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Peça infantil “Viva a Natureza” será apresentada em Indaiatuba com entrada gratuita

Indaiatuba, por Kleber Patricio

Foto: Viviam Gradela.

O Governo do Estado de São Paulo apresenta, por meio da Secretaria de Cultura e Economia Criativa, o espetáculo de artes cênicas “Viva a Natureza” com patrocínio do Grupo Sada e produção da Sancell. A peça retrata o universo de duas crianças que, ao brincar no sítio do avô, descobrem que há algo de errado nos arredores da propriedade.

Ao se depararem com uma imensidão de lixo, as crianças resolvem iniciar a limpeza e despoluição deste pedaço de natureza. Mas para que isso seja feito, terão que lidar com um grande vilão chamado Desperdício, que irá dificultar de todas as maneiras essa empreitada.

Nesta aventura eletrizante, as crianças precisarão unir forças com todas as criaturas pequeninas que vivem no sítio: Dona Borboleta, Sra. Abelhinha, Dr. Vagalume e até as crianças da plateia, que serão convidadas a participarem deste combate à poluição.

Nesta cidade, o projeto é patrocinado pelo Grupo Sada, empresa que tem em seu DNA a busca pela transformação da sociedade para melhor.

O espetáculo de teatro infantil “Viva a Natureza” será apresentado no dia 9 de maio de 2022 (segunda-feira), com entrada gratuita em Indaiatuba.  As apresentações serão realizadas às 10h15 e 14h, no Centro Cultural Hermenegildo Pinto – “Piano”, que fica na Av. Eng. Fábio Roberto Barnabé, 5924, Jardim Morada do Sol.

Serviço:

Espetáculo “Viva a Natureza”

Classificação Livre

Grátis

Sinopse: Duas crianças descobrem que o sítio do avô onde brincam está rodeado por lixo. Determinadas, elas resolvem salvar a natureza, mas se deparam com um grande vilão, chamado Desperdício, que irá utilizar seus poderes do mal para enfeitiçar e encolher as crianças. Nesta aventura eletrizante, as crianças precisarão unir forças com todas as criaturas pequeninas que vivem no sítio: Dona Borboleta, Sra. Abelhinha, Dr. Vagalume, incluindo as crianças da plateia. Será que vencerão?

Duração: 45 minutos

Quando: 9 de maio de 2022 (segundas-feiras) – Horário: 10h15 e 14h

Onde: Centro Cultural Hermenegildo Pinto – “Piano”

Endereço: Av. Eng. Fábio Roberto Barnabé, n° 5924 Jardim Morada do Sol – Indaiatuba – SP.

(Fonte: Assessoria de imprensa Luciana Gandelini)

Baixista Fernando Rosa se apresenta dia 5 de maio no Blue Note SP

São Paulo, por Kleber Patricio

Crédito da foto: Marcos Hermes.

Durante a pandemia, um músico virtuoso e inquieto encontrou no Instagram a válvula de escape para levar sua arte ao mundo. Mas, ao contrário do formato das lives, explorado por muitos artistas, a cena musical via algo totalmente novo: um exímio baixista improvisando em cima de bases e criando releituras ainda mais dançantes de clássicos do funk, disco e soul music. Foi assim que o contrabaixista Fernando Rosa, que desde os 8 anos se dedica ao instrumento e já tinha sólida carreira acompanhando grandes nomes da MPB, viralizou internacionalmente e passou a receber elogios e mensagens de estrelas como Lenny Kravitz, Spike Lee, Slash (Guns N’ Roses), Adam Levine (Maroon 5), Stefan Lessard (Dave Mathews Band) e DJ Lord (Public Enemy).

Após conquistar mais de 440 mil seguidores na plataforma com seus vídeos, alguns deles ultrapassando 3 milhões de views, Fernando transformou o formato que criou nas redes no show “Alive”, uma verdadeira jornada visual e sonora, realizando duetos virtuais com grandes estrelas da música internacional através de décadas de trilhas dançantes. O sucesso foi tamanho, ao ponto de Fernando Rosa ser o primeiro baixista brasileiro a ter um instrumento criado pela marca Fender e produzido especialmente para ele.

O espetáculo, que esgotou três noites de shows em Londres (The Jazz Cafe) e duas em Paris (New Morning), recebendo mais de 500 pessoas por sessão, será apresentado dia 5 de maio no Blue Note de São Paulo.

Fernando Rosa e Derrick McKenzie lotam o The Jazz Cafe, em Londres. Foto: divulgação.

O show reproduz o conceito das lives – não é DJ, não é cover. O cenário de LED faz a conexão entre o que se está cantando com o que está acontecendo no palco, com figurinos surpreendentes, que transformam suas apresentações originais e únicas em um roteiro que une tecnologia, audiovisual, hits da soul music, funk e disco, um baixo potente no comando do palco e a garantia de muito agito na pista, ao som de versões inéditas de clássicos como “Don’t Stop Till You Get Enough” (Michael Jackson), “I Wish” (Stevie Wonder) e “Let’s Groove” (Earth, Wind & Fire).

E o Blue Note São Paulo, referência internacional quando o assunto é música de qualidade, foi a primeira casa a apostar no sucesso do “Alive” em duas apresentações esgotadas, abre novamente seu palco para o show de Fernando Rosa. Confira no instagram:@fernandorosabass.

Serviço:

Data: 5/5/2022

Local: Blue Note SP

Endereço: Avenida Paulista 2073 – 2º Andar – Consolação – São Paulo/SP

Horário: 20h | Abertura da casa: 19h00

Classificação etária: 18 anos

Ingressos: R$90,00 (inteira)

Fernando Rosa – Ingressos – Eventim.

(Fonte: Lupa Comunicação)

Cia. Barca dos Corações Partidos apresenta “Auê” no Circo Crescer e Viver

Rio de Janeiro, por Kleber Patricio

Fotos: Daniel Barboza.

Após rodar diversas cidades brasileiras e receber 38 indicações e 18 troféus nas mais importantes premiações do gênero, o musical “Auê”, da Cia. Barca dos Corações Partidos, volta à cena cultural carioca e se apresenta no picadeiro do Circo Crescer e Viver. As sessões acontecem nos dias 6, 7 e 8 de maio e os ingressos estão à venda no site da Sympla.

No dicionário, “auê” significa farra, tumulto, confusão ou barulho causado por uma algazarra. No palco, “Auê” marcou a história da companhia Barca dos Corações Partidos. O espetáculo estreou em 2016 e se tornou um sucesso instantâneo que nunca mais saiu de cartaz.

Criada em processo coletivo com a diretora Duda Maia, a encenação utiliza as letras como dramaturgia e os oito atores/cantores ainda são responsáveis por tocar todos os instrumentos ao vivo nesta verdadeira farra teatral. A idealização do projeto é fruto da parceria do grupo com a Sarau Agência, da produtora Andréa Alves, também responsável pelas outras montagens da companhia, como “Gonzagão – A Lenda”, “Ópera do Malandro”, “Suassuna – O Auto do Reino do Sol”, “Macunaíma” e “Jacksons do Pandeiro”.

Todas as músicas de “Auê” foram compostas pelos atores da Barca (Adrén Alves, Alfredo Del Penho, Beto Lemos, Eduardo Rios, Fábio Enriquez, Renato Luciano, Ricca Barros) e alguns colaboradores, como o cantor e compositor Moyseis Marques, que protagonizou a “Ópera do Malandro” com eles, e Laila Garin, que esteve em “Gonzagão”.

Tudo foi criado nas muitas excursões da trupe e apresentado em ônibus, vans e camarins Brasil afora. Em um processo que durou cerca de seis meses, o grupo selecionou algumas músicas, compôs outras e contou com o retorno de Duda Maia, diretora de movimento de “Gonzagão”, que assumiu a direção geral. “As canções são altamente teatrais e a companhia já tem uma ligação muito forte, uma identidade. O desafio foi potencializar este encontro e integrar os instrumentos ao que acontece em cena. Brincamos ao falar que eles ‘vestem’ os instrumentos. Não é simplesmente pegar o instrumento e tocar, não é um show. A ideia é que tudo aconteça de forma natural, integrada à cena”, explica Duda, que ressalta o intenso trabalho corporal (“não se deve confundir com força ou vigor”) do grupo.

Seguindo o conceito principal do trabalho, os atores promovem uma verdadeira celebração musical – ou um auê, como preferir – no palco. Ao longo dos números, a diversidade musical e rítmica das canções fica explícita nos arranjos assinados por Alfredo Del-Penho e Beto Lemos, que passam por samba de roda, baião, rock, valsa, ijexá, maracatu e coco. “A musicalidade da peça é uma grande homenagem à cultura musical brasileira, os ritmos dialogam com dança e teatro o tempo todo”, resume a diretora.

Auê recebeu 38 indicações e venceu 18 dos principais prêmios da categoria:

Vencedor do Prêmio Shell: Melhor Direção – Duda Maia

Vencedor do Prêmio Cesgranrio: Melhor Direção – Duda Maia, Melhor Direção Musical – Alfredo Del-Penho e Beto Lemos e Melhor Espetáculo

Vencedor do Prêmio APTR: Melhor música, Melhor espetáculo , Melhor Produção – Sarau Agência de Cultura Brasileira

Vencedor do Prêmio Bibi Ferreira: Melhor arranjo original, Melhor letra e música original, Melhor Musical Brasileiro

Vencedor do Prêmio Botequim Cultural: Melhor espetáculo de Teatro Musical, Melhor Direção: Duda Maia, Melhor Autor: Duda Maia e Barca dos Corações Partidos, Melhor Ator: coletivo de atores, Melhor Direção Musical: Alfredo Del-Penho e Beto Lemos, Melhor Iluminação: Renato Machado

Vencedor do Prêmio Reverência: Melhor Direção Musical, Categoria especial – Elenco Cia. Barca dos Corações Partidos.

Ficha técnica – “AUÊ”

Um espetáculo da Barca dos Corações Partidos

Direção: Duda Maia

Direção musical e arranjos: Alfredo Del-Penho e Beto Lemos

Com: Ádren Alves (Percussão, sax soprano e vocais), Alfredo Del-Penho (Violão, guitarra, baixo, cavaquinho, flauta, percussão e vocais), Beto Lemos (Guitarra, violão, rabeca, sanfona e percussão), Eduardo Rios (Sanfona, sax tenor e vocais), Lucas dos Prazeres (Percussões e vocais), Renato Luciano (Violão, trombone e vocais), Ricca Barros (Baixo, sax alto e vocais)

Artista convidado: Rick de La Torre

Iluminação: Renato Machado

Design de Som: Gabriel D’Angelo

Direção de Arte: Kika Lopes

Direção de produção: Andréa Alves

Diretor assistente: Eduardo Rios e Luiza Loroza.

Sobre a companhia

A Barca dos Corações Partidos – Cia Brasileira de Movimento e Som nasceu depois da montagem do musical “Gonzagão – A Lenda”, no ano de 2012. No musical havia uma trupe de mesmo nome e o encontro desses artistas deu tão certo com o sucesso do musical, que no ano de 2014 foi realizada a “Ópera do Malandro”, de Chico Buarque, também idealizado pela produtora Andréa Alves e dirigido por João Falcão, mas dessa vez já assumindo a existência da Cia e sua parceria com a produtora Sarau Agência de Cultura Brasileira.

Ao longo dos anos, a Barca navegou por muitos mares e, de forma autônoma, a Barca assume sua condição de Cia, utilizando o espaço da produtora Sarau, sua parceira, para o desenvolvimento de um trabalho de pesquisa continuada no ramo de musicais. A cia pretende ocupar espaços para desenvolver núcleos, intercambiar métodos de trabalhos com artistas renomados e sedimentar a formação de novos artistas, de maneira semelhante aos grandes grupos de pesquisa teatral, tendo por sua vez um enfoque específico: investigar a linguagem do musical dramático e produzir espetáculos brasileiros originais.

Serviço:

“Auê” no Circo Crescer e Viver

Datas: 6, 7 e 8 de maio

Local: Circo Crescer e Viver (Rua Carmo Neto, 143 – Cidade Nova – Rio de Janeiro – RJ)

Horário de abertura dos portões: 19h

Classificação: 12 anos

Valores: R$30 (inteira)/R$15 (meia-entrada)

Ingressos: Sympla

Duração: 90 minutos.

(Fonte: Lupa Comunicação)

Nascente Azul: como curtir a baixa temporada em Bonito

Bonito, por Kleber Patricio

Fotos: divulgação.

Quando o assunto é ecoturismo, Bonito é o destino de destaque no Brasil. Além de uma profusão de atrativos naturais, entre nascentes, grutas, rios e cachoeiras, a cidade aposta em sustentabilidade e preservação do meio ambiente. Com passeios perfeitos para fazer em família, como o Museu Subaquático e a flutuação da Nascente Azul, Bonito é um lugar que pode ser visitado em qualquer época do ano – e cada temporada tem suas vantagens.

Como regra geral, os meses de outono e de inverno, com exceção das férias escolares em julho e dos feriados, são considerados a baixa temporada em Bonito. Nessa época, os passeios ficam menos concorridos e, portanto, os preços são mais baixos, assim como os valores das diárias em hotéis e pousadas.

Outra grande mudança na baixa temporada é referente ao clima. O verão é o período de chuvas em Bonito, enquanto que os meses mais frios correspondem à época da seca. Assim, entre o outono e o inverno, os dias se mantêm ensolarados, com uma temperatura média de 25ºC. O frio costuma vir só à noite, portanto, leve um casaco na mala. Já que o céu fica quase sem nuvens, as noites são ainda mais estreladas.

Com menos chuvas, os rios, os lagos e as piscinas naturais de Bonito atingem o grau máximo de limpidez. É justamente durante a baixa temporada que as águas estão muito mais cristalinas. Nesse período, fica ainda mais especial fazer o mergulho no Museu Subaquático de Bonito, que fica dentro do complexo da Nascente Azul, já que a visibilidade em todo o lago onde acontece o passeio fica ainda melhor.

Mesmo no inverno, não é preciso se preocupar com a temperatura da água. Tanto para o mergulho quanto para a flutuação na Nascente Azul, os visitantes recebem roupas de neoprene que ajudam a manter o corpo aquecido. Além disso, a temperatura da água na nascente, onde a flutuação começa, permanece a 23ºC o ano inteiro. Nos dias mais frios, que mesmo no inverno são raros, isso leva a uma cena interessante na Nascente Azul: é possível ver o vapor saindo do rio e até da cachoeira, porque suas águas ficam mais quentes do que o ambiente externo.

Outra vantagem da baixa temporada é que os ecossistemas subaquáticos de Bonito ficam com ainda mais peixes, que aparecem em uma variedade impressionante. Isso porque no verão ocorre a piracema e os peixes migram rio acima. É possível conferir toda essa biodiversidade de perto em vários passeios da Nascente Azul, como a flutuação, o mergulho no Museu Subaquático e o balneário.

Para quem quer se manter seco, Bonito também tem uma série de passeios fora da água. Na Nascente Azul, por exemplo, é possível curtir a tirolesa, que tem 450 metros de extensão e oferece uma vista deslumbrante para a Serra da Bodoquena, e o pêndulo humano, que desafia os limites da gravidade em um emocionante balanço nas alturas.

Há ainda trilhas ecológicas e contemplativas na Nascente Azul, para admirar a diversidade da flora e da fauna locais em cenários perfeitos para fotos. A Trilha do Mirante da Luneta dá acesso a uma vista incrível para a Serra da Bodoquena e para todo o panorama do parque da Nascente Azul. No final do trajeto, há uma luneta para conferir cada detalhe da paisagem. Outra opção é a Trilha do Pantanal, que retrata esse bioma típico do Centro-Oeste e foi desenvolvida em uma área de vegetação parcialmente inundada em torno de um lago, que abriga uma grande variedade de pássaros e outros animais. Inaugurada em 2021, tem acessibilidade e placas informativas.

Fora do complexo da Nascente Azul, é possível conhecer também as famosas grutas de Bonito, como a do Lago Azul e a de São Miguel.

Nascente Azul

Rodovia Bonito Bodoquena, km 22 – Bonito/MS

Para aquisição do passeio, entre em contato com as agências locais

Mais informações em nascenteazul.com.br.

(Fonte: Assimptur)

Dezenas de milhões de anos de história: dos dinossauros à maior biodiversidade do Planeta

Bacia Amazônica, por Kleber Patricio

Foto: Fernanda P. Paim/UCLA.

A Bacia Amazônia é um lugar extraordinário. Mesmo com uma biodiversidade ainda muito pouco conhecida, este bioma inclui cerca de 10% de todas as espécies de plantas vasculares e animais vertebrados do Planeta. Em 1 hectare de floresta Amazônica há mais espécies de plantas com flores do que em toda a Europa.

Uma das primeiras explicações propostas para a alta riqueza de espécies encontrada na Amazônia se baseava no seu longo tempo de existência sem sofrer perturbações extremas, ao contrário das glaciações que cobriram o hemisfério norte com neve e gelo durante os máximos glaciais. Entretanto, a diversidade Amazônica se sobressai mesmo quando comparada a outras regiões tropicais do globo, como a África tropical e região indo-malaia, as quais são igualmente antigas e também foram poupadas de glaciações severas.

O que há de especial sobre a biodiversidade da Amazônia?

A resposta para esta pergunta requer a compreensão da atual organização espacial da enorme biodiversidade encontrada no bioma, além de um bom entendimento de como esta diversidade evoluiu e se modificou ao longo de milhões de anos.

O bioma Amazônico como conhecemos hoje tem uma origem muito antiga, relacionada à história da Terra. O mesmo evento catastrófico que levou à extinção dos dinossauros há cerca de 66 milhões de anos também alterou a composição de espécies de plantas na região Amazônica. Este evento contribuiu para um aumento considerável na biodiversidade da região e deu origem à flora Amazônica atual. Ao longo dos últimos 20 milhões de anos, a aceleração na elevação dos Andes mudou a conformação dos rios que escoam as águas da vasta região continental Amazônica, formando extensos ambientes lacustres que se transformaram na maior drenagem fluvial do mundo.

Além das profundas mudanças na paisagem associadas à elevação dos Andes, a Amazônia também foi afetada pelos ciclos glaciais nos últimos 2,6 milhões de anos, a chamada Era do Gelo. Apesar da região não ter ficado coberta por gelo como a Europa e a América do Norte, dados climáticos de eras passadas mostram que os padrões de temperatura, precipitação e sazonalidade na Amazônia também foram afetados pelos ciclos glaciais. Todas essas mudanças alteraram a distribuição dos diversos ambientes Amazônicos (p.ex., várzeas, igapós, florestas de terra firme e formações abertas) e até mesmo a posição dos enormes rios Amazônicos, levando ao isolamento de populações de animais e plantas em diferentes localidades, contribuindo para a alta diversidade de espécies.

Em resumo, os padrões de organização da diversidade atual apontam para processos de diversificação mais complexos do que um simples acúmulo de espécies ao longo do tempo. A alta diversidade Amazônica aparenta ter resultado de uma combinação entre a dinâmica história geológica e climatológica da região e a resiliência do bioma ao longo de milhões de anos.

O dinamismo histórico permitiu uma adaptação gradual dos seres vivos e levou ao acúmulo de diversidade. O que vemos hoje, por outro lado, são grandes impactos antrópicos combinados, capazes de alterar as paisagens em poucas décadas e causar mudanças em velocidades até mil vezes maiores do que as naturais. O rápido desmatamento e o barramento dos rios não permitem que espécies se adaptem às mudanças ou se desloquem para ambientes propícios para sua sobrevivência, resultando em extinções em larga escala. O aquecimento global, localmente agravado pelo desmatamento, deixa os ecossistemas Amazônicos mais inflamáveis e afeta a composição de espécies mesmo em áreas de floresta preservada. Essa combinação de impactos em alta velocidade nunca foi vista na história da Amazônia, comprometendo seu futuro de forma drástica.

A Amazônia não pode ser tratada de uma maneira simplista. Qualquer estimativa de impacto precisa considerar os processos históricos responsáveis pela geração e manutenção do sistema ecológico atual e dos sistemas sociais que dependem dos sistemas ecológicos. Uma melhor compreensão dos processos históricos e atuais que sustentam a alta biodiversidade da Amazônia é crítica para que possamos não somente respeitar sua complexidade e admirar sua grandeza, mas também conservar os processos que geram e mantêm a diversidade única encontrada nesta região.

Sobre os autores

Camila Ribas é bióloga, pesquisadora e curadora do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia, em Manaus. Investiga biogeografia e conservação da Amazônia, com foco nas aves e nas paisagens. Camila é autora do capítulo 2 do Relatório de Avaliação da Amazônia 2021, produzido pelo Painel Científico para a Amazônia.

Lúcia G. Lohmann é bióloga, professora do Departamento de Botânica do Instituto de Biociências da Universidade de São Paulo. Sua pesquisa busca entender a origem e evolução da biodiversidade na região Neotropical, especialmente na Amazônia. Lúcia é autora do capítulo 2 do Relatório de Avaliação da Amazônia 2021 produzido pelo Painel Científico para a Amazônia.

Pedro Val é geólogo, professor do Departamento de Geologia da Escola de Minas da Universidade Federal de Ouro Preto. Investiga evolução de paisagens naturais e busca entender até que ponto as mudanças geológicas são responsáveis pela alta biodiversidade da Amazônia. Pedro é autor do capítulo 1 do Relatório de Avaliação da Amazônia 2021 produzido pelo Painel Científico para a Amazônia.

Sobre o Painel Científico para a Amazônia (PCA) | O Painel Científico para a Amazônia é uma iniciativa inédita convocada pela Rede de Soluções de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas (SDSN), lançada em 2019 e inspirada no Pacto Leticia pela Amazônia. O PCA é composto por mais de 200 cientistas e pesquisadores proeminentes dos oito países amazônicos e Guiana Francesa, além de parceiros globais que apresentaram em 2021 um relatório inédito com uma abordagem abrangente, objetiva, transparente, sistemática e rigorosa do estado dos diversos ecossistemas da Amazônia e papel crítico dos Povos Indígenas e Comunidades Locais (IPLCs), pressões atuais e suas implicações para o bem-estar das populações e conservação dos ecossistemas da região e de outras partes do mundo, bem como oportunidades e opções de políticas relevantes para a conservação e desenvolvimento sustentável.

(Fonte: Agência Bori)