exposição, que abre ao público no dia 28 de novembro.
Thix elabora questões autobiográficas, como luto e transição, aliadas à celebração de histórias coletivas de identidades não-normativas. Traz corpos dissidentes para pinturas de referência histórica que evocam o retrato honorifico – imagens de poder e respeito, para construir sua própria pinacoteca queer como ‘obra-manifestação’, numa operação que vai reivindicar a presença de corpos interditados pelos modos dominantes de discurso e construção narrativa.
Ocupando o espaço expositivo de forma densa, remontando um salão de arte dos séculos XVIII ou XIX, tensiona a escala temporal e permite que as obras – e as vidas – dialoguem entre si, colocando em relevo experiências compartilhadas acerca dos processos pelos quais pessoas pensam e constituem suas próprias subjetividades. O resultado é uma sobreposição sensível entre obra de arte e biografia, que sublinha as dimensões estética e política das pinturas.
Em sua pintura, examina gêneros familiares – no retrato e nas identidades – em uma apropriação dissidente do cânone que complexifica o pessoal e o político, centros e bordas, o etéreo e a corporeidade. Pintura essa que tem no retrato uma de suas características mais elementares: enaltecer e produzir presença, uma troca constante de olhares, uma negociação íntima entre ver e ser visto.
Thix – Cori – Dois espíritos – 41 x 36cm moldura – 27 x 20cm sem moldura – Óleo sobre linho – 2024 – parede.
Thix estudou desenho e pintura na Florence Academy of Art (Itália) e na Barcelona Academy of Art (Espanha), com passagem pelo ateliê Grand Central de Nova York. Em 2021, foi selecionade nas competições Internacionais Figurativas (MEAM) e Royal Society of Portrait Painters (Reino Unido). Em 2022 integrou o programa de residência artística da Casa da Escada Colorida (Rio de Janeiro) e ano passado participou da Residência Uncool Artist, no Brooklyn (Nova York). Entre 2023 e 2024 participou das mostras coletivas Solar dos Abacaxis e Centro Cultural dos Correios (Rio de Janeiro); 15° Salão dos Artistas sem Galeria promovido pelo Mapa das Artes (São Paulo); da III Bienal Black Rio (Rio de Janeiro); da GAS Verão (Rio de Janeiro); do Programa Exposições do MARP (Ribeirão Preto) e do ‘O que te faz olhar o céu?’ no Centro Cultural dos Correios (Rio de Janeiro). Em 2024 ganhou o Prêmio Garimpo das Artes da Revista DasArtes, através do qual realizou uma residência na FAAP, em São Paulo.
Abertura: 28 de novembro, das 19h às 22h
Encerramento: 19 de dezembro
Horário de funcionamento: segunda a sexta, das 10h às 19h | sábado, de 12h às 16h
Endereço: Rua das Acácias, 104 – Gávea – Rio de Janeiro – RJ
Telefone: (21) 2521-0426
E-mail: galeria@silviacintra.com.br.
(Com Rita Paiva/Galeria Silvia Cintra + Box 4)
Considerado um dos balés mais famosos do mundo, ‘O Quebra-Nozes’, de Tchaikovsky, chega em dezembro ao palco do Theatro Municipal do Rio de Janeiro para celebrar o Natal com o Patrocínio Oficial Petrobras. O espetáculo terá uma montagem inédita com o Ballet, Coro e Orquestra Sinfônica da casa. A concepção e adaptação são de Hélio Bejani e Jorge Texeira a partir de Marius Petipa. Com regência do argentino Javier Logioia Orbe, serão apresentadas dez récitas, nos dias 12, 13, 14, 18, 19, 20, 21, às 19h; 15 e 22, às 17h e na terça-feira, 17, às 14h, será a vez do Projeto Escola.
O Quebra-Nozes teve sua estreia em 1892, na Rússia. A primeira apresentação no ocidente só aconteceu em 1934, no Sadler’s Wells Theatre, em Londres. Desde então, tornou-se um dos balés mais montados em todo o mundo.
Sinopse
A narrativa se passa em Nuremberg, na Alemanha, no final do século XIX e conta a história de Drosselmeyer, um misterioso fabricante de relógios e brinquedos. Drosselmeyer trabalhava no palácio Real, onde inventou uma armadilha que exterminou a metade dos ratos do reino. Para se vingar, o Rei dos Ratos decidiu raptar o sobrinho de Drosselmeyer e o enfeitiçou fazendo com que seu tio não mais o reconhecesse, deixando-o no orfanato para meninos. O menino também se transformaria em um boneco Quebra-Nozes nas noites de Natal. A única maneira para que Drosselmeyer voltasse a reconhecer seu sobrinho seria o boneco Quebra-Nozes lutar com o Rei dos Ratos e derrotá-lo. É véspera de Natal. O médico e prefeito da Cidade, Jans Stahlbaum e sua esposa, atendendo ao pedido de sua generosa filha Clara e imbuídos pelo espírito natalino, convidam os meninos do orfanato para sua linda festa que oferecem todo ano para seus parentes e amigos. A tradicional celebração é esperada com ansiedade pelos filhos do casal, Clara, Fritz e Louise, pois nesta noite eles terão a oportunidade de fazerem novos amigos. Para Clara, este será um Natal ainda mais especial.
PRIMEIRO ATO
Cena I – Orfanato
Em um pequeno orfanato na Alemanha, viviam meninos que sonhavam com um Natal mágico. Entre eles estava Claus, um menino de coração puro e cheio de esperança. O orfanato era um lugar simples, mas cheio de amor e amizade. Na mesma cidade vivia Clara, uma menina rica que morava em uma casa luxuosa com sua família, os Stahlbaum. Clara sempre teve tudo o que queria, mas sentia que algo faltava em sua vida. Ela desejava compartilhar a alegria do Natal com aqueles que não tinham tanto quanto ela. Sendo assim, Clara pede aos seus pais para convidarem os meninos do orfanato para uma noite de Natal especial em sua casa. A governanta do orfanato recebe o convite da família Stahlbaum e mostra aos meninos, que ficam radiantes de alegria, mal podem esperar pela grande noite.
Cena II – Na casa dos Stahlbaum
Na véspera de Natal, a casa de Clara estava decorada com luzes brilhantes e uma linda árvore. Clara e seus irmãos, Louise e Fritz, chegam arrumados para a grande noite e se juntam aos seus pais para receberem todos os convidados. A festa começa e a alegria das danças dá o tom da noite. Clara se encanta por Klaus, um dos meninos do orfanato. Entre os convidados está o padrinho de Clara, Drosselmeyer, um mágico misterioso e encantador. Drosselmeyer entretêm todos com seus bonecos dançantes de aparência humana. Clara recebe de presente do seu padrinho um lindo quebra-nozes em forma de soldado. Seu irmão Fritz, com ciúmes, disputa o quebra-nozes com Clara e acaba quebrando seu presente especial. Clara fica triste e desapontada. Drosselmeyer conserta o brinquedo e nota no menino do orfanato, Klaus, algo familiar que o faz lembrar-se de seu sobrinho. Com o quebra-nozes consertado, o menino o entrega a Clara, que agradece e dá um beijo no novo amigo.
A noite foi cheia de risos, danças e canções. As crianças do orfanato nunca tinham experimentado um Natal tão maravilhoso. Após a festa, quando Clara já estava em seu quarto, ela volta à sala para buscar seu quebra-nozes, escuta um ruído, se assusta e adormece. Um clima de magia e mistério toma conta do ambiente, quando surge Drosselmeyer, se utilizando de seus dotes mágicos para conduzi-la a um mundo de sonho e fantasia. Nesse momento, acontece uma batalha épica entre ratos gigantes e soldadinhos de brinquedo. No meio da batalha, o quebra-nozes ganha vida, lidera os soldadinhos e enfrenta o Rei dos Ratos com coragem e determinação. O quebra-nozes, com a ajuda de Clara, vence o Rei dos Ratos. Exausto, o boneco desmaia e Clara, desesperada, se põe a chorar por achar que o quebra-nozes que tanto ama está morto. Drosselmeyer reaparece, se aproxima do quebra-nozes e, para sua surpresa, percebe que o feitiço lançado pelo Rei dos Ratos foi quebrado. Com isso, Drosselmeyer enfim, reconhece seu sobrinho Klaus que estava no orfanato.
Cena III – Reino das Neves
Drosselmeyer leva Clara e Claus em uma mágica viagem para o Reino das Neves, onde encontram o Rei e a Rainha das Neves. Flocos de neve dançam pelo ar e tudo brilha como cristais. As crianças ficam maravilhadas com a beleza do lugar.
SEGUNDO ATO
Reino dos Doces
Seguindo viagem, eles chegam ao Reino dos Doces, onde tudo é feito de guloseimas deliciosas. São recebidos pela Rainha, uma personagem mágica e poderosa que assume a forma da mãe de Clara para protegê-la e guiá-la durante sua jornada. A Rainha apresenta Clara e Claus para a Fada Açucarada e seu Príncipe. Clara pede a Klaus que conte a eles como conseguiram derrotar o Rei dos Ratos. Em honra aos visitantes, a Fada e o Príncipe convocam todo o povo do Reino para um grande espetáculo. Inicia-se então uma grande festa com muitas danças, transmitindo a magia e beleza daquele mundo encantado. Madame Bombom, com sua alegria, transborda doçura contagiando a todos no reino. Eis que todos sentem um agradável perfume de flores no ar, anunciando a chegada da ‘Valsa das Flores’. Para encerrar a grande celebração, a Fada Açucarada e seu Príncipe dançam de forma encantadora e memorável. Clara e Claus se divertiram imensamente, explorando os reinos mágicos e provando todas as delícias. Eles estavam radiantes de felicidade, sentindo que aquele era o Natal mais mágico da vida.
A viagem chega ao fim e todos se despedem de Clara e Claus, quando Drosselmeyer reaparece e, enfim, leva o seu sobrinho e Clara de volta para casa. E, assim, aquele Natal tornou-se inesquecível. Clara e Claus prometeram manter a amizade e continuar a espalhar a magia do Natal para todos ao seu redor.
Sobre Javier Logioia Orbe
Aluno de Pedro Ignacio Calderón e de Guillermo Scarabino, formou-se no Conservatório Nacional de Música, Instituto Superior de Artes do Teatro Colón de Buenos Aires, Conselho Interamericano de Música (Washington, USA) e Escola Superior de Música de Viena (Áustria). Ao longo de mais de 35 anos de carreira, foi regente titular das orquestras sinfônicas de Mendoza, Córdoba e Rosário, da Orquestra Filarmônica de Buenos Aires, Orquestra do Teatro Argentino de La Plata, Orquestra Sinfônica da Universidade de Concepción (Chile) e da Orquestra Filarmônica de Montevidéu (Uruguai), onde realizou pela primeira vez o ciclo completo das sinfonias de G. Mahler, por ocasião do centenário de morte do compositor austríaco. Além disso, é regularmente convidado como regente da Orquestra do Theatro Municipal do Rio de Janeiro. Foi assistente de Yehudi Menuhin, Zubin Mehta, Jean Fournet, Franz-Paul Decker e Valery Gergiev, entre outros. Acompanhou a Orquestra Filarmônica de Buenos Aires em três turnês europeias pela França, Holanda, Suíça, Bélgica, Alemanha, Áustria, Inglaterra, Espanha e Grécia. Na música sinfônica, seu repertório inclui os ciclos de sinfonias de Beethoven, Schubert, Schumann, Mendelssohn, Brahms, Rachmaninoff, Guy Ropartz, Sibelius, Bruckner, Tchaikowsky, Prokofiev e Mahler. No campo do ballet, dirigiu companhias como o Ballet do Teatro Colón de Buenos Aires, Ballet do Teatro Argentino de La Plata, Companhia Cisne Negro, Ballet do Theatro Municipal do Rio de Janeiro, Ballet de Montecarlo, Ballet de Lyon, Ballet do Teatro Nacional de Varsóvia, Ballet do Teatro Bolshoi de Moscou e Ballet do Teatro Mariinsky de São Petersburgo. No repertório lírico, dirigiu óperas como Tosca, Stiffelio, Roméo et Juliette, Madama Butterfly, La Bohème, Il Trittico, Don Pasquale, L’occasione fa il Ladro, Nabucco, Attila, The Consul, Belisario, Falstaff, Der Freischütz, MacBeth, Norma, Cosi fan tutte, Eugeny Oneguin e Fausto. Nos anos de 2021 a 2023 foi Regente Titular da OSN-UFF. Lá estreou um enorme repertório brasileiro contemporâneo, além dos Ciclos Sinfônicos de Brahms e Tchaikovsky.
Elenco principal:
Fada Açucarada: Márcia Jaqueline / Juliana Valadão / Marcella Borges / Manuela Roçado / Tabata Salles
Príncipe: Cícero Gomes / Filipe Moreira / Alef Abert / Rodrigo Hermesmeyer / Alyson Trindade
Rainha das Neves: Marcella Borges / Manuela Roçado / Tabata Salles / Isa Mattos
Rei das Neves: Alyson Trindade / Rodrigo Hermesmeyer / Michael Willian / Moisés Pepe
Clara: Diovana Piredda / Katarina Santos / Manuela Roçado
Sr. Drosselmeyer: Edifranc Alves / Carlos Cabral / Ivan Franco / Romilton Santana
Ficha Técnica:
Concepção e Adaptação: Hélio Bejani e Jorge Texeira a partir de Marius Petipa
Ensaiadores: Jorge Texeira, Mônica Barbosa, Celeste Lima, Deborah Ribeiro e Hélio Bejani
Figurinos: Tania Agra
Cenografia: Manoel Puoci e C. Galdino
Cenógrafa assistente: Cristiane Luz
Estagiário de cenografia: Miguel Tavares
Iluminação: Paulo Ornellas e E. Cênica
Regência: Javier Logioia Orbe
Direção Geral: Hélio Bejani
Direção Artística do TMRJ: Eric Herrero.
Serviço:
O Quebra-Nozes
Ballet, Coro e Orquestra Sinfônica do Theatro Municipal do Rio de Janeiro
Local: Theatro Municipal do Rio de Janeiro
Endereço: Praça Floriano, s/n – Centro
Datas:
12/12 (estreia), 13, 14, 18, 19, 20, 21 às 19h
15/12 e 22/12 – 17h
17/12 – 14h (Projeto Escola)
Duração: 2h + intervalo de 20 minutos
Classificação: Livre
Ingressos:
Frisas e Camarotes – R$90,00 (ingresso individual)
Plateia e Balcão Nobre – R$80,00
Balcão Superior e Lateral – R$50,00
Galeria Central e Lateral – R$20,00
Ingressos na bilheteria do Theatro, a partir das 10h e pelo site www.theatromunicipal.rj.gov.br a partir das 14h, na segunda-feira, dia 25 de novembro
Haverá uma palestra gratuita no Salão Assyrio uma hora antes do início do espetáculo
Patrocinador Oficial Petrobras
Apoio: Livraria da Travessa, Rádio MEC, Rádio Paradiso Rio, Rádio Roquette Pinto – 94.1 FM, Bloch, Gaynor Minden, Ma Ballet Shop
Realização Institucional: Fundação Teatro Municipal, Associação dos Amigos do Teatro Municipal
Lei de Incentivo à Cultura
Realização: Ministério da Cultura e Governo Federal, União e Reconstrução.
(Com Cláudia Tisato/Assessoria de imprensa TMRJ)
Cobra-d’água (Helicops leopardinus) encontrada morta durante a emergência no Pantanal. Foto: Gabriela do Valle/Acervo pesquisadores.
A serpente d’água Helicops boitata, batizada em homenagem à serpente folclórica que protege as florestas contra incêndios causados pelo homem, foi reconhecida pela ciência em 2019 e é considerada a única espécie de réptil exclusiva do Pantanal. Porém, ela está ameaçada pelo aumento dos incêndios no bioma. É o que mostra artigo publicado na revista Biodiversidade Brasileira no último dia 15 por pesquisadores do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), da Universidade Federal do Mato Grosso (UFMT), da Universidade Federal de Goiás (UFG) e do Instituto Nacional de Pesquisa do Pantanal (INPP). Logo após episódios de fogo, o estudo identificou apenas exemplares mortos dessa espécie. E, passado o período de emergência, ela não foi mais localizada, viva ou morta.
Os cientistas realizaram um levantamento de espécies de répteis e anfíbios nos municípios de Barão de Melgaço e Poconé, no Mato Grosso, entre 2020 e 2023. Eles contabilizaram 1707 registros de 45 espécies a partir de dois tipos de expedições: de monitoramento, realizada com busca ativa e passiva de animais em momentos sem fogo, e de emergência, feita em até 72 horas após a passagem do fogo para a identificação de animais mortos. As áreas para as expedições de emergência foram determinadas a partir de dados de satélite disponibilizados pelo Programa de Queimadas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE).
Durante as campanhas de emergência, realizadas em setembro e outubro de 2020 e em agosto e setembro de 2021, as serpentes abrangeram o maior número de espécies – doze, ou 70% da amostra — e de registros de indivíduos mortos entre os répteis — 127 registros, equivalendo a 77% do total. Nove espécies foram registradas exclusivamente na emergência, quatro lagartos e cinco serpentes, incluindo a Helicops boitata.
Segundo os pesquisadores, as carcaças das cobras eram encontradas em grupos, com indícios de morte por queimaduras e por ebulição de corpos d’água. “O que chama a atenção é que até esse monitoramento, poucos exemplares dessa espécie tinham sido encontrados. O que vemos agora é que ela ocorre em um ambiente de difícil acesso e que esse ambiente está extremamente vulnerável”, afirma o biólogo Leonardo Felipe Bairos Moreira, pesquisador do INPP e um dos autores do artigo.
A boitata é uma serpente que depende de corpos d’água e, durante períodos de seca, utiliza fendas no solo como abrigo. Isso, além de dificultar o monitoramento da espécie, também representa vulnerabilidade contra o fogo. Segundo Moreira, atualmente, o fogo do Pantanal está ocorrendo no meio da estação seca, quando, naturalmente, deveria ocorrer na transição para a chuvosa, com maior oferta de água. Por isso, mesmo que os animais sobrevivam ao fogo, ainda precisam enfrentar um ambiente com menos recursos e sem chuvas, o que afeta funções como reprodução e alimentação. “É um vórtex de extinção”, avalia o cientista.
A serpente foi avaliada como ameaçada de extinção segundo os critérios da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN) e deve figurar na próxima versão da Lista Oficial de Espécies da Fauna Brasileira Ameaçadas de Extinção, segundo Carlos Abrahão, analista ambiental do ICMBio e coautor do estudo. Alejandro Valencia-Zuleta, pós-doutorando do Programa de Pós-Graduação em Biodiversidade Animal na UFG e autor principal do artigo, ressalta, porém, que os métodos atuais ainda são insuficientes para avaliar com precisão os impactos do fogo e da seca sobre a biodiversidade de répteis e anfíbios no Pantanal.
Valencia-Zuleta alerta que outras espécies, possivelmente desconhecidas e endêmicas, podem estar gravemente ameaçadas, embora a sua detecção seja complexa. “Não encontramos tantos anfíbios quanto o esperado, mas isso não significa que não estejam morrendo; podem ter sido carbonizados, predados ou estarem muito bem escondidos”, explica. Ele destaca que o estudo reforça a necessidade de métodos mais precisos para compreender a ameaça ao bioma, enfatizando que ainda não se mede o real efeito do fogo sobre esses organismos no Pantanal.
(Fonte: Agência Bori)
Filhos de pais com formação até o ensino médio consumiram até 55% mais bebidas açucaradas do que aqueles cujos pais tinham nível superior. Foto: FreePik.
Quase todas (98,9%) as crianças com menos de dois anos em Cruzeiro do Sul (AC), a 600 quilômetros da capital Rio Branco, consomem alimentos ultraprocessados – produtos industriais com vários ingredientes, como sal, açúcares e aditivos, que aumentam o sabor e a durabilidade, porém ricos em calorias e pobres em nutrientes. A análise é de pesquisadoras das universidades federais do Acre (UFAC), de São Paulo (Unifesp) e de Pelotas (UFPel) e foi publicada na sexta (22) na ‘Revista de Nutrição’.
O estudo também chama a atenção para o alto consumo de bebidas açucaradas, como refrigerantes ou sucos em pó, ingeridas por 72,7% dessas crianças. Os resultados contrariam as recomendações do Ministério da Saúde, que alerta para o risco de obesidade, cânceres, cáries e diabetes relacionado ao consumo desses produtos. Crianças menores de dois anos devem ter uma alimentação baseada em alimentos frescos ou minimamente processados.
Através de entrevistas com as mães ou responsáveis durante as Campanhas Nacionais de Vacinação de 2016 e 2017, a equipe coletou dados sobre a alimentação de 688 crianças de até 24 meses nas 24 horas anteriores. A pesquisa identificou fatores associados ao consumo de alimentos ultraprocessados e bebidas açucaradas, como baixa escolaridade paterna, renda familiar menor que um salário mínimo, residência em zona rural e idade entre seis e onze meses.
A prevalência de consumo de alimentos ultraprocessados pelas crianças foi 2% maior do que em famílias com renda entre um e dois salários mínimos. Crianças que viviam em áreas rurais tiveram um consumo de bebidas açucaradas 21% maior do que aquelas que viviam em áreas urbanas. Já filhos de pais com ensino fundamental incompleto ou apenas ensino médio consumiram entre 42% e 55% mais bebidas açucaradas do que aqueles cujos pais tinham nível superior.
Para a pesquisadora da UFAC Vanizia Barbosa da Silva Maciel, uma das autoras do estudo, tais hábitos alimentares podem indicar uma falta de conscientização sobre o tema entre os responsáveis pelas crianças. Segundo a cientista, são necessárias intervenções em direção a uma alimentação saudável e à prevenção de possíveis efeitos futuros à saúde, como a obesidade infantil.
Os resultados acrescentam evidências sobre o padrão alimentar das crianças na Amazônia, apontando para a necessidade de considerar fatores socioeconômicos ao discutir hábitos alimentares. “Destaca-se neste estudo a inclusão de pesquisar o pai da criança, figura fundamental para provisão e influência na alimentação infantil, pois as pesquisas nacionais só inserem a mãe”, observa Maciel.
Outro diferencial da análise é a participação de pesquisadoras da Amazônia, segundo a autora. “Faz total diferença, pois as peculiaridades regionais são imensas e desafiadoras na construção do conhecimento e, consequentemente, nas propostas de mudança da alimentação infantil”, aponta. A equipe pretende seguir pesquisando as tendências alimentares entre as crianças acreanas.
(Fonte: Agência Bori)