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5º Prêmio Design Tomie Ohtake prorroga inscrições até 16 de fevereiro

São Paulo, por Kleber Patricio

Foram prorrogadas até o dia 16 de fevereiro as inscrições do 5º Prêmio Design Tomie Ohtake, voltado a universitários(as) e profissionais recém-formados(as) de todas as áreas. A iniciativa consolidou-se como a principal premiação brasileira de mapeamento na área do design, acolhendo múltiplas linguagens, dada a sua transdisciplinaridade, e não se restringindo a categorias, uma vez que contempla projetos de naturezas diversas.

O prêmio, que propõe a cada edição um novo tema para instigar soluções inovadoras que respondam a desafios atuais do cenário socioeconômico, cultural e político, promove desta vez a concepção do “Coviver”. A proposta não tem a pretensão de instaurar relações absolutamente novas. Trata-se, antes, de orientar o design a discutir a habitabilidade na Terra, bem como quais são as nossas possibilidades de ação.

Cinco proponentes serão selecionados(as) e ganharão a verba de R$6.000,00 cada para a realização do protótipo de seu projeto, que será exposto no Instituto Tomie Ohtake, em exposição a ser realizada em maio de 2023. Além disso, dois projetos, dentre aqueles presentes na exposição, receberão como prêmio troféus e publicações do Instituto Tomie Ohtake. As inscrições, que com a prorrogação seguem até o dia 16 de fevereiro de 2023, são gratuitas e podem ser feitas pelo site https://premiodesign.institutotomieohtake.org.br/.

Com perfil distinto das usuais premiações de design, o Prêmio Design Tomie Ohtake tem uma proposta inovadora: abdicando de categorias, propõe a cada edição um tema-desafio a estudantes universitários(as). A partir desse tema, projetos podem ser inscritos por universitários(as) e profissionais recém-formados(as) de qualquer área, não se restringindo somente a jovens designers. A ideia é premiar propostas que destaquem e concebam a relação do design com outras áreas, como arquitetura, biologia, engenharia, moda, tecnologia e ciências sociais, entre outras.

Com esses pressupostos, o prêmio procura ressaltar que atualmente as propostas mais contundentes de design acontecem em diálogo com diferentes especialidades, instigando soluções inovadoras que possam responder a questões contemporâneas que discutam nosso cenário social, político, urbano, habitacional, além de novas demandas tecnológicas, novos equipamentos, publicações e mídias digitais.

Nas últimas quatro edições, o Prêmio Design Tomie Ohtake já premiou 60 projetos entre os cerca de 700 inscritos, provindos de 25 estados brasileiros e do Distrito Federal. Foram realizadas 700 reuniões com professores e alunos(as) em mais de 50 universidades de todo país e mais de 20 ações educativas em São Paulo e outros estados, entre simpósios, seminários, cursos, oficinas, conversas, palestras e lives.

Podem se inscrever ao 5º Prêmio Design Tomie Ohtake estudantes de graduação com matrícula vigente em curso de nível técnico e/ou superior de qualquer área, incluindo, mas não se limitando à graduação em design, reconhecida ou autorizada pelo MEC. Podem ter nacionalidade brasileira ou estrangeira, desde que residentes no país há, pelo menos, dois anos; profissionais que tenham concluído a graduação nos últimos cinco anos em qualquer curso de nível técnico e/ou superior reconhecido ou autorizado pelo MEC. Assim como os(as) estudantes, os(as) profissionais podem ter nacionalidade brasileira ou estrangeira, desde que residentes no país há, pelo menos, dois anos. São aceitas ainda inscrições de grupos de pesquisa, associações interdisciplinares ou coletivos cujos(as) integrantes sejam estudantes de graduação ou recém-graduados(as), desde que todos(as) os(as) membros(as) respondam às condições elencadas acima. Edital, mais informações e inscrições em:

https://premiodesign.institutotomieohtake.org.br/.

Instituto Tomie Ohtake

Av. Faria Lima 201 (entrada pela Rua Coropés 88) – Pinheiros – São Paulo (SP)

Metrô mais próximo – Estação Faria Lima/Linha 4 – amarela

Fone: (11) 2245-1900.

(Fonte: Pool de Comunicação)

OMA Galeria abre calendário de 2023 com exposição coletiva “Multiplicidade Tripartida”

São Paulo, por Kleber Patricio

“Pastagem”, por Felipe Diniz Sanguin. Imagens: divulgação.

A OMA Galeria abre sua programação de 2023 com a exposição “Multiplicidade Tripartida”, em sua unidade nos Jardins. A coletiva apresenta trabalhos produzidos pelos artistas Felipe Diniz Sanguin, Isabê e Sofia Saleme durante sua participação no primeiro programa de residência da galeria.

A mostra tem curadoria de Ícaro Ferraz Vidal Junior, que acompanhou os artistas ao longo da residência, realizada durante o segundo semestre de 2022 no espaço da OMA em São Bernardo do Campo. O projeto tem como objetivo oferecer a artistas em fase de consolidação um espaço para desenvolver suas pesquisas autorais e promover a troca de experiências com outros artistas da região. A exposição destaca a diversidade na produção dos residentes, apresentando colagens, pinturas, desenhos e esculturas.

Logo na entrada o visitante encontra as pinturas e desenhos de Isabê, cujos tons terrosos e verdes amarronzados remetem às paisagens do Mato Grosso do Sul, sua terra natal. Seus trabalhos possuem indícios de memórias da artista, como figuras humanas e animais que só são descobertos com uma inspeção cuidadosa.

“a porta é serventia da casa”, por Isabê.

No salão ao lado estão os trabalhos de Felipe Diniz Sanguin, contemplado com o Prêmio Dasartes 2022. Suas colagens e pinturas criticam o capitalismo de consumo de massa e o contexto político atual de forma irônica, usando materiais descartáveis, referências à arte urbana e signos facilmente reconhecíveis por seu significado social.

Sofia Saleme ocupa o andar superior, utilizando materiais variados como cabelo, porcelana e gesso para criar objetos que fazem analogias entre a fragilidade da matéria e a fragilidade do corpo. Em várias obras, peças de porcelana quebradas são remontadas usando elementos como cabelos e pó de ouro. A artista relata que a mudança de ambiente permitiu experimentar com novos formatos. “As idas e vindas de SP para SBC me deram espaço para criar, fazer e refazer na minha mente”, diz Sofia.

Para um artista, a participação em uma residência proporciona novas experiências e trocas. “Não tem como conviver com outras artistas pensando e produzindo seus trabalhos e não se afetar por isso. Acredito, então, que essa residência foi crucial no entendimento e desenvolvimento da minha carreira”, diz Felipe Diniz Sanguin. Segundo Isabê, “Encerro esse período convicta sobre o benefício desse percurso e volto para o Mato Grosso do Sul feliz por ter vindo parar em São Paulo.”

A exposição fica aberta ao público até 11 de fevereiro, com entrada gratuita.

Serviço:  

Multiplicidade Tripartida

Local: OMA Galeria

Endereço: Rua Pamplona, 1197, casa 4 – Jardins – São Paulo, SP

Data da abertura: 20/1/2023

Horário da abertura: das 19h às 22h

Visitação: 20/1 a 11/2/2023.

Horário: terça a sexta-feira das 14h às 19h e sábados das 10h às 15h.

Entrada gratuita.

Informações: (11) 97153-3107

contato@omagaleria.com

Redes sociais: Instagram | Linkedin.

(Fonte: OMA Galeria)

Mostra “Memórias da Independência” inaugura novo espaço expositivo do Museu do Ipiranga

São Paulo, por Kleber Patricio

Aclamação de Dom Pedro I Imperador do Brasil: no Campo de Santana, no Rio de Janeiro – Parte da obra Viagem pitoresca e histórica ao Brasil – Jean-Baptiste Debret – Paris, França, 1839 – Impresso – Acervo da Biblioteca Brasiliana Guita e José Mindlin-USP, São Paulo/SP.

No dia 25 de janeiro, o Museu do Ipiranga inaugura a exposição temporária “Memórias da Independência”, primeira a ocupar sua nova sala expositiva dedicada a exposições de curta duração. A mostra discute o protagonismo do grito do Ipiranga como marco absoluto da Independência e relembra diversos episódios, em vários pontos do território nacional, que contribuíram com a ruptura definitiva do Brasil com Portugal. Com cerca de 900m², a nova sala expositiva é climatizada, permitindo o empréstimo de obras de outros acervos. “Memórias da Independência” fica em cartaz até o dia 26 de março e a entrada é gratuita e livre, sem a necessidade de ingressos. Serão distribuídas senhas no local aos interessados.

A curadoria é de Paulo César Martins, Maria Aparecida de Menezes Borrego e Jorge Pimentel Cintra, todos pertencentes ao quadro docente do museu, e a curadoria adjunta é de Márcia Eckert Miranda, Carlos Lima Junior e Michelli Cristine Scapol Monteiro. A mostra é dividida em dois eixos temáticos. O principal deles revê os marcos comemorativos da Independência brasileira, desde aqueles produzidos já na década de 1820 até o seu bicentenário. A mostra se vale de esculturas, pinturas, fotografias, estudos arquitetônicos e pictóricos, objetos decorativos, selos, desenhos, cartões-postais, discos, cartazes de filmes e charges para ilustrar o imaginário acerca desta efeméride no Brasil, evidenciando as disputas entre São Paulo, Rio de Janeiro e Salvador pelo protagonismo destas narrativas.

Estudo para Os Mártires – Antônio Parreiras., cerca de 1927. Óleo sobre tela.
Acervo Museu Antônio Parreiras, Niterói.

Inicialmente, são apresentados os primeiros esforços de manutenção da memória do Ipiranga como lugar do grito que instaurou a Independência. Esses esforços se manifestavam em imagens produzidas por artistas que representaram a colina do Ipiranga como local do grito. Já o papel do Rio de Janeiro como sede política do Império e da nova monarquia independente foi representado em pinturas, gravuras e através do Monumento a D. Pedro I, primeiro grande monumento escultórico do Brasil.

A seguir, observam-se as iniciativas de comemoração desencadeadas a partir de 1872, o cinquentenário, e as comemorações de 1922, quando ocorreu a Exposição Nacional do Centenário da Independência – uma grande feira internacional realizada com o intuito de associar a efeméride ao reconhecimento das maiores potências estrangeiras da época. Também são abordadas as iniciativas do governo paulista em priorizar o Ipiranga e o estado de São Paulo como epicentro do centenário: há um concurso internacional para a construção do novo Monumento à Independência e novas exposições foram planejadas para o Museu do Ipiranga, além da criação de monumentos no caminho percorrido por D. Pedro I entre Santos e São Paulo.

No sesquicentenário de 1972, o regime militar se empenhou por tornar a festa cívica um ato de celebração nacional da própria ditadura. Por fim, em 2022, a reinauguração do Museu do Ipiranga, que estava fechado ao público desde 2013, é o marco do bicentenário.

Palácio de Festas – A. C. da Costa Ribeiro, 1922. Cartão-postal. Coleção particular, São Paulo.

No segundo eixo temático, a exposição aborda as memórias relativas às “outras independências”, movimentos de separação que foram realizados no território do império brasileiro, como a Revolução Pernambucana de 1817, a Confederação do Equador de 1824 (com seu foco também em Pernambuco) e a Revolução Farroupilha, que durou de 1835 a 1845 (em território gaúcho), e suas celebrações ao longo dos séculos 19 e 20.

Serviço:

Memórias da Independência

De 25/1 a 26/3/2023, na Sala de Exposições Temporárias (Piso Jardim)

Museu do Ipiranga

Rua dos Patriotas, nº 20

Terça a domingo, das 11h às 17h

Entrada gratuita – não há necessidade de retirada de ingressos. A exposição é aberta ao público e poderá ser visitada conforme a lotação do espaço, que será controlada mediante a distribuição de senhas.

É obrigatório o uso de máscara nas dependências do Museu.

Como chegar:

Transporte público: de metrô, há duas estações próximas ao Museu, ambas da linha 2, verde: Alto do Ipiranga (30 minutos de caminhada) e Santos-Imigrantes (25 minutos a pé). A linha 710 da CPTM tem uma parada no Ipiranga (20 minutos de caminhada).

Principais linhas de ônibus: 4113-10 (Gentil de Moura – Pça. da República), 4706-10 (Jd. Maria Estela – Metrô Vila Mariana), 478P-10 (Sacomã – Pompéia), 476G-10 (Ibirapuera – Jd.Elba), 5705-10 (Terminal Sacomã – metrô Vergueiro), 314J-10 (Pça. Almeida Junior – Pq. Sta Madalena), 218 (São Bernardo do Campo – São Paulo).

Pessoas com deficiência em transporte individual: na entrada da Rua Xavier de Almeida, nº 1, há vagas rotativas (zona azul) em 90°.

Para quem usa bicicleta, foram instalados paraciclos na área do jardim.

Apoio: Sympla.

(Fonte: Conteúdonet)

Museu Ferroviário e PIT receberam visitantes de 14 países no ano passado

Indaiatuba, por Kleber Patricio

Museu Ferroviário e Ponto de Informação Turística. Foto: Eliandro Figueira.

A Prefeitura de Indaiatuba, por meio da Secretaria Municipal de Cultura, recebeu no último ano mais de três mil pessoas no Museu Ferroviário e no PIT – Ponto de Informação Turística. O local se tornou referencia para os turistas, visitado por pessoas de 14 países e 20 estados. Do montante que frequentaram o espaço, 1.420 pessoas residentes no município, 928 são moradores de outras cidades, 30 de outros países, bem como, foram contabilizadas 969 visitas de alunos com professores e 177 pessoas de entidades e associações.

“A Secretaria de Cultura está sempre se empenhando em investir nos espaços culturais e atrativos turísticos gratuitos a fim de incentivar o conhecimento sobre a história do município, do país e fomentar a cultura. As pessoas que vem para Indaiatuba tem a oportunidade de conferir atrações teatrais, musicais, eventos, mas também ter acesso ao Roteiro do Centro Histórico que contempla o passeio no Casarão Pau Preto, Casa Paroquial, Igreja Nossa Senhora da Candelária, Casa da Memória, dentre outros lugares. E também os Parques temáticos, com que, inclusive, ganhamos em dezembro o Prêmio Top Destinos Turísticos 2022 na categoria ‘Turismo em Parque Temáticos’ em reconhecimento aos parques públicos que atraem milhares de visitantes: Parque Ecológico, Parque do Mirim e Parque da Criança”, destaca a secretária Municipal de Cultura, Tânia Castanho.

O espaço foi revitalizado em 2021, época em que recebeu, por meio do convênio entre a Fundação Indaiatubana de Educação e Cultura (FIEC), a Rede Ferroviária Federal S/A (RFFSA) e a Associação Brasileira de Preservação Ferroviária (ABPF), a Locomotiva reformada de nº 10, fabricada nos Estados Unidos em 1874 e adquirida pelo imperador D. Pedro II.

Além disso, no ambiente contém o museu que conta com um acervo de aproximadamente 500 peças, incluindo objetos tridimensionais e imagens, todas devidamente identificadas e registradas, em trabalho que contou com apoio da Associação de Preservação Ferroviária de Indaiatuba (APFI).

Marcaram presença no decorrer do ano passado visitantes dos estados do Amapá, Amazonas, Bahia, Brasília, Ceará, Espirito Santo, Goiás, Mato Grosso do Sul, Maranhão, Minas Gerais, Pará, Paraíba, Paraná, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Rondônia, Santa Catarina, São Paulo e Sergipe. Também dos países: Argentina, Austrália, Canadá, Chile, Colômbia, Coreia do Sul, Estados Unidos, Hungria, Inglaterra, Irlanda, Itália, México, Nova Zelândia e Venezuela.

“Recebemos pessoas de vários lugares para conhecer o Museu e buscar informações no PIT. Estamos sendo representados nestes estados e países, graças ao conhecimento adquirido pelas pessoas que nos visitaram e retornaram com o conteúdo e experiências que contraíram aqui. É gratificante ter essa troca cultural e podermos ajudar a contar a história e participar, por meio de relatos. A cultura é essa troca”, explica Gesiane Zanella, coordenadora da área de Turismo, vinculada à Secretaria de Cultura.

(Fonte: Prefeitura de Indaiatuba)

Mostra “Nordestern: bangue-bangue à brasileira” abre a programação gratuita de 2023 na Cinemateca Brasileira

São Paulo, por Kleber Patricio

Foto: Caio Brito e João Pedro Albuquerque.

Movimento social ocorrido no Nordeste entre o final do século XIX e o início do século XX, o cangaço tem uma presença extensa na filmografia brasileira. Ele começa a aparecer no cinema nordestino, sobretudo pernambucano e baiano, a partir de 1925, quando o fenômeno estava em pleno andamento, em filmes como “Filho sem mãe” (1925), “Sangue de irmão” (1927) e “Lampião, a fera do nordeste” (1930). Desses títulos, infelizmente, nenhum sobreviveu.

O título mais antigo da mostra, “Lampeão” (1936), é um registro documental raro e intrigante de Lampião, Maria Bonita e seu grupo, mostrando cenas cotidianas de lazer e tranquilidade realizadas com grande esforço pelo cinegrafista Benjamin Abrahão, cuja odisseia para conquistar a confiança do grupo é ficcionalizada sessenta anos depois em “Baile perfumado” (1996).

Dira Paes em “Corisco e dadá”. Imagem: Tibico Brasil.

Mas é com “O cangaceiro” (1953), de Lima Barreto, filme que completa 70 anos em 2023, que a representação do cangaço, do Nordeste e do bangue-bangue se consolida como um estilo cinematográfico tipicamente brasileiro, batizado pelo crítico Salvyano Cavalcanti de Paiva de ‘nordestern’. Isso porque esses filmes tinham uma clara inspiração nos westerns americanos e seus filmes de aventuras no Velho Oeste. O nordestern, tal como sua contemporânea, a chanchada, torna-se, portanto, um gênero produzido em série, com uma linha própria de valores e códigos.

Gênero controverso, tal como o próprio cangaço, por retratar o movimento por vezes como excessivamente violento, por vezes sob uma ótica romantizada e heroica, o nordestern foi produzido inclusive no Sul do país, sempre evocando os signos e o imaginário em torno do Nordeste, sua história e cultura.

Da trama de vingança e as cores vibrantes de “A morte comanda o cangaço” (1960), passando pelo documentário sociológico “Memória do cangaço” (1964), pelo épico de Glauber Rocha “O Dragão da Maldade contra o Santo Guerreiro” (1967), pelo importante documentário “A musa do cangaço” (1982), que aborda a participação das mulheres no cangaço, até produções contemporâneas que evocam o fenômeno, como “Bacurau” (2019) e “Sertânia” (2019), dentre outros, a mostra convida o público a apreciar o mosaico de produções que compõem esse interessante movimento do cinema brasileiro.

“Sertânia”. Imagem: divulgação.

A programação inclui também uma conversa com Kleber Mendonça Filho, co-diretor de “Bacurau”, antes da exibição de seu filme no dia 19, quinta, e uma mesa de conversa sobre mulheres no Cangaço no dia 28, sábado, com Walnice Nogueira Galvão e Maria do Rosário Caetano, organizadora do livro “Cangaço: o nordestern no cinema brasileiro”, que estará à venda no foyer Grande Otelo depois do debate.

Sábado infantil | A partir de janeiro de 2023, a Cinemateca Brasileira inicia sessões dedicadas às crianças com frequência quinzenal, sempre aos sábados. Serão exibidos filmes brasileiros e estrangeiros, de diferentes períodos e estilos, de modo a fomentar a formação de público cinematográfico desde a infância.

Mostra Nordestern: bangue-bangue à brasileira

De 19 a 28 de janeiro – grátis

Cinemateca Brasileira

Largo Senador Raul Cardoso, 207 – Vila Mariana – São Paulo (SP)

Horário de funcionamento

Espaços públicos: de segunda a segunda, das 08 às 18h

Salas de cinema: conforme a grade de programação.

Biblioteca: de segunda a sexta, das 10h às 17h, exceto feriados

Sala Grande Otelo (210 lugares + 4 assentos para cadeirantes)

Retirada de ingresso 1h antes do início da sessão.

Quinta-feira, 19 de janeiro

16:00 – Debate “Bacurau e o gênero Nordestern”

Kléber Mendonça Filho – Diretor, produtor, roteirista e crítico de cinema. Seu filme “Bacurau”, codirigido por Juliano Dornelles, conquistou o prêmio do júri no Festival e Cannes em 2019.

Luiz Felipe Miranda – Jornalista e pesquisador, autor do livro “Dicionário de Cineastas Brasileiros” (1990), coorganizador da “Enciclopédia do Cinema Brasileiro” (2000) e co-autor do livro “Cangaço: o Nordestern no cinema brasileiro”.

18:00 – “Bacurau”

Brasil | França, 2019, 133 min, cor, dcp, 16 anos

Direção: Kleber Mendonça Filho, Juliano Dornelles

Elenco: Sonia Braga, Udo Kier, Bárbara Colen, Thomás Aquino, Silvero Pereira, Wilson Rabelo, Carlos Francisco, Karine Teles

Sinopse: Num futuro próximo, Bacurau, um povoado do sertão de Pernambuco, some misteriosamente do mapa. Quando uma série de assassinatos inexplicáveis começam a acontecer, os moradores da cidade tentam reagir. Mas como se defender de um inimigo desconhecido e implacável?

Comentários: Sucesso de público e crítica, “Bacurau” recebeu entre outros, o prêmio do júri na competição oficial do Festival de Cannes em 2019.

Sexta-feira, 20 de janeiro

18:00 – “O Cangaceiro”

Brasil, 1997, 120 min, 35 mm, 12 anos

Direção: Aníbal Massaini Neto

Elenco: Alexandre Paternost, Paulo Gorgulho, Luíza Tomé, Ingra Lyberato, Lamartine Ferreira

Sinopse: Em meio à luta com as tropas organizadas por voluntários em busca de defesa de seus vilarejos, o conflito entre dois cangaceiros por causa de uma professora raptada a quem um deles pretende libertar por amor.

Comentários: Remake de “O cangaceiro”, de Lima Barreto.

20:00 – “Corisco e Dadá”

Brasil, 1996, 101 min, 16mm, 14 anos

Direção: Rosenberg Cariry

Elenco: Chico Díaz, Dira Paes, Bárbara Cariry, Antônio Leite

Sinopse: O capitão Corisco, cognominado de Diabo Loiro, é reputado por sua crueldade, valentia e beleza. Corisco rapta Dadá quando esta tinha 12 anos, condenando-a à difícil vida do cangaço. A partir daí, a vida do cangaceiro transforma-se por completo. Ele é um condenado de Deus, cujo destino é lavar com sangue os pecados do mundo. Dadá, que a princípio o odiava, vê o companheirismo, entre lutas e dificuldades, transformar-se em amor. É o amor de Dadá que humaniza Corisco e determina sua nova história. A história de um amor impossível, uma visão trágica e fascinante do homem e do sertão.

Comentários: Por sua atuação neste filme, Chico Diaz recebeu o Kikito de melhor atuação masculina na competitiva de Gramado e Dira Paes levou o Candango de melhor atriz no 29º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro. Além destes dois emblemáticos festivais, “Corisco e Dadá” participou também do Festival de Toronto e do de Havana.

Sábado, 21 de janeiro

15:00 – Sábado Infantil: “Uma Viagem ao Mundo das Fábulas”

The Secret of Kells

Irlanda, Bélgica, França, 2009, 75 min, 35 mm, livre

Direção: Tomm Moore, Nora Twomey

Elenco: Evanv McGuire,BrendanGleeson,Christen Mooney, MickLally, Michael McGrath,LiamHourican,Paul Tylak

Sinopse: Na remota floresta irlandesa, Cellach constrói uma fortaleza para se defender de um iminente ataque viking. O jovem sobrinho de Cellach é recrutado por um monge para completar uma série de tarefas perigosas e fazer magias.

Comentários: O estilo de desenho do filme é inspirado na arte celta e medieval, sendo o primeiro longa da trilogia de folclore irlandês dirigida por Toom Moore, que conta também com “A canção do oceano” (2014) e “Wolfwalkers” (2020). Filme selecionado para a 59ª edição do Festival Internacional de Cinema de Berlim, indicado ao Oscar de Melhor Animação e premiado como Melhor Filme no Festival de Cinema de Animação de Annecy.

17:00 – “Lampeão”

Direção: Benjamin Abrahão

Brasil, 1936, digital, 11 min, 12 anos

Elenco: Virgulino Ferreira da Silva, Maria Bonita, Verônica, Ezequiel Ponto Fino, Benjamin Abrahão, Mergulhão, Pancada, Virgínio, Durvinha

Sinopse: Cenas da vida cotidiana de Virgulino Ferreira da Silva – o chefe cangaceiro Lampião – e seu grupo, captadas pelo cinegrafista Benjamin Abrahão. As formas de sobrevivência na paisagem do sertão, os gestos, os hábitos, as vestimentas, a alimentação. Orgulhosos de sua condição, alguns membros do grupo aparecem ostentando suas armas e suas habilidades de combate na caatinga. Maria Bonita e Lampião surgem em instantes de descontração, ressaltando a harmonia interna do grupo.

Comentários: O imigrante libanês e almocreve Benjamin Abrahão decidiu se tornar cinegrafista para poder registrar imagens de Lampião e de seu bando que, em sua visão, eram muito diferentes do banditismo cruel perpetuado pela mídia. Nessa empreitada, realizou um filme de grande valor histórico que revela momentos de tranquilidade e intimidade do grupo.

“Baile Perfumado”

Brasil, 1996, 93 min, cor/p&b, 16 anos

Direção: Paulo Caldas, Lírio Ferreira

Elenco: Duda Mamberti, Luiz Carlos Vasconcelos, Aramis Trinidade, Chico Díaz, Joffre Soares, Cláudio Mamberti, Germano Haiut, Manoel Constantino, Giovanna Gold, Johnny Hooker, Daniela Mastroianni

Sinopse: O jovem libanês Benjamin Abrahão, homem de confiança de Padre Cícero, parte de Juazeiro, na década de 1930, em busca de recursos para realizar um velho sonho: filmar Lampião e seu bando. Para isso, recorre as pessoas influentes, especialmente um coronel amigo do cangaceiro, mas os sonhos do mascate são prejudicados pela ditadura do Estado Novo.

Comentários: O filme é um marco de virada na linguagem cinematográfica pernambucana e acompanha a retomada do cinema brasileiro no final da década de 1990. Imagens de Super 8 são misturadas com imagens de vídeo, criando uma estética que transita entre o cinema novo e os filmes de ação hollywoodianos. Combinando tradição e modernidade, a obra apresenta uma releitura do cangaço a partir de fatos verídicos: o encontro entre Benjamin Abrahão e Lampião. Trabalhando com imagens reais feitas por Abrahão, para o filme “Lampeão” (1936), é adicionada à obra um tom documental. “Baile Perfumado” teve público aproximado de 80 mil espectadores, além de ter sido exibido em festivais como Cannes, Havana, Toronto, Líbano e São Francisco. Foi premiado como melhor filme no Festival de Brasília de 1996.

19:00 – “O homem que virou suco”

Brasil, 1980, 97 min, 16 anos

Direção: João Batista de Andrade

Elenco: José Dumont, Aldo Bueno, Rafael de Carvalho, Ruthinéa de Moraes, Denoy de Oliveira, Dominguinhos, Ruth Escobar, Vital Farias

Sinopse: Deraldo, poeta popular recém-chegado do Nordeste a São Paulo, é confundido com o operário que matara o patrão. Perseguido, Deraldo tenta trabalhar na metrópole: construção civil, serviços domésticos, Metrô. Acuado e rebelde, tenta encontrar o verdadeiro assassino. Na busca, defronta-se com o meio operário: as indústrias mecânicas, a greve, a repressão.

Comentários: Filme bastante premiado nacional e internacionalmente, com destaque para a medalha de ouro no Festival Internacional de Moscou de 1981. Apresentando uma visão crítica do êxodo rural,a obra inclui em sua linguagem e enredo as influências da literatura de cordel e do repente.

Domingo, 22 de janeiro

16:00 – “A mulher no cangaço”

Brasil, 1976, 36 min, cor/p&b, livre

Direção: Hermano Penna

Elenco: Dadá, Maria Bonita, Cila, Adilia

Sinopse: Documentário sobre algumas das mais de 50 mulheres que estiveram no cangaço. Destaque para Dadá, Cila e Adilia. Dadá relembra o dia em que foi raptada por Corisco. Cila conta que teve que doar o filho, cujo parto foi feito por Maria Bonita, pois não dava para criar um bebê devido a peregrinação do bando pelas caatingas e sertões. Adilia conta que encontrou na companhia do marido, Canário, a liberdade que o pai lhe negava.

Comentários: Produzido para o Globo Repórter em 1976, o filme aborda, de maneira pioneira, a presença das mulheres no cangaço. Com depoimentos e imagens de arquivo reveladoras, a obra apresenta uma análise histórico-política das fases do movimento do cangaço, incluindo a entrada das mulheres nos bandos. “Menos vaidosas que os homens, as mulheres não eram responsáveis pela cozinha, não sofriam violências, produziam as festas, as danças, os enfeites, o lúdico e às vezes lutavam ombro a ombro com os homens, superando situações-limite (gravidez, ciclos menstruais), nos duros afazeres da campana que envolvia a travessia sertões, a sede e a fome” – Documento Globo Repórter.

“Canta Maria”

Brasil, 2006, 95 min,

Direção: Francisco Ramalho Jr

Elenco: Vanessa Giácomo, José Wilker, Ravi Ramos Lacerda, Edward Boggis, Eliete Cigarini, Francisco Carvalho, Marco Ricca

Classificação indicativa: 12 anos

Sinopse: Em 1930, o nordeste brasileiro está em guerra. Tropas do exército perseguem os cangaceiros e uma mulher vive nesse fogo cruzado: Maria.

18:20 – “O dragão da maldade contra o santo guerreiro”

Brasil, 1969, 95 min, 35mm, cor, 14 anos

Direção: Glauber Rocha

Elenco: Maurício do Valle, Odete Lara, Othon Bastos, Hugo Carvana, Joffre Soares, Lorival Pariz, Rosa Maria Penna, Emmanuel Cavalcanti

Sinopse: Antônio das Mortes é contratado por um coronel para exterminar um bando de cangaceiros. No caminho, cruza com desmandos de jagunços e coronéis, e se vê cara a cara com as dificuldades enfrentadas pelos sertanejos.

Comentários: Vencedor do prêmio de melhor diretor no Festival de Cannes e 1969, é o primeiro filme colorido de Glauber Rocha, fotografado por Affonso Beato. Rodado na cidade de Milagres, na Bahia (mesma cidade onde foi filmado “Os fuzis”, de Ruy Guerra), o filme retoma personagens e tipos de Deus e o diabo na terra do sol, outro longa de Glauber. Aqui, a teatralidade, a literatura de cordel e a religiosidade popular são conjuradas para expor os dramas da vida no Nordeste.

Quinta-feira, 26 de janeiro

18:00 – “Memória do Cangaço”

Brasil, 1964, 26 min, 16mm, p&b, livre

Direção: Paulo Gil Soares

Elenco: Paulo Gil Soares, Estácio de Lima, Gregório, José Rufino, Leonício Pereira, Benevides, Antônio Isidoro, Ângelo Roque, Benício Alves dos Santos, Sérgia Ribeiro da Silva

Sinopse: Entrevistas com alguns sobreviventes da luta no sertão. Depoimentos do Cel. Rufino, matador confesso de 20 cangaceiros, e do cabo Leonício Pereira, que cortava as cabeças dos cangaceiros “para que fossem tiradas fotografias”. Sob uma ótica médica, o diretor do Museu de Antropologia da Bahia tenta explicar a predisposição criminal dos cangaceiros a partir de características físicas de seus integrantes. E os próprios cangaceiros explicam seus motivos para terem se juntado ao bando.

Comentários: Realizado no estilo documentário sociológico, em alta no Brasil no início da década de 60, o filme é uma das colaborações do diretor Paulo Gil Soares com o produtor Thomas Farkas sobre a cultura nordestina.

“Os Últimos Cangaceiros”

Brasil, 2012, 79 min, digital, 14 anos

Direção: Wolney Oliveira

Elenco: Durvinha, Moreno, Dulce

Sinopse: Durante mais de meio século, Durvinha e Moreno esconderam sua verdadeira identidade até dos próprios filhos, que cresceram acreditando que os pais se chamavam Jovina Maria da Conceição e José Antonio Souto, nomes falsos sob os quais haviam reconstruído suas vidas. Durvinha e Moreno fizeram parte do bando de Lampião, o mais controverso líder do cangaço. A verdade só é revelada quando Moreno, então com 95 anos, resolveu dividir com os filhos o peso das lembranças e reencontrar parentes vivos, entre eles seu primeiro filho.

Comentários: Considerado o último cangaceiro homem e um dos últimos integrantes do bando de Virgulino Ferreira (O Lampião), Moreno morreu aos 100 anos em 2010. Sua esposa, Durvinha, faleceu em 2008, aos 93 anos. O documentário conta ainda com personalidades que fizeram parte da história e ainda vivem, como a cangaceira Dulce, entrevistada no filme, com 92 anos.

20:00 – “A morte comanda o cangaço”

Brasil, 1960, 108 min, cor, 14 anos

Direção: Carlos Coimbra

Elenco: Alberto Ruschel, Aurora Duarte, Milton Ribeiro, Maria Augusta Costa Leite, Gilberto Marques, Ruth de Souza

Sinopse: No interior do Ceará, em 1929, o camponês Raimundo Vieira tem sua fazenda atacada pelo bando do cangaceiro Silvério, a mando do Coronel Nesinho, padrinho do criminoso. Determinado a conseguir sua vingança, Vieira reúne alguns homens de confiança e sai à caça do bando para extinguir o cangaço com as próprias mãos.

Comentários: O filme introduziu no cinema de cangaço o uso de cores, com a fotografia marcante de Tony Rabatoni representando a geografia imponente do sertão nordestino.

Sexta-feira, 27 de janeiro

18:00 – “Menino de Engenho”

Brasil, 1965, 81 min, p&b, 35mm, livre

Direção: Walter Lima Jr.

Elenco: Geraldo Del Rey, Sávio Rolim, Rodolfo Arena, Anecy Rocha, Margarida Cardoso, Maria Lúcia Dahl, Antonio Pitanga, Maria de Fátima

Sinopse: 1920, na Paraíba. Ao ficar órfão, um menino passa a ser criado por seu avô e tios, ricos proprietários rurais, em um engenho de cana-de açúcar. Lá ele testemunha a chegada de um novo tempo, com o advento das modernas usinas de açúcar e as transformações econômicas e sociais em seu entorno.

Comentários: Adaptação do romance homônimo de José Lins do Rego, incluindo elementos de outras obras do escritor associadas ao chamado ciclo da cana-de-açúcar.

20:00 – “Sertânia”

Brasil, 2019, p&b, 97 min, dcp

Direção: Geraldo Sarno

Sinopse: Quando o bando de Jesuíno invade a cidade de Sertânia, Antão é ferido, preso e morto. O filme projeta a mente febril e delirante de Antão, que rememora os acontecimentos.

Comentários: Exibido no Festival de Havana, na Mostra de Cinema de Tiradentes e no Festival Ecrã, o filme foi bem recepcionado pela crítica especializada, sendo um dos filmes brasileiros mais comentados de 2020. É o último filme do diretor Geraldo Sarno, que faleceu em 2022, vítima de Covid-19.

Sábado, 28 de janeiro

16:00 – “A Mulher no Cangaço”

Brasil, 1976, 36 min, cor/p&b, livre

Direção: Hermano Penna

Elenco: Dadá, Maria Bonita, Cila, Adilia

Sinopse: Documentário sobre algumas das mais de 50 mulheres que estiveram no cangaço. Destaque para Dadá, Cila e Adilia. Dadá relembra o dia em que foi raptada por Corisco. Cila conta que teve que doar o filho, cujo parto foi feito por Maria Bonita, pois não dava para criar um bebê devido a peregrinação do bando pelas caatingas e sertões. Adilia conta que encontrou na companhia do marido, Canário, a liberdade que o pai lhe negava.

Comentários: Produzido para o Globo Repórter em 1976, o filme aborda, de maneira pioneira, a presença das mulheres no cangaço. Com depoimentos e imagens de arquivo reveladoras, a obra apresenta uma análise histórico-política das fases do movimento do cangaço, incluindo a entrada das mulheres nos bandos. “Menos vaidosas que os homens, as mulheres não eram responsáveis pela cozinha, não sofriam violências, produziam as festas, as danças, os enfeites, o lúdico e às vezes lutavam ombro a ombro com os homens, superando situações-limite (gravidez, ciclos menstruais), nos duros afazeres da campana que envolvia a travessia sertões, a sede e a fome” – Documento Globo Repórter.

Debate “Mulheres no Cangaço”

Maria do Rosário Caetano | Jornalista, pesquisadora, atualmente colabora com o Caderno 2, de O Estado de São Paulo e com a Revista de Cinema. É organizadora do livro “Cangaço: o Nordestern no cinema brasileiro”.

Walnice Nogueira Galvão | Crítica literária, professora emérita de teoria literária e literatura comparada da Universidade de São Paulo. Tem 40 livros publicados, sendo coautora do livro “Cangaço: o Nordestern no cinema brasileiro”.

Paulo Caldas | Diretor, roteirista e produtor. É co-diretor de “O baile perfumado”, um dos filmes mais elogiados da primeira safra da retomada do cinema brasileira no final dos anos 1990.

19:00 – “A Musa do Cangaço”

Brasil, 1982, 15 min, p&b, livre

Direção: José Umberto Dias

Elenco: Dadá

Sinopse: Visão interna do cangaço feita por Dadá, companheira de Corisco, subtenente do grupo de Lampião. Ela presta um depoimento sobre sua vivência entre os cabras de Lampião, “o rei do cangaço”, destacando sua forma de organização como grupo, o modo de comportamento, a luta pela sobrevivência, os códigos de honra, as táticas de guerrilha aplicadas e os amores dos cangaceiros.

Comentários: O documentário mostra o papel da mulher e sua participação efetiva nesse fenômeno de luta armada no Nordeste brasileiro. Revela lembranças afetivas de Dadá, os desafios enfrentados no cotidiano no bando, as estratégias de combate contra as forças armadas, as hierarquias e a ética interna do grupo. Prêmio de Melhor Produção Baiana e prêmio Pólo Cinematográfico na Jornada de Curta Metragem de Salvador.

“O Cangaceiro”

Brasil, 1953, 94 min, digital, p&b, 14 anos

Direção: Lima Barreto

Elenco: Alberto Ruschel, Marisa Prado, Milton Ribeiro, Vanja Orico, Adoniran Barbosa, Ricardo Campos, Neusa Veras, Zé do Norte

Sinopse: O bando de cangaceiros do capitão Gaudino semeia o terror pela caatinga nordestina. Num de seus ataques ele rapta a professora Olívia, mas ele e o seu braço direito, o valente Teodoro, ficam atraídos pela bonita cativa e a discórdia se instaura no bando.

Comentários: Premiado como melhor filme de aventura e melhor trilha sonora no Festival de Cannes de 1953, “O cangaceiro” foi um sucesso de crítica internacional e de público no Brasil, com cerca de 800 mil ingressos vendidos. Embora não tenha sido o suficiente para salvar da falência seu estúdio produtor, a ambiciosa Vera Cruz, que fecharia as portas um ano depois, o filme consagrou o gênero do cangaço no cinema brasileiro.

Cinemateca Brasileira

A Cinemateca Brasileira, maior acervo de filmes da América do Sul e membro pioneiro da Federação Internacional de Arquivo de Filmes – FIAF, foi inaugurada em 1949 como Filmoteca do Museu de Arte Moderna de São Paulo, tornando-se Cinemateca Brasileira em 1956, sob o comando do seu idealizador, conservador-chefe e diretor Paulo Emílio Sales Gomes. Compõem o cerne da sua missão a preservação das obras audiovisuais brasileiras e a difusão da cultura cinematográfica. Desde 2022, a instituição é gerida pela Sociedade Amigos da Cinemateca, entidade criada em 1962, e que recentemente foi qualificada como Organização Social.

O acervo da Cinemateca Brasileira compreende mais de 40 mil títulos e um vasto acervo documental (textuais, fotográficos e iconográficos) sobre a produção, difusão, exibição, crítica e preservação cinematográfica, além de um patrimônio informacional online dos 120 anos da produção nacional. Alguns recortes de suas coleções, como a Vera Cruz, a Atlântida, obras do período silencioso, além do acervo jornalístico e de telenovelas da TV Tupi de São Paulo, estão disponíveis no Banco de Conteúdos Culturais para acesso público.

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(Fonte: Trombone Comunica)