Francisco promoveu o Sínodo para a Amazônia, além de outras iniciativas que priorizaram a questão ambiental


São Paulo
Já dizia a máxima que a melhor forma de conhecer a cultura local e o estilo de vida de uma cidade é indo ao mercado ou à feira. Essenciais no cotidiano de qualquer família, tais comércios são amostras fiéis dos hábitos, dos gostos e das preferências dos moradores locais e, justamente por esse motivo, costumam atrair muitos turistas que desejam conhecer e vivenciar mais a fundo a rotina do destino visitado. Em Lisboa, essa máxima veste como uma luva. Do artesanato tradicional às mais recentes criações urbanas, dos objetos vintage aos produtos biológicos certificados — e alguns até demarcados —, há na região uma grande variedade de feiras e mercados para todos os gostos e bolsos, reunindo ambientes, vendedores e compradores completamente distintos entre si.
A mais emblemática e original é a Feira da Ladra, que remonta ao ano de 1272, carregada de recordações ao longo dos tempos. Imortalizada pelo poeta e compositor português Sérgio Godinho, dedica-se tradicionalmente ao comércio de objetos usados, abrangendo desde verdadeiras preciosidades a velharias, incluindo lembranças e pechinchas, sejam elas originais, vintages ou até de gosto questionável. A atração funciona todas as terças-feiras e sábados, das 9 às 18 horas, no Campo de Santa Clara.
Com uma pegada mais multicultural, o Mercado de Fusão oferece uma viagem pelos sabores típicos ao redor do mundo. Em pequenos restaurantes de cozinha rápida, diferentes culinárias são representadas, como a brasileira, a argentina, a bangladeshiana, a chinesa, a japonesa, a africana e, claro, a portuguesa. A atração funciona aos finais de semana, das 10 às 19 horas, na Praça do Martim Moniz.
Com o mesmo apelo voltado às cidades, a LX Market – Feira na Fábrica conta com peças inéditas, feitas à mão, vintage e cuidadosamente selecionadas para oferecer uma experiência única e original. Aberta aos domingos, das 11 às 18 horas, a dica é aproveitar para conhecer todo o projeto da Lx Factory, um espaço cultural singular e inesquecível, essencial para a vida lisboeta nos últimos anos.
Se a concentração dos melhores chefs e restaurantes já era motivo suficiente para conhecer o Mercado da Ribeira, a inauguração do Sábados da Ribeira, um espaço com artesanato, artes, livros e antiguidades, tornou-se parada obrigatória para quem vai a Lisboa. Como o próprio nome diz, a feira funciona aos sábados, levando tudo o que há de mais recente nos circuitos handmade da cidade.
Mercados Biológicos
Essenciais para uma vida mais consciente e saudável, os insumos biológicos também têm espaço garantido nesse roteiro, onde é possível encontrar os melhores produtos, de origem certificada e até, por vezes, demarcada, com os sabores mais originais.
O Mercado Biológico Agrobio, aberto aos sábados, das 9 às 14 horas, no jardim do Campo Pequeno, traz o autêntico sabor português. No local, encontram-se vários elementos de diversos produtores biológicos portugueses certificados, com destaque para as hortícolas, plantas aromáticas, fruta, leguminosas, transformados, óleos essenciais e produtos de cosmética.
Situada numa área nobre, a Feira de Produtos Biológicos do Príncipe Real oferece, nas manhãs de sábado, produtos frescos de excelente qualidade, vindos de diversas regiões portuguesas. Já, nos últimos sábados e segundas de cada mês, seus jardins tranquilos também recebem uma das feiras de artesanato e velharias mais típicas de Lisboa, repleta de antiguidades e peças únicas de artesanato, de diferentes épocas e procedências.
Sobre a Associação Turismo de Lisboa (ATL) | Fundada em 1998, a ATL é uma organização sem fins lucrativos constituída através de uma aliança entre entidades públicas e privadas que operam no setor do turismo. Atualmente conta com cerca de 900 associados, tendo como principal objetivo melhorar e incrementar a promoção de Lisboa como destino turístico e, consequentemente, aprimorar a qualidade e competitividade. Informações:
https://www.instagram.com/visit_lisboa/
https://www.facebook.com/visitlisboa
https://twitter.com/TurismodeLisboa.
(Com Lívia Aragão/Mestieri Public Relations)
Após encerrar os shows de 2024 da turnê de ‘CAJU’, Liniker acaba de conquistar mais um reconhecimento pelo sucesso de seu segundo disco-solo. A cantora e compositora araraquarense venceu as categorias ‘Álbum’ (por CAJU) e ‘Música Mainstream’ pela faixa homônima no Women’s Music Event Awards by Billboard 2024. Em sua oitava edição, o evento, totalmente dedicado a celebrar o trabalho de mulheres que movimentaram a cena musical brasileira, aconteceu no dia 17 de dezembro em São Paulo e contou com a votação do público.
“É uma honra ter vencido. Esse disco tem trazido muitas alegrias na minha vida, estou muito realizada. Muito obrigada a todas as outras cantoras e fazedoras de arte desse país, que a gente siga resistindo pela nossa excelência”, comemora Liniker. “Como cantora independente, também fico muito feliz por ganhar na categoria mainstream, entendendo os anos da minha carreira até aqui e tudo que tenho feito a passos largos. Ter uma música com esse nível de alcance me deixa muito serena por entender minha caminhada e conseguir observar em tempo real dentro dessa explosão que tem sido CAJU. Muito obrigada a todo mundo que escuta e ao WME pela premiação”, acrescentou.
A artista também concorreu na categoria ‘Cantora’. Em 2024, Liniker acumula mais prêmios pelo seu trabalho com o álbum lançado em agosto. A faixa-título se consagrou como a música do ano no Prêmio Potências e, no Prêmio Multishow, a artista venceu quatro categorias (Álbum do Ano, Capa do Ano, Artista do Ano e MPB do Ano por ‘CAJU’), além de ter sido o nome com mais indicações à premiação neste ano. Ouça CAJU aqui.
(Com Carol Pascoal/Trovoa Comunicação)
Para a Miami Art Week 2024 deste ano, a Galeria Piero Atchugarry apresenta a exposição ‘Five Decades of Galeria Raquel Arnaud’. Esta exposição marca meio século de existência da galeria paulistana. A mostra apresenta momentos decisivos da arte contemporânea brasileira desde a década de 1970 e revela como a galerista consolidou, de forma visionária, um projeto artístico claro e coerente, promovendo grandes artistas como Amilcar de Castro, Guto Lacaz, Arthur Luiz Piza, Waltércio Caldas e Iole de Freitas, entre muitos outros.
A história da galeria é apresentada ao público com obras de artistas que passaram pelo espaço, como Sergio Camargo, Ding Musa, Sérvulo Esmeraldo e Mira Schendel, artista suíça que expôs a série ‘Sarrafos’ na instituição pouco antes de falecer, em 1988. “A primeira exposição que fizemos no Gabinete de Artes Gráficas foi a de Arthur Luiz Piza, com 70 gravuras, um sucesso, todas vendidas e mais algumas encomendadas. O artista Arthur Piza foi o primeiro artista em minha vida de galerista, e o acompanhei até sua morte em 2017”, destaca Raquel Arnaud.
No início de sua carreira como galerista, enquanto desenvolvia a carreira de artistas plásticos, Raquel Arnaud dirigiu a galeria Arte Global, na Rede Globo. Uma experiência única no mercado de arte brasileiro, que levou obras de artistas plásticos para o horário nobre da televisão por meio de peças publicitárias criadas para a linguagem audiovisual. Uma experiência inusitada no mundo artístico, mas importante na consolidação de uma cultura de arte.
Grandes nomes do movimento neoconcreto fazem parte do DNA da galeria desde sua formação. Willys de Castro, por exemplo, explorou possibilidades no campo da abstração geométrica e sempre teve espaço para expor suas criações, tendo realizado sua última mostra individual na instituição em 1986. No mesmo ano, a veterana Lygia Clark participou de sua última exposição coletiva na galeria. A escultora chamou a atenção por suas declarações sobre não ser uma artista. Nos últimos anos de sua vida, próxima à psicanálise, a dama do neoconcretismo incorporou mais trabalhos gestuais em sua obra.
E foi justamente na década de 1980 que a instituição entrou em uma nova fase e passou a ser conhecida como Gabinete de Arte Raquel Arnaud. Novos nomes como Nuno Ramos e Tunga se destacam na programação da galeria com suas técnicas inovadoras. Ao mesmo tempo, foi exposta no Gabinete de Arte a série ‘Carimbos’, de Carmela Gross, uma obra que criticava diretamente a censura do regime militar ao lidar com a reprodução em massa de imagens.
Em um primeiro momento, houve pouca participação do público na exposição. Mas o reconhecimento veio anos depois, quando a obra foi incorporada à coleção permanente do MoMA, em Nova York, confirmando o olhar apurado de Raquel para as novas tendências.
A ítalo-brasileira Anna Maria Maiolino exibiu alguns de seus trabalhos mais ousados com Raquel Arnaud. Conhecida por obras que retratam os perigos de regimes autoritários, com forte teor polêmico, Maiolino também explorou as possibilidades de linhas, dobras e formas em trabalhos com argila e tecidos.
“Continua sendo um desafio, como sempre foi, dar continuidade à linha de trabalho da galeria, considerando, de um lado, os nomes consagrados que represento há muitos anos e, de outro, os jovens talentos que também serão reconhecidos, em uma conversa geracional investigativa e produtiva”, ressalta Raquel.
Ao destacar expoentes dos movimentos concreto, cinético, abstrato e geométrico, a Galeria Raquel Arnaud não deixou de abrir suas portas para artistas de outras áreas. Ao longo dos anos, o diálogo tornou-se sinônimo da curadoria dessa dama das artes, que apresentou artistas muito diferentes, como Vik Muniz, Regina Silveira e Lygia Pape. Alinhada a experimentos visuais e atenta às tendências internacionais, a galerista foi uma das primeiras a trazer grandes nomes da arte cinética, como Almandrade, Jesús Rafael Soto e Carlos Cruz-Diez.
Raquel Arnaud também fundou o Instituto de Arte Contemporânea (IAC), em 1997, para documentar e catalogar obras de artistas do gênero, como Sergio Camargo e Willys de Castro, os primeiros a terem seus acervos incorporados à instituição graças ao papel da galerista. O projeto de reunir arquivos para pesquisa e consulta pública demandou tempo, dedicação e recursos próprios, já que a instituição se propôs a um papel pioneiro na disponibilização de material até então inédito para pesquisadores.
Galeria Piero Atchugarry
Em dezembro de 2018, com um espaço estabelecido em Garzón, no Uruguai, Piero Atchugarry expandiu seu programa para a América do Norte em um armazém no renomado bairro Design District, em Miami. Um espaço de arte de 9.000 pés (aprox. 2.743 m²), a Galeria Piero Atchugarry tem o compromisso de apoiar e apresentar o trabalho de artistas locais e internacionais com uma abordagem institucional.
Survey Space
Com 940 pés (aprox. 287 m quadrados), o espaço de exposição Miami Survey oferece exposições individuais e coletivas de igual importância em uma escala menor. Destacando uma variedade de artistas contemporâneos e emergentes, o Survey Space incorpora um programa mais experimental. Ocasionalmente, os artistas representados pela Galeria são convidados a apresentar um corpo de trabalho exploratório fora de sua obra habitual. Visite a Galeria Piero Atchugarry em pieroatchugarry.com.
A Piero Atchugarry está localizada na 5520 NE 4th Avenue, Miami FL 33137.
Sobre a Galeria Raquel Arnaud
Criada em 1973, com o nome de Gabinete de Artes Gráficas. Com espaços marcantes assinados por arquitetos como Lina Bo Bardi, Ruy Ohtake e Felippe Crescenti, o Gabinete passou por diferentes endereços, como as avenidas Nove de Julho e Brigadeiro Luís Antônio, além do espaço que havia pertencido ao Subdistrito Comercial de Arte, na rua Artur de Azevedo, em Pinheiros, no qual permaneceu de 1992 a 2011.
A Galeria Raquel Arnaud o foco no segmento da abstração geométrica e a atenção especial dada às investigações da arte contemporânea – arte construtiva e cinética, instalações, esculturas, pinturas, desenhos e objetos – perpetuaram a Galeria Raquel Arnaud no Brasil e no exterior, tanto por sua coerência como pela contribuição singular para valorização e consolidação da arte brasileira. Para isso, contribuíram de forma fundamental artistas como Amilcar de Castro, Willys de Castro, Lygia Clark, Mira Schendel, Sergio Camargo, Hércules Barsotti, Waltercio Caldas, Iole de Freitas e Arthur Luiz Piza,Guto Lacaz, entre outros.
Atualmente com sede na Rua Fidalga, 125, Vila Madalena, a Galeria Raquel Arnaud representa artistas reconhecidos nacional e internacionalmente – Sergio Camargo, cujo espólio a Raquel é responsável, Waltercio Caldas, Carlos Cruz-Díez, Arthur Luiz Piza, Sérvulo Esmeraldo, Iole de Freitas, Maria Carmen Perlingeiro, Carlos Zilio e Tuneu. Os mais jovens atestam a consolidação de novas linguagens contemporâneas – Frida Baranek, Geórgia Kyriakakis, Julio Villani, Célia Euvaldo, Wolfram Ullrich, Elizabeth Jobim, Carla Chaim, Carlos Nunes, Ding Musa e Guto Lacaz.
Raquel Arnaud também fundou o Instituto de Arte Contemporânea (IAC) em 1997, a única instituição no Brasil que cataloga documentação de artistas.
https://raquelarnaud.com/ | https://www.instagram.com/galeriaraquelarnaud/
Serviço:
Five Decades of Galeria Raquel Arnaud
Piero Atchugarry Gallery
1º de dezembro de 2024 a 1º de março de 2025
5520 NE 4th Ave
Miami, FL 33137.
(Com Julio Sitto/A4&Holofote Comunicação)
Na noite de segunda-feira, 16 de dezembro, a secretária da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Estado, Marília Marton, o CEO do Grupo CCR, Miguel Setas, e o presidente do Conselho de Administração da Fundação Osesp, Pedro Parente, oficializaram a parceria entre as instituições em uma cerimônia para convidados que contou com uma apresentação natalina do Coro Acadêmico da Osesp e da São Paulo Big Band. O evento oficial de inauguração e entrega da Estação CCR das Artes à população acontecerá no dia 25 de janeiro de 2025, quando se comemora o aniversário de 471 anos da cidade de São Paulo.
“Com uma programação cultural eclética, a Estação CCR das Artes tem como missão formar novas plateias, atingindo um público bastante amplo, o que está profundamente conectado com um dos pilares da atuação do Instituto CCR: democratizar o acesso à cultura. Além disso, a requalificação deste espaço contribui para a revitalização do Centro de São Paulo e valoriza ainda mais a Estação Júlio Prestes, um patrimônio histórico da capital paulista e do Brasil que está sendo restaurado pelo Grupo CCR”, afirma o CEO da Companhia, Miguel Setas.
Com projeto arquitetônico do escritório Dupré Arquitetura, de Nelson Dupré — profissional que também foi responsável pelo consagrado projeto de restauro da Sala São Paulo, inaugurada em 9 de julho de 1999 —, a Estação CCR das Artes ocupa o antigo concourse da Estação Júlio Prestes, que ainda preserva sua arquitetura original, com vitrais coloridos da tradicional Casa Conrado e três imponentes lustres. O local torna-se, assim, parte do Complexo Cultural Júlio Prestes, que abriga também a Sala São Paulo — sede da Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo – Osesp, do Coro da Osesp e da Academia de Música —, a São Paulo Escola de Dança, a Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas, a Estação Pinacoteca e a Emesp Tom Jobim.
A Estação CCR das Artes foi viabilizada por meio de uma parceria do Governo do Estado de São Paulo, por meio da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas, com a Fundação Osesp e conta com o suporte do Grupo CCR, via Lei Federal de Incentivo à Cultura, Ministério da Cultura e Governo Federal, para sua operacionalização. A iniciativa reafirma o compromisso destas instituições com a revitalização urbanística do Centro de São Paulo e a democratização do acesso à cultura. “O projeto da Estação CCR das Artes demonstra como a colaboração entre o poder público, organizações culturais e a iniciativa privada é fundamental para impulsionar a cultura e transformar a cidade. Parcerias como esta são essenciais para a revitalização do Centro de São Paulo e para ampliar o acesso à cultura, oferecendo espaços de qualidade para a população e promovendo um impacto positivo tanto cultural quanto econômico”, destaca a secretária da Cultura, Economia e Indústria Criativas, Marília Marton.
A ideia de transformar o concourse da Estação Júlio Prestes em um espaço voltado às artes é mais antiga que a própria Sala São Paulo. Ainda em 1995, a Secretaria da Cultura do Estado promoveu uma apresentação da Osesp nessa área – que depois viria a ser chamada de Estação das Artes – onde originalmente eram vendidos os bilhetes ferroviários. O concerto, que celebrava a recente restauração do espaço, funcionou também como um teste, realizado no contexto de um projeto do maestro Eleazar de Carvalho, que por 23 anos esteve à frente Osesp, com o então secretário da Cultura, Marcos Mendonça.
Com regência de Eleazar, a apresentação contou com a presença do engenheiro Mário Garcia, que naquele período participava do esforço para encontrar uma sede para a Osesp que fosse ideal no quesito acústica. Em 1997, um ano após a morte de Eleazar, foi decidido que o jardim de inverno da Estação Júlio Prestes, com área ainda maior que a do concourse, seria o local perfeito para uma grande sala de concertos. Finalmente, 25 anos após a inauguração da casa de concertos, a Fundação Osesp liderou os esforços que culminaram na criação do novo espaço. “A entrega desse novo espaço, plural e dedicado às artes, é mais um passo da Fundação Osesp na sua vocação de prover cultura de qualidade e acessível a São Paulo e ao país, com a participação da sociedade civil através de uma gestão responsável e transparente”, afirma o presidente do Conselho de Administração da Fundação Osesp, Pedro Parente.
A Osesp e a Sala São Paulo — da qual faz parte a Estação CCR das Artes — são equipamentos do Governo do Estado de São Paulo, por intermédio da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Estado de São Paulo, gerenciadas pela Fundação Osesp, Organização Social da Cultura. Acompanhe a Osesp: Site | Instagram | YouTube | Facebook | TikTok | LinkedIn.
(Com Fabio Rigobelo/Fundação Osesp)
A WG Galeria celebra o primeiro ano de atividades do seu espaço no centro de São Paulo e apresenta ‘Rupturas Imaginadas’ até 25 de janeiro de 2025. A exposição reúne três artistas contemporâneos que, a partir de suas trajetórias distintas e de uma profunda relação com a cidade, provocam uma reflexão sobre as tensões urbanas, sociais e culturais que marcam o presente. Com curadoria de Maria Luiza Meneses, a mostra apresenta obras dos artistas Larissa Anne, Danilo Cunha e André Firmiano, que se afastam das convenções estabelecidas e fazem da cidade e de suas complexas dinâmicas o cenário e a matéria-prima de suas criações. ‘Rupturas Imaginadas’ propõe um questionamento sobre as relações de classe, raça e gênero na maior cidade da América Latina, e investiga como as diferentes camadas sociais, territórios e identidades se cruzam, se separam e se tornam simultaneamente distantes e interdependentes.
Três artistas, três rupturas
A exposição busca abrir um campo para os gestos dos artistas, que questionam as convenções visuais, sociais e artísticas. Cada um dos trabalhos exibe uma profunda crítica aos sistemas estabelecidos, oferecendo novas formas de olhar para o espaço urbano e as narrativas que o constituem.
Larissa Anne, que combina sua formação em arquitetura com a pesquisa do graffiti, utiliza a cidade como um campo de reflexão sobre o tempo e o território. Suas obras, compostas por três telas, evocam memórias e marcas de um passado recente, abordando as casas, a vida familiar e as ilusões de futuro, com uma paleta de cores que transmite uma crítica social implícita nas relações de poder e nas expectativas de vida. Seu trabalho destaca-se pela capacidade de atualizar o passado à luz das questões contemporâneas, convidando o público a refletir sobre a complexidade do espaço e da memória coletiva.
Danilo Cunha, por sua vez, se inspira na estética da contracultura urbana, com fortes influências do punk, hardcore, skate e hip-hop. Seu trabalho explora a cidade em sua forma caótica, buscando a beleza na desordem e realizando intervenções no espaço com materiais coletados da própria urbe, como pedaços de lambe-lambes, tijolos e espelhos de fachadas. Para ‘Rupturas Imaginadas’, ele apresenta uma pesquisa inédita sobre os modos de ocupação da cidade, criando instalações que subvertem as normas e exploram as contradições e poéticas do cotidiano urbano.
André Firmiano traz à galeria uma reflexão profunda sobre o mito de criação do mundo com base na filosofia Bakongo e investiga a transição entre a vida e a morte. Suas 14 obras, que formam a série ‘A Quebra da Horizontalidade’, mesclam a abstração com o figurativo e dialogam com a ancestralidade dos povos africanos, enquanto trazem também uma crítica ao presente e ao futuro, em especial à virtualização das experiências humanas no contexto contemporâneo. Firmiano utiliza as redes sociais e o metaverso como um ponto de conexão com a história, criando uma ponte entre o passado ancestral e o futuro digital.
A cidade como protagonista
A curadora Maria Luiza Meneses explica que a cidade de São Paulo, com sua complexa estrutura social e histórica, é o pano de fundo que dá substância a cada uma das obras apresentadas. “Caminhar por São Paulo é observar a diferença”, afirma Meneses. A partir da análise das dinâmicas sociais e urbanas, a exposição propõe um olhar atento para as zonas da cidade que carregam as marcas da colonização, mas também as fissuras abertas pelas resistências populares ao longo da história. “A cidade contemporânea é uma ruína colonial”, diz ela, refletindo sobre as desigualdades que perpassam a urbe e como essas diferenças ainda determinam quem tem acesso à dignidade e quem é deixado à margem.
Um ano de arte e reflexão
WG é uma galeria de arte que estabelece diálogo entre a pesquisa e registro de artistas residentes e a multiplicidade de repertórios de artistas emergentes da arte contemporânea. Possui como sócios o casal de arquitetos e artistas André e Mariana Weigand, a head de negócios Cris Genaro e o jornalista Fernando Mungioli. Vem se consolidando no mercado das artes como um espaço legitimamente aberto a diferentes perfis de artistas, linguagens, materialidades e público. A WG considera as questões sociais, culturais e políticas que definem a realidade atual, ao mesmo tempo que valoriza a relação com colecionadores e se dedica à formação de novos consumidores de arte contemporânea.
A abertura da exposição ‘Rupturas Imaginadas’ é uma celebração da trajetória da WG e um convite para o público refletir sobre a cidade, a arte e os caminhos possíveis para um futuro mais inclusivo e plural.
Serviço:
Exposição Rupturas Imaginadas
Artistas: Larissa Anne, Danilo Cunha e André Firmiano
Curadoria: Maria Luiza Meneses
Período: De 23 de novembro de 2024 a 25 de janeiro de 2025
Local: WG Galeria – Rua Araújo, 154, Mezanino, São Paulo – SP
Entrada: Gratuita
Site: www.wggaleria.com | Instagram: @wg.galeria.
(Com Camila Russi)