Coquetel de lançamento do livro “A Arte de Viver”, no dia 18 de junho, integra programação


São Paulo
O ano novo começa com uma boa oportunidade para quem deseja aprimorar o conhecimento no ensino do balé clássico no Rio de Janeiro. A Fundação Teatro Municipal e a Escola Estadual de Dança Maria Olenewa abrem um edital para inscrições do Curso de Pós-Graduação em Ensino de Dança Clássica 2024 com início das aulas em 9 de março. Serão três módulos obrigatórios e atividades complementares, totalizando 360 horas em um período de 18 meses. As aulas acontecerão aos sábados, duas vezes ao mês, no Theatro Municipal.
Para participar, é necessário ser graduado em Dança ou em outra área afim e, neste caso, é preciso ter comprovação artística/docente em dança clássica por, no mínimo, três anos consecutivos. A proposta é capacitar docentes e profissionais da área para a formação de futuros bailarinos com atuação pedagógica, técnica e artística; ampliar a produção de conhecimentos científicos e tecnológicos da dança clássica; elevar a qualidade de ensino da dança clássica no país considerando as instituições públicas e privadas de ensino; suprir a crescente demanda por formação e titulação em nível de pós-graduação na área da dança e promover a pesquisa acadêmica.
As inscrições vão de 29 de janeiro até 1º de fevereiro, com entrega de documentação, de forma presencial, das 10h às 17h.
Documentos para as inscrições: documento de identificação; CPF; duas fotos 3×4, de frente, sem retoque; diploma ou comprovante de conclusão de curso de graduação e comprovantes de gestão, prática ou ensino da dança de, no mínimo, 3 (três) anos consecutivos (carteira de trabalho ou declaração atualizada, de no mínimo 3 meses de validade, do órgão/instituição contratante), caso a graduação não seja em dança.
Endereço para inscrição presencial:
Fundação Teatro Municipal do Rio de Janeiro
Av. 13 de maio, nº 1 – Boulevard do Theatro Municipal – Centro, Rio de Janeiro/RJ (entrada pela Rua Evaristo da Veiga)
CEP 20031-000 – Tel.: +55 (21) 2332-9460
O resultado final do edital será divulgado no dia 6 de março no site do Theatro Municipal, no endereço www.theatromunicipal.rj.gov.br.
Sobre a Escola Estadual de Dança Maria Olenewa
A Escola Estadual de Dança Maria Olenewa foi criada em 11 de abril de 1927, incentivada pelo brilhante crítico de teatro do jornal do Brasil Mário Nunes tendo por finalidade a formação de bailarinos profissionais. Graças à compreensão do então diretor do Patrimônio e Estatística, Dr. Raul Lopes Cardoso, que determinou a entrega de uma pequena sala no 3º andar do Teatro Municipal, a escola teve até sua sede, só vindo a ampliar-se muitos anos depois.
A 2 de maio de 1931, o então prefeito, Adolpho Berganini, assinava o Decreto nº 35066, aprovando o Regulamento da Escola. Em 1936, foi criado o Corpo de Baile com elementos da Escola, separando-se os dois setores, continuando, porém, a Escola, com o objetivo de preparar elementos para o Corpo de Baile.
Em 1942, Maria Olenewa afasta-se da direção da Escola, tendo os seguintes diretores seguindo seu legado: Yuco Lindberg, até 1948; Madeleine Rosay, até 1950; Américo Pereira, até 1952; Maria Magdala da Gama Oliveira,de 1952 a 1960; Madeleine Rosay, de 1960 a 1966; Lydia Costalat, de 1966 a 1983; Maria Luisa Noronha, de 1984 a 1987; Tânia Granado, de 1988 a 1991, Maria Luisa Noronha, de 1992 a 2016, e de 2016 até os dias atuais, Hélio Bejani.
Em 1963, a Escola foi desligada do Teatro Municipal, passando a chamar-se Escola de Danças do Estado da Guanabara, retornando ao Teatro em 1965. Em 1967, a Escola formou um grupo experimental, viajando com um vasto repertório por vários Estados da União. Em 1975 foi novamente desligada do Teatro, integrando o Instituto Nacional das Escolas de Arte, com o Instituto Villa-Lobos, Escola de Teatro Martins Penna e Escola de Artes Visuais. Passou a chamar-se Escola de Danças do INEART.
Nesta data, a então diretora, Lydia Costalat submete ao Conselho Estadual de Cultura um Currículo Básico e um Regimento, permitindo ser finalmente a Escola oficializada em Escola Profissionalizante de 2º grau pelo parecer nº 1937 de 10 de março de 1975, dando a possibilidade de oferecer aos seus alunos um Certificado reconhecido. A Escola continua até hoje no seu objetivo principal: o de formar profissionais da dança por meio de um curso rigorosamente técnico.
A antiga Escola de Danças Clássicas do Teatro Municipal desenvolveu-se e evoluiu no sentido de dar uma visão bem mais ampla da dança aos seus alunos, não se restringindo apenas ao Ballet Clássico, constando do seu currículo várias formas de dança, além de diversas matérias teóricas, afim de oferecer-lhes também um meio de vida mais versátil e mais condizente com o mercado de trabalho de nossa época. A Escola Estadual de Dança Maria Olenewa voltou a pertencer ao Theatro Municipal do Rio de Janeiro em 1995.
Acesse o link do edital do Curso de Pós-Graduação em ensino de Dança Clássica 2024.
(Fonte: Assessoria de Imprensa do Teatro Municipal do Rio de Janeiro)
O Alê Espaço de Arte recebe a exposição individual “Microterritórios”, do artista visual Cláudio Souza, a partir de sábado, dia 3/2, das 16h às 20h, no bairro do Brooklin, em São Paulo. A curadoria fica a cargo de Alexandra Ungern e Isabel Villalba.
A mostra apresenta o conceito de “microterritórios” desenvolvido pelo artista. Os territórios são plurilocalizados – privados, alienados de raça, gênero, coletivo, móveis etc. Esse questionamento admite a profundidade e a riqueza dos ambientes considerando as confluências de propriedade, identidade, história e função, que se definem a partir de dois ingredientes: o espaço e o poder.
Este projeto propõe um olhar reflexivo que vai além das fronteiras físicas, pois convida a uma observação atenta e consciente das paisagens, que são percebidas como uma massa homogênea e efêmera. Essa abordagem mais ampla e integrada reconhece a complexidade do mundo contemporâneo e a necessidade de pensar de maneira mais aberta e inclusiva.
Cláudio Souza | É artista visual, vive e trabalha em São Paulo. Sua formação foi realizada por meio de grupos de estudo, cursos e mentorias. Seu trabalho se desenvolve de maneira multimídia, com pintura, desenho, intervenções, instalações, fotos e videoperformances. Explora temas que têm sido relevantes à sua produção: identidades culturais, necessidade de pertencimento, manipulações políticas, preconceitos e estereótipos perpetuados há séculos em estruturas históricas como o colonialismo. A cada obra, Cláudio amplia sua pesquisa ao incorporar à sua produção experiências do cotidiano com o propósito de expandir seu entendimento de pluralidade. Além de alargar sua empatia com a diversidade, revisitando com experimentações conceitos controversos como a consciência de nação e de indivíduo.
Serviço:
Exposição “Microterritórios”, de Claúdio Souza
Curadoria: Alexandra Ungern e Isabel Villalba
Abertura: 3/2/2024 das 16h às 20h (sábado)
Período expositivo: 3/2 a 2/3/2024
Alê Espaço de Arte
Rua Califórnia, 706 – Brooklin, São Paulo – SP
Terça a sábado, das 14h às 18h
(11) 2548 – 8508
Entrada gratuita
(Fonte: Marmiroli Comunicação)
O Museu da Imigração (MI) inaugura a exposição “Sombras-Luzes: identidade na diáspora japonesa no Brasil”, das artistas Cristina Suzuki e Claudia Kiatake.
A sombra é um elemento importantíssimo para a cultura japonesa, sobretudo no período Edo, em que o Japão fechava seus portos para estrangeiros. No ensaio “Em louvor da sombra”, escrito em 1933 por Junichiro Tanizaki, o autor analisa a presença e valorização da sombra dentro do teatro, da arquitetura, da arte e do cotidiano japonês, além de interpretar a presença da luz no Japão como a entrada da cultura ocidental.
Nesse contexto, as artistas se debruçam sobre a dualidade e a ambiguidade desses dois elementos contrastantes como metáfora de duas culturas que entram em confluência. Ao se estabelecer no Brasil, a cultura japonesa adicionou aspectos à sua subjetividade – além do japonês, surgia algo novo.
Segundo o curador Allan Yzumizawa, “as obras refletem, portanto, este lugar ambivalente de maneira que possamos eliminar as distâncias estigmatizadas do Oriente fabulado e inventado pela colonialidade e notar que, nessas diferenças, reside a potência de criação de algo inovador.”
O projeto ocupa a sala de exposições temporárias Hospedaria em Movimento até 5 de maio de 2024.
Sobre as artistas:
Claudia Kiatake
Produz pinturas abstratas utilizando cera de vela, nanquim, aquarela, pigmento e tecido sobre lona, papel-algodão ou papel japonês washi e esculturas em suportes variados, como cobre, aço corten, aço inox e madeira, entre outros materiais. Atualmente, pesquisa conceitos da estética japonesa, como o efêmero, o vazio e o sutil, relacionados à ancestralidade.
Cristina Suzuki
É formada pelas Faculdades Integradas Teresa D’Ávila – Santo André, SP. Pesquisa padrões de diferentes naturezas, possibilidades de reprodutibilidade e alternativas de “pulverização” do trabalho de arte, utilizando gravuras, fotografias, objetos, instalações, desenhos digitais e vídeos.
Sobre o curador:
Allan Yzumizawa
É professor e pesquisador de cultura e arte contemporânea. Atua como curador no Museu de Arte Contemporânea de Sorocaba (MACS). É doutorando em História da Arte pela Unifesp, mestre em Artes Visuais pela Unicamp e bacharel em Artes Visuais pela mesma universidade.
Dentre os principais projetos como curador, destacam-se “Quando sou aquilo que não lembro que fui”, Sesc Sorocaba (2018); “Corpos da água vermelha” (Prêmio ProAC 2021) e “A invenção do herói”, MAC Sorocaba (2022).
Serviço:
Exposição “Sombras-Luzes: identidade na diáspora japonesa no Brasil”
Data: em cartaz até 5 de maio de 2024
Local: Sala de exposições temporárias Hospedaria em Movimento
Museu da Imigração
Rua Visconde de Parnaíba, 1.316 – Mooca – São Paulo/SP
Tel.: (11) 2692-1866
Funcionamento: de terça a sábado, das 9h às 18h, e domingo, das 10h às 18h (fechamento da bilheteria às 17h)
R$16 e meia-entrada para estudantes e pessoas acima de 60 anos | Grátis aos sábados e, todos os dias, para as crianças até 7 anos
Acessibilidade no local – Bicicletário na calçada da instituição – Não possui estacionamento.
(Fonte: Ju Vilela Press)
Destaques do mês incluem aulas sobre roteiro de game, produção de curta de terror, composição fotográfica e mais. Imagem: divulgação.
O mês de fevereiro no MIS traz opções de cursos para amantes de games, cinema e fotografia. Os temas das aulas incluem roteiro de game, direção de arte, composição fotográfica e até produção de curta-metragem de terror. Ao longo do ano, o MIS (instituição da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Governo do Estado de São Paulo) oferece uma gama cursos práticos e teóricos, nas áreas de fotografia, cinema, música, videoclipes, história da arte, escrita e cultura geek, entre outras. Confira abaixo todas as opções de fevereiro. Outros detalhes, como valores, datas, duração dos cursos e descontos, podem ser conferidos no site do museu: https://mis-sp.org.br/cursos/.
Como fotografar com celular – 1, 2, 5, 6 e 7 de fevereiro, das 15h às 18h | O curso é voltado para quem fotografa com smartphones no dia a dia e quer aprender técnicas básicas, iluminação e pós-produção de imagens. Nas aulas, serão abordados conceitos sobre sensores para fotografia digital, equipamentos utilizados em celulares, acessórios e lentes, programas de edição e aplicativos, além de dicas de composição, linguagem e iluminação natural. O curso permite ao aluno aprimorar sua forma de fotografar viagens, fazer retratos de eventos e de seu cotidiano de forma criativa e atual.
Roteiro de game: criação e escrita de narrativas para jogos digitais – 1, 7, 8 e 9 de fevereiro, das 19h às 22h | O curso tem como propósito apresentar os principais fundamentos da escrita de roteiros para peças audiovisuais interativas, com foco no universo dos jogos digitais. Será abordado de que modo a jogabilidade – isto é, a mecânica – de um game se alia aos elementos estruturantes de uma narrativa, fornecendo ao público conceitos e ferramentas que auxiliam no processo de “videoescritura” de projetos próprios. Serão identificadas, ainda, as práticas de storytelling em voga na indústria dos jogos digitais, bem como as potencialidades e limitações específicas de diferentes gêneros e formatos de games.
Composição fotográfica – 6, 8, 20, 22, 27 e 29 de fevereiro, das 19h às 22h | O objetivo do curso é que os participantes tenham uma base para começar a clicar de maneira consciente e criativa através do olhar fotográfico. Com os ensinamentos de enquadramento e composição considerados clássicos, exemplificados na parte teórica da aula, o aluno estará apto a fotografar com parâmetros, buscando filtrar o que registra através do aparelho, possibilitando que suas imagens obtenham uma estética artística.
Processo criativo para roteiristas – 15, 20, 22, 27 e 29 de fevereiro e 5 de março, das 10h às 12h | Voltado para estudantes de comunicação, escritores, dramaturgos e roteiristas independentemente do seu nível de experiência, o foco do curso é explorar as fases essenciais do planejamento e da produção de roteiros, elementos cruciais para guiar e dar forma a qualquer obra audiovisual. Ao integrar teoria e prática, as aulas oferecem uma imersão nos métodos de criação utilizados por roteiristas e escritores. Desde estratégias conceituais até a aplicação prática, os participantes serão conduzidos por um caminho que explora não apenas a técnica, mas também a expressão artística inerente à criação de roteiros.
Direção de arte – 19, 21, 26 e 28 de fevereiro e 4, 6, 11 e 13 de março, das 19h às 21h30 | Você sabia que tudo o que você vê em uma cena tem direção de arte? Mas o que faz um diretor de arte? Ele traduz as diretrizes estéticas dadas no roteiro e torna concretas as propostas idealizadas pela direção na realização de um projeto audiovisual. No curso para iniciantes, é possível aprender os principais conceitos e adquirir ferramentas valiosas para ingressar em uma equipe de arte.
Produção de curta-metragem de terror independente – 19, 21, 23, 26 e 28 de fevereiro e 1º de março, das 19h às 22h | O curso tem como objetivo entender o gênero terror no cinema e suas convenções e estudar como sair de uma ideia, passando pelo roteiro, pré-produção, filmagem e pós-produção de forma teórica e prática. O intuito é ser um grande laboratório de cinema coletivo independente, onde os participantes irão produzir um curta de terror. Após a oficina, os professores editam e finalizam o filme, compartilhando com os participantes, que terão a liberdade para explorá-lo em exibições na internet ou em festivais de cinema.
Sobre o Clube MIS | O Clube MIS é o programa de sócios do Museu da Imagem e do Som de São Paulo. Sendo membro, você possui acesso livre a todas as exposições do MIS e do MIS Experience, desconto nos Cursos MIS e benefícios em mais de 40 instituições parceiras, incluindo museus, teatros, cinemas, casas de show e muito mais. Conheça: clubemis.com.br.
(Fonte: Museu da Imagem e do Som – MIS)
Retrato de Rubem Valentim em seu atelier, 1986. Foto: Roosevelt Pinheiro – Acervo do Centro de Pesquisa do MASP.
O MASP – Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand vem desenvolvendo, por meio de seu Centro de Pesquisa, um projeto de preservação de um conjunto de aproximadamente 19.000 documentos do artista Rubem Valentim, doado entre julho de 2019 e agosto de 2022, pelo Instituto Rubem Valentim no contexto da exposição “Rubem Valentim: construções afro-atlânticas”, em 2018. O museu segue assim a tendência de museus norte-americanos – como o The Metropolitan Museum of Art (Nova York), o Hammer Museum (Los Angeles) e o Cooper Hewitt Collection (Nova York) – de investir na digitalização de seu acervo.
Rubem Valentim (Salvador, BA, 1922 – São Paulo, SP, 1991) foi escultor, pintor e gravador fundamental da arte brasileira e das histórias afro‐atlânticas no século 20. Suas composições geométricas, combinadas com elementos do modernismo brasileiro, traduzem a variedade da cultura nacional e dão forma a símbolos e emblemas afro-brasileiros.
A ampla coleção documental do artista doada ao MASP é composta por correspondências de personalidades, textos, cadernos de desenhos e esboços, documentos iconográficos, itens audiovisuais (gravações de entrevistas e depoimentos), livros, jornais e catálogos de mostras individuais e coletivas. Os registros referentes às exposições e a vida acadêmica de Valentim foram acumulados pelo artista e seus familiares ao longo das últimas décadas. Destacam-se os cadernos e os dossiês das exposições nacionais e internacionais, registros ainda inéditos para estudantes e especialistas da área.
A coordenadora do Centro de Pesquisa, Adriana Villela, reflete: “é uma tendência do núcleo arquivístico do museu receber coleções de artistas por se tratar de um material valioso para pesquisadores que se propõem a realizar um estudo profundo sobre determinada personalidade, além de dialogar com o objetivo institucional do MASP de preservar a memória das artes e institucional. Com todos esses esforços, o MASP visa fomentar a pesquisa sobre arte brasileira e contribuir para uma melhor compreensão do artista e de suas obras”.
Inicialmente, devido à contaminação biológica do material e da impossibilidade de manuseio seguro da documentação pela equipe do Centro de Pesquisa, o material foi submetido à desinfecção por radiação gama no IPEN (Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares da Universidade de São Paulo). Após esse processo, a equipe realizou os trabalhos técnicos de identificação, higienização e descrição da documentação textual e do material fotográfico.
Atualmente, o núcleo está trabalhando na digitalização dos registros fotográficos da coleção em mais uma etapa para a disponibilização da documentação para os pesquisadores, algo que já ocorre com frequência, considerando os 80 atendimentos de pesquisas de instituições nacionais e internacionais (como CUNY Graduate Center, Sorbonne Université, Unicamp e Universidade Federal da Bahia) relacionadas ao fundo Rubem Valentim realizados entre 2022 e 2023.
“Além do conjunto de fotografias, o fundo conta com uma ampla documentação que ajuda a compreender melhor a trajetória do artista, algo muito importante para a pesquisa e raro no Brasil. Há um conjunto significativo de cartas, diários e documentos que informam tanto sobre as referências artísticas e teóricas de Valentim, quanto sobre sua atuação profissional para além do pincel e das telas – como o período em que deu aulas livres na Universidade de Brasília e a proposta de criação de um centro cultural na capital federal, temas ainda muito pouco estudados e que estou abordando em minha pesquisa de mestrado”, pontua Matheus de Andrade, assistente curatorial, MASP, e pesquisador do Fundo Rubem Valentim no Programa de Pós-Graduação Interunidades em Estética e História da Arte da Universidade de São Paulo. “O arquivo permite, ainda, reposicionar a crítica sobre a obra de Valentim, rompendo definitivamente com uma ideia de autodidatismo, por exemplo, e com uma leitura de seu trabalho restrita às referências simbólicas dos terreiros de Candomblé. É preciso ampliar o debate”, conclui.
O MASP realizou, em 2018, uma grande exposição dedicada ao artista. “Rubem Valentim: construções afro-atlânticas”, integrava o programa daquele ano dedicado às Histórias afro-atlânticas. Com curadoria de Fernando Oliva, curador, MASP, a mostra apresentou, a partir de 90 obras do artista baiano, uma abordagem mais singular de sua obra, sublinhando seus aspectos políticos, religiosos e sobretudo afro‐brasileiros. “A obra de Valentim é única na história do século 20, pois desafia o cânone oficial ao oferecer resistência às conceituações simplificadoras de suas possibilidades. Não se deixa facilmente incorporar nem por uma nem por outra leitura: o ‘Valentim concretista’ não se permite apartar do ‘Valentim popular’ e do ‘Valentim religioso’, pois fazem parte de uma mesma percepção de mundo. Uma que busca a síntese das experiências e não sua divisão”, argumenta o curador Fernando Oliva.
Atualmente o Acervo do MASP também passa por um projeto de processamento da documentação digital gerada pelas atividades de gestão de seu acervo. Ao todo, mais de 20 mil imagens de obras e cerca de 30 mil documentos estão sendo identificados, classificados, descritos e armazenados em um repositório digital seguro a fim de garantir sua preservação digital a longo prazo e melhor eficiência dos processos de gestão.
O Centro de Pesquisa atende pesquisadores mediante agendamento, de segunda a sexta, das 13h às 18h. Para agendar uma visita, é necessário enviar um e-mail para centrodepesquisa@masp.org.br. Já para consultar as Obras Raras e Especiais, deve-se apresentar um documento que comprove vínculo institucional e uma carta da instituição que indique a finalidade da pesquisa.
Centro de Pesquisa | O Centro de Pesquisa possui um dos principais acervos especializados em artes do Brasil, com mais de 70 mil volumes, entre obras raras e especiais, e tem por objetivo preservar e oferecer acesso às publicações e à documentação do museu e sobre as artes. O núcleo foi criado como Biblioteca do MASP no 30º aniversário do museu em 1977, quando Lina Bo Bardi (1914–1992) e Pietro Maria Bardi (1900–1999) doaram a sua coleção de livros. Na década de 1990, o núcleo ampliou suas atividades com a incorporação da documentação produzida pelas atividades realizadas no museu. A partir de 2017, com uma nova compreensão sobre a sua atuação, passou a ser chamado de Centro de Pesquisa.
Serviço:
Projeto de preservação Fundo Rubem Valentim
Centro de Pesquisa
2º subsolo
MASP — Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand
Avenida Paulista, 1578 – Bela Vista – São Paulo, SP
Telefone: (11) 3149-5959
Horários: Terça e quinta grátis – terça, das 10h às 20h (entrada até as 19h); quarta a domingo, das 10h às 18h (entrada até as 17h); fechado às segundas
Agendamento obrigatório pelo e-mail centrodepesquisa@masp.org.br.
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(Fonte: Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand)