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Casarão Pau Preto recebe cineasta Marcio Rebelo para bate-papo sobre o audiovisual na região

Indaiatuba, por Kleber Patricio

Marcio Rebello. Foto: divulgação.

Na próxima quarta-feira, dia 16 de agosto, acontecerá às 18h, na Tulha do Casarão pau Preto um bate-papo com o cineasta Marcio Rebelo coordenado pelo jornalista Marcos Kimura e o tema abordado será “Reflexões sobre o audiovisual na região”. A ação é realizada por meio Governo do Estado de São Paulo, Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas e ProAc (Programa de Ação Cultural do Estado de São Paulo) e conta com o apoio da Secretaria Municipal de Cultura.

Na ocasião, serão abordados os desafios para o desenvolvimento do audiovisual na região, aumento de demanda por conta do streaming, bem como os empecilhos, como a falta de especialização e atualização da mão de obra. Márcio Rebelo vai compartilhar sua experiência em produzir e dirigir um longa-metragem durante a pandemia e os perrengues da pós-produção que prosseguem até hoje. Além disso, contará sua experiência em comerciais e o abismo que separa o setor da produção de filmes para cinema e streaming.

Sobre Márcio Rebelo |  Márcio Rebelo foi presidente da Abrafoto (Associação Brasileira dos Fotógrafos de Publicidade) e membro da comissão de fotografia da Secretaria Estadual de Cultura de São Paulo. Ao longo de seus 40 anos de carreira, foi contemplado com diversos prêmios, dentre os quais, Gold Lion Film e Gold Lion Press, em Cannes, El Mejor de la Fotografia Latino-Americana (Asfoto), Medalha de Ouro no FIAP (Festival Ibero Americano de Publicidade), Grande Prêmio Out Door do Ano (Colunistas) e Prêmio Funarte de Fotografia Aplicada. Tem seus trabalhos em acervos de museus como o MoMa e Centre Georges Pompidou. Foi diretor de fotografia de mais de 100 filmes de publicidade.

Serviço:

Tema: Reflexões sobre o audiovisual na região

Bate-papo com o cineasta Marcio Rebelo (coordenado pelo jornalista Marcos Kimura)

Data: 16 de agosto (quarta-feira)

Horário: 18h

Local: Tulha do Casarão Pau Preto – R. Pedro Gonçalves, 477 – Centro.

(Fonte: Prefeitura de Indaiatuba)

Mostra coletiva “Chão Comum” celebra fortalecimento do cenário dos espaços culturais geridos por artistas

São Paulo, por Kleber Patricio

Obra de André Penteado. Fotos: divulgação.

A mostra coletiva “Chão Comum” abriu no dia 12 de agosto no Canteiro – Campo de Produção em Arte Contemporânea, na Vila Madalena, em São Paulo. Com curadoria de Ana Roman, a exposição reúne convidados que, ao longo deste ainda curto, mas produtivo período de existência, têm sido fundamentais em apoiar e colaborar com o Canteiro e o cenário de espaços culturais geridos por artistas, como Aline Setton, Ana Clara Muner, André Penteado, Brisa Noronha, Camila Bardehle, Carla Chaim, Carol Colichio, Celina Portella, Christian Bittencourt, Daniel Castilho, Davide Mari, Gustavo Aragoni, Guta Galli, Ivan Padovani, Leka Mendes, Mano Penalva, Marcelo Amorim, Marcelo Brasiliense, Mariana Ferrero, Mariana Guardani, Mariana Tassinari, Nino Cais, Roberta Cardoso, Saulo Szabó, Selva Carvalho, Thais Stoklos e Thiago Navas. Alguns deles passaram (tiveram ateliê ou expuseram) pelo espaço.

A mostra propõe uma reflexão sobre o conceito de “florestar” como ponto de partida. Florestar não é apenas plantar árvores: envolve um processo consciente de reconstrução e regeneração da floresta, responsável por criar ecossistemas resilientes ao tempo e às intempéries. Em “Chão Comum”, destacam-se algumas das redes de interação e colaboração entre artistas e espaços independentes que criam um ambiente prolífico e colaborativo de produção de arte contemporânea em São Paulo. O conceito de “chão comum” representa um espaço, partilhado por todos, onde artistas e espaços culturais se conectam fortalecendo a rede de interações na cena artística.

O evento também marca o lançamento do website do espaço (https://www.canteiro.art.br) e o REGA, Programa de Apoio ao Canteiro, composto pelo acervo de obras dos artistas do espaço e convidados. Todas as obras expostas estão à venda e parte da receita será revertida para os artistas e parte para a manutenção do espaço.

“Entendemos que uma iniciativa como esta se soma a uma série de outras que buscam articulações coletivas com o objetivo de promover modelos e ações autônomas de produção e circulação de arte contemporânea na cidade de São Paulo”, afirma o artista visual Ivan Padovani, gestor do espaço, que abriu em 2022. Ele também foi cofundador do VÃO – espaço independente de arte em Pinheiros do qual fez a gestão por três anos 2018–2021).

Sobre a curadora | Ana Roman vive e trabalha em São Paulo, SP. É mestre em Geografia pela FFLCH-USP. Foi curadora, curadora assistente e pesquisadora em diversas mostras realizadas em instituições culturais do país; entre elas, “Rever_augusto de campos” (2016), “Entre Construção e Apropriação: Antonio Dias, Geraldo de Barros e Rubens Gerchman nos anos 1960” (2018) e “Black Stream”, de Alice Shintani (2019), entre outros. Organizou as duas edições do curso “Exposições de arte: curadoria, mediação e produção” na Casa Plana, em 2017 e 2018. Foi curadora assistente da 34a Bienal de Arte de São Paulo (2021) e membro do Comitê de Indicação do Prêmio PIPA 2022. Atualmente é coordenadora de conteúdo do grupo de pesquisa Academia de Curadoria e contribui regularmente para a plataforma Piscina.

Sobre o Canteiro – Campo de Produção em Arte Contemporânea

Com o início das suas atividades em agosto de 2022, o Canteiro é um espaço cultural gerido pelo artista Ivan Padovani que tem sua atuação voltada para a ampliação de iniciativas autônomas de produção e circulação de arte contemporânea na cidade de São Paulo.

O Canteiro conta com seis ateliês, sala de exposições, residência artística e promove ações formativas em artes visuais. Também abriga um estúdio multimídia de 65 m² que sedia projetos de exibição de vídeo arte, instalações sonoras e performances.

Seu espaço expositivo guarda uma forte identidade arquitetônica, o que faz dele um contexto propício para criação de site specifics, promovendo projetos que fogem da passividade de um cubo branco.

Atualmente os artistas residentes são Ana Clara Muner, Christian Bittencourt, Davide Mari, Gustavo Aragoni, Guta Galli, Ivan Padovani, Mariana Guardani e Thiago Navas.

Serviço:

Mostra coletiva “Chão Comum”

Artistas convidados: Aline Setton, Ana Clara Muner, André Penteado, Brisa Noronha, Camila Bardehle, Carla Chaim, Carol Colichio, Celina Portella, Christian Bittencourt, Daniel Castilho, Davide Mari, Gustavo Aragoni, Guta Galli, Ivan Padovani, Leka Mendes, Mano Penalva, Marcelo Amorim, Marcelo Brasiliense, Mariana Ferrero, Mariana Guardani, Mariana Tassinari, Nino Cais, Roberta Cardoso, Saulo Szabó, Selva Carvalho, Thais Stoklos e Thiago Navas

Curadoria: Ana Roman

Visitação: até 2 de setembro de 2023

Venda de obras: (11) 98339-8332/canteiro.artecontemporanea@gmail.com

Local: Canteiro – Campo de Produção em Arte Contemporânea – Rua purpurina, 434 – Vila Madalena – São Paulo (SP)

Valor: gratuito

Faixa etária: livre

Site: https://www.canteiro.art.br

Redes sociais:

Ana Roman: @anac.roman

Canteiro: @canteiro__

Aline Setton: @alinesetton

Ana Clara Muner: @anaclaramuner

André Penteado: @andrepenteado

Brisa Noronha: @brisanoronha

Camila Bardehle: @camilabardehle

Carla Chaim: @carlachaim

Carol Colichio: @carolinacolichio

Celina Portella: @celinaportella

Christian Bittencourt: @christian.bittencourt

Daniel Castilho: @danctelo Davide

Mari: @ddddmp

Gustavo Aragoni: @gustavoaragoni

Guta Galli: @gutagalli

Ivan Padovani: @ivanpadovani

Leka Mendes: @lekamendes

Mano Penalva: @manopenalva

Marcelo Amorim: @marcelimamorim

Marcelo Brasiliense: @mbrasiliense

Mariana Ferrero: @marianaferrero.art

Mariana Guardani: @marianaguardani

Mariana Tassinari: @maritassi

Nino Cais: @ninocais

Roberta Cardoso: @robertacardoso

Saulo Szabó: @sauloszabo

Selva Carvalho: @selvacarvalho

Thais Stoklos: @thaisstokloskignel

Thiago Navas: @thiagonavas.

(Fonte: Marmiroli Comunicação)

Exposição “Arte dos Mestres” reúne 20 artistas da arte popular brasileira em São Paulo

São Paulo, por Kleber Patricio

Mehinaku – Alto Xingu.

Mais de 200 obras da arte popular brasileira – criadas por 20 mestres artesãos, grupos e famílias de vários estados brasileiros, como Alagoas, Ceará, Mato Grosso, Pernambuco e Pará – ocuparão o Espaço State, na Vila Leopoldina em São Paulo, a partir do dia 30 de agosto. Produzidas especialmente para a mostra inédita “Arte dos Mestres”, as peças estarão em exibição gratuita ao público, que também poderá conferir documentários exclusivos que contextualizam o aspecto social, cultural e criativo em torno desses artistas.

Iniciativa da Artesol, ONG dedicada à valorização do artesanato brasileiro, o projeto conta com o patrocínio do Instituto Cultural Vale e une forças com a SP-Arte Rotas Brasileiras para realizar a exposição até 3 de setembro. Mais do que destacar as criações, “Arte dos Mestres” busca fomentar a troca genuína de experiências entre os visitantes e os artistas.

Jason – Foto: Theo Grahl.

“Teremos a chance de fruir de uma arte afetiva, plural, pulsante e cheia de personalidade, por meio das formas, cores e temáticas de obras que reverenciam paisagens naturais, arquitetônicas e humanas do nosso país, com histórias contadas pelas mãos que repetem e reinventam técnicas e narrativas aprendidas com mães, avós e antepassados”, afirma Josiane Masson, diretora da Artesol e curadora da exposição ao lado de Marco Aurélio Pulchério. Segundo ele “o trabalho dessas pessoas mantém viva a tradição dos fazeres artesanais, perpetua e transmite saberes por meio de um ofício e promove a inclusão socioprodutiva, o empreendedorismo baseado no comércio justo, e, sobretudo, o protagonismo desses artistas, muitos dos quais vêm de comunidades quilombolas, indígenas e ribeirinhas”. O evento funcionará também como uma feira para a comercialização das obras, com os interessados comprando diretamente dos artistas.

Dividida em três ambientes, além dos documentários, a programação também contempla rodas de conversa abertas ao público, com participação dos artistas e mediação do antropólogo Ricardo Lima. No dia 3 de setembro haverá uma roda de conversa com especialistas da área – entre eles, a pesquisadora Adélia Borges e a diretora do Museu do Pontal, Ângela Mascelani. “Nossa missão é funcionar como um catalizador para toda a potência que os saberes e fazeres presente nessa produção autoral já possui, mas que no Brasil ainda não recebe toda a atenção devida. Essa exposição, que também funciona como uma feira, busca destacar os processos artesanais na feitura das obras e a valorização da nossa cultura popular transmitida através de gerações”, completa a presidente da Artesol Sônia Quintella.

Sobre os artistas:

Sil da Capela. Foto: Theo Grahl.

Sil da Capela (1979) | Uma das principais expoentes da arte figurativa em cerâmica do país, Maria Luciene da Silva Siqueira, mais conhecida como Sil da Capela, nasceu em Cajueiro, no estado de Alagoas, e trabalhou desde os oito anos de idade com o corte de cana-de-açúcar para engenhos da região e, por isso, não pode frequentar a escola. Mudou-se para a cidade de Capela e, em 2001, começou a frequentar a oficina do mestre ceramista João das Alagoas em um projeto profissionalizante para mães de crianças com deficiência. Hoje, seus trabalhos são exibidos em livros de arte e exposições nacionais e internacionais, representando e reinventando suas memórias de infância e o cotidiano de Capela: crianças brincando, mulheres rendando, rodas de violeiros e casais namorando, entre tantas outras cenas que acontecem à sombra de uma jaqueira, árvore que se tornou marca registrada do trabalho da artesã.

Rosalvo Santana (1964) | Rosalvo Maltez Santana trabalha e vive em Maragogipinho, distrito do município de Aratuípe (BA). Filho do oleiro Amiordes Santana, o Mestre Roxinho, é um dos poucos santeiros da região e se destaca por ter desenvolvido de forma autodidata suas técnicas de modelagem e de queima. Em seu trabalho, combina a suntuosidade do barroco e o exagero das formas do rococó para adornar os mantos e vestes com finíssimas dobras, redobras e pregueados. Participou de exposições como a IV Bienal do Recôncavo (1998) e do 13º Salão do Artesanato Raízes Brasileiras (2019), e foi vencedor do primeiro lugar no Concurso de Presépio (IPAC – 1998).

Jasson (1954) | Entalhador habilidoso, Jasson Gonçalves da Silva vive no povoado de Monte Santo, Belo Monte (AL), em cuja caatinga busca inspiração para produzir suas peças, arquitetadas sem nenhum esboço e criadas a partir de galhos e madeiras caídos. Observador atento, diz que a madeira é viva, ela mesma explica como quer se transformar. Ao contrário de vários artesãos, Jasson começou sua produção artística apenas aos 60 anos, estimulado pelos galeristas Maria Amélia Vieira e Dalton Costa a produzir esculturas em madeira.

Willi de Carvalho. Foto: Theo Grahl.

Mestre Cunha (1951) | José Francisco da Cunha nasceu em um engenho em Ipojuca, Pernambuco, e já na infância fazia seus próprios brinquedos utilizando miolo de bananeira e madeira. Utilizando madeira e outros materiais reaproveitados, ele cria esculturas que possuem características fantásticas, eróticas e bem-humoradas, misturando formas humanas, animais e de máquinas em obras batizadas com neologismos curiosos inventados por ele, como camelauro, teupai e parampalho.

João Borges (1970) | Nascido em Teresina (PI), João de Oliveira Borges Leal vive no município vizinho, Timon (MA), localizado na outra margem do rio Parnaíba, que faz a divisa entre os dois estados. Suas esculturas feitas em cerâmica retratam cenas cotidianas com impressionante realismo e não recebem pintura para, justamente, evidenciar a cor e a textura do barro. Retrata momentos efêmeros e singelos, tendo como principal inspiração cenas regionalistas.

Mestre Aberaldo (1960) | Aberaldo Sandes Costa Lima cresceu no povoado Ilha do Ferro, localizado às margens do rio São Francisco, em Alagoas, sendo considerado um dos precursores do entalhe na região, hoje vista como polo de arte popular. Em sua produção, iniciada em meados dos anos 1980, utiliza galhos e troncos caídos de umburana e mulungu para criar barquinhos e cabeças com corcundas inspiradas em Frei Damião, um frade italiano radicado no Brasil que fazia pregações pelo Nordeste. Essas esculturas são raras, pois encontrar os troncos adequados para produzi-las é questão de sorte.

Clelia Lemos. Foto: Theo Grahl.

Mestre Luiz Antônio (1935) | Único aprendiz ainda vivo de Mestre Vitalino, que o convidou a expor suas peças ao lado de sua banca na Feira de Caruaru, Luiz Antônio da Silva recebeu por voto popular o I Registro de Patrimônio Vivo do estado de Pernambuco, um importante reconhecimento pela relevância de seu legado artístico e cultural. Uma das principais características de seu trabalho é a representação de cenas e objetos relacionados à tecnologia e atividades profissionais, o que o levou a desenvolver uma técnica bastante sofisticada de modelagem e de queima para conseguir representar com detalhes os mecanismos das máquinas.

Mestre Cornélio (1956) | Aos 15 anos, o mestre artesão do Piauí foi convidado por um padre italiano para entalhar a imagem de Cristo para a capela do bairro, sob a orientação do artista Carlos B. A partir desse momento, passou a entalhar por encomenda e a expor suas peças em eventos e feiras. Atualmente trabalha em parceria com seu filho, Leonardo Leal de Abreu, que também é entalhador. Com o falecimento dos mestres, também entalhadores, Dezinho e Expedito, José Cornélio de Abreu é o mais antigo artesão vivo da tradição de santeiros do Piauí, considerado patrimônio imaterial do Estado pelo Iphan em seu Inventário Nacional de Referências Culturais.

Francisco Graciano (1965) | Filho de Manuel Graciano, reconhecido artista da arte figurativa do Cariri, Francisco Graciano é entalhador que já teve passagem pelo Centro de Cultura Popular Mestre Noza, Juazeiro do Norte (CE). Suas obras nascem da observação atenta e da riqueza do imaginário popular da região. Não faz esboços e não desenha na madeira antes de começar o trabalho. Em seu processo criativo, a peça não nasce pronta, ela se transforma ao longo de sua produção.

Família Candido. Foto: Theo Grahl.

Everaldo Ferreira (1987) | Nascido em Terra Nova, Pernambuco, José Everaldo Ferreira da Silva aprendeu a entalhar no Centro de Cultura Popular Mestre Noza, no Ceará, ainda criança, e hoje é um dos maiores escultores e referência na produção de imagens de Padre Cícero, grande símbolo da fé católica no Sertão Nordestino.

Din Alves (1985) | Aparecido Gonzaga Alves, mais conhecido como Din Alves, vem de uma reconhecida linhagem de artistas – seu avô Pedro Luiz Gonzaga era xilógrafo, assim como seu primo José Lourenço. Morava no bairro Boca das Cobras, considerado um celeiro de artesãos e começou a trabalhar com a madeira na adolescência como ajudante, lixando peças. Logo desenvolveu um estilo próprio para representar personagens da cultura popular: atarracados e gordinhos, atraem muitos admiradores e colecionadores. Entrou muito jovem para o Centro Cultural Mestre Noza, onde ficou por 18 anos e atuou em cargos de gestão, compartilhando seus conhecimentos com as novas gerações.

Tiago Amorim (1943) | Multiartista, Tiago Amorim trabalha com pintura em tela, gravura, entalhe em madeira, desenho e escreve poesias. Na cerâmica, técnica que o projetou no circuito da arte, suas obras têm como temática o corpo feminino e a natureza – peixes, aves, cavalos e cajus. Aprendeu a modelar a argila com grandes mestres do ofício de Caruaru e Tracunhaém e possui amplo conhecimento técnico sobre a cerâmica, argila, porcelanas, faianças (cerâmica branca ou marfim) e outros materiais. Suas peças se destacam pela elegância dos traços e pela sofisticação do acabamento esmaltado. Em seu processo criativo, Tiago propõe uma reinterpretação estética original das formas da cerâmica tradicional utilitária: uma jarra partida ao meio torna-se dois peixes e duas gotas unidas dão vida ao atobá.

Willi de Carvalho (1966) | Autodidata, o mineiro Welivander César de Carvalho é reconhecido como um dos maiores miniaturistas do Brasil, responsável por retratar cenas e personagens populares, como festejos, manifestações artísticas, personalidades da cultura brasileira e favelas, tudo em minuciosa e pequena escala. Especialmente para “Arte dos Mestres”, ele trará sua série “Pretas do Willie”, homenageando nomes como Carolina Maria de Jesus, Maria Elisa Alves dos Reis (primeira palhaça negra do Brasil), Chica da Silva e Elza Soares, entre outras personalidades negras brasileiras.

Marivaldo. Foto: Theo Grahl.

Clélia Lemos (1953) | A mineira Maria Clélia Lemos (1953) começou a trabalhar com costura com a mãe, fazendo sapatilhas de tecido para vender, mas logo passou a criar e estandartes há 20 anos. O primeiro foi criado para ocupar uma parede vazia em uma exposição de Willi Carvalho, seu companheiro na época. A obra foi muito elogiada e Clélia, que não se considerava artista, descobriu sua vocação. Sua produção apresenta o simbolismo religioso do catolicismo mineiro, permeado pela forte devoção e manifestações populares. Devido à riqueza das cores e texturas combinadas com harmonia e beleza, suas peças causam um grande impacto visual e têm chamado cada vez mais a atenção de colecionadores e galeristas Brasil afora.

Marivaldo Costa (1971) | Parte da terceira geração de uma família de ceramistas, Marivaldo Sena da Costa já dominava todas as etapas da produção da cerâmica aos 15 anos de idade e, por isso, foi considerado mestre ceramista muito jovem. Suas obras seguem o estilo Icoaraci ou Paracuri, que reinterpretam os grafismos das cerâmicas arqueológicas marajoaras encontradas na região do Pará. Nos anos 1990, começou a se dedicar de forma mais profunda ao estudo da cerâmica arqueológica, a partir da observação de fotografias e das peças de Mestre Raimundo Cardoso, pioneiro na produção de réplicas fiéis desses artefatos. Devido à sua maestria na técnica, em 2016 Marivaldo foi convidado a fazer parte do projeto Replicando o Passado, realizado pelo Museu Paraense Emílio Goeldi com o objetivo de replicar as peças mais representativas de seu acervo. Atualmente, junto a outros quatro ceramistas, Marivaldo Costa é uma das maiores referências na produção de réplicas de cerâmicas arqueológicas deixadas por diferentes povos que habitaram a Amazônia.

Família Cândido (Ceará) | A produção cerâmica da família cearense começa na década de 1960, quando Maria de Lurdes Cândido Monteiro decide modelar brinquedos de barro ao lado das filhas Maria Candido e Maria do Socorro. Anos depois, as três ficaram conhecidas como as “três Marias de Juazeiro”. Maria de Lurdes Cândido foi reconhecida como Mestra da Cultura pelo estado do Ceará em 2004. Faleceu em 2021, deixando seu conhecimento como um legado para a família. Atualmente, cinco filhos, uma nora e uma neta seguem na produção. Assinam as obras com as iniciais dos nomes, formando um código de identificação das artistas. Assim como outros artesãos e núcleos produtivos de Juazeiro do Norte, a família Cândido também integra o Centro Cultural Mestre Noza, onde expõe e comercializa suas peças. Seus temas são a manifestação figurativa em cerâmica mais expressiva da região, que possui forte tradição no entalhe em madeira.

Luiz Antonio. Foto: Theo Grahl.

Família Santos (Bahia) | A tradição figurativa da família baiana teve início na década de 1960, quando Armando Santos aprendeu a produzir pequenas figuras de presépio para vender à população local de Cachoeira (BA) e turistas. Repassou os conhecimentos para os irmãos Cecílio Santos e Cândido Santos Xavier, mais conhecido como Tamba, criador das imagens que consagraram o trabalho da família como expressões da arte afro-brasileira: o Exu sentado com uma boca enorme e vermelha, a Barca de Exus, o Falso padre e a Falsa freira. Atualmente, a nora de Armando, Aletícia Bertosa Ribeiro, e seu neto Florisvaldo Ribeiro dos Santos são os únicos artistas que continuam a tradição iniciada pelos irmãos. Apesar da exibição das obras da família durante a emblemática exposição Bahia no Ibirapuera (1959), sob a curadoria de Lina Bo Bardi, e de outras importantes exposições curadas por Emanuel Araújo nos anos 2000, a presença delas nessa mostra tem o objetivo de reativar seu legado e divulgá-lo para um público mais amplo, reiterando o prestígio e a relevância que devem ter enquanto obras de arte genuinamente brasileiras.

Família Antônio de Dedé (Alagoas) | Antônio Alves dos Santos (1953), conhecido como Mestre Antônio de Dedé, deixava as esculturas de madeira que criava cuidadosamente expostas em casa para serem vistas por clientes enquanto trabalhava na lavoura. Foi descoberto por uma galerista de arte popular, que divulgou seu trabalho e o estimulou a explorar ainda mais a sua criatividade. O mestre repassou seus conhecimentos para os noves filhos, que continuam o trabalho do pai e o transmitem para novas gerações, mantendo vivas suas principais características: a expressividade dramática dos personagens e a composição colunar, sem deixar de imprimir em cada nova criação sua própria individualidade artística. Alguns passaram a criar peças encaixáveis, que extrapolam a forma original. Já as filhas criam principalmente totens com entalhe econômico, mas graficamente ricos devido à pintura colorida e detalhada.

Família Teles (Minas Gerais) | Geraldo Teles de Oliveira (1913–1990), mais conhecido como GTO, foi um famoso escultor mineiro cujas obras de grandes dimensões, criadas com a ajuda do filho Mário Teles, foram apresentadas em exposições, museus e bienais nacionais e internacionais em diversas instituições renomadas. Alex Teles, filho de Mário, também seguiu os passos do avô e do pai e continua a entalhar na madeira imagens que contam histórias da mitologia e cultura popular brasileira e da relação artística existente entre GTO, Mário e Alex, que formam uma trindade artística.

Sil da Capela. Foto: divulgação.

Wauja (Parque Indígena do Xingu – Mato Grosso) | Também descritos como Waurá, os povos originários brasileiros falantes de uma língua Arawak, compartilham semelhanças culturais e linguísticas com os Mehinako e habitam a região do Alto Xingu. As peças dessa exposição foram produzidas por artistas da maior das seis aldeias que formam essa comunidade, a Piyulaga. Os Wauja são bastante conhecidos por sua produção cerâmica, pois são os únicos povos do Xingu a produzi-la. Sua estética é inconfundível e única no mundo. Atualmente atendem especialmente o mercado de lojas de arte e artesanato, mas também são procurados por outros povos do complexo xinguano, que trocam diferentes tipos de artefatos por panelas de diversos tamanhos. São, assim, os grandes fornecedores de artefatos cerâmicos para todo o Xingu.

Mehinaku (Parque Indígena do Xingu – Mato Grosso) | Os Mehinaku possuem uma população aproximada entre 300 e 400 indivíduos, divididos em cinco aldeias situadas nas margens dos rios Kurisevo e Kuluene, na região do Alto Xingu. São falantes de uma língua da família Arawak e guardam muitas semelhanças linguísticas e culturais com os Wauja. No campo das artes e da produção artesanal, os Mehinaku. Entre os destaques na produção artesanal desta população, estão as máscaras e canoas. Já as mulheres se dedicam a um sofisticado trançado em fibra de buriti e linha de algodão com belíssimos grafismos e desenhos. Com o trançado, confeccionam principalmente cestos e esteiras que ganham novos desenhos e formas para além do uso cotidiano, tornando-os objetos de desejo graças ao seu design original. As obras apresentadas nesta exposição foram confeccionadas por artistas da aldeia Kaupüna, criada em 2014.

Serviço:

Feira-Exposição Arte dos Mestres

Curadoria: Josiane Masson e Marco Aurélio Pulchério

Realização: Artesol | Patrocínio: Instituto Cultural Vale

Local: Espaço State – Avenida Manuel Bandeira, 360 – Vila Leopoldina, São Paulo/SP

Período: 30 de agosto a 3 de setembro de 2023

Horários: quarta-feira, das 12h às 19h; quinta a domingo, das 11h às 19h

Entrada gratuita. Mais informações em www.artesol.org.br.

Sobre a Artesol | A Artesol é uma organização sem fins lucrativos fundada pela antropóloga Ruth Cardoso em 1998 para atuar na valorização do artesanato brasileiro junto a grupos tradicionais em centenas de núcleos produtivos de todo o país. O foco dos projetos da instituição é apoiar a salvaguarda do artesanato de tradição cultural do país e gerar oportunidades de trabalho e renda para comunidades artesãs através do estímulo ao comércio justo como forma de criar um futuro mais próspero para os artesãos brasileiros. As iniciativas englobam atuação na área da qualificação profissional, pesquisa e produção de conhecimento sobre o setor, laboratório de inovação artesanal e mentorias em negócios, estimulando o empreendedorismo e a autonomia na comercialização com o uso de ferramentas digitais, além da realização de eventos culturais de abrangência nacional.

(Fonte: Suporte Comunicação)

Conheça bichanos que viraram celebridades na web

São Paulo, por Kleber Patricio

Imagem: divulgação/Kwai.

Eles são fofos, companheiros e muito, mas muito charmosos. Nada mais justo do que os gatinhos terem um dia para chamarem de seu, não é mesmo? Pois na terça-feira, 8 de agosto, foi comemorado o Dia Internacional do Gato, data criada por organizações de defesa dos animais, em conjunto com a International Fund for Animal Welfare (IFAW). Com o intuito de celebrar os bichanos, o Kwai, app de criação e compartilhamento de vídeos curtos, escolheu perfis de gatinhos simpáticos e muito famosos na plataforma para destacar e também preparou dicas valiosas para quem quer começar a criar conteúdos com seus bichinhos de estimação. Confira.

Lola Gata Superior chegou para deixar claro que quem manda são os felinos – não à toa, é uma gata que veio de outro mundo que adora subestimar os comportamentos previsíveis de seus humanos. Com mais de 373,3 mil seguidores no app, ela faz conteúdos irônicos, divertidos e sinceros ao lado dos tutores Evelin Camargo e Leonardo Bagarolo, como nesse vídeo em que ela dá uma entrevista bem sincera e direta. Lola também é irmã de outras celebridades, com quem usualmente interage nos vídeos: a buldogue Mada e a pinscher Bica, que também fazem muito sucesso no Kwai.

Já o Gato Pixel, que tem mais de 69,1 mil seguidores, bomba no Kwai enquanto recebe muito amor, cochila e faz suas gatices, como no vídeo em que aparece brincando dentro de uma caixa de papelão. Impossível resistir a tanta fofura.

Agora, se um gatinho sozinho já faz sucesso, imagina uma dupla de felinos? Pedrinho e Paulinho espalham doçura por aí. Os dois conquistaram mais de 1,3 milhão de seguidores no Kwai com a ajuda das tutoras Claudia e Penélope, que registram diversos momentos engraçados da dupla. Kalu a Gata, que antes reinava sozinha, agora também divide seu perfil com a curiosa gatinha Maria – e, juntas, elas já acumulam mais de 26,6 mil seguidores gateiros na plataforma.

Há também os tutores que tiveram seus perfis tomados pelos bichinhos, como a Daniele, mãe da Juliana e do Henrique. Os felinos já fizeram mais de 455 mil seguidores se apaixonarem com suas participações em dublagens e representações fofas e engraçadas de situações do dia a dia, como neste vídeo sobre a chegada da segunda-feira. O perfil do Jansen também foi dominado pela fofura dos seus gatinhos, que sempre participam das trends do momento, como esse conteúdo que satiriza a onda do Barbiecore, como é chamada a febre gerada em torno da boneca Barbie nos últimos meses.

Dicas valiosas para criar conteúdo com o pet

Se você tem um gatinho em casa e ficou com vontade de fazer dele um influenciador, mas não sabe por onde começar, anote essas dicas que o Kwai separou para você:

1- Conheça a personalidade do seu pet e adote uma linguagem divertida

Ao identificar a personalidade do seu animalzinho, é possível criar uma voz e uma história para ele. Com essas características, você pode contar o que o seu pet gosta ou não de fazer, se ele faz mais o tipo inteligente ou mais inocente e criar histórias ou contar piadas na visão dele.

2 – Registre vários momentos

Uma dica-chave para criar um conteúdo de pet é registrar os mais diversos momentos do dia dele. Qualquer situação pode gerar um clique ou um vídeo legal. Um passeio, uma soneca, a hora da comida e até o veterinário podem render boas histórias. Pode ser brincando ou até mesmo tomando um banho. Com esses registros, é possível criar uma história com diferentes cenários, diferentes gestos e ações do seu animalzinho.

3 – Identifique o gosto do seu público

É muito importante receber e abraçar o feedback dos seguidores. Saber o que mais atrai o público irá gerar mais engajamento. “Sei do que os seguidores mais gostam, então meus vídeos curtos performam bem na plataforma. Nos feedbacks que recebo, os fãs contam que gostam de ver os gatinhos em situações fofas e engraçadas e que esses conteúdos acabam tornando o dia dessas pessoas melhor”, explica Cláudia, criadora dos gatinhos Pedrinho e Paulinho.

4 – Siga outros perfis para buscar tendências

Ficar atento aos assuntos mais falados em outros perfis ou nas hashtags mais utilizadas no Kwai fará você ter várias inspirações na criação do seu conteúdo. Fazer um vídeo que remete aos assuntos mais comentados fará com que seu pet ganhe visibilidade. Mas seja original; se você quer ter uma página diferente das que já existem, é bom quebrar a cabeça para ter uma ideia exclusiva.

5 – Faça com amor

Nunca force o seu bicho a fazer algo que ele não esteja curtindo, foque apenas na diversão e no conforto dele. Faça com calma e muito amor. E não se esqueça de responder aos comentários e às mensagens diretas com muita simpatia e cordialidade. Dessa forma, o seu pet vai ganhar o carinho do público com base em um relacionamento de confiança e amizade.

Sobre o Kwai | Um dos aplicativos gratuitos mais populares do Brasil, o Kwai permite que o público crie seu próprio conteúdo e compartilhe vídeos online de forma fácil, inclusiva e acessível, em um universo interativo que possibilita a conexão de pessoas. Com a missão de tornar a vida mais feliz, o Kwai acredita que todos os pequenos momentos merecem ser compartilhados. O app está disponível nos sistemas iOS e Android, na App Store e no Google Play. Saiba mais em: Kwai.

(Fonte: RPMA Comunicação)

Sesc Pinheiros recebe espetáculo infantil “Maria dos Céus”, com a Cia. Fios de Sombra

São Paulo, por Kleber Patricio

Foto: Ricardo Lima.

Distante de tudo e de todos é onde vive uma mulher que desde pequena semeou e colheu o tipo de amizade mais pura que pode existir – esse é o espetáculo “Maria dos Céus”, da Cia. Fios de Sombra, que aborda temas sensíveis, como os ciclos da vida de forma poética, as relações humanas e estimula a participação ativa na construção da narrativa a partir da imaginação. A peça fica em cartaz no Auditório (3º andar) do Sesc Pinheiros de 6 a 27 de agosto, aos domingos, em duas sessões, às 15h e às 17h.

Em um palco montado especialmente para contar a história de Maria dos Céus, uma senhora que vive distante de tudo, mas perto de uma árvore que viu nascer e crescer junto de si. A falta de água preocupa Maria, que passa os dias cuidando de sua companheira com os poucos recursos que ainda lhe restam. “Ainda que sem texto, o espetáculo fala sobre ciclos. Os que se iniciam e os que fecham. É importante encontrar a beleza tanto no início, como no fim”, afirma Lucas Rodrigues, diretor da companhia. “Para mim o grande destaque é a estrutura que criamos para que o espetáculo seja independente. Além de levarmos toda luz, temos um efeito que faz chover no palco”, completa a atriz Paloma Barreto, responsável pela manipulação dos títeres e operação dos efeitos.

A Fios de Sombra é uma companhia teatral especialista em teatro de animação, com ênfase no teatro de sombras, que promove e realiza regularmente atividades de investigação, pesquisa, produção e circulação de espetáculos, performances, projetos audiovisuais, oficinas artísticas e iniciativas de difusão cultural.

Formada atualmente pelo diretor artístico Lucas Rodrigues e pela bailarina e atriz Paloma Barreto, a companhia surgiu da parceria com o artista uruguaio Rafael Curci durante as montagens das premiadas obras “Anjo de Papel” e “Cinza” entre 2010 e 2011.

Ficha técnica

Dramaturgia e direção: Lucas Rodrigues

Atriz bonequeira: Paloma Barreto

Operação técnica: Lucas Rodrigues

Assistente técnico: Douglas Chaves

Escultura e figurino do títere: Juliana Bonatte

Cenografia, mecanismos e adereços: Lucas Rodrigues

Finalização, acabamento estético e pintura: Lu Antunes

Trilha sonora original: Fernando Godoy

Iluminação: Lucas Rodrigues

Costureira: Helcy Santos

Fotos: Ricardo Lima

Produção: Fios de Sombra

Técnica: Títeres de mesa e teatro de sombras

Espetáculo sem texto

Duração: 45 min.

Serviço:

Maria dos Céus, com Cia. Fios de Sombra

De 6 a 27 de agosto de 2023 – domingos, às 15h e às 17h

Local: Auditório (3º andar)

Ingressos: R$8 (credencial plena), R$12,50 (meia) e R$25 (inteira).

Sesc Pinheiros

Rua Pais Leme, 195 – Pinheiros, São Paulo – SP

Tel.: (11) 3095-9400.

(Fonte: Sesc Pinheiros)