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Estudo revela hábitos de formigas desconhecidos pela ciência e espécies em risco de extinção

Linhares, por Kleber Patricio

Foto: Instituto Nacional da Mata Atlântica (INMA)

A diversidade de formigas do Espírito Santo é pouco conhecida pela ciência e um olhar bem de perto nas coleções entomológicas pode trazer muitas revelações aos estudiosos. Essa é a conclusão de estudo de pesquisadores do Instituto Nacional da Mata Atlântica (INMA) e Universidade Estadual de Ohio, Estados Unidos, publicado na sexta (30) na revista “Sociobiology”.

Os pesquisadores Ricardo Vicente e Jorge Souza, do INMA, e a pesquisadora Lívia Prado, da Universidade Estadual de Ohio, analisaram a coleção de entomologia da Reserva Natural Vale em Linhares/ES e observaram que, entre os exemplares, havia espécies de insetos ainda não registradas para o Espírito Santo e, ainda, espécies ameaçadas. Ao todo, foram analisadas 143 formigas e identificadas 63 espécies. No material avaliado, foram encontradas espécies cuja organização em castas não era conhecida pelos pesquisadores, como a espécie de formiga Pheidole fimbriata. A organização em castas acontece com os chamados insetos sociais, que vivem em grupos com organização na divisão do trabalho, cooperação no período reprodutivo e participação coletiva nos cuidados com os ovos e os jovens, entre outras características.

“Em novembro de 2022, eu e Lívia ministramos um curso de coleções biológicas no INMA e, durante o curso, identificamos alguns exemplares de espécies em estado reprodutivo ainda não descritos. Concordamos na importância de divulgarmos os dados da coleção e discutimos, então, como iríamos estruturar o trabalho”, conta Vicente.

Os novos registros contribuem para o conhecimento da fauna capixaba e demonstram a importância das coleções biológicas institucionais. “No material analisado, há espécies ameaçadas pela mudança de paisagem da Mata Atlântica, como a espécie Dinoponera lucida, conhecida como formiga tocandira, e provavelmente suas formas aladas – como são chamados os insetos em fase reprodutiva, que ganham asas –, que ainda não foram descritas. Esses dados demonstram a importância da Reserva Natural Vale e o quanto a realização de estudos sistematizados nessa área pode contribuir para o conhecimento da biodiversidade capixaba”, destaca o pesquisador.

O pesquisador pretende seguir com os estudos a partir do material que integra a coleção da Reserva Natural Vale. Essas pesquisas fortalecem as coleções das instituições envolvidas, ampliam o entendimento de processos naturais na área de entomologia – especialidade da biologia que se dedica ao estudo de insetos – e oferecem subsídios para a implementação de políticas de conservação, além de promover a divulgação do conhecimento científico.

(Fonte: Agência Bori)

Lixo digital representa 52% dos dados armazenados no mundo

São Paulo, por Kleber Patricio

Movimento Circular aponta que a higiene digital e o uso inteligente de informações digitalizadas são fundamentais para corporações e usuários de internet. Foto: divulgação.

Guardar e-mails e outros dados digitais sem necessidade pode ser prejudicial ao meio ambiente. O lixo digital responde por 52% das informações armazenadas em todo o mundo, segundo a Veritas Technologies. A empresa estima que 6,4 milhões de toneladas de dióxido de carbono (CO2) foram lançadas na atmosfera em 2020 com o armazenamento de lixo digital, informações esquecidas e desconhecidas até mesmo pelos responsáveis por gerenciá-las. Se não houver mudança de hábitos, conforme a Veritas, a quantidade de dados armazenados no mundo vai aumentar mais de quatro vezes, de 33 Zettabytes (ZB) em 2018 para 175 ZB em 2025.

“Maus hábitos digitais, como guardar e-mails antigos, conversas de bate-papo e arquivos repetidos na nuvem, precisam ser repensados”, afirma o coordenador pedagógico do Movimento Circular, Edson Grandisoli. Segundo ele, a mudança de hábitos é fundamental para reduzir o lixo digital e o consumo de energia necessária para manter esses dados sem utilidade disponíveis. Ao mesmo tempo em que a digitalização é consequência do desenvolvimento empresarial e tecnológico, seu gerenciamento racional também é parte da solução para a mudança climática, conforme Grandisoli.

De acordo com o Instituto McKinsey, os usuários comuns são os que mais contribuem com a emissão de gases do efeito estufa na atmosfera, com seus notebooks, tablets, smartphones e impressoras, e geram até duas vezes mais carbono globalmente do que os data centers específicos de empresas.

A pesquisa State of Dark Data, feita com líderes empresariais, mostra que a digitalização é fundamental para as organizações, que continuarão investindo em tecnologias da informação. Segundo o levantamento, 71% dos entrevistados acreditam que os dados vão se tornar mais valiosos nos próximos 10 anos e 88% dizem que o mundo está migrando da era do Big Data para a era dos resultados baseados em dados. No entanto, para 85% deles, o uso adequado da Inteligência Artificial requer um gerenciamento de dados bem sucedido para evitar o lixo digital.

Grandisoli afirma que a higiene digital e o uso inteligente de dados digitalizados atendem às grandes corporações e também aos usuários de internet. “Deve ser prioridade para todos. Não faz sentido manter armazenadas informações obsoletas, que não são utilizadas e que as pessoas sequer se lembram de tê-las armazenadas. A economia circular passa também pelo descarte correto do lixo digital, para que possamos reduzir os impactos da mudança climática nesse importante setor econômico, o da tecnologia”, afirma.

O coordenador pedagógico do Movimento Circular dá algumas dicas para manter a vida digital em ordem, como cancelar a assinatura de todos os e-mails que não são lidos; enviar arquivos por links que expiram, no lugar de anexos; verificar periodicamente e-mails e outras informações que podem se descartadas e usar aplicativos para liberar espaço no celular e na nuvem. “Há muitos aplicativos que descobrem memes, arquivos repetidos e outras informações inúteis que não precisam ser guardadas. Para quem consegue, a dica de ouro é valorizar o diálogo presencial em vez de mandar mensagem”, diz Grandisoli.

Sobre o Movimento Circular

Criado em 2020, o Movimento Circular é um ecossistema colaborativo que se empenha em incentivar a transição da economia linear para a circular. A ideia de que todo recurso pode ser reaproveitado e transformado é o mote da Economia Circular, conceito-base do movimento. O Movimento Circular é uma iniciativa aberta que promove espaços colaborativos com o objetivo de informar as pessoas e instituições de que um futuro sem lixo é possível a partir da educação e cultura, da adoção de novos comportamentos, da inclusão e do desenvolvimento de novos processos, produtos e atitudes.

Site: https://movimentocircular.io/ | Instagram: @_movimentocircular.

(Fonte: Betini Comunicação)

Grupo Garagem 21 estreia versão feminista de “Dias Felizes”, de Samuel Beckett

São Paulo, por Kleber Patricio

Fotos: Bob Sousa.

Inspirado no teatro de Tadeusz Kantor e na linguagem de HQs e desenhos animados, o grupo Garagem 21 estreia “Dias Felizes”, de Samuel Beckett, no Teatro Cacilda Becker (Rua Tito, 295, Lapa, São Paulo, SP), no dia 6 de julho, quinta-feira, 21h. A direção é de Cesar Ribeiro, com atuação de Lavínia Pannunzio e Helio Cicero, respectivamente, vencedores dos prêmios Shell e APCA e Mambembe e Apetesp.

Uma das obras-primas do escritor irlandês ganhador do Prêmio Nobel de Literatura de 1969, o texto traz a história de Winnie, uma mulher de 50 anos que dialoga de modo otimista sobre um passado glorioso e a esperança de dias melhores. Nessa condição precária, em um cenário desértico, ela se agarra às palavras e a seus últimos pertences para enfrentar a passagem do tempo e comandar seu universo de esperanças contraditórias com a realidade em que está inserida: além da imobilidade ao estar enterrada, a memória é falha, o sol é constante e seu marido permanece indiferente, ao fundo da cena, absorto na leitura de manchetes de velhos jornais.

Por meio dessa narrativa, a montagem aborda a desumanização que condiciona grandes parcelas da população a uma cidadania de segunda classe: o isolamento, a escassez de recursos, a natureza hostil e a oposição entre os desejos de luta pela vida e desistência diante das adversidades configuram a obra como uma representação do abandono pelo Estado, pela coletividade e por qualquer suposta divindade organizadora. Mas como garantir a vida de milhões de pessoas vulneráveis socialmente sob uma realidade excludente?

“Estado e coletividade, duas forças que buscam agir de modo complementar para corrigir as distorções sociais, não são entidades apenas falhas em ‘Dias Felizes’, e sim ausentes: em um território devastado, em que o sol nunca se põe, nenhum ser humano é visto há tempos e apenas há vida nas formigas que atacam Winnie e na montanha que engole sua carne, resta a ela e seu marido, Willie, a companhia um do outro”, explica Cesar Ribeiro sobre a montagem.

Em cena, a relação entre os personagens também é de interdição e incompletude: mesmo em situação mais adversa do que seu companheiro, Winnie busca utilizar a linguagem como modo de enganar sua condição e seguir adiante. “Utilizando metateatro, é o estridente despertador que a acorda para o jogo cênico como se fosse o terceiro sinal antes de iniciar um espetáculo; já o sol é representado pelos refletores que iluminam a ação. E é nessa ação de ser vista e ouvida que compartilha a consciência de sua tragicomédia, buscando a palavra como modo de construção da única poesia possível, por conta dos impedimentos do corpo, e seu parceiro como um antagonista falho”, pontua o diretor.

A proposta de montagem segue a investigação dos sistemas de violência característica do grupo Garagem 21: se em “Esperando Godot” é investigada a violência estrutural e em “O Arquiteto e o Imperador da Assíria” o foco está na violência cultural, em “Dias Felizes”, o centro está nas imposições relacionadas à construção do feminino e na violência do patriarcado.

“A voz que se ouve na peça é de Winnie, que o tempo inteiro retorna à expectativa de felicidade enquanto narra possibilidades de afeto perdidas no passado e a aridez do estado presente. Ao mesmo tempo, como um quebra-cabeça, o texto vai remontando uma relação afetiva que começa com a ‘conquista’ seguida por imediato silêncio entre o casal, resultado de um marido presente fisicamente, mas sem nenhum grau de escuta e que apenas grunhe palavras incompreensíveis e, às vezes, algumas frases soltas ou pequenas respostas”, afirma Ribeiro.

Como base teórica, a montagem utiliza obras como “Eichmann em Jerusalém”, em que Hannah Arendt propõe que o mal, ao atingir grupos sociais, é político e ocorre onde encontra espaço institucional gerando a naturalização da violência como processo histórico e sociopolítico; e “Calibã e a Bruxa”, em que Silvia Federici investiga a opressão ao feminino a partir da chamada ‘caça às bruxas’ no período da transição para o capitalismo.

Esteticamente, a direção de arte busca a influência de princípios do cyberpunk e do steampunk, animações como “Persépolis” e “Ghost in the Shell”, visual da industrial dance e moda futurista para compor um território devastado, representado na cenografia de J. C. Serroni por um vulcão carbonizado, enquanto os figurinos de Telumi Hellen e o visagismo de Louise Helène apontam para o indivíduo-máquina característico de alguns animes, e a luz ostensiva de Domingos Quintiliano destaca o impiedoso sol do deserto em que estão os personagens. Já a trilha sonora é composta de alguns efeitos e rock clássico.

Sobre o grupo Garagem 21

O grupo Garagem 21 surgiu em 2009 na cidade de São Paulo. Desde o princípio, centra suas pesquisas na investigação da ideia de poder e suas extensões no corpo social. Do ponto de vista estético, procura um híbrido do teatro com outras linguagens, como quadrinhos, videogames, desenhos animados e dança contemporânea, em busca de uma forma de fazer teatro relacionada à transformação social propiciada pelas novas tecnologias e capaz de fomentar um público contemporâneo e alheio ao teatro, além da continuidade do público usual.

Neste período, encenou as seguintes peças: “O Arquiteto e o Imperador da Assíria” (2021), “Esperando Godot” (2016), ‘Cigarro Frio em Noites Mornas” (2012), “Fodorovska” (2010), “Somente os Uísques São Felizes” (2009) e “Sessenta Minutos para o Fim” (2009) – “O Arquiteto e o Imperador da Assíria” foi selecionado no Prêmio Zé Renato de Produção do segundo semestre de 2019, no Prêmio Zé Renato de Circulação do primeiro semestre de 2022 e no edital ProAC de Circulação do mesmo ano. “Esperando Godot” foi indicado ao Prêmio Shell de Figurino e selecionado no Edital ProAC de Circulação de 2017.

Apresentou-se também em diversos festivais como Festival Nacional de Teatro de Ribeirão Preto (SP), Festival de Teatro de Curitiba (PR), Funalfa – Festival Nacional de Teatro de Juiz de Fora (MG), Floripa Teatro (SC), Festival de Teatro de Lages (SC), Festival de Teatro de Campo Mourão (PR), Festival de Teatro de Catanduva (SP), FestCamp (Campo Grande/MS), Festival Nacional de Teatro Pontos de Cultura (Floriano/PI), Mostra Jacareiense de Artes Cênicas (Jacareí/SP), Festival de Teatro da Unicentro (Guarapuava/PR), Festivale – Festival Nacional de Teatro do Vale do Paraíba (São José dos Campos/SP) e Festival Nacional de Comédia (Alegre/ES). Apresentou-se ainda na primeira e na segunda edição da Festa do Teatro e na edição 2010 da Virada Cultural.

Sinopse | Com Lavínia Pannunzio e Helio Cicero, a peça, dirigida por Cesar Ribeiro, é influenciada pela linguagem de HQs e desenhos animados e mostra a história de Winnie, mulher enterrada em um vulcão até a cintura que dialoga de modo otimista sobre um passado glorioso e a esperança de dias melhores enquanto tem ao fundo seu marido absorto na leitura de velhos jornais.

FICHA TÉCNICA

Projeto contemplado no Prêmio Funarte de Estímulo ao Teatro 2022

Texto: Samuel Beckett

Direção e trilha sonora: Cesar Ribeiro

Atuação: Lavínia Pannunzio e Helio Cicero

Direção de produção: Edinho Rodrigues

Cenografia: J. C. Serroni

Desenho de luz: Domingos Quintiliano

Figurinos: Telumi Hellen

Visagismo: Louise Helène

Produção executiva: Vanessa Campanari

Fotos: Bob Sousa

Registro em vídeo: Nelson Kao

Assessoria de imprensa: Canal Aberto – Marcia Marques

Realização: Grupo Garagem 21, Mecenato Moderno Produção Cultural, Brancalyone Produções e Prêmio Funarte de Estímulo ao Teatro 2022.

Serviço:

De 6 a 30 de julho de 2023

Quintas a sábados às 21h e domingos às 19h

Local: Teatro Cacilda Becker (Rua Tito, 295, Lapa – São Paulo)

Ingressos: R$20 (inteira) e R$10 (meia)

Duração: 120 min. (incluindo um intervalo de 15 minutos)

Classificação: 12 anos | Gênero: Tragicomédia

Vendas: Sympla (https://www.sympla.com.br/produtor/diasfelizes) e bilheteria do teatro.

(Fonte: Assessoria de Imprensa Canal Aberto)

Concurso da TV Cultura que revelou grandes talentos da música clássica recebe inscrições

São Paulo, por Kleber Patricio

Foto: Nadja Kouchi.

O Prelúdio, concurso de música clássica da TV Cultura que nos últimos 18 anos lançou no mercado nomes como o pianista Cristian Budu, o violinista Guido Sant’Anna, o pianista Estefan Iatcekiw, o cantor Bruno Sá e o pianista Felipe Naim, que hoje ocupam lugares de destaque no cenário internacional, está com as inscrições abertas até dia 9 de julho. Podem participar do concurso, o único do estilo musical da TV brasileira, jovens instrumentistas com até 25 anos e cantores ou cantoras com até 28 anos. Os interessados devem se inscrever pelo site do programa.

Apresentado pelo maestro Julio Medaglia e por Roberta Martinelli, o Prelúdio será dividido em oito eliminatórias, duas semifinais e uma Grande Final na Sala São Paulo. A novidade deste ano é que a seleção dos 16 participantes será realizada presencialmente nos estúdios da TV Cultura. Quem se inscrever deve mandar vídeos mostrando seu talento e, depois, se apresentar frente a frente para uma banca examinadora.

Outra mudança é que cada candidato selecionado se apresenta duas vezes na fase eliminatória, em episódios diferentes, tocando músicas distintas. Quem atingir as maiores notas é classificado para as semifinais. A intenção é dar mais visibilidade aos participantes.

As eliminatórias e semifinais serão gravadas a partir de agosto no Teatro Franco Zampari. Os quatro semifinalistas vão para a Final na Sala São Paulo e disputam o grande prêmio – uma bolsa de estudos na Academia Franz Liszt, em Budapeste, oferecida pelo Consulado da Hungria. A Franz Liszt é reconhecida como uma das melhores escolas de música do mundo.

A edição de 2023 estreia em setembro na tela da TV Cultura e terá transmissão simultânea pela Rádio Cultura FM. A Grande Final acontece ao vivo no dia 25 de novembro.

Lei Nacional de Incentivo à Cultura – Realização – TV Cultura, Ministério da Cultura, Governo Federal.

(Fonte: TV Cultura)

Comida de conveniência: uso de apps faz brasileiros buscarem alimentos rápidos e práticos

Porto Alegre, por Kleber Patricio

Foto: FreePik.

Os brasileiros comem cada vez mais fora de casa ou por delivery e consomem mais alimentos ultraprocessados, congelados ou enlatados – as chamadas comidas de conveniência. Isso tem sido consequência do aumento da jornada de trabalho, inovações tecnológicas na produção e armazenamento de alimentos e redução do tempo para cozinhar. É o que aponta o pesquisador da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), em novo relatório lançado na quarta (21) pelo Grupo de Pesquisa em Sociologia das Práticas Alimentares (SOPAS).

No documento, Maycon Schubert discute a necessidade de pensar a alimentação como um processo que resulta de várias práticas que surgem em função das mudanças na rotina alimentar. A média de tempo dedicado para afazeres domésticos (incluindo cozinhar) de pessoas ocupadas no Brasil é em torno de 18,5 horas semanais para mulheres e 10,4 para homens, segundo dados do IBGE e pesquisas anteriores. Em 2001, esses números eram de 29 horas semanais para mulheres e 11 horas para homens. Ou seja, atualmente as mulheres têm 36,21% e os homens têm 5,5% menos tempo para os afazeres domésticos do que tinham há quase 20 anos atrás.

“A conveniencialização da alimentação é um conceito mais amplo que explica um processo social em curso, que é o do ganho de tempo e simplificação das dietas. Ele oferece uma análise mais integrada dos fenômenos sociais que têm modificado forte e rapidamente o sistema alimentar”, define Schubert.

A proposta do estudo é reconhecer que a alimentação se adaptou às novas necessidades e deixou de ser apenas um produto. “Uma análise como essa nos permite ir além da dicotomia de cozinhar do zero ou comprar a comida congelada e entender que a prática de cozinhar envolve diferentes graus de conveniência da comida. É possível comer bem e de forma rápida uma comida congelada, desde que seja nutricionalmente adequada e esteja disponível”, esclarece.

Além disso, o pesquisador também discute os efeitos das Dark Kitchens, modelo de negócio criado recentemente com a ampliação e facilidade no uso de smartphones. “A principal característica da Dark Kitchen é que o seu funcionamento, na maioria dos modelos de negócios, ocorre sem a presença física dos consumidores; ou seja, as vendas e negociações são feitas somente através das plataformas digitais ou, ainda, em parceria com restaurantes tradicionais que, praticamente, terceirizam a cozinha. Um caso emblemático é o restaurante IT Burger, na Cidade do México, criado em 2018, que ficou famoso sem que ninguém soubesse a sua localização”, relata o pesquisador.

(Fonte: Agência Bori)