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Arte & Cultura

Campinas

Centro Cultural Casarão será palco do Festival Arreuní! 2024

por Kleber Patrício

O Festival Arreuní! 2024 trará músicos, cantadores e compositores ao Centro Cultural Casarão, em Barão Geraldo, Campinas (SP) para uma série de apresentações a partir de 5 de maio (domingo), às 15h, com entrada gratuita. A proposta é divulgar as diferentes vertentes da música tradicional brasileira, reunindo artistas de culturas distintas para compartilhar a diversidade e […]

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Galeria Lume apresenta “Ensaio sobre o Fim do Mundo”, individual de Marina Hachem

São Paulo, por Kleber Patricio

Fotos: Ana Pigosso.

Foi a partir da descoberta de um cemitério de pneus no Kuwait – tão descomunal que é possível enxergá-lo em imagens de satélites – que a artista plástica Marina Hachem encontrou inspiração para a exposição “Ensaio sobre o fim do mundo”, inaugurada no sábado, dia 19 de outubro, na Galeria Lume, sob a curadoria de Agnaldo Farias. Deste tipo peculiar de lixão surgiu a reflexão que dá nome à mostra: estaria o homem ensaiando o fim do seu mundo?

A indignação é a tônica dessa série de obras que englobam técnicas mistas – assim como as emoções que provocam em quem as observa com mais atenção. Daí a opção pelo preto e por variações do branco e do cinza – tonalidades adequadas para a realização de paisagens medonhas, fumegantes e fedorentas como o Pantanal, que desde o ano passado nos vem chegando pelas imagens televisivas, com cadáveres carbonizados dos animais caídos ao final de uma fuga infinita. A partir dessa representação, a artista buscou reconstituir em imagens o cenário singular e assustador que via, trazendo uma espécie de movimento para as infinitas pilhas de pneus inertes.

“O que mais me interessa nessa série é a quantidade de pneus e o sombreamento entre um e outro. Cria-se uma ideia de movimento e fluidez, de permanente correnteza. Se você fica olhando por muito tempo, parece que a imagem está se mexendo”, explica a artista, dizendo este ter sido o estopim da ideia para as obras desta exposição. “Eu queria, a partir de então, reinterpretar essas imagens e relacioná-las na materialidade, de alguma forma, com a natureza”, finaliza.

Para isso, Marina apropriou-se e transferiu as fotografias para as telas, recortando-as, alterando seus enquadramentos, ampliando ou reduzindo alguns de seus detalhes e reais dimensões. À base de pastel oleoso de cor preta, as produções da artista foram parcialmente encobertas por camadas de cimento branco e cinza, finalizadas com uma crosta de telas de arame (tela de galinheiro). O resultado das obras é áspero, crispado, convulso – paisagens encarceradas. Vistas de cima, como pela janela de um avião, entre os vales fabricados pelas encostas de pneus, as paisagens parecem não ter profundidade, carecem de horizontes.

A prova da destruição não está apenas no Pantanal, na Floresta Amazônica, no degelo do Círculo Ártico, como demonstra a artista: “A prova de tudo isso está aqui, colada a nós, moradores das grandes cidades, personificada nos lixões e aterros sanitários, pontuados pelas chamas permanentes da queima do metano, formando um imenso fogão com bocas escancaradas ao céu aberto”, completa o curador, Agnaldo Farias.

Sobre a artista | Marina Hachem (1993) nasceu na cidade de São Paulo, onde vive e trabalha atualmente. É graduada em Artes Visuais pela Fundação Armando Álvares Penteado (FAAP) e estudou também na Central Saint Martins, em Londres – Inglaterra. Sua produção transita entre desenho, pintura, objeto, escultura e instalação. Participou de exposições coletivas, como “Mil e Uma” (São Paulo) e “Et tu, Art Brute?” (Nova York); e apresentou a individual “Entrelinha”, em 2016, na galeria Arte Hall, em São Paulo. Em 2019, desenvolveu o programa de residência da SVA, em Nova York – EUA.

Sobre a Galeria Lume

A Galeria Lume foi fundada em 2011 com a proposta de fomentar o desenvolvimento de processos criativos contemporâneos ao lado de seus artistas e curadores convidados. Dirigida por Paulo Kassab Jr. e Victoria Zuffo, a Lume se dedica a romper fronteiras entre diferentes disciplinas e linguagens por meio de um modelo único e audacioso que reforça o papel de São Paulo como um hub cultural e cidade em franca efervescência criativa.

A galeria representa um seleto grupo de artistas estabelecidos e emergentes, dedicado à introdução da arte em todas as suas mídias, voltados para a audiência nacional e internacional, por meio de um programa de exposições plural e associado a ideias que inspiram e impulsionam a discussão do espírito de época. Foca-se também no diálogo entre a produção de seus artistas e instituições, museus e coleções de relevância.

A presença ativa e orgânica da galeria no circuito resulta na difusão de suas propostas entre as mais importantes feiras de arte da atualidade, além de integrar e acompanhar também feiras alternativas. A galeria aposta na produção de publicações de seus artistas e realização de material para pesquisa e registro. Da mesma forma, a Lume se disponibiliza como espaço de reflexão e discussão. Recebe palestras, performances, seminários e apresentações artísticas de natureza diversa.

Serviço:

Ensaio sobre o Fim do Mundo

Texto crítico: Agnaldo Farias

Local: Galeria Lume, sala expositiva I

Abertura: 19 de novembro, sábado, das 11h às 17h

Período expositivo: 19 de novembro de 2022 a 28 de janeiro de 2023

Horário de visitação: segunda a sexta, das 10h às 19h; sábados, das 11h às 15h

Endereço: Rua Gumercindo Saraiva, 54 – Jardim Europa, São Paulo – SP

Entrada gratuita

Informações para o público: tel.: (55) 11 4883-0351

e-mail:  contato@galerialume.com

https://www.instagram.com/galerialume/

https://www.facebook.com/GaleriaLume

https://galerialume.com/.

(Fonte: a4&holofote comunicação)

Centro Cultural Justiça Federal inaugura panorama da obra de Gustavo Speridião

Rio de Janeiro, por Kleber Patricio

Fotos: divulgação.

Um dos mais destacados e engajados artistas brasileiros da atualidade, o carioca Gustavo Speridião apresentará um panorama de sua obra recente desde 19 de novembro na mostra “Gustavo Speridião – Manifestação contra a viagem no tempo”, no Centro Cultural Justiça Federal. Com curadoria de Evandro Salles, serão apresentadas cerca de 150 obras, entre pinturas, desenhos, colagens, fotografias, filmes, objetos e faixa-poema, produzidos entre 2006 e 2022, no Rio de Janeiro, São Paulo e Paris. Desde 2016 o artista não realiza uma exposição institucional no Rio de Janeiro. “É uma mostra antológica, que revela um artista denso e profícuo, que se inscreve fortemente nas raízes construtivas da arte”, afirma o curador Evandro Salles.

Tendo todo o seu trabalho perpassado pela palavra e pelo poema, Speridião apresentará obras impactantes, sejam pelo seu tamanho, por suas formas ou por suas frases-poemas, em trabalhos que mostram o amplo campo de linguagens exploradas pelo artista.  Cerca de 50 pinturas em grandes dimensões, com tamanhos que chegam a 6 metros de comprimento, estarão na exposição ao lado de mais de 80 desenhos de menor formato e pequenos objetos em gesso. Faixas-poemas que participaram de manifestações nas ruas do Rio de Janeiro, fotografias e dois filmes produzidos pelo artista – um curta e um média-metragem – completam a exposição.

Os trabalhos trazem em sua temática questões políticas, existenciais, filosóficas e em defesa da liberdade de expressão, mas sempre dentro de uma narrativa poética. Trazendo o universo das ruas, muitas obras incorporam durante o processo de trabalho manchas, respingos, eventuais rasgos e sujeiras e que acabam se integrando à obra. “O pincel ou o lápis agem como uma faca. Cortando a superfície do plano em gravações definitivas, irretocadas. Suas referências históricas são explicitadas. Suas apropriações, reveladas. Suas palavras são ditas (e escritas). Seus erros são incorporados ao lado de seus acertos. Nada há a esconder. Revela-se o aparecimento das verdades cruas, das ilusões vãs ou das realidades cruéis”, diz o curador.

Em trabalho inédito, seis grandes telas são dispostas em hastes fincadas em blocos de concreto urbano, semelhantes aos que encontramos nas ruas, feitos com britas. Formam um círculo por onde o público poderá caminhar e imergir, vendo a tela e seu avesso. “Sempre trabalhei com arte urbana. Os blocos de concreto me interessam como objeto e fazem a tela se tornar mais espacial, caminhando mais para a escultura. É uma fórmula que me interessa”, afirma o artista. Mesmo sendo uma quase escultura ou instalação, Speridião diz que “tudo é parte da pintura, de um plano pictórico que está em várias dimensões”. Esses mesmos blocos de concreto aparecem em outras obras, com madeiras e pequenas faixas com textos como “A arte da revolução” ou “Tudo insuportável”.

Desenho de Gustavo Espiridião.

Se elementos das ruas, como os blocos de concreto, são utilizados nas obras, o contrário também acontece e obras criadas no ateliê do artista na Gamboa, na zona portuária do Rio de Janeiro, vão para as ruas, como a faixa-poema, em grandes dimensões, medindo 2,5m X 4,5m, realizada em colaboração com Leandro Barboza, que participou de manifestações no Rio de Janeiro e, na exposição, estará presa por cabos de madeira, apoiadas em blocos de concreto.

Para mostrar a ampla produção do artista, que transita por diversas linguagens, também serão apresentadas fotografias que mostram construções de imagens e dois filmes: o média-metragem “Estudos Superficiais” (2013), ganhador do prêmio Funarte de Arte Contemporânea, em 2014, que registra lugares, imagens urbanas, momentos e pessoas que cruzaram o caminho do artista, e curta-metragem “Time Color” (2020), que fala sobre a existência da humanidade, superação da natureza, geometria e formação da gravidade.

O título da exposição foi retirado de uma colagem de 2009 na qual, sobre uma imagem de manifestação publicada em um jornal, o artista escreve com tinta a frase que dá nome à mostra: “Manifestação contra a viagem no tempo”, em uma referência a situações recentes da nossa história. “Para enfrentar a desmemória de um falso passado, propõe e nos remete em poema ao real do aqui e agora. Imagem e palavra se articulam na construção de um terceiro sistema: Poema”, afirma o curador.

Ao longo do período da exposição está prevista uma palestra com o artista e o lançamento do e-book bilíngue da mostra.

Sobre o artista | Gustavo Speridião trabalha em uma grande variedade de mídias, incluindo fotografia, filmes, colagens e desenhos. De simples piadas visuais a esboços que convidam a interpretações complexas. Em sua obra, Gustavo Speridião não tem medo de parafrasear e citar coisas que o cercam, desde os discursos de trabalhadores até assuntos políticos globais ou filmes de vanguarda modernistas à história da arte. Há uma espécie de energia crítica que consegue mostrar uma atitude em relação ao que ele considera que deve ser discutido, reavaliado e recriado. O mundo inteiro pode ser o tema de seu trabalho. Tudo que existe no mundo contemporâneo constitui sua gramática visual. O artista assimila a velocidade do mundo contemporâneo, mas recusa todos os discursos oficiais, que tentam nos convencer de que a luta de classes já está completamente perdida. Speridião examina os problemas universais enfrentados pelo homem e os transforma em arte visual. Com sua criação e interpretação de imagens e a forma de editá-las, sua poesia reivindica o direito de ter voz contra o capitalismo.

Sobre o curador

Artista e curador. Notório Saber em Arte reconhecido pela Universidade de Brasília –UnB. Mestre em Arte e Tecnologia pelo Instituto de Artes da Universidade de Brasília – UnB.

Profissionalmente, atuou dirigindo diversas instituições culturais: criador e diretor executivo da Fundação Athos Bulcão – Brasília; secretário adjunto de Cultura do Distrito Federal (1997-1998); diretor cultural do Museu de Arte do Rio – MAR (2016-2019). Um dos fundadores no Rio de Janeiro do Instituto CASA – Convergências da Arte, Sociedade e Arquitetura. Diretor da empresa cultural Lumen Argo Arte e Projeto.

Idealizou e realizou nos últimos anos inúmeras exposições de artes visuais em museus e centros culturais, das quais destacam-se “O Rio do Samba – Resistência e Reinvenção” – Museu de Arte do Rio-MAR, 2018.; “Tunga, o rigor da distração”, 2017, Museu de Arte do Rio-MAR; “Claudio Paiva – O colecionador de Linhas”, MAR, 2018; “O Poema Infinito de Wlademir Dias-Pino” – Museu de Arte do Rio-MAR, 2016; “Casa • Cidade • Mundo – sobre arte e arquitetura” – Centro Cultural Hélio Oiticica. Rio de Janeiro. 2015.; “A Experiência da Arte” – com obras de Cildo Meireles, Eduardo Coimbra, Ernesto Neto, Paula Trope, Vik Muniz, Waltercio Caldas e Wlademir Dias Pino – CCBB-Brasília – 2014. SESC Santo André – São Paulo 2015; “Amilcar de Castro – Repetição e Síntese – panorama da obra do artista mineiro” – CCBB-Belo Horizonte 2014; “Arte para Crianças” –  Museu da Vale, Vila Velha – ES; Museu de Arte Moderna do RJ; Casa das Onze Janelas, Belém; CCBB Brasília; SESC Pompéia, São Paulo; Itinerância de 2006 a 2010; curador geral do Espaço Brasil no Carreau du Temple, Paris – Ano do Brasil na França; 2005.

Sobre o Centro Cultural Justiça Federal

Espaço reconhecido por incentivar e garantir o acesso da população às diversas formas de expressão cultural, abriga exposições, peças teatrais, espetáculos de dança e de música, mostras de cinema, cursos, seminários, palestras, dentre outras. Vinculado à Presidência do Tribunal Regional Federal da 2ª Região, ocupa a antiga sede do Supremo Tribunal Federal na cidade do Rio de Janeiro.

A construção do prédio teve início em 1905, como parte integrante do projeto de reformulação urbanística da cidade, então Capital Federal. Projetado pelo arquiteto Adolpho Morales de Los Rios, o edifício é um dos mais importantes testemunhos da arquitetura eclética do país. O STF ocupou o prédio até 1960, quando da transferência da Capital Federal para Brasília. Desde então, a edificação abrigou o Superior Tribunal Eleitoral, o Tribunal de Alçada e varas da Justiça Federal de 1ª Instancia. Após sete anos de obras de restauração, o prédio foi aberto ao público em 4 de abril de 2001, já como Centro Cultural.

Serviço:

Exposição “Gustavo Speridião – Manifestação contra a viagem no tempo”

Exposição: até 12 de fevereiro de 2023

Centro Cultural Justiça Federal [Galerias Térreo e 1º Andar]

De terça a domingo, das 11h às 19h.

Endereço: Avenida Rio Branco, 241 – Centro – Rio de Janeiro – RJ

Telefone: (21) 3261-2550

Entrada franca

Patrocínio: Governo do Estado do Rio de Janeiro, Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa do Rio de Janeiro, através do Edital Retomada Cultural RJ2

Realização: AREA27

Co-realização: Centro Cultural Justiça Federal.

(Fonte: Midiarte Comunicação)

Parque Mundo das Crianças recebe exposição de arte

Jundiaí, por Kleber Patricio

Foto: divulgação.

Um parque público, gratuito, de grandes dimensões e brinquedos (inclusive aquáticos) para crianças de todas as idades – o Mundo das Crianças, à beira da represa que abastece a cidade de Jundiaí (SP) em uma extensão da área de preservação, inaugurou, no dia 8 de novembro, uma pré-exposição do Zoo Urbano na Casa da Árvore, onde podem ser conhecidos os processos artísticos, concepção das obras expostas, maquetes e, também, brincar de colorir e brincar enquanto aguardam a Exposição Oficial, que será inaugurada no dia 3 de dezembro e vai ocupar todas as áreas do Mundo das Crianças.

A partir de 3 de dezembro, os visitantes irão conhecer e se divertir com 10 animais gigantes feitos com materiais reciclados e esculpidos por diferentes artistas brasileiros. Entre eles, o Gato Salem, um dos maiores ícones dos anos 1990, que conquistou o coração de uma geração inteira por ser um gato sarcástico e cheio de personalidade na série “Sabrina, Aprendiz de Feiticeira”, feito com 116 quilômetros de fitas VHS interceptadas do lixo e ressignificadas.

Como uma forma de reforçar as campanhas que alertam para o perigo de dirigir após a ingestão de bebida alcoólica, outro animal em exposição será uma anta, que é recheada de garrafas de bebidas produzida pelo artista Betto Damasceno, que, por meio da sua arte e da sua história pessoal, concebeu a obra.

E não para por aí: a exposição também inclui o macaco cujo destaque é sua orelha. Ele traz uma versão de telefone antigo feito de latinhas e assinado pelo artista veterano do Zoo Urbano Subtu.

O público ainda poderá visitar a Pedra da Onça Parda, pertinho de uma cachoeira, inspirada na pedra do filme “Rei Leão” feita com ferros de construção. “O Zoo Urbano tem como principal objetivo a consciência coletiva e o engajamento dos indivíduos, comunidades, empresas e artistas. São obras de arte gigantes em formato de animais feitas com materiais reciclados realizadas por artistas plásticos brasileiros. As obras gigantes geram, além de uma diversão, um grande impacto aos visitantes e, por serem feitas com materiais reciclados, proporcionam reflexões quanto a transformar o lixo em obra de arte. Transformar o plástico em plástica”, comenta o curador da exposição, Roberto Parisi.

Diversão garantida | O parque ocupa um espaço inovador – são 170 mil metros quadrados de área – dedicado a diversão, alegria, aprendizagem e interação com a natureza, além de estimular o contato e a interação com a natureza, o brincar e a experiência. O parque oferece estações de brinquedos, paredes de escalada, quadras esportivas, pista de skate, áreas verdes para lazer, cultura e aprendizagem, fontes interativas e trilhas.

FICHA TÉCNICA

Realização: Mosaiky

Produtora executiva: Sueli Parisi

Produtor: Alexandre Panhan

Diretor de Arte: Murillo Denardo

Curador: Roberto Parisi

Coordenação artística: Fábio Souza

Artistas desta edição:

Bel Borba – Pássaro

Betto Damasceno – Anta

Fábio Souza – Onça Parda

Fábio Souza – Arara

Fernando Berg – Capivara

Jota.C – Teiú

Renê Muniz – Peixe

Rita Caruzzo – Beija Flor

Subtu – Macaco

Sueli Parisi – Gato.

Agenda:

De 8 de novembro a 10 de dezembro: Exposição de maquetes e processos das obras na Casinha da Árvore com atividades infantis

De 3 de dezembro a 31 de março — Exposição Zoo Urbano.

Serviço:

Aberto de terça-feira a domingo, das 7 às 17 horas

Acesso liberado de terça a sexta-feira e agendamento obrigatório para visitação aos fins de semana e feriados pelo site

Acesso e estacionamento gratuitos

Local: Rodovia João Cereser, Pista Sul, Km 64+400, em Jundiaí, São Paulo.

(Fonte: Alliance Comunicação)

Instituto Ayrton Senna leva Lewis Hamilton para conversar com estudantes em escola pública de SP

São Paulo, por Kleber Patricio

Fotos: KV Conteúdo/Instituto Ayrton Senna.

Passado o momento crítico da pandemia, a crise na educação brasileira continua e acumula desafios urgentes. Estudos apontam prejuízos em todas as etapas da educação básica, indicando retrocesso de quase dez anos na qualidade de ensino do país. Para além do esforço emergencial para a recomposição da aprendizagem e combate à evasão escolar, os impactos na saúde mental dos estudantes também exigem atenção. Mapeamentos recentes do Instituto Ayrton Senna mostram que 49% dos estudantes de São Paulo se dizem nada, pouco ou medianamente capazes de ser persistentes, indicando a necessidade de se fortalecer em crianças e jovens as competências socioemocionais.

Para avançarmos diante desse cenário desafiador para a educação deixado pela pandemia e pelo fechamento das escolas por dois anos no país, será preciso uma grande reviravolta. De nada adiantará focarmos unicamente em conteúdo – será necessário promover também de forma intencional e planejada o desenvolvimento socioemocional dos estudantes, promovendo o foco, a determinação, a curiosidade para aprender, entre outras características, tal qual fazemos com as ciências ou com a matemática, diante do impacto comprovadamente positivo que ele possui sobre a aprendizagem.

Esse vem sendo o grande foco da atuação do Instituto Ayrton Senna na produção de conhecimento e de práticas pedagógicas. Uma parte deste trabalho foi apresentada por Viviane Senna, presidente do Instituto Ayrton Senna, ao britânico sete vezes campeão mundial de Fórmula 1 Lewis Hamilton. Durante sua visita ao Brasil para o Grande Prêmio de São Paulo de 2022, Hamilton buscou o Instituto para conhecer mais sobre o trabalho que a organização não governamental tem realizado, desde 1994, com o objetivo de dar oportunidades a crianças e jovens por meio da educação.

Lewis Hamilton, que já declarou que o tricampeão de Fórmula 1 Ayrton Senna é seu maior ídolo e inspiração, participou de um evento promovido pelo Instituto Ayrton Senna e pela Secretaria da Educação do Estado de São Paulo na Escola Estadual Lasar Segall, na capital paulista, na manhã do último dia 10. O evento ainda contou com a presença de autoridades, educadores e estudantes.

A educação tem sido uma causa central para Hamilton. Durante a visita, ele teve a chance de conversar com as estudantes dos anos finais do Ensino Fundamental, além de ouvir a história do jovem Marcos Ferrari, que atualmente atua como coordenador pedagógico na rede municipal de Pereira Barreto (SP). Marcos participou de projetos do Instituto Ayrton Senna quando ainda era estudante e falou sobre o incentivo que recebeu de sua professora nesse período, que o fez decidir ser professor.

Emocionado com as histórias, Hamilton comentou que, quando estava na escola e não tirava boas notas, ouvia das pessoas que não teria sucesso. “Então, é preciso acreditar em si mesmo para poder ser tudo o que quiser”, afirmou Hamilton durante a conversa com os estudantes. “Hoje, vejo que educação é realmente essencial para aumentar as nossas oportunidades de futuro. Ela é a ferramenta capaz de expandir nossas mentes e nos fazer acreditar que podemos conquistar tudo o que quisermos”, completou Hamilton.

Educação integral para redução das desigualdades

Transformar a realidade brasileira por meio de uma educação com mais significado e comprometida com a redução das desigualdades é a missão do Instituto Ayrton Senna. Há quase três décadas, a organização vem produzindo conhecimento de ponta e implementando ações voltadas à melhoria da qualidade da educação pública em uma busca incessante por inovação. Ao longo deste tempo, milhões de crianças e jovens brasileiros tiveram suas vidas transformadas – o grande sonho de Ayrton Senna. Em 2022, a estimativa é que cerca de 196 mil educadores e 2,8 milhões de crianças e jovens de todo o país sejam beneficiados pelas iniciativas com foco em educação integral levadas pelo Instituto às redes públicas de ensino.

“O Ayrton sempre acreditou que o segredo do sucesso é a oportunidade. Ele me disse uma vez que não queria ser uma pessoa que dá certo em um país que não dá e que queria dividir a oportunidade que ele teve com outras pessoas”, contou Viviane durante o encontro, lembrando que nem todas as crianças e jovens brasileiros têm a oportunidade de ter educação de qualidade no país. “Além de saber português e matemática, no século 21 é também preciso saber trabalhar em time, ter iniciativa, determinação, tolerância. Saber conviver e respeitar o diferente, independentemente da cor da pele, religião ou partido político”, completou Viviane Senna, lembrando que a educação integral é uma das mais importantes ferramentas para atingirmos esse objetivo.

A Escola Estadual Lasar Segall foi escolhida para sediar a ação por ser uma das unidades que promoveu o desenvolvimento e monitoramento de competências socioemocionais, inclusive durante a pandemia. O trabalho implementado pela escola contou com o suporte da parceria firmada pelo Instituto Ayrton Senna com a Secretaria da Educação para a implementação da política de educação integral no estado, desde 2019. O Instituto já atuava com diferentes modelos de parceria com a rede de ensino paulista desde 2003.

Atualmente, essa parceria vem se materializando em diversas frentes, desde a incorporação do desenvolvimento socioemocional em materiais de recuperação de aprendizagem, produção e revisão de materiais pedagógicos para o componente Projeto de Vida, formações de professores e gestores públicos e aplicações para monitoramento das competências socioemocionais com educadores e estudantes, além da formação para o socioemocional de professores. Até o fim do ano, o Instituto realizará ações de homenagem para mais escolas da rede paulista que também conseguiram implementar boas práticas para serem disseminadas para mais territórios.

Eduardo Kobra presenteia escola com mural inédito

A Escola Estadual Lasar Segall foi presenteada com um mural pintado pelo artista brasileiro Eduardo Kobra, que mostra Hamilton segurando o capacete de seu ídolo Ayrton Senna e demonstrando sua conexão com o Brasil.

Nascido no Jardim Martinica, bairro pobre da zona sul paulistana, o Kobra tornou-se um dos mais reconhecidos muralistas da atualidade, com obras em 5 continentes. Kobra possui murais expostos em diversas cidades brasileiras, além de vários países, como Inglaterra, França, Estados Unidos, Rússia, Grécia, Itália, Suécia e Polônia.

Em depoimento para o Seminário Internacional de Motivação, realizado pelo Instituto Ayrton Senna, em 2021, Kobra falou sobre sua motivação para criar arte e compartilhou a conexão da arte com seu propósito de vida, mostrando como a curiosidade para aprender possibilitou novos caminhos em seu ativismo. Conheça mais: https://youtu.be/L_rV9P_di1I.

Sobre o Instituto Ayrton Senna

Há mais de 27 anos, o Instituto Ayrton Senna contribui para ampliar as oportunidades de crianças e jovens por meio da educação. Sua missão é desenvolver o ser humano por inteiro, preparando para a vida no século 21 em todas as suas dimensões. Impulsionados pela vontade do tricampeão de Fórmula 1 Ayrton Senna de construir um Brasil melhor, atua em parceria com gestores públicos, educadores, pesquisadores e outras organizações para construir políticas e práticas educacionais baseadas em evidências. Está em permanente processo de inovação, continuamente investigando novos conhecimentos para responder aos desafios de um mundo em constante transformação.

Partindo dos principais desafios da educação identificados por gestores e educadores com quem trabalha no dia a dia, produzimos, sistematiza e valida conhecimentos críticos para o avanço da qualidade da educação, em um trabalho conjunto com as redes públicas de ensino. Todo o conhecimento produzido é compartilhado com mais atores por meio de iniciativas de formação, difusão, cooperação técnica e transferência de tecnologia.

As ações são financiadas por doações, recursos de licenciamento e por parcerias com a iniciativa privada. Considerando iniciativas voltadas para o Ensino Fundamental e o Ensino Médio, em 2021, esteve presente em 25 estados e mais de 1.500 municípios, onde apoia a formação de quase 200 mil educadores por ano e beneficia a educação de mais de 3,6 milhões de estudantes. www.institutoayrtonsenna.org.br.

(Fonte: Mosaike)

Amazônia Azul: uma década para proteger nosso oceano e agir por um futuro sustentável

Amazônia, por Kleber Patricio

Foto: Thiago Japyassu/Unsplash.

Artigo de opinião por Ronaldo Christofoletti — A ciência tem se debruçado sobre a complexidade dos sistemas naturais para indicar caminhos de enfrentamento da crise climática. Seja pela vertente de estudos da biodiversidade, do ciclo das águas, da economia circular sustentável ou mesmo da valorização das comunidades originárias e povos tradicionais, tudo passa por entender como o ser humano interage com sistemas naturais complexos, impactando-os. Esse entendimento pode levar a soluções práticas e orientar tomadores de decisões a agir, ainda que num cenário em que até as respostas para a crise são complexas.

O oceano tem um papel fundamental quando falamos da crise climática e das soluções para o futuro que queremos. Ele ocupa 70% da superfície do planeta e possui uma ampla diversidade de recursos renováveis e não renováveis, atuando na regulação do clima. Estudos recentes demonstram, por exemplo, que os manguezais da foz do rio Amazonas estocam por hectare, aproximadamente, o dobro de carbono que a Floresta Amazônica, o quadruplo que o Cerrado e dez vezes mais que a Caatinga. Eles são, portanto, chave no estoque de carbono.

Além disso, o oceano é uma fonte de recursos inexplorados que podem servir de fonte para designs inovadores e sustentáveis, desde produtos biotecnológicos com potencial uso na indústria farmacêutica, de cosméticos, em produtos sustentáveis até recursos pesqueiros (algas, peixes e outros animais) alternativos às espécies sobre-exploradas. Estima-se, por exemplo, que 20% do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil venha do oceano e da zona costeira devido a atividades relacionadas ao mar como pesca, turismo, transporte náutico, exploração de petróleo – mais um motivo para protegermos nossa Amazônia Azul.

Ainda comunicamos pouco a importância do oceano para a população brasileira. Mais de 25% dela vive na zona costeira e não sabe como é influenciada pelo oceano – e mais de 40% não sabe como suas ações impactam esse ecossistema. Aliado a isso está um total descaso com relação à saúde oceânica. Estudos recentes mostram que todos os corpos d’água próximos aos principais centros urbanos brasileiros da Baía do Guajará, no Pará, à Laguna dos Patos, no Rio Grande do Sul, se encontram contaminados em algum grau por metais, nutrientes e hidrocarbonetos. Pouco falamos, no entanto, no impacto da urbanização na zona costeira e do desmatamento crescente das vegetações costeiras, ameaçadas por propostas de legislações recentes como a PL 4444/2021, em tramitação na Câmara dos Deputados, que propõe a privatização de parte da zona costeira brasileira.

Com uma visão de futuro a partir de ciência, tecnologia e inovação, a ‘Década da Ciência Oceânica para o Desenvolvimento Sustentável’ é uma oportunidade para abordarmos a pauta global do Oceano olhando para questões locais, regionais e nacionais. Como outros objetivos do Desenvolvimento Sustentável, que vão desde a erradicação da pobreza à transformação das cidades em lugares mais resilientes às mudanças do clima, a restauração dos ecossistemas como o do oceano envolve pensar globalmente e agir localmente. Assim, A Década do Oceano é uma oportunidade de olharmos para as questões locais e regionais, como o desmatamento das zonas costeiras e poluição de nossos mares.

Na sabedoria popular, diz-se que “tudo o que vai, volta”. Logo, cabe a nós a decisão de definir o futuro que queremos: se queremos imprimir impactos negativos ou positivos no ambiente que nos resta. Criar uma cultura oceânica que garanta que os diferentes setores da sociedade civil, do poder público e privado estejam envolvidos e tomem decisões a favor da sustentabilidade, baseadas em ciência, também é uma decisão. Se tomada com sabedoria, podemos dar passos mais consistentes para proteger e restaurar nossa Amazônia Azul.

Sobre o autor | Ronaldo Christofoletti é pesquisador do Instituto do Mar da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), coordenador do Programa Maré de Ciência e membro do Programa “Cultura Oceânica com todos” (Ocean Literacy with All) – IOC da Unesco.

(Fonte: Agência Bori)