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Oficina Cultural Oswald de Andrade celebra aniversário de São Paulo com a exposição “Ocupação Hulda Bittencourt – Uma História com a Dança”

São Paulo, por Kleber Patricio

Imagens de divulgação – arquivo pessoal.

A Oficina Cultural Oswald de Andrade recebe em poucos dias a exposição “Ocupação Hulda Bittencourt – Uma História com a Dança” em celebração ao aniversário de São Paulo. A exposição é uma homenagem à saudosa bailarina Hulda Bittencourt, nascida em Santa Cruz do Rio Pardo, que dedicou sua vida à dança e à cidade de São Paulo, que a acolheu calorosamente.

A mostra, que acontece no histórico espaço da Oficina Cultural Oswald de Andrade, é composta por preciosos arquivos do acervo pessoal da família da fundadora da renomada escola e companhia Cisne Negro Cia de Dança. Os visitantes terão a oportunidade de explorar uma coleção única, incluindo fotografias raras e vídeos de entrevistas com a própria dama da dança brasileira.

Os curadores da exposição são Dany Bittencourt, filha de Hulda Bittencourt e atual diretora artística da Cisne Negro Cia de Dança, e o produtor cultural Marco Prado. Juntos, eles guiam os visitantes por uma jornada através da vida e legado desta figura marcante da dança brasileira. A exposição também promete marcar o início de celebrações dos 47 anos da Cisne Negro Cia de Dança, trajetória que, assim como a da fundadora, se mescla de amor e serviço ao cenário artístico. Hulda Bittencourt fez história no Brasil e no exterior, recebendo em 2019 o título de “Fellowship of The Royal Academy of Dance”, umas das mais importantes honrarias concedidas pela instituição britânica a pessoas que trabalharam em prol do desenvolvimento da dança por meio do método da Royal Academy of Dance. No Brasil, Hulda Bittencourt recebeu, durante o governo de José Serra como governador, a medalha de Honra ao Mérito de Personalidade Artística.

Encontro entre Dança e Literatura

Dany Bittencourt compartilha sua emoção sobre a exposição destacando o significado especial de ocorrer na Oficina Cultural Oswald de Andrade. “A exposição possui um grande significado, pois acontece em um espaço público que é considerado a casa de  Oswald de Andrade, personalidade tão importante para a literatura brasileira, e agora o sentimento é de que Oswald está recebendo nossa querida Hulda em sua casa”. Recentemente, Hulda Bittencourt foi a homenageada no Festival de Dança de Joinville com uma linda exposição que serviu de inspiração para a “Ocupação Hulda Bittencourt”. “A Hulda Bittencourt era uma pessoa vibrante, com muito amor pela Cisne Negro e a dança em geral. Ter a oportunidade de espalhar esse legado na cidade que ela adotou como lar é extremamente gratificante”, acrescenta Marco Prado.

A exposição estará aberta ao público a partir do dia 25 de janeiro até 2 de março, com entrada gratuita. Além da exposição, os visitantes também poderão participar de atividades especiais de acordo com a agenda a ser divulgada nos próximos dias.

Sobre a Cisne Negro Cia de Dança | Fundada por Hulda Bittencourt, que atuou como  diretora artística por 44 anos (in memoriam), e atualmente sob a direção artística de Dany Bittencourt, é considerada uma das melhores companhias contemporâneas do país, sucesso de crítica e mídia, com 46 anos de existência olhando para o futuro e sempre pronta para levar a sua inovadora dança aos quatro cantos do planeta, acreditando que a cultura é uma ferramenta de transformação social, alimento de esperança e sonhos de muitas pessoas.

(Fonte: Luar Conteúdo)

Almanaque Carioquice 2024 vem aí indicando lugares onde o Rio ferve de gente e você ainda não conhece

Rio de Janeiro, por Kleber Patricio

Mostrar as atrações da Cidade Maravilhosa sob um ângulo diferente – essa é a proposta do Almanaque Carioquice 2024. Nas páginas da publicação, um Rio de Janeiro desconhecido de muitos cariocas e que nem todo mundo vê, com atrações que revelam os encantos mil produzidos pela integração entre belezas naturais e diversidade cultural. A publicação, uma parceria do Instituto Cultural Cravo Albin (ICCA) e a Insight Comunicação, chega à sétima edição mostrando a graça, a tipicidade e o charme de “outras praias” cariocas.

Celebrando os 20 anos da marca Carioquice, o presidente do ICCA, Ricardo Cravo Albin, ressalta que a publicação exalta o melhor da cidade e das pessoas. “O espírito carioca é o irrefreável sentimento de descontração, de largueza de gestos, do celebrar-se a cidade que penetra lá no fundo da alma de quem é invadido por sua beleza, elegância e originalidade. E nunca aquele estado sombrio que pode nos acabrunhar pelas ondas (que aparecem e desaparecem) de possíveis violências, impunidades, desencontros”, comenta.

As páginas do Almanaque Carioquice estão recheadas de atrações da cidade que vibra desde cedo e que reúne um rio de gente, nas praias, praças e parques, boates ou em torno de uma boa roda de samba, passando por polos gastronômicos, feirinhas, mercadões e atividades esportivas ao ar livre. O Almanaque segue sua tradição de ter uma abordagem temática, sempre buscando uma forma de cobrir aspectos poucos exaltados e descobrir lugares e histórias surpreendentes. Em 2023, a publicação investigou os lugares que trouxeram inovação para a cidade. Em 2022, o conceito foi relacionado ao Rio que deu a volta por cima e se reinventou com a pandemia. Todas as edições podem ser acessadas no site.

Esta edição garimpa preciosidades em lugares que atraem verdadeiras multidões, tribos descoladas ou grupos de interesse comum. Você sabe ou frequenta esses locais, mas muito possivelmente desconhece ou não prestou a atenção em verdadeiras riquezas submersas nesse mar de gente. Os exemplos são inúmeros. No roteiro, o Aterro do Flamengo, o nosso Central Park, que se transforma em ícone do Carnaval, durante o reinado de Momo. Em meio às intermináveis mutações da festa que define a identidade carioca, o Parque é um epicentro de inovação, ecletismo musical e gente.

Símbolo do subúrbio carioca, o Piscinão de Ramos é um oceano de atividades de lazer muito além dos mergulhos, com aparelhos de ginástica, quadras poliesportivas, quadra de areia, campo de grama sintética, parquinhos infantis, espaço multiuso, áreas de convivência, além de ciclovia e pista de skate.

No quadrilátero entre as ruas São Salvador, Esteves Júnior e Senador Corrêa, em Laranjeiras, a Praça São Salvador é a festa para todas as idades, de manhã à noite, desde a gurizada aproveitando o parquinho até a feirinha de artesanato, além do bloco “Bagunça meu coreto”, criado pelos moradores e que arrasta uma multidão pelas redondezas durante o carnaval. O Largo da Prainha, Baixo Gávea, Baixo Tijuca (Praça Varnhagen) e “Botasoho” – a confluência entre as ruas Álvaro Ramos e Arnaldo Quintela.

Tem também os “mercadões” da cidade, como a Cobal do Humaitá, Cadeg, Uptown e Saara, são os melhores points, segundo o Almanaque, para ver e ser visto. O Ballet Manguinhos, em Higienópolis, está há mais de uma década transformando a vida de jovens de 20 favelas da Zona Norte do Rio de Janeiro. E o Baile Charme do Viaduto de Madureira também é uma das atrações que agitam o subúrbio.

Para agradar turistas e cariocas, o Maracanã é apresentado por uma ótica menos convencional: o lado de fora do estádio. As opções pré-jogo enchem as ruas nos arredores do “Maraca”, que ficam lotadas de torcedores vestidos com seus mantos e cantando hinos e canções de seus clubes do coração. O “aquecimento” costuma ser regado com copos cheios e muita empolgação, quando os torcedores se encontram nos bares e invadem as ruas com muita paixão e alegria.

Um rolê diferente, a Ilha da Gigoia, a nossa pequena Veneza, atrai vários visitantes pelo passeio de barco na Lagoa da Tijuca e pelos quitutes que dão água na boca nos vários restaurantes instalados no local. O conteúdo ainda traz as listas das melhores batidas e rodas de samba da cidade, para beber e curtir com os amigos.

Almanaque Carioquice  

“Carioquice é um estado de espírito. Um sentimento único, original e exclusivo do Rio de Janeiro e de sua gente – sejam os cariocas de nascença, de vivência ou por vocação. O Almanaque Carioquice foi criado pela Insight para elevar o astral do Rio de Janeiro e mostrar que as maravilhas da nossa cidade vão muito além do que se vê nos cartões postais”, comenta João Pedro Faro, CEO da Insight. O Almanaque Carioquice tem presença digital permanente nas redes sociais, com atualização diária sobre lugares, eventos, programações e dicas do Rio de Janeiro, alcançando mais de dois milhões de pessoas por mês.

O perfil @almanaquecarioquice pode ser acompanhado no Instagram, Facebook e TikTok. O conteúdo da edição 2024 poderá ser acessado digitalmente por meio do site e das redes sociais do Almanaque Carioquice.

(Fonte: Insight Comunicação)

Casa Museu Ema Klabin tem programação especial para celebrar o aniversário de 470 anos de São Paulo

São Paulo, por Kleber Patricio

Caminhada fotográfica pelo bairro do Jardim Europa. Foto: Arquivo da Casa Museu Ema Klabin.

No mês de janeiro, a Casa Museu Ema Klabin realiza uma programação especial de férias com oficinas diversas e uma caminhada fotográfica para comemorar os 470 anos de São Paulo e o aniversário da mecenas e colecionadora Ema Klabin (1907–1994).

Para celebrar os 470 anos de SP, haverá no dia 25 de janeiro, às 14h30, uma Caminhada Fotográfica pelo bairro do Jardim Europa. A ideia é que os participantes registrem características desse tradicional bairro paulistano pensando sua relação com o desenvolvimento da cidade. É necessário levar uma câmera que pode ser a do celular. A partir de 12 anos.

Construindo tipos móveis, narrativas e encadernações

No dia 27 de janeiro, das 14h30 às 16h, o público será convidado a conversar sobre a impressão de livros e como funcionava a prensa inventada pelo alemão Johannes Gutenberg por volta de 1455 que revolucionou a comunicação e, em seguida, construir tipos móveis utilizando materiais caseiros e alternativos e, com eles, criar textos narrativos, imprimindo-os e produzindo uma encadernação artesanal. A partir de 7 anos.

Casa Museu Ema Klabin tem programação cultural para curtir com a família. Foto: Nelson Kon.

De acordo com a coordenadora do educativo da Casa Museu Ema Klabin, Cristiane Alves, as atividades da programação de janeiro podem ser realizadas por toda a família e é uma forma interessante e divertida de conhecer a Casa Museu Ema Klabin. Todas as atividades são gratuitas e as inscrições estão abertas no site.

A Casa Museu Ema Klabin é aberta ao público de quarta a domingo, das 11h às 17h com permanência até às 18h.

Serviço:

Casa Museu Ema Klabin – Aniversário de São Paulo

Caminhada Fotográfica pelo Jardim Europa: Um olhar sobre a cidade

Quinta-feira, 25 de janeiro, às 14h30

Oficina Construindo tipos móveis, narrativas e encadernações

Sábado,27 de janeiro, das 14h30 às 16h

Rua Portugal, 43 – Jardim Europa – São Paulo, SP

Entrada franca*

Acesse as redes sociais:

Instagram: @emaklabin

Facebook:  https://www.facebook.com/fundacaoemaklabin

Linkedin:  https://www.linkedin.com/company/emaklabin/?originalSubdomain=br

YouTube: https://www.youtube.com/c/CasaMuseuEmaKlabin

Site: https://emaklabin.org.br

Vídeo institucional: https://www.youtube.com/watch?v=ssdKzor32fQ

Vídeo de realidade virtual: https://www.youtube.com/watch?v=kwXmssppqUU.

*Como em todos os eventos gratuitos, a Casa Museu Ema Klabin convida quem aprecia e pode contribuir para a manutenção de suas atividades a apoiar com uma doação voluntária via PIX: 51204196000177.

(Fonte: Mídia Brazil Comunicação Integrada)

Site Trocando Saberes, da Fundação Dorina Nowill, promove troca de conhecimentos e experiências relacionada à deficiência visual

São Paulo, por Kleber Patricio

Objetivo principal do site é garantir que mais pessoas, em quaisquer lugares que estejam, tenham acesso às informações sobre a deficiência visual. Foto: Amber Weir/Unsplash.

A Fundação Dorina Nowill para Cegos, referência em inclusão social de pessoas cegas e com baixa visão, repaginou o site ‘Trocando Saberes’, iniciativa dedicada a fomentar acessibilidade e inclusão com objetivo de criar um ambiente de aprendizado inclusivo, onde conhecimentos e experiências são compartilhados de maneira aberta e acessível. Para proporcionar uma experiência educativa completa, o site oferece uma variedade de materiais, como videoaulas, apostilas e artigos acadêmicos, que abordam temas essenciais como o sistema braille, orientação e mobilidade, educação inclusiva e audiodescrição, entre outros.

O ‘Trocando Saberes’ é uma resposta à necessidade de construir uma sociedade mais inclusiva e acessível, reconhecendo a importância da troca de conhecimentos e experiências entre pessoas com diversas habilidades e perspectivas acerca de suas deficiências.

Inicialmente, o site surgiu como um projeto apoiado pelo Instituto Helena Florisbal – IHF para que mais pessoas, em qualquer lugar, tivessem acesso às informações. Com o tempo, foi sendo ampliada a inclusão dos mais diversos conteúdos e materiais realizados pela Fundação Dorina Nowill para Cegos por meio de projetos incentivados.

A iniciativa busca disseminar “pílulas” de informações abrangentes sobre deficiência visual, acessibilidade e inclusão abordando causas, direitos, dificuldades e preconceitos enfrentados por quem tem cegueira e baixa visão.

Para aprimorar a experiência do usuário, o site passou recentemente por uma repaginação completa. Essa atualização foi projetada para simplificar a identificação e o acesso a recursos essenciais, proporcionando uma navegação mais intuitiva e eficiente. Acesse o site e navegue pelos conteúdos disponíveis.

Sobre a Fundação Dorina Nowill para Cegos

A Fundação Dorina Nowill para Cegos é uma organização sem fins lucrativos e de caráter filantrópico. Há 77 anos se dedica à inclusão social de crianças, jovens, adultos e idosos cegos e com baixa visão. A instituição oferece serviços gratuitos e especializados de habilitação e reabilitação; dentre eles, orientação e mobilidade e clínica de visão subnormal, além de programas de inclusão educacional e profissional.

Responsável por um dos maiores parques gráficos braille em capacidade produtiva da América Latina, a Fundação Dorina Nowill para Cegos é referência na produção e distribuição de materiais nos formatos acessíveis braille, áudio, impressão em fonte ampliada e digital acessível, incluindo o envio gratuito de livros para milhares de escolas, bibliotecas e organizações de todo o Brasil.

A instituição também oferece uma gama de serviços em acessibilidade, como cursos, capacitações customizadas, audiodescrição e consultorias especializadas como acessibilidade arquitetônica e web. Com o apoio fundamental de colaboradores, conselheiros, parceiros, patrocinadores e voluntários, a Fundação Dorina Nowill para Cegos é reconhecida e respeitada pela seriedade de um trabalho que atravessa décadas e busca conferir independência, autonomia e dignidade às pessoas com deficiência visual. Mais detalhes no site.

(Fonte: RPMA Comunicação)

“Gratidão ou Obrigado”, por Danilo Suassuna

São Paulo, por Kleber Patricio

Sempre me senti inquieto com a palavra “gratidão”. Em uma era de hashtags e afirmações rápidas, “gratidão” muitas vezes parece uma palavra desgastada, utilizada mais como um gesto superficial do que como uma expressão de profunda apreciação. No entanto, é exatamente essa inquietação que me levou a buscar uma compreensão mais profunda e autêntica do que realmente significa ser grato.

É aqui que o pensamento de António Nóvoa, um renomado educador, historiador e filósofo da educação, oferece uma luz reveladora. Inspirado em seu estudo sobre os diferentes níveis de gratidão, proponho uma jornada de reflexão que vai além do superficial, rumo a uma responsabilidade mútua e um compromisso mais profundo.

António Nóvoa é uma figura incontornável no panorama da educação e da reflexão filosófica em Portugal e no mundo. Professor catedrático e ex-Reitor da Universidade de Lisboa, sua carreira é marcada por uma profunda dedicação à compreensão e ao aprimoramento da educação. Com uma abordagem que cruza a história, a filosofia e a prática pedagógica, Nóvoa tem sido uma voz crítica e construtiva em debates educacionais, destacando-se por suas análises sobre as políticas educativas, a formação de professores e a necessidade de uma educação que esteja em consonância com os valores humanos e sociais.

Além de sua carreira acadêmica e administrativa, Nóvoa é um prolífico escritor e pensador, cujas obras refletem uma busca constante por uma educação que não apenas informa, mas transforma. Seu pensamento é caracterizado por uma tentativa de entender a educação dentro de um contexto mais amplo de mudanças sociais, culturais e políticas, defendendo uma visão de educação como um ato profundamente humano, ético e pessoal.

A profundidade da gratidão, segundo António Nóvoa

Inspirado no Tratado de Gratidão de São Tomás de Aquino, António Nóvoa nos oferece uma rica exploração dos diferentes níveis de gratidão e como eles se manifestam cultural e linguisticamente. Essa análise não apenas destaca as nuances da gratidão como emoção e ação social, mas também serve como uma metáfora para os valores mais amplos que Nóvoa defende na educação e nas relações humanas.

1 – Nível mais superficial – reconhecimento intelectual: No primeiro nível, a gratidão é um reconhecimento intelectual, uma forma básica de reconhecer a bondade ou o benefício recebido. Nóvoa aponta como, em algumas línguas, como inglês e alemão, as expressões de agradecimento frequentemente habitam esse espaço cognitivo, indicando uma compreensão da ação, mas não necessariamente um comprometimento emocional mais profundo.

2 – Nível intermediário – agradecimento expressivo: O segundo nível é mais emotivo e comunicativo. Aqui, a gratidão envolve uma expressão mais calorosa e explícita de agradecimento. Em várias culturas, especialmente latinas, o agradecimento neste nível é mais do que um reconhecimento; é um ato de comunicação emocional que busca expressar e, muitas vezes, retribuir a bondade recebida.

3 – Nível mais profundo – vínculo e compromisso: O terceiro nível, o mais profundo, é marcado por um sentido de vínculo e compromisso. É aqui que “obrigado” em português, segundo Nóvoa, exemplifica uma compreensão mais rica da gratidão. Não é apenas sobre reconhecer ou agradecer, mas sobre sentir-se ligado, comprometido e em débito com o outro. Este nível reflete uma compreensão profunda da interdependência humana e uma disposição para manter e nutrir os laços que nos unem.

Relevância contemporânea e conclusão

António Nóvoa nos lembra que a educação e as relações humanas são profundamente entrelaçadas e que a forma como compreendemos e expressamos emoções como a gratidão tem implicações significativas para os dois campos. Seu trabalho sobre a gratidão é um exemplo da profundidade e da humanidade de seu pensamento educacional, demonstrando como a educação pode beneficiar-se de uma compreensão mais rica das emoções e das relações humanas.

Nóvoa desafia educadores, estudantes e todos os envolvidos na educação a pensar além dos currículos e das metodologias para considerar como os valores, as emoções e as relações humanas estão no coração do processo educacional. Ao fazer isso, ele não apenas contribui para o discurso educacional, mas também oferece insights valiosos sobre como viver e interagir de maneira mais consciente e gratificante em um mundo complexo e interconectado.

Refletir sobre a gratidão com a profundidade que António Nóvoa propõe nos leva a um entendimento mais rico e complexo deste sentimento tão falado e, muitas vezes, tão pouco compreendido. Ao desdobrar a gratidão em seus diversos níveis, fica evidente que mais importante que a palavra em si é a intenção por trás dela e a verdadeira relação que ela simboliza entre as pessoas.

A gratidão, no seu nível mais profundo, não é meramente retórica; é ação, comprometimento e transformação. Não basta reconhecer ou expressar agradecimento; é fundamental que exista um genuíno desejo de estabelecer um vínculo, de reconhecer a interdependência e de se comprometer com uma resposta que esteja à altura do gesto recebido. Isso implica uma disposição para entrar em uma relação de reciprocidade e cuidado mútuo, onde a gratidão não é um ponto final, mas um elo contínuo de uma cadeia de boas ações e boas vontades.

É nesse contexto que a intenção se destaca como o coração da gratidão verdadeira. A intenção é o que colore a gratidão de sinceridade, o que a torna significativa e o que a transforma em uma força capaz de aprofundar laços e enriquecer vidas. Quando a gratidão é acompanhada de uma intenção pura e de um desejo verdadeiro de retribuir e manter uma conexão significativa, ela transcende o ato de agradecer e se torna um testemunho de humanidade e solidariedade.

Da mesma forma, a relação verdadeira entre as pessoas é o solo fértil onde a gratidão autêntica floresce. Sem uma base de respeito mútuo, empatia e entendimento, a gratidão corre o risco de se tornar um gesto vazio. Portanto, é crucial cultivar relacionamentos genuínos, onde a gratidão possa ser tanto uma expressão de agradecimento quanto um compromisso de continuar a construir uma relação de apoio e cuidado.

Em última análise, a reflexão de Nóvoa nos convida a ver a gratidão não como uma obrigação social ou uma palavra da moda, mas como um convite para viver de maneira mais conectada, responsável e significativa. Que possamos todos aspirar a uma prática de gratidão que seja tão profunda quanto às relações que buscamos construir e que, através dessa prática, possamos contribuir para um mundo onde a interdependência e o cuidado mútuo sejam valores vividos e não apenas idealizados. A verdadeira gratidão, portanto, é menos sobre o que dizemos e mais sobre como vivemos e nos relacionamos uns com os outros, em todos os momentos de nossas vidas.

Sobre Danilo Suassuna | Doutor em Psicologia pela Pontifícia Universidade Católica de Goiás (2008), possui graduação em Psicologia pela mesma instituição. Autor do livro “Histórias da Gestalt-Terapia – Um Estudo Historiográfico”. Professor da Pontifícia Universidade Católica de Goiás e do Curso Lato-Sensu de Especialização em Gestalt-terapia do ITGT-GO. Coordenador do NEPEG – Núcleo de Estudos e Pesquisa em Gerontologia do ITGT. É membro do Conselho Editorial da Revista da Abordagem Gestáltica. Consultor ad-hoc da revista Psicologia na Revista PUC-Minas (2011). Para mais informações acesse o Instagram @danilosuassuna.

Sobre o Instituto Suassuna

O Instituto Suassuna realiza congressos, seminários, workshops e extensões voltadas aos profissionais da psicologia. E para isso, conta com um time de especialistas em educação. O instituto utiliza o Google for Education para transformar a maneira como os alunos e professores aprendem, trabalham e inovam juntos. A metodologia utilizada transforma o ensino em aprendizagem permitindo que os alunos evoluam no próprio ritmo, resultando em solucionadores de problemas criativos e também em colaboradores eficientes.

Tudo é pensado e entregue com o objetivo de direcionar os produtos, funcionários, programas e filantropia para um futuro em que os alunos tenham acesso à educação de qualidade que eles merecem e que com isso, possam transformar o mundo. Para mais informações, acesse o site, Instagram ou canal no YouTube.

(Fonte: Carolina Lara Comunicação)