Francisco promoveu o Sínodo para a Amazônia, além de outras iniciativas que priorizaram a questão ambiental


São Paulo
‘Proncovô’ é um espetáculo poético musical que reúne música e teatro, celebrando a arte do caminhar, uma homenagem ao artista mambembe, ao andarilho e à vocação nômade do artista, que parte sempre em busca de seu público. Protagonizada por Laura de Castro e Zé Motta, a montagem – com direção e dramaturgia de Eduardo Moreira e direção musical de Sérgio Pererê – traz os atores-músicos para a cena como trovadores populares e contemporâneos, tocando, cantando e recitando textos e poemas costurados em uma dramaturgia que festeja a cultura brincante brasileira.
Com composições autorais que se juntam a canções populares, o espetáculo convida o público para uma experiência em que a emoção do encontro fala mais alto. A montagem já passou por diversas cidades brasileiras e agora faz sua estreia na programação da Campanha de Popularização do Teatro e da Dança.
Ao longo dos anos de 2023 e 2024, Proncovô circulou por 28 cidades de 4 estados do norte, nordeste e sudeste brasileiros: Maranhão, Minas Gerais, Pará e Rio de Janeiro, atingindo um público de mais de 6.000 pessoas. Em novembro de 2024 o espetáculo foi apresentado nos festivais Comfama (Medellin) e Artes de la Calle (Santa Fe de Antioquia), ambos na Colômbia.
Sobre o espetáculo
A força do encontro ao longo da caminhada é uma metáfora do próprio processo do espetáculo, que marca a reaproximação artística de Eduardo Moreira e Laura de Castro, que viveram uma experiência teatral juntos anos atrás. “É um encontro artístico e afetivo. A Laura trabalhou comigo quando tinha quase 12 anos de idade. Quando ela me convidou para fazer a direção de um show dela com Zé, topei na hora porque deslumbrei a possibilidade de trabalhar o jogo e a relação da música com o teatro e, somado isso, tendo a liberdade de abordar um assunto que sempre me interessa muito que é o caminhar, o lugar do andarilho, do nômade, aquele que está sempre locomovendo-se em busca de alguma coisa”, conta Moreira. “Acredito que a assinatura do Eduardo está bem impressa na peça, a leveza, a poesia, a comicidade, o movimento. E, ao mesmo tempo, ele nos dá liberdade e nos incentiva a colocarmos nossa marca”, acrescenta Laura.
A perspectiva de transmutar, estar sempre partindo e chegando, é uma característica imanente a todo o artista. Para tecer a dramaturgia, Eduardo Moreira se inspirou nos livros ‘A História do Caminhar’, de Rebecca Solnit, e ‘Caminhar, Uma Filosofia’, de Fréderic Gros. O roteiro final faz uma colagem com escritos e poemas de diversos autores como Antônio Machado, Carlos Drummond de Andrade, Paulo Leminski, Fernando Pessoa, incluindo também composições musicais dos artistas-cantores, misturadas com clássicos da música popular, criando um caleidoscópio de sensações. “Existe o encontro e um embate do encontro de uma forma ancestral de arte dita pela juventude dos seus intérpretes. Encontros da tradição com o contemporâneo, o erudito e o popular, a música e o teatro, o lírico e o épico, tudo isso numa linguagem que sempre busca a comunicação direta com o público”, garante o diretor.
Sérgio Pererê, diretor musical do espetáculo, foi de extrema importância para a costura entre música e cena. Trazendo sua grande experiência como multiartista e seu vasto conhecimento cênico, Pererê provocou os artistas a borrarem a divisão entre som e texto, e a trazerem texturas e timbres diferentes. “Está sendo um desafio maravilhoso aprender novos instrumentos. Pererê trouxe essa provocação, para que experimentássemos outras sonoridades harmônicas e percussivas, e nós entramos de cabeça”, comenta Zé.
‘Proncovô’, espetáculo com Laura de Castro e Zé Motta, é um projeto realizado pela Laura de Castro Produções Artísticas com recursos da Lei Federal de Incentivo à Cultura, com patrocínio do Instituto Cultural Vale e da Lei Municipal de Incentivo à Cultura, com patrocínio da Unimed-BH. A produção é da Lazúli Cultura.
Serviço:
Espetáculo ‘Proncovô’, com Laura de Castro e Zé Motta na 50ª Campanha de Popularização do Teatro e da Dança
Datas: 24, 25 e 26 de janeiro – sexta, sábado e domingo
Local: Centro Cultural Unimed BH-Minas (Rua da Bahia, 2.244 – Lourdes)
Horários: sexta e sábado às 20h e domingo às 19h
Ingressos: nos postos do Sinparc e app: R$25 / na bilheteria do teatro: R$60 e R$30.
(Com Fabio Gomides/A Dupla Informação)
No dia 24 de janeiro, sexta-feira, o Sesc Belenzinho apresenta Samba de Dandara e convida Raquel Tobias, às 20h30, integrando o projeto Salve Samba! A apresentação acontece na Comedoria e os ingressos podem ser adquiridos no portal sescsp.org.br e nas bilheterias físicas das unidades do Sesc SP por R$60 (inteira), R$30 (meia-entrada) e R$18 (Credencial Sesc).
Samba de Dandara é samba de empoderamento e exaltação às mulheres sambistas, às grandes compositoras, às grandes intérpretes, às guerreiras do samba. Fundada em 2012, a banda propõe debates sobre ancestralidade e protagonismo feminino no samba e na sociedade. O grupo toca acompanhado da compositora e intérprete Raquel Tobias.
O grupo construiu sua história por espaços cativos do samba na capital paulista, como Casa Barbosa, Bar do Baixo e Bar Tempo, além de eventos como Samba da Luz, Samba do Sol e Virada do Samba, e de equipamentos culturais como Vitrine da Dança (Galeria Olido), Casa de Cultura Hip-Hop Sul e Centro Cultural da Penha, entre outros. Samba de Dandara também já fez parte da programação de diversas unidades do Sesc, bem como de SESIs e festivais; entre eles, ELA (Santos, SP | 2019), Virada Cultural (São Paulo, SP | 2022) e Agô Afro Festival (Maringá, PR | 2022).
Em seu primeiro disco, intitulado Samba de Dandara, gravado em 2019 e lançado em maio de 2021 com a chancela e patrocínio de Natura Musical, a banda compila a trajetória musical e o repertório de suas integrantes e compositoras como Dona Ivone Lara, Tia Ciata, Beth Carvalho, Jovelina Pérola Negra, Leci Brandão, Dona Inah, Clementina de Jesus, Elza Soares e Tereza Cristina, entre outras.
O Salve Samba! É um projeto do Sesc Belenzinho que apresenta o ritmo genuinamente brasileiro em seus diversos estilos, apresentado por artistas da jovem e da velha guarda.
Serviço:
Show – Samba de Dandara convida Raquel Tobias – Projeto Salve Samba!
Dia 24 de janeiro |sexta, às 20h30
Valores: R$60 (inteira), R$30 (meia-entrada), R$18 (Credencial Sesc).
Ingressos à venda no portal sescsp.org.br e nas bilheterias das unidades Sesc
Limite de 2 ingressos por pessoa
Local: Comedoria (650 lugares) | Classificação: 14 anos | Duração: 90 min.
Sesc Belenzinho
Endereço: Rua Padre Adelino, 1000.
Belenzinho – São Paulo (SP)
Telefone: (11) 2076-9700
Estacionamento
De terça a sábado, das 9h às 21h | domingos e feriados, das 9h às 18h
Valores: Credenciados plenos do Sesc: R$8,00 a primeira hora e R$3,00 por hora adicional; não credenciados no Sesc: R$17,00 a primeira hora e R$4,00 por hora adicional
Transporte público: Metrô Belém (550m) | Estação Tatuapé (1400m)
Sesc Belenzinho nas redes: Facebook | Instagram | YouTube.
(Com Priscila Dias/Sesc Belenzinho)
Nos últimos anos, Curitiba se consolidou como polo cultural de destaque no Brasil, abraçando uma ampla diversidade de gêneros musicais, com especial ênfase na música instrumental. Este estilo, que ultrapassa barreiras linguísticas e se comunica diretamente com as emoções, ganha cada vez mais espaço na cena local. A chegada de artistas internacionais como os Hermanos Gutiérrez reforça a capacidade da cidade de oferecer experiências sonoras de alto nível, consolidando-a como uma parada obrigatória no circuito cultural global.
A música instrumental em ascensão na cena local
A música instrumental, antes restrita a um público específico, atravessa uma fase de grande valorização – o crescente número de festivais, eventos e apresentações dedicados ao gênero reflete esse movimento. Espaços consagrados, como a Ópera de Arame, o Teatro Guaíra e o Teatro Positivo, abrigam performances inesquecíveis, enquanto eventos como o Curitiba Jazz Festival e a Oficina de Música de Curitiba ampliam o acesso a essas manifestações artísticas e atraem públicos diversos. Esse crescimento é impulsionado por uma audiência que aprecia produções culturais refinadas e sonoridades que convidam à reflexão. Ao eliminar as palavras, a música instrumental permite que cada ouvinte crie sua própria narrativa a partir da musicalidade.
Hermanos Gutiérrez: a trilha sonora do infinito
Em meio a esse cenário em expansão, a chegada dos Hermanos Gutiérrez representa um marco significativo. A dupla suíço-equatoriana é reconhecida mundialmente por criar paisagens sonoras que mesclam raízes latinas e uma abordagem minimalista. Com mais de 3 milhões de ouvintes mensais no Spotify, os irmãos Alejandro e Stephan Gutiérrez vêm conquistando o público global com suas composições. Seu quinto álbum de estúdio, ‘El Bueno y El Malo’, foi indicado ao prêmio de Álbum do Ano no American Music Honors & Awards 2023. Além disso, o produtor Dan Auerbach, que trabalhou no disco, recebeu uma indicação ao 65º Grammy Awards Anual na categoria Produtor do Ano, Não Clássico. Agora, em turnê mundial com o mais recente álbum, ‘Sonido Cósmico’, os Hermanos Gutiérrez continuam a encantar plateias ao redor do mundo. A apresentação na capital será uma oportunidade imperdível de vivenciar o seu som, que mistura delicadeza e profundidade.
Sonido Cósmico ao vivo: Hermanos Gutiérrez na Ópera de Arame
No dia 11 de abril, às 19h, o palco da Ópera de Arame será cenário de uma noite imperdível. Como parte do Curitiba Jazz Festival 2025, os Hermanos Gutiérrez sobem ao palco da capital paranaense prometendo transportar o público para ambientes sonoros repletos de emoção. A presença de artistas internacionais como a dupla reafirma a relevância de Curitiba no circuito cultural global. Mais do que atrair grandes nomes, eventos desse porte impulsionam a produção local, oferecem inspiração para artistas da região e ampliam as opções de entretenimento para o público. Além disso, integrar a cidade a turnês internacionais de destaque aumenta sua visibilidade como destino cultural e turístico.
(Com Ana Victoria Costa/P+G Comunicação)
A Simões de Assis dá início à sua programação de 2025 com a exposição individual da artista Larissa de Souza. Em cartaz de 28 de janeiro a 1° de março, a mostra ‘Fé Feitiço’ será exibida em São Paulo, no espaço térreo, com 15 obras inéditas da artista e texto assinado pelas curadoras Mariane Beline e Paula Nascimento.
Os trabalhos foram produzidos a partir de sua pesquisa sobre simpatias brasileiras e angolanas. “Durante sua experiência na residência e nas vivências em Angola, Larissa de Souza se deparou com uma familiaridade local, hábitos e costumes angolanos que eram tipicamente brasileiros. A produção pictórica da artista converge com o entendimento de saberes ancestrais e culturais silenciados pelas colonialidades, mas que resistem e habitam o inconsciente coletivo. Ao revisitar essas crenças populares, Larissa de Souza busca uma reconexão com identidades culturais do passado e, ao fazê-lo, ressignifica o passado”, comenta a curadora Mariane Beline.
Larissa de Souza (São Paulo, 1995) é uma artista autodidata que se dedica à pintura majoritariamente figurativa, concentrando-se na representação da mulher afro diaspórica em seus universos particulares e coletivos. Suas obras carregam as histórias das mulheres de sua linhagem e a força de muitas outras, abordando temas como corpo, desejo, ancestralidade e memórias pessoais. Paralelamente, Larissa investiga memórias coletivas que moldam a cultura popular brasileira, criando narrativas visuais que mesclam intimidade e coletividade.
A artista iniciou sua trajetória em 2016, trabalhando em uma loja de materiais artísticos onde aprofundou seus conhecimentos sobre técnicas e materiais. Posteriormente, atuou como assistente em um ateliê, o que impulsionou sua própria produção, especialmente durante a pandemia de 2020. Sua principal técnica é a tinta acrílica, combinada com aplicações que incluem bordados, tecidos, pedras e ladrilhos, adicionando camadas de textura às suas obras.
Sobre sua prática, Paula Nascimento e Mariane Beline destacam no texto que acompanha a mostra: “A magia popular, que no Brasil chamamos de simpatias, e tudo o que envolve esse preceito, é fascinante. O conceito místico dos símbolos, a intenção que depositamos, os saberes das ervas, as histórias de uma crença que permeia o imaginário de um povo e que se transmite por meio da oralidade são aspectos que nos intrigam. (…) Dentro dessa produção, Larissa também navega no inconsciente, com algumas pinturas surrealistas que nos fazem pensar que é no inconsciente que a fé também reside.”
As cenas retratadas por Larissa são íntimas, muitas vezes situadas em ambientes caseiros com elementos de vazio e convites implícitos para o espectador adentrar esses espaços por meio de janelas ou portas abertas. Em suas pinturas, a artista subverte estereótipos históricos ao retratar pessoas negras em contextos de afeto e harmonia, criando uma sensação de familiaridade e acolhimento. Seu trabalho dialoga com referências como Rosana Paulino, Sônia Gomes e Faith Ringgold e apresenta uma profunda reflexão sobre políticas de afetividade.
A fé sempre foi uma maneira de Larissa de Souza enfrentar as dificuldades que a vida nos apresenta. Desde criança, a artista alimentava ‘de fé’ as pequenas coisas que a rodeavam, como, por exemplo, uma pedra bonita que encontrava no caminho logo se transformava em um amuleto de proteção. Desde sua infância, apesar de ainda não ter a dimensão dos problemas sociais, Larissa já sentia a necessidade de estar protegida, espiritualmente e sobrenaturalmente.
“Acredito que nós, seres humanos, assim como fazemos parte da natureza – e somos a natureza –, também possuímos poderes transformadores por meio da fé. E a fé de que falo não se refere estritamente ao sentido religioso. Há um mistério no fato de não sabermos a raiz de onde tudo começou. Acho interessante como esse conceito se distribui no imaginário coletivo independentemente da religião e isso me faz refletir como esses saberes se perdem à medida que a modernidade avança”, comenta Larissa de Souza.
Na exposição ‘Fé Feitiço’, Larissa busca retratar alguns dos saberes que aprendeu durante sua infância, mas ao mesmo tempo, traz à tona sua experiência de vida na Angola. “O Brasil tem uma ligação muito forte com a cultura banto, que se misturou à cultura indígena brasileira. Vejo o quanto temos em comum em termos de crenças populares”, explica.
A paleta de cores em ‘Fé Feitiço’ explora tons azulados com nuances violáceas, com adição de bordados, ladrilhos e pedras. As pinturas transitam entre o lilás sutil e a púrpura densa, tons que aprofundam uma sensação de elevação espiritual. Larissa de Souza também já realizou exposições individuais, como ‘Paredes que contam histórias’ (2023), na Albertz Benda, Nova York, e ‘Pertencimento’ (2021), na HOA, São Paulo. Também participou de exposições coletivas de destaque, como ‘Do You See Me?’ (2023), em Los Angeles, e ‘Histórias Brasileiras’ (2022), no MASP, São Paulo. Suas obras integram coleções relevantes, como as do Museu de Arte do Rio (MAR) e do MASP.
Sobre a artista
Larissa de Souza (São Paulo, 1995) é artista autodidata. Em sua pintura, majoritariamente figurativa, concentra-se na imagem da mulher afro diaspórica – seu universo particular e coletivo –, navegando entre a memória, o corpo, o desejo e a ancestralidade. Souza retrata cenas afetivas que destacam a importância da experiência negra em seu testamento poético, questionando o silenciamento da população negra pelo pensamento colonial e escutando a ancestralidade inscrita no corpo. Sua pintura carrega a história das mulheres de sua linhagem e a força de muitas outras. Por meio de um universo cromático muito singular, marcado por texturas e também aplicações como bordados, ladrilhos e tecidos que integram sua composição, Larissa possui trabalhos nos acervos do Museu de Arte do Rio – MAR, no Rio de Janeiro, e Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand – MASP, em São Paulo.
A artista participa de duas mostras coletivas em São Paulo, que ficam em cartaz até fevereiro de 2025: ‘Outros Navios: Uma Coleção Afro-Atlântica’, Centro Cultural Fiesp, e ‘Artistas do vestir: uma costura dos afetos’, Instituto Itaú Cultural.
Link para vídeo sobre a prática da artista
Sobre Paula Nascimento
Paula Nascimento (Luanda, 1981) é arquiteta e curadora independente, baseada em Luanda. Seu trabalho envolve artes visuais e práticas culturais, com enfoque na intersecção entre artes visuais, urbanismo, geopolítica e educação artística. Um aspecto significativo da sua prática envolve metodologias interdisciplinares e um foco em leituras contemporâneas de temas históricos e debruça-se por discursos des/pós-coloniais no contexto do Sul Global. Atualmente, é presidente do comitê artístico da Nesr Art Foundation, curadora da Secção Africana da Arco Lisboa, e membro do Conselho curatorial do Hangar – Centro de Investigação Artística e integra o Comitê de aquisições do Centro de Arte Moderna (Fundação Calouste Gulbenkian). Foi premiada com o Leão de Ouro de melhor participação nacional na Bienal de Veneza em 2013 e recebeu diversas distinções.
Sobre a Simões de Assis
Desde a sua abertura, em 1984, a Simões de Assis dirige o seu olhar para a arte moderna e contemporânea, especialmente para a produção latino-americana. Ao longo de quatro décadas de trabalho, a galeria se especializou na preservação e na difusão do espólio de importantes artistas como Abraham Palatnik, Carmelo Arden Quin, Cícero Dias, Emanoel Araujo, Ione Saldanha e Miguel Bakun, contando com a parceria de famílias e fundações responsáveis.
A partir do contato estreito com pesquisadores e curadores, a Simões de Assis conseguiu a articulação necessária para difundir e representar seus artistas no Brasil e no exterior. Ampliando o alcance no mercado de arte do Brasil, atualmente, a galeria tem três espaços: em São Paulo (SP), Curitiba (PR) e Balneário Camboriú (SC), estimulando trocas e debates, além de fomentar o talento e a carreira de seus artistas.
Serviço:
Fé Feitiço, exposição individual de Larissa de Souza
Preview para imprensa & convidados: 27 de janeiro, a partir das 19h
Período expositivo: de 28 de janeiro a 1° de março de 2025
Local: Simões de Assis | Alameda Lorena, 2050 – térreo – Jardins – São Paulo/SP
Horário de visitação: segunda a sexta, das 10h às 19h | sábados, das 10h às 15h
Entrada gratuita
@simoesdeassis_ | simoesdeassis.com.
(Com Patricia Marrese/Marrese Assessoria)
Simulação completa da obra ‘Este capítulo não foi concluído’ (2024), de Rafael Pagatini, a ser instalada no mural externo do Memorial da Resistência de São Paulo. A obra faz parte da exposição ‘Uma Vertigem Visionária — Brasil Nunca Mais’.
São Paulo abriga o primeiro museu de história dedicado à memória política das resistências e da luta pela democracia no Brasil. Com entrada gratuita, o Memorial da Resistência tem como missão a valorização da cidadania, da pesquisa e da educação a partir de uma perspectiva plural e diversa sobre o passado, o presente e o futuro por meio de exposições, ações educativas, programação cultural e do seu amplo acervo de história oral.
O Memorial da Resistência de São Paulo é um museu da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Estado de São Paulo. Aberto em 24 de janeiro de 2009, ele fica exatamente no mesmo prédio onde operou entre 1940 e 1983 o Departamento Estadual de Ordem Política e Social (Deops/SP), uma das polícias políticas mais truculentas da história do país.
Sobre a instalação da obra Este capítulo não foi concluído (2024)
Parte da exposição temporária Uma Vertigem Visionária — Brasil: Nunca Mais, com curadoria de Diego Matos, a obra Este capítulo não foi concluído (2024), de Rafael Pagatini, será exibida no mural externo do Memorial da Resistência de São Paulo. A colagem de foto gigantismo, feita pelo artista Julio Dojcsar, será apresentada no dia 24 de janeiro de 2025, data em que o museu completa 16 anos da sua inauguração.
A obra é composta a partir de páginas do projeto Brasil: Nunca Mais, iniciativa empreendida pela sociedade civil ainda durante a ditadura civil-militar, responsável por sistematizar e produzir cópias de mais de 1 milhão de páginas contidas em 707 processos do Superior Tribunal Militar (STM), revelando a extensão da repressão política do Brasil no período.
O painel de 14,2m x 4,5m dispõe 72 páginas dos processos sobrepostas por itens relacionados ao corpo humano, como roupas, calçados, adereços e objetos pessoais, materializando a presença das pessoas impactadas pelo período de repressão.
A obra comissionada para a exposição estabelece uma ligação direta entre o projeto e o romance O Processo, de Franz Kafka. No final do capítulo oito, o autor acrescenta uma nota indicando que “este capítulo não está concluído”. Essa sensação de inacabamento permeia todo o livro que, por si só, é uma obra inacabada, refletindo o processo legal labiríntico e trágico que Kafka narra, em que a conclusão e a justiça permanecem inalcançáveis.
A escolha do título não apenas evoca a ideia de inacabamento presente na obra literária, mas também reflete às histórias das pessoas perseguidas durante o governo civil-militar brasileiro. Muitas dessas trajetórias nunca tiveram o reconhecimento ou a justiça que mereciam, permanecendo como capítulos inacabados na narrativa do país. Ao escolher esse título, Pagatini buscou ressaltar a continuidade dessas lutas e a importância de manter vivas as memórias, as quais ainda aguardam por justiça e resolução.
Sobre Rafael Pagatini | Nascido em Caxias do Sul, RS, em 1985, Pagatini é artista visual, pesquisador e professor do Departamento de Artes Visuais da Universidade Federal do Espírito Santo. Trabalha principalmente com procedimentos associados a gravura, fotografia e instalação. Sua produção recente se caracteriza pela crítica da sociedade contemporânea, através da investigação das relações entre arte, memória e política.
Sobre a exposição Uma Vertigem Visionária — Brasil: Nunca Mais
Em 400m², a mostra com curadoria do professor e pesquisador Diego Matos resgata a memória do projeto Brasil: Nunca Mais, empreendida entre 1979 e 1985. A iniciativa foi responsável por sistematizar e produzir cópias, clandestinamente, de mais de 1 milhão de páginas contidas em 707 processos do Superior Tribunal Militar (STM), revelando a extensão da repressão política do Brasil no período.
A exposição também lança luz sobre o tempo presente, oferecendo indícios da importância desse debate hoje na perpetuação das permanentes violências do Estado contra suas minorias e populações vulneráveis. A história do projeto e seus desdobramentos é apresentada junto a testemunhos de advogados, jornalistas e defensores de direitos humanos envolvidos no projeto, que, por anos, tiveram seus nomes mantidos no anonimato: Paulo Vannuchi, Anivaldo Padilha, Ricardo Kotscho, Frei Betto, Carlos Lichtsztejn, Leda Corazza, Petrônio Pereira de Souza e Luiz Eduardo Greenhalgh.
Além da obra de Rafael Pagatini e dos arquivos do projeto Brasil: Nunca Mais, a exposição apresenta obras feitas por ex-presos políticos durante a permanência em presídios de São Paulo na Ditadura, parte da Coleção Alípio Freire, sob salvaguarda do Memorial da Resistência, e de outros artistas relacionadas à repressão e à resistência durante o período. A exposição fica em cartaz até 27 de julho de 2025. Aberto todos os dias (exceto terça), das 10h às 18h. Entrada gratuita.
Sobre o Memorial da Resistência
O Memorial da Resistência de São Paulo é o primeiro museu de história dedicado à memória política das resistências e da luta pela democracia no Brasil e tem como missão a valorização da cidadania, da pesquisa e da educação a partir de uma perspectiva plural e diversa sobre o passado, o presente e o futuro. Aberto ao público em 2009, o museu é um lugar de memória dedicado a preservar a história do prédio, onde operou entre 1940 e 1983 o Departamento Estadual de Ordem Política e Social (Deops/SP), uma das polícias políticas mais truculentas da história do país.
Por meio de exposições temáticas de grande impacto social, ações educativas, atividades para pessoas com deficiência e programações culturais gratuitas, o museu se consolidou como referência em Educação em Direitos Humanos, promovendo o pensamento crítico e desenvolvendo atividades sobre Direitos Humanos, Repressão, Resistência e Patrimônio.
Serviço:
Largo General Osório, 66 – Santa Ifigênia, São Paulo, SP
Telefone: 55 11 3335-5910
Aberto de quarta a segunda (fechado às terças), das 10h às 18h
Estacionamento no local: pago – Aberto e Coberto
Entrada gratuita
Acesso Seguro: Há uma conexão direta e segura da Estação da Luz através da saída Sala São Paulo. O Boulevard João Carlos Martins é uma passagem coberta que conecta a estação da Luz aos prédios do Memorial da Resistência, Estação Pinacoteca e Sala São Paulo.
(Com Juliana Victorino/Agência Jacarandá)