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Sinfônica de Indaiatuba recebe Vanessa Moreno em concerto especial

Indaiatuba, por Kleber Patricio

Próxima apresentação da Sinfônica de Indaiatuba acontece no dia 22. Foto: Felipe Gomes.

A Orquestra Sinfônica de Indaiatuba convida, no próximo dia 22, a intérprete e compositora Vanessa Moreno, um nome em ascensão na MPB, para um concerto especial. Com entrada gratuita, a apresentação acontece às 20h na Sala Acrísio de Camargo, no Ciaei (Centro Integrado de Apoio à Educação de Indaiatuba). A regência e a direção artística são de Paulo de Paula.

O concerto se constrói a partir das sonoridades musicais já características de Vanessa Moreno e da Sinfônica, que vão se mesclando ao longo das canções escolhidas para o repertório: “Palco”, “Se eu Quiser Falar com Deus” e “Expresso 2222”, de Gilberto Gil; “Azul”, de Djavan; “Correnteza”, de Tom Jobim; “Odara”, de Caetano Veloso, e outras obras de Milton Nascimento, Guilherme Arantes, Lenine e Fátima Guedes, além de “Solar” e “Zimbadoguê”, composições autorais de Vanessa, que tem como marca em suas apresentações os recursos rítmicos da música popular e o uso de objetos sonoros do cotidiano.

Em conjunto, também tocam, ao longo da noite, os músicos que acompanham a cantora nos shows: Michael Pipoquinha no baixo, Felipe Viegas no teclado e Renato Galvão na bateria.

Vanessa Moreno

Com seis discos lançados e mais de 24 mil ouvintes mensais no Spotify, Vanessa Moreno é considerada uma das revelações da música popular brasileira: já participou de diversas gravações e shows com artistas da MPB, como Gilberto Gil, Roberto Menescal, Rosa Passos, Mônica Salmaso, Fabiana Cozza e Filó Machado. No fim de 2021, lançou seu disco solo “Sentido”, que ficou entre os quatro mais ouvidos no Japão. A cantora venceu o prêmio Profissionais da Música Brasileira em 2017 e 2018 na categoria Cantora, e em 2021 também venceu como Autora.

Como assistir

A entrada é gratuita e será feita por ordem de chegada; por isso, recomenda-se chegar com alguns minutos de antecedência e garantir os lugares no teatro. O concerto é realizado pela Amoji (Associação Mantenedora da Orquestra Jovem de Indaiatuba) e Prefeitura de Indaiatuba, por meio da Secretaria Municipal de Cultura e do ProAC (Programa de Ação Cultural de São Paulo), e tem patrocínio de Tuberfil, Miba e Plastek. A Sala Acrísio de Camargo fica no Ciaei (Centro Integrado de Apoio à Educação de Indaiatuba), na Avenida Engenheiro Fábio Roberto Barnabé, 3665 – Jardim Regina, Indaiatuba (SP).

VÍDEOS:

Vanessa Moreno – clique aqui

Orquestra Sinfônica de Indaiatuba – clique aqui.

Serviço:

Orquestra Sinfônica de Indaiatuba e Vanessa Moreno

Data: 22/10

Horário: 20h

Entrada gratuita por ordem de chegada

Local: Sala Acrísio de Camargo – Ciaei (Centro Integrado de Apoio à Educação de Indaiatuba), Avenida Engenheiro Fábio Roberto Barnabé, 3665, Jardim Regina, Indaiatuba (SP) – mapa aqui.

Sobre a Amoji

A Amoji (Associação Mantenedora da Orquestra Jovem de Indaiatuba) é responsável pela manutenção da Orquestra Sinfônica de Indaiatuba, que vem se destacando por sua intensa atuação na divulgação e popularização da música orquestral. Realizando anualmente mais de uma dezena de concertos gratuitos com participação de músicos do município de Indaiatuba (SP) e solistas de renome. Promove o Encontro Musical de Indaiatuba (EMIn), que reúne uma série de concertos com grupos artísticos da Região Metropolitana de Campinas (RMC), além de masterclasses abertos para estudantes de música de todo o país.

A Associação também é responsável por gerir e administrar a Escola de Música da Orquestra Sinfônica de Indaiatuba (Emosi), além da Orquestra Jovem de Indaiatuba (OJI). Ambas viabilizam a muitos jovens instrumentistas da cidade e região oportunidade de desenvolvimento técnico e artístico por meio de aulas individuais de instrumento, além de participarem dos ensaios e apresentações da Orquestra Jovem.

Site: www.orquestradeindaiatuba.org.br | Instagram: orquestrasinfonicadeindaiatuba | Facebook: orquestraindaiatuba

(Fonte: Armazém da Notícia)

Covid-19: omissão de governos do Brasil, da Índia e dos Estados Unidos evidencia riscos da concentração de poder

Mundo, por Kleber Patricio

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil.

O presidencialismo do Brasil e Estados Unidos e o parlamentarismo-westminster da Índia empoderaram os chefes de estado para agir de forma omissa na primeira onda da pandemia de Covid-19. Com amplos poderes constitucionais, esses chefes de estado puderam atuar de maneira controversa e autoritária. A análise é de pesquisadores da Escola de Administração de Empresas de São Paulo da Fundação Getulio Vargas (FGV EAESP) e das Universidades Cornell, de Illinois e de Michigan, nos Estados Unidos, em artigo publicado na última segunda (10) na revista britânica “Journal of Social Policy”.

Os pesquisadores realizaram um estudo de caso sobre como os três países lidaram com a pandemia entre janeiro e setembro de 2020, período em que eram governados por líderes populistas de direita – os presidentes Jair Bolsonaro no Brasil e Donald Trump nos Estados Unidos e o primeiro-ministro Narendra Modi na Índia. A análise considerou as políticas de saúde pública implementadas ou não pelos governos federais, como o incentivo ao uso de máscara e ao distanciamento social, além do processo de testagem, rastreamento de casos, isolamento e atendimento à população.

Elize Massard da Fonseca, pesquisadora da FGV EAESP e uma das autoras do artigo, explica que o trabalho dialoga com o alerta do cientista político Juan Linz sobre os riscos de concentrar a capacidade de ação política em chefes de executivo com amplos poderes, como ocorre no sistema majoritário. “Esse líder pode escolher negar a pandemia ou agir de acordo com as orientações da Organização Mundial da Saúde”, aponta a autora.

Conforme o artigo, o executivo federal optou pela inação nos três casos. As gestões promoveram medidas como a reabertura de atividades não essenciais durante a fase crítica de transmissão e incentivaram terapias sem eficácia comprovada. “A resposta destes países à pandemia demonstrou exatamente a falta de resiliência dos sistemas presidencialistas sobre a qual Linz nos alertou. No caso do Brasil, por exemplo, o Congresso demorou mais de um ano para agir com a CPI da Pandemia e, ainda assim, o resultado jurídico é incerto”, ilustra Fonseca.

Os governos estaduais adotaram medidas diante desse vácuo de gestão, mas suas limitações de autonomia e orçamento geraram resultados desiguais. Fonseca diz que é importante planejar respostas a emergências sensíveis à realidade política. “Um executivo federal muito forte exige mecanismos de coordenação e governança que possam prover informação e formas de ação em períodos de crise. Isso permitirá que a política de saúde funcione mesmo na ausência de bons líderes e é uma defesa contra os controversos porque determinará quais ações esses políticos serão capazes de tomar”, diz a autora.

Outra medida importante diante da capacidade de ação dos governos federais é fortalecer o papel de especialistas autônomos, como o cientista Anthony Fauci, que foi referência ao pautar o combate à pandemia nos Estados Unidos, e a Agência Nacional de Vigilância Sanitária, que desempenhou função semelhante de aconselhamento aos gestores no Brasil. “Mesmo que o chefe do executivo os ignore, compreender o que esses especialistas independentes aconselham aumenta o accountability democrático”, completa Fonseca.

(Fonte: Agência Bori)

As baleias e o papel das políticas ambientais frente ao turismo crescente no sul de Santa Catarina

Santa Catarina, por Kleber Patricio

Foto: Dennisflarsen/Pixabay.

Uma população de baleias francas (Eubalaena australis) frequenta o sul do Brasil fugindo da Antártica durante os meses de julho e outubro, demonstrando preferência pelas enseadas de Laguna, Garopaba, Imbituba e Florianópolis para realizar atividades de acasalamento, nascimento, amamentação de seus filhotes e cuidado parental. Estes mamíferos permanecem a maior parte do tempo visíveis na superfície e bem próximos à costa de Santa Catarina, sendo extremamente vulneráveis às atividades decorrentes da ação do homem, como a navegação.

A perda de habitats representa ameaça a esses animais e há necessidade de análises ambientais para reconhecimento da problemática local por meio de diagnósticos ambientais e monitoramento. Os dados de temperatura superficial, salinidade, pH, turbidez, tamanho dos grãos, morfometria e suscetibilidade magnética foram analisados pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) e pelo Instituto Oceanográfico da Universidade de São Paulo (IOUSP) e indicam que a Baía de Ibiraquera, ao Norte, é mais salina e está associada com água de temperatura de 21°C, sendo assim uma área preferencial para mãe e filhote. A Praia do Porto possui temperatura mais elevada, valor de pH mais baixo, maior suscetibilidade magnética e turbidez, e maior profundidade dentro da baía devido à dragagem para operações portuárias. Essas características parecem não favorecer a presença de baleias no Porto.

A unidade de conservação de uso sustentável da APA da Baleia Franca, tendo interações com esportes náuticos, atividades portuárias, pesca e turismo, necessita monitoramento, pois a qualidade do habitat e os serviços prestados pelas baleias dependem disso. São sumidouros de carbono. Nosso objetivo é justamente impedir que a população de baleias continue a declinar. Enquanto o animal está vivo, o carbono está aprisionado e não exportado para atmosfera após ciclos naturais de decomposição. Preservar as baleias contribui para impedir o aquecimento global.

A observação de baleias por água, em barco a motor, está proibida por ser danosa, interferindo nos cuidados parentais e na tranquilidade da mãe e filhote. As baleias se aproximam bastante da costa, onde tocam o sedimento com suas barrigas em menos de 10 metros de profundidade, sendo desnecessária a prática de turismo embarcado. O turismo por terra, como o Rede Turismo de Observação por terra (TOB Terra), que já foi aceito como candidato ao Patrimônio das baleias pelo World Cetacean Alliance (WCA), luta pela observação das baleias apenas por terra e por medidas drásticas para frear o turismo embarcado. Ainda não sabemos a causa da morte de algumas baleias, mas acreditamos que pesquisas irão informar a razão dessas fatalidades.

Cada baleia vale dois milhões de dólares para a humanidade. Nesse segundo turno das eleições para o Executivo, precisamos questionar: quem respeita a constituição? Quem apoia a vida, os povos originários, a floresta e o oceano? Precisamos reafirmar as políticas públicas de proteção ambiental para reverter o quadro de ameaça às baleias.

Sobre a autora | Patrícia Beck Eichler-Barker é bióloga e oceanógrafa da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), do International Ocean Discovery Program (IODP) e EcoLogic Project.

(Fonte: Agência Bori)

Cinemateca Brasileira digitaliza conjunto da coleção em nitrato de celulose

São Paulo, por Kleber Patricio

Foto: Caio Brito e João Pedro Albuquerque.

A Cinemateca Brasileira recebeu o patrocínio de 13 milhões do Instituto Cultural Vale, via Lei Federal de Incentivo à Cultura, para o Projeto Nitratos – Preservação e Acesso, que viabiliza a conservação e catalogação de uma coleção de três mil rolos de imagens de valor histórico único – cinejornais, documentários, ficção, filmes domésticos e publicidade produzidos entre as décadas de 1910 e 1950.

É a primeira vez em 65 anos que a Cinemateca Brasileira recebe recursos específicos para tratar o conjunto da coleção de nitratos, a mais antiga e mais frágil, responsável por quatro incêndios (1957, 1969, 1982, 2016) ao longo da sua trajetória. A iniciativa inclui ainda a digitalização de títulos para difusão e ações de formação técnica e cultural.

Na coleção de Nitratos, estão filmes do Ciclo Recife (1923-1931), Cinejornais do Departamento de Imprensa e Propaganda do Estado Novo (1938-1946), Cinejornal da Agência Nacional (a partir de 1946), importantes documentários como São Paulo, a Symphonia da Metrópole (1929), Sociedade Anônima Fábrica Votorantim (1922), Fragmentos da Vida (1929), de José Medina e o primeiro longa-metragem de animação da história do Brasil, “Sinfonia Amazônica” (1953).

“A coleção de filmes em nitrato de celulose da Cinemateca Brasileira tem valor incalculável e é essencial para preservar a memória e a cultura do nosso país. É simbólico que o público possa, em breve, ver, pela primeira vez na história da instituição, estes registros preciosos de outras épocas. A cultura faz de nós quem somos. Temos orgulho de apoiar a Cinemateca, tudo o que ela representa, e a recuperação deste acervo tão delicado quanto especial”, afirma Hugo Barreto, diretor-presidente do Instituto Cultural Vale.

Importante ressaltar que os três mil rolos correspondem praticamente à totalidade das obras remanescentes do cinema antigo no Brasil, pois a Cinemateca, a partir da criação do seu Laboratório de Restauro, em 1976, passou a concentrar todos os títulos sobreviventes em arquivos e cinematecas do país. Trata-se, portanto, de um grande avanço no rumo da preservação da memória cinematográfica do país. É a concretização de um esforço de décadas, pois desde 1975 a Cinemateca vem enfrentando o fantasma do salvamento da coleção dos filmes de nitrato, sem jamais ter vislumbrado uma solução global para o problema, como agora se apresenta.

A Cinemateca Brasileira possui o maior acervo de filmes da América do Sul, com mais de 40 mil títulos e um vasto acervo documental (textuais, fotográficos e iconográficos) sobre a produção, difusão, exibição, crítica e preservação cinematográfica.

Cinemateca Brasileira

A Cinemateca Brasileira, maior acervo de filmes da América do Sul e membro pioneiro da Federação Internacional de Arquivo de Filmes — FIAF, foi inaugurada em 1949 como Filmoteca do Museu de Arte Moderna de São Paulo, tornando-se Cinemateca Brasileira em 1956, sob o comando do seu idealizador, conservador-chefe e diretor Paulo Emílio Sales Gomes. Compõem o cerne da sua missão a preservação das obras audiovisuais brasileiras e a difusão da cultura cinematográfica. Desde 2022, a instituição é gerida pela Sociedade Amigos da Cinemateca, entidade criada em 1962, e que recentemente foi qualificada como Organização Social.

O acervo da Cinemateca Brasileira compreende mais de 40 mil títulos e um vasto acervo documental (textuais, fotográficos e iconográficos) sobre a produção, difusão, exibição, crítica e preservação cinematográfica, além de um patrimônio informacional online dos 120 anos da produção nacional. Alguns recortes de suas coleções, como a Vera Cruz, a Atlântida, obras do período silencioso, além do acervo jornalístico e de telenovelas da TV Tupi de São Paulo, estão disponíveis no Banco de Conteúdos Culturais para acesso público.

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Instituto Cultural Vale

O Instituto Cultural Vale parte do princípio de que viver a cultura possibilita às pessoas ampliarem sua visão de mundo e criarem novas perspectivas de futuro. Tem um importante papel na transformação social e busca democratizar o acesso, fomentar a arte, a cultura, o conhecimento e a difusão de diversas expressões artísticas do nosso país, ao mesmo tempo em que contribui para o fortalecimento da economia criativa. São mais de 300 projetos criados, apoiados ou patrocinados em 24 estados e no Distrito Federal em execução em 2022. Dentre eles, uma rede de espaços culturais próprios, patrocinados via Lei Federal de Incentivo à Cultura, com visitação gratuita, identidade e vocação únicas: Memorial Minas Gerais Vale (MG), Museu Vale (ES), Centro Cultural Vale Maranhão (MA) e Casa da Cultura de Canaã dos Carajás (PA). Onde tem Cultura, a Vale está. Visite o site do Instituto Cultural Vale.

(Fonte: Trombone Comunica)

Hidrelétrica Henry Borden completa 96 anos

Cubatão, por Kleber Patricio

A antiga “Usina de Cubatão”, hoje Henry Borden, foi inaugurada em 10 de outubro de 1926 como a maior hidrelétrica do país à época. Acervo sobre a obra encontra-se na Fundação Energia e Saneamento. Foto: Luiz Kagiyama.

A hidrelétrica Henry Borden, em Cubatão, na Baixada Santista, considerada durante muito tempo a maior hidrelétrica do país e parte de um empreendimento mundialmente pioneiro, comemora 96 anos no dia 10 de outubro deste ano. A usina teve papel essencial no desenvolvimento do estado de São Paulo no século passado e foi alvo de bombardeio na Revolução de 1932. A Fundação Energia e Saneamento detém e preserva a documentação histórica da construção do Complexo Henry Borden – operado pela Empresa Metropolitana de Águas e Energia (EMAE), oriunda da antiga Light –, como relatórios, mapas e fotos, disponíveis a pesquisadores de forma gratuita.

Na primeira metade do século 20, a hidrelétrica forneceu eletricidade que garantiu o crescimento do parque industrial paulista e a expansão da urbanização de boa parte da capital e região metropolitana. A usina integrou um projeto de engenharia que contemplou a criação de outras estruturas, como o reservatório Billings e o canal Pinheiros. Hoje, ambos possuem outras funções primordiais na capital, como o abastecimento de água e controle de cheias.

O complexo Henry Borden, localizado no sopé da Serra do Mar, utiliza água da Bacia do Rio Tietê, que teve seu curso alterado para descer a Serra do Mar. Do Rio Pinheiros, a água vai para a Represa Billings e depois para a Represa Rio das Pedras, reservatório da usina, percorrendo túneis abertos na serra até a usina em Cubatão. A primeira unidade do complexo foi inaugurada em 1926 e as demais foram instaladas até 1950.

A Usina Henry Borden integra um grande investimento da companhia canadense The São Paulo Tramway, Light and Power Company Limited, a Light, pioneiro no mundo, e foi a principal obra do Projeto da Serra, a maior hidrelétrica do Brasil, projetada entre as décadas de 1920 e 1960 para aumentar o fornecimento de energia elétrica para a capital paulista, que estava crescendo rapidamente.

O projeto pioneiro teve grande impacto econômico, social e ambiental, com seus reservatórios e barragens, além de inversões e canalizações de rios. A usina mudou a paisagem da baixada e contribuiu para a criação do polo industrial de Cubatão. A região foi escolhida por ficar entre São Paulo e Santos, pela proximidade com a estrada de ferro da São Paulo Railway e pelo desnível de 720 metros entre a serra e o nível do mar, dando força às águas para movimentar as turbinas.

As obras tiveram início em 1925, com cerca de seis mil operários. A Usina ainda conta, atualmente, com o maquinário original e com a atuação de cerca de 200 pessoas na operação e manutenção das instalações do complexo Henry Borden, que integra duas usinas, externa e subterrânea, que totalizam 889 MW de capacidade. As principais instalações do Projeto da Serra foram as barragens no Rio Tietê, a retificação do Rio Pinheiros e a construção das usinas elevatórias no canal, o Reservatório Billings e a Henry Borden.

Bombardeio na Revolução de 1932

Na Revolução de 1932, que surgiu de uma crise entre o Estado de São Paulo e o governo federal, resultando em um grande confronto bélico, uma das táticas usadas pelo Governo Vargas para forçar a rendição paulista foi interromper o fornecimento de energia, bombardeando a Usina de Henry Borden, então Usina de Cubatão, na época a maior usina paulista, responsável pelo abastecimento direto de energia a São Paulo.

O bombardeio tinha o propósito de pressionar os rebeldes e interromper o abastecimento de energia para as fábricas adaptadas em indústrias de guerra, prejudicando a produção e o fornecimento das tropas paulistas. No dia 29 de julho, a usina foi atingida por bombas lançadas por aviões do governo federal. A Revolução de 1932 durou três meses e a rendição foi assinada em 1º de outubro, com a derrota dos rebeldes.

Acervo Histórico

A Fundação Energia e Saneamento desenvolve projetos completos de organização de arquivos, sistematização, racionalização e recuperação rápida e eficiente das informações contidas nos documentos arquivados. Coordena a implantação do sistema Enerweb, ferramenta digital desenvolvida pela Fundação e para gestão de acervos arquivísticos, bibliográficos e museológicos.

A história da Fundação começa em 1998, quando as empresas do setor elétrico brasileiro estavam sendo privatizadas e o governo estadual paulista criou um órgão para preservar a memória e o patrimônio do gás e da eletricidade no Estado. Em 2004, a Fundação incorporou a temática do saneamento e surgiu o nome Fundação Patrimônio Histórico da Energia e Saneamento ou Fundação Energia e Saneamento.

Organização sem fins lucrativos, a Fundação atua em todo o Brasil desenvolvendo projetos culturais e educativos que contribuem para a democratização do acesso ao patrimônio cultural, visando o fortalecimento da cidadania e o uso responsável dos recursos naturais.

O acervo da Fundação é composto por mais de 1.600 metros lineares de documentos técnicos e gerenciais, 260 mil documentos fotográficos, cerca de 4.000 objetos museológicos, 50 mil títulos na biblioteca, além de documentos cartográficos, audiovisuais e sonoros, reunidos a partir de meados do século 19.

A Fundação guarda também um rico patrimônio arquitetônico e ambiental. São quatro Centrais Geradoras Hidrelétricas (CGHs), as usinas Parque de Salesópolis, Rio Claro, Brotas e Santa Rita do Passa Quatro, algumas com áreas remanescentes de Mata Atlântica, e dois imóveis urbanos em Itu e Jundiaí.

Saiba mais: https://www.energiaesaneamento.org.br/ | https://www.energiaesaneamento.org.br/acervo.

(Fonte: Betini Comunicação)