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Conselho Municipal de Políticas sobre Drogas apresenta teatro contra o uso de substâncias químicas

Indaiatuba, por Kleber Patricio

Foto: divulgação.

O Comad (Conselho Municipal de Políticas Sobre Drogas) apresenta a peça Batata Quente, do Grupo Conversão, como ferramenta de divulgação e conscientização sobre o uso de substâncias químicas. Dirigido por Capelão Gerson, o texto envolve a trajetória de um jovem dependente químico, que vive uma vida desolada e marginalizada pela sociedade, causada pelas consequências do abuso das substâncias químicas.

Segundo o diretor da peça e também presidente do Comad, Capelão Gerson, trata-se de uma dramatização comovente, que retrata a triste realidade de milhares de jovens e adultos que ficam à mercê das consequências de suas escolhas em fazer o uso e abuso de drogas, lícitas ou ilícitas.

Após a apresentação, o diretor distribui folhetos informativos de prevenção e traz uma palavra de reflexão do tema para o público presente como alerta às famílias e às autoridades sobre a grave situação e como ser educador nessa situação. A peça tem se apresentando em escolas estaduais, em ONGS, em Igrejas, em empresas e na Comunidade em geral.

A próxima data será no Creas, vinculado à Secretaria Municipal de Assistência Social, que desenvolve atividades com famílias e pessoas da comunidade no bairro Santa Cruz que passam por situação semelhante à da peça teatral. O encontro está marcado para o dia 10 de março, às 20h. O endereço do Creas é Rua José Francisco Tuon, 121.

Dúvidas, palestras de prevenção e agenda pelo WathsApp do diretor Capelão Gerson: (19) 99736-4633 ou pelo Facebook do Comad.

Instituto Pavão Cultural abre mostra com obras produzidas exclusivamente por artistas mulheres

Campinas, por Kleber Patricio

Obra de Fernanda Pupo. Foto: divulgação.

O Instituto Pavão Cultural, em Barão Geraldo, Campinas, “abraça” março como o Mês da Mulher. A próxima exposição do espaço, que abre ao público no dia 6 de março, será Proximidades Desiguais, com obras produzidas por 15 artistas mulheres em técnicas e dimensões variadas. A curadoria é do artista plástico e professor da Unicamp Sérgio Niculitcheff. Participam de Proximidades Desiguais as artistas Ana Calzavara, Fernanda Pupo, Júlia Stradiotto, Julia Goeldi, Lilian Walker, Luise Weiss, Lygia Eluf, Maria Bonomi, Natalia Gregorini, Paula Almozara, Paula Chimanovich, Rochelle Costi, Sylvia Furegatti, Renina Katz e Vania Mignone.

A arquiteta Teresa Mas, gestora do Pavão em sociedade com o também arquiteto Mário Braga, comenta que desde a inauguração do espaço, em março de 2019, havia o planejamento de uma exposição dedicada com exclusividade à produção artística feminina. “Naquele momento, nosso pensamento era de diversidade (DiversoDiversão foi o nome de nossa primeira expo). Desde então, já idealizávamos que nesse ano, 2020, em março, a temática seria feminina. Para conseguir um recorte interessante num universo tão vasto, achamos que precisaríamos de uma curadoria independente da nossa gestão e de alguém com conhecimento para reunir obras relevantes não pelo único fato de terem sido criadas por mulheres, mas por sua importância em si. Algumas pessoas podem questionar que o curador seja homem, mas eu vejo com interesse que tenhamos essa troca, que homens tenham como tarefa estudar o universo feminino”, reflete Teresa.

Obra de Renina Katz. Foto: divulgação.

A curadoria de Niculitcheff abrange obras de expoentes de várias gerações, como artistas com menos de 30 anos e veteranas como Renina Katz, gravadora, desenhista, ilustradora e professora nascida em Minas Gerais em 1925 e ainda em atividade, e sua contemporânea Maria Bonomi, italiana de 85 anos que se consagrou na gravura e escultura.

Niculitcheff acrescenta que sua seleção considerou inclusive a variedade de técnicas. “Neste momento especial da contemporaneidade, vislumbramos no fazer artístico uma enorme permeabilidade no uso de procedimentos e materiais e, ao mesmo tempo, uma ausência de paradigmas. Em uma dinâmica em constante mutação, nunca se produziu tanto e de maneiras tão diferenciadas, sem estéticas preponderantes. Esta mostra se propõe reunir obras de um conjunto de artistas numa abordagem específica que vislumbre um pequeno segmento do que é produzido hoje na arte brasileira”, diz o artista plástico. “Assim”, continua ele, “a exposição foi pensada e se apresenta como um dos recortes possíveis dentro de inúmeras produções que divisamos na atualidade, distintas tanto nas investigações poéticas quanto nas questões técnicas e de materiais utilizados”. 

Sobre as artistas, Niculitcheff comenta que “além do fato de serem mulheres, todas demonstram qualidades intrínsecas, contrapondo jovialidade e experimentação com maturidade e sabedoria formal. Cada uma delas, à sua própria maneira, apresenta em sua produção qualidades explícitas respondendo a questões poéticas da atualidade. O individual refletindo o universal e reverberando no coletivo, proporcionando obras sensíveis, contundentes, instigantes e inovadoras”. Daí o título Proximidades Desiguais.

Obras expostas

Obra “Humosa”, de Lilian Walker. Foto: divulgação.

Entre as peças estarão a série em óleo sobre tela “Mais um passo e se desfaz”, de Ana Calzavara; a aquarela “Casquinha (I)” com tule bordado, linha e miçangas sobre papel de Julia Stradiotto; a gravura digital “Rio das Almas”, de Lygia Eluf e “Pequena coleção de cenas cotidianas #1”, transferência de fotografia por meio de impressão lito offset sobre chapa de alumínio reciclada assinada por Paula Almozara.

Luise Weiss leva a xilogravura “Barco” e Lilian Walker, “Humosa”, da série “Crosta”, tinta óleo e impressão fotográfica em tela. Maria Bonomi participa com a litografia “Os seios de Vênus”, e Paula Chimanovitch, com “Mula sem cabeça e Jorogumo (Jogando)”, acrílica sobre tela.

Rochelle Costi leva um print analógico da série “Uma festa – Cofre”, Sylvia Furegatti, a impressão fine art “Hojas (cimento)” e a litografia “Limiar” é a participação de Renina Katz.

Obra “Rio das Almas”, de Lygia Eluf. Foto: divulgação.

Vânia Mignone leva quadro sem título em técnica mista sobre papel e Fernanda Pupo, um sem título em carvão e tinta acrílica sobre papel. Natalia Gregorini entra com as inusitadas peças de “Memória, corpo, casa”, matrizes e impressões de gravura em embalagem longa vida.

Programação

Durante o mês de março o Pavão dedica toda sua programação cultural ao universo feminino. “Os shows, por exemplo, terão destaque para voz ou composição de mulheres, mesmo que haja homens como intérpretes”, adianta Teresa Mas. A agenda do Instituto é divulgada semanalmente nas redes sociais (@pavaocultural no Facebook e no Instagram).

O evento de destaque será o MulherADA Tec, promovido pela agência NuminaLabs no dia 7 de março, das 17h às 22h, com seis produtoras de conteúdo e pesquisadoras que falarão, em palestras curtas no formato TED Talk, sobre temas relacionados a computadores, arqueologia, AI, cultura hacker, Machine Learning, psicologia e muito mais.

Participam do MulherADA – cujo nome homenageia a pioneira da computação Ada Lovelace – Camila Laranjeiras, da Bahia, mestre em Ciência da Computação que fala de tecnologia no canal Peixe Babel no YouTube; Virgínia Fernandes, de Minas Gerais, professora universitária e doutora em Ciência da Computação, também do Peixe Babel; Márcia Jamille, de Sergipe, mestre em Arqueologia, do blog Arqueologia Egípcia, agora também no YouTube; Rita WU, de São Paulo, arquiteta, designer e pesquisadora que em seus trabalhos explora a relação entre corpo, espaço e tecnologia através de interfaces vestíveis e Ana Carolina da Hora, do Rio de Janeiro, estudante de Ciência da Computação, influenciadora e voluntária em Iniciativas que incentivam a inserção de meninas e mulheres na tecnologia.

A sexta participante é prata da casa: Sandra Ávila, doutora em Ciência da Computação e professora da Unicamp que participa do desenvolvimento de um software capaz de agilizar diagnósticos de melanoma (câncer de pele).

Os ingressos valem R$30 e incluem uma breve apresentação da exposição Proximidades Desiguais, feita pela equipe de arte-educadores do Pavão para o público que puder chegar mais cedo – com pelo menos uma hora de antecedência. Os lugares para o MulherADA são limitados. Inscrições pelo link https://www.sympla.com.br/encontro-mulherada-tec__791827.

O Pavão conta ainda com serviço de bar e petiscos e aceita cartões de débito e crédito.

Serviço:

Exposição Proximidades Desiguais         

Data: 6 de março a 2 de maio de 2020

Horários: de quarta à sexta-feira, das 13h às 20h, e aos sábados, das 11h às 17h.

Entrada gratuita.

Local: Instituto Pavão Cultural, Rua Maria Tereza Dias da Silva, 708, Cidade Universitária, Barão Geraldo, Campinas, SP.

Telefone: (19) 3397-0040 (atendimento das 10h às 18h)

WhatsApp: (19) 99633-4104

Site: pavaocultural.org

Facebook e Instagram: @pavão cultural.

Shopping Jaraguá promove Encontro de Pets Adotados

Indaiatuba, por Kleber Patricio

Foto: pmwtastro/Pixabay.

As campanhas de adoção de pets realizadas no Shopping Jaraguá Indaiatuba costumam ser um sucesso e mais de 100 animais já foram adotados desde que as ações tiveram início.

Para festejar esses números, o shopping realiza no próximo dia 15 um Encontro dos Adotados, evento que tem como objetivo reunir os pets junto com seus tutores em uma festa com venda de produtos cuja renda será destinada à construção de um novo abrigo para os animais na União Protetora de Animais de Rua (UPAR). A festa será realizada no estacionamento do shopping das 18h às 22h, em parceria com as ONGs UPAR, Focinho Amigo e Cachorro Perdido. Neste encontro não haverá adoção de animais, apenas a confraternização e venda de diversos produtos, tanto para os pets como para os tutores. Haverá itens com preços desde R$5,00 até os personalizados conforme o desejo das pessoas. Também não faltarão barracas de alimentos e bebidas, como cachorro quente, pastel, geladinho gourmet e muito mais.

As atrações não param por aí. Um parquinho pet será montado para a diversão total dos animais e shows ao vivo vão animar o público. “Realizamos feiras de adoção no Jaraguá desde 2014. E estamos com uma expectativa muito positiva para este evento, uma vez que nas últimas festas que realizamos reunimos mais de 800 pessoas”, diz Daniela Martinatti, diretora social da UPAR.

Foto: divulgação.

“O que buscamos fazer é uma série de ações. Sempre em busca do bem-estar animal”, diz Carolina Nóbrega, do Departamento de Marketing do Shopping Jaraguá Indaiatuba. Segundo ela, os eventos visam dar uma contribuição para que a rotina de cuidados e o processo de adoção de animais melhorem na cidade. “No Brasil há mais de 170 mil animais abandonados sob cuidado de ONGs, segundo levantamento do Instituto Pet Brasil. E a maior parte está na região Sudeste”, destaca. Segundo o instituto, foram mais de seis meses para mapear as organizações em todo o país. São 370 ONGs de cuidados com os animais, sendo que 169 estão localizadas no Sudeste. A maior parte dos animais é formada por cachorros, sendo 96% do total.

Serviço:

Encontro dos Adotados no Shopping Jaraguá Indaiatuba

Endereço: Rua Quinze de Novembro, 1200, Centro, fone (19) 3875-8933

Data: de 15 de fevereiro

Horário: das 18h às 22h

Local: estacionamento do Shopping

Entrada gratuita.

Participantes: UPAR (ONG), Store do Pet (loja de acessórios para pets), Infinito Verde (venda de plantas, ervas calmantes para cães e gatos e suculentas), Dog e Cia (venda de acessórios, roupinhas e comida para pets), Dog Natural (comida natural para cães), Amigos da Cecília (ONG), Patinhas Help (dog care e pet sitter), Duetto Fotografia (fotografia pet), Cachorro Perdido (ONG), Focinho Amigo (ONG) e Camis – Geladinhos Gourmet.

Istituto Europeo di Design de São Paulo oferece curso de extensão em Food Design

São Paulo, por Kleber Patricio

Foto: Henrique Thoms.

No contexto em que a alimentação e as relações com o alimento ganham novas dimensões e novos significados, o Istituto Europeo di Design relança curso pioneiro em Food Design, com duração de cinco finais de semana alternados e início em 25 de abril de 2020. Focado em inovação, serviço e experiência, os encontros trazem perspectivas atuais e necessárias sobre a indústria de alimentos e bebidas para profissionais de toda a cadeia produtiva ou interessados nesse mercado em ascensão.

Na mesa contemporânea, a alimentação ganha o contorno de experiência: o sabor da comida é acompanhado de elementos que estão em seu entorno, como ambiente, serviço e embalagem e o ato de comer é transformado com as demandas geradas pela economia dos serviços, pelas tecnologias e tendências de comportamento. Quando o design vem à mesa, o universo food se expande e torna-se imperativo investigar e implementar as práticas de Food Design para desconstruir e construir o negócio e o futuro da alimentação.

Em vivências imersivas, reflexivas e projetuais, o aluno conclui o curso com repertório e conhecimento de cases, tendências e informações para tomar decisões no mercado de alimentação e em sua própria carreira enquanto constrói network com profissionais ligados às transformações de food design e adquire capacidade de desenvolvimento de novos produtos e serviços e de seu próprio plano de negócios.

Convocando profissionais da indústria e do setor de serviço, de hospitalidade e de inovação, designers, empreendedores, pesquisadores e desenvolvedores, de startups a foodtechs, consultorias e agências de conteúdo, o curso caminha por temas como design estratégico, service thinking, branding, design sensorial e levantamento de tendências para auxiliar os alunos a enxergar os movimentos do presente e vislumbrar para onde o futuro aponta.

Coordenado por Alexandre Carvalho, responsável por projetos de marketing, branding, inovação e conteúdo para o mercado de alimentos e bebidas, gastronomia e hospitalidade, o curso conta ainda com a participação de dez profissionais atuantes no mercado Food: Camille Lau, responsável por projetos de inovação na Nestlé, Nespresso e Unilever; Francisco Tortorelli, líder de estratégia e insights na Danone Brasil; Gustavo Guadagnini, diretor do The Good Food Institute Brasil; Gustavo Negrini, diretor de marketing da Sociedade Brasileira de Nutrição Estética; Juliana Oliveira, engenheira de alimentos e head de UX para a América Latina na Danone Brasil; Marcelo Gonçalves Miguel, designer e diretor de arte com foco em Branding e Embalagem; Mariana Bacci, food designer, curadora da Food Design Week e ex-aluna da primeira turma de Food Design do IED; Renato Caleffi, chef e proprietário da rede de cafés Le Manjue e do restaurante Le Manjue Organique; Sidmara Malagodi, engenheira de alimentos com 15 anos de experiência em desenvolvimento de novos produtos e R&D Manager na Kellog Brasil e Valéria Paschoal, coordenadora científica e docente em Nutrição Funcional.

Inscrições abertas: ied.edu.br/food

Istituto Europeo di Design – IED São Paulo

Rua Maranhão, 617 – Higienópolis, São Paulo/SP.

Início: 25 de abril a 5 de julho de 2020 (finais de semana alternados), das 9h às 17h

Duração: 60 horas

Investimento: R$6.760,00 (em até 9 vezes no cartão de crédito, entre outras formas de parcelamento).

FAMA Museu expõe desenhos raros de Tarsila do Amaral

Itu, por Kleber Patricio

“Autorretrato de cabelo curto”, 1923

Tarsila do Amaral (1886-1973) tinha o hábito de carregar consigo cadernos de anotações para desenhar. Com o lápis sobre um pedaço de papel, eternizava em desenhos as paisagens por que passava. Os esboços e estudos ajudavam na formação de seu pensamento artístico e, por vezes, serviam de base para sua obra pictórica, vertente mais conhecida e pela qual é aclamada. Um conjunto raro composto por 203 destes desenhos será exibido na mostra Estudos e Anotações, em cartaz a partir de 14 de março na Fábrica de Arte Marcos Amaro – FAMA Museu, instituição sediada em Itu, cidade vizinha de Capivari, onde nasceu a artista.

Longe da vista do público há mais de cinco décadas engavetados em uma coleção privada, os desenhos foram exibidos uma única vez, em 1969, no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, em exposição organizada pela crítica e historiadora de arte Aracy Amaral, que agora assina a curadoria da atual mostra ao lado da pesquisadora Regina Teixeira de Barros.

Ao chegarem ao acervo da FAMA, com danos ocasionados pelo tempo e pela falta de cuidados museológicos, as obras foram submetidas a um minucioso processo de restauração. “Essa coleção, praticamente desconhecida, tem um valor inestimável para memória da cultura brasileira e vem contribuir, de forma efetiva e criteriosa, como ferramenta pedagógica da instituição para a formação de crianças e jovens estudantes que serão, no futuro próximo, o público de arte”, diz Ricardo Resende, curador do museu.

“Tiradentes” (segunda versão), 1924.

Produzidas entre 1910 e 1940, as obras registram as várias fases da artista e apresentam temas recorrentes em sua linguagem, como as vistas de viagens que ela fez pelo Brasil afora, desde as bucólicas cidades históricas mineiras, até suas andanças pela Europa e passagem pelo deserto do Egito. “O conjunto nos comunica não só as diversas etapas do trabalho de Tarsila, mas também as inúmeras atividades às quais estão relacionados seus desenhos: estudos, academias, esboços de futuras obras, paisagens urbanas ou rurais, registros de viagens, projetos de figurinos para balé, esboços de ilustrações para livros e cenas interioranas pós-década de 1940”, explica Aracy Amaral.

São trabalhos feitos com o exímio e rigor que a artista absorveu das aulas com Pedro Alexandrino (1856-1952), pintor acadêmico formado no esmero da escola francesa que considerava o desenho a base fundamental da boa pintura. Foi com ele, inclusive, que Tarsila adquiriu o hábito de carregar cadernos de anotações e a preservar o traço das pinturas por meio do decalque. “O costume de levar consigo cadernos de bolso coincidia com as recomendações das academias, que sugeriam que os aprendizes tivessem sempre um deles à mão para anotar, de forma ligeira e sintética, as cenas e os objetos que chamassem atenção”, conta Regina Teixeira de Barros.

Após a iniciação sistemática em São Paulo com Alexandrino, Tarsila vai a Paris, onde residiu de 1920 a 1922. Na capital francesa, ela estudou na renomada Académie Julian, onde deu continuidade aos estudos de cunho acadêmico e, depois, com a pintora Emile Renard, com estudos mais soltos e vigorosos. “Um intervalo se faz aí, embora tenha tido, ainda em 1922, uma primeira presença no Salon des Artistes Français em Paris. Volta a São Paulo nesse efervescente ano de 1922 e nesse período, conhece modernistas que já se reuniam para discussões sobre arte”, relata Aracy Amaral.

Tarsila, que já conhecia Anita Malfatti, é apresentada aos artistas, escritores e intelectuais que haviam participado da Semana de Arte Moderna, como Mário de Andrade (1893-1945), Menotti Del Picchia (1892-1988) e Oswald de Andrade (1890-1954). O contato com os jovens modernistas impulsiona a artista a buscar novos horizontes para sua obra e, ao regressar a Paris, entre 1922 e 1923, a fim de ampliar e modernizar seu repertório plástico, ela procura orientação de mestres cubistas como André Lhote (1885-1962), Albert Gleizes (1881-1953) e Fernand Léger (1881-1955).

Estudo de “A Negra”.

Com Lhote, Tarsila continuou a exercitar o desenho de nus, mas desta vez geometrizando o contorno das figuras. Com Gleizes, troca o corpo humano por formas retangulares e desenvolve uma série de composições que, segundo Aracy Amaral, constituíram uma ginástica de depuração, equilíbrio, construção e simplificação.

De Léger, ela absorve a teoria dos contrastes plásticos, que consistia no agrupamento de valores contrários, como superfícies planas opostas a superfícies modeladas, personagens em volumes opostas às fachadas planas das casas, fumaças em volumes modelados opostas a superfícies arquitetônicas vivas, tons puros planos opostos a tons cinzas modelados ou inversamente. Na exposição, figuram alguns destes estudos e esboços, a exemplo de Mulher de máscara (1925), Saci e três estudos de bichos (1925) e Beatriz lendo IV (1945).

Serviço:

Estudos e Anotações, de Tarsila do Amaral

Curadoria: Aracy Amaral e Regina Teixeira de Barros

Local: Fábrica de Arte Marcos Amaro – FAMA Museu

Abertura: 14 de março, sábado, a partir das 14h

Endereço: Rua Padre Bartolomeu Tadei, 9, Itu, São Paulo

Visitação: quarta-feira a domingo, das 10h às 17h.