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Arte & Cultura

Campinas

Centro Cultural Casarão será palco do Festival Arreuní! 2024

por Kleber Patrício

O Festival Arreuní! 2024 trará músicos, cantadores e compositores ao Centro Cultural Casarão, em Barão Geraldo, Campinas (SP) para uma série de apresentações a partir de 5 de maio (domingo), às 15h, com entrada gratuita. A proposta é divulgar as diferentes vertentes da música tradicional brasileira, reunindo artistas de culturas distintas para compartilhar a diversidade e […]

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Construções irregulares provocam degradação da restinga no litoral sul do país, mostra mapeamento por drones

Brasil, por Kleber Patricio

Pontal do Paraná recebe muitos visitantes no verão, quando a degradação fica ainda mais evidente. Foto: Roberto Dziura Jr./Agência Estadual de Notícias do Paraná.

Construções irregulares e supressão de vegetação estão entre as principais causas de ameaça à restinga no litoral sul do Brasil, alerta estudo realizado pela Universidade Federal do Paraná (UFPR) e publicado na Revista “Ocean and Coastal Research” nesta sexta (12). Com o uso de drones, pesquisadores mapearam áreas de restinga em 32 praias do município de Pontal do Paraná, espalhadas em mais de 20 quilômetros de extensão.

Para mapear áreas de difícil acesso, a pesquisa produziu imagens aéreas de 32 praias do município, divididas em oito setores. Após análises com ajuda de softwares de georreferenciamento, os cientistas concluíram que todos os setores apresentaram traços de degradação. A pesquisa mostrou que 63,5% do total de 290 hectares mapeados correspondem a áreas preservadas e 36,5% à região degradada por construções irregulares e supressão de vegetação.

A restinga é um ecossistema formado por bancos de areia e vegetação – especialmente arbustivas, herbáceas e arbóreas – localizado na faixa litorânea entre o continente e o mar. O levantamento ressalta que este impacto negativo coloca em risco os ecossistemas terrestres e marinhos. Isso porque a restinga serve de refúgio e ambiente de reprodução para espécies como corujas e tartarugas, além de proteger a costa marinha do avanço do mar durante as ressacas.

Para o pesquisador da UFPR e principal autor do estudo, César Silva, a ação humana é a principal causa desta degradação, “com construções irregulares, geralmente dos próprios pescadores, mas também de pracinhas, calçadas de acesso às praias e ruas para levar embarcações. Além disso, ocorre com frequência a poda e roçada da vegetação da restinga, pois parece que os moradores se incomodam com o ‘mato’ tampando a visão do mar”, explica.

A degradação é ainda mais evidente em orlas com grande fluxo de turistas em período de férias e verão, como Praia de Leste e Ipanema. O município de Pontal do Paraná fica a 100 quilômetros da capital, Curitiba, e é considerado uma das principais rotas turísticas do estado.

A expectativa é que políticas de proteção e recuperação ambiental possam ser efetivadas a partir dos dados da pesquisa. “Eles estão servindo para gerar planos de manejo em projeto de extensão universitária, uma vez que foi possível detectar os locais mais degradados e suas respectivas áreas conservadas”, destaca Silva.

(Fonte: Agência Bori)

Campanha do Imposto de Renda Solidário acontece até dia 31 de maio

Indaiatuba, por Kleber Patricio

Prefeito Nilson Gaspar com a secretária de Assistência Social, Viviane Barnabé, os membros do Cmdca e parceiros do Imposto de Renda Solidário. Foto: Divulgação.

A Prefeitura de Indaiatuba – município da Região Metropolitana de Campinas (SP) – por meio do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente de Indaiatuba (Cmdca)e Conselho Municipal dos Direitos do Idoso (CMDI), que são vinculados à Secretaria Municipal de Assistência Social, e  em parceria com a Associação da Empresas de Serviços Contábeis de Indaiatuba (Aesci), realiza a campanha do Imposto de Renda Solidário 2024. Ao todo, 15 Organizações da Sociedade Civil (OSCs) serão beneficiadas por meio do IR Solidário: ABID, Somos do Bem, Bolha de Sabão, Campi, Camerata, Casa da Criança, Casa da Fraternidade, Casa da Providência, Ciaspe, Cirva, Educandário, Dispensário, Manaem, Sisni e Projeto Guri (Santa Marcelina).

A campanha visa conscientizar os contribuintes a destinar parte dos impostos que forem arrecadados por meio das declarações do Imposto de Renda Pessoa Física (IRPF) 2024 do exercício fiscal 2023. “No ano passado a campanha, realizada através da Lei de Incentivo Fiscal do Fundo da Criança (Funcri), arrecadou o montante de R$3.588.807,06. O valor foi conseguido pela contribuição de  pessoa física e jurídica no período de 1º de janeiro até 31 de dezembro de 2023. Neste ano a expectativa é aumentar essa quantia para ajudar mais instituições, por isso contamos com o apoio da população”, explica o prefeito Nilson Gaspar.

“O valor que pode ser doado por pessoas físicas pode sair tanto do imposto a ser pago como também da importância da restituição. Pessoas físicas podem doar até 6% do imposto ao longo do ano ou 3%, caso a faça durante a declaração do Imposto de Renda. É importante que as pessoas tenham em mente que muitas crianças e adolescentes vão poder ter uma vida melhor por meio desta ação”, relata a secretária da Assistência Social Viviane Barnabé.

Em 2023, o Cmdca conseguiu arrecadar mais de R$3,5 milhões; porém, o potencial de arrecadação de Indaiatuba supera esse valor. “Pelo tamanho do município foi efetuado o cálculo e temos o potencial de alcançar a margem de mais de R$12 milhões. Estamos intensificando a conscientização para que chegue a informações para a população para que as pessoas tenham a consciência que podem contribuir. Há muito trabalho de conscientização a ser feito. Esse ano contamos com o recurso de vídeos que contam histórias reais de crianças e adolescentes atendidos pelos projetos e organizações sociais que são vinculadas ao Cmdca e recebem repasses oriundos das destinações”, ressalta o presidente do Cmdca, Sérgio Baptista.

Destinar para o Imposto de Renda Solidário é simples. Ao invés de o contribuinte destinar essa parcela ao Governo Federal, pode direcionar esse valor para os fundos municipais para que o mesmo seja destinado em projetos e programas que garantam um futuro melhor para as crianças atendidas. Os projetos e Organizações Sociais do Cmdca atenderão, com o que foi recebido no ano anterior, cerca de 18 mil crianças e adolescentes.

Para mais informações, os interessados devem acessar este link ou entrar em contato com o Cmdca pelo número de telefone (19) 38345-2843.

(Fonte: Prefeitura de Indaiatuba)

Indaiatuba recebe roda de conversa sobre a cultura afro-brasileira “Raízes do Saber”

Indaiatuba, por Kleber Patricio

No próximo dia 14 de abril o grupo Jongo Filhos da Semente apresenta o evento cultural “Raízes do Saber” das 11h às 20h30, na Comunidade Negra de Indaiatuba (R. Comendador Antônio Nagib Ibrahim, 341). O evento é realizado pela Secretaria de Cultura do Estado de São Paulo por meio do Programa de Ação Cultural (ProAC) e conta com o apoio da Prefeitura de Indaiatuba, por meio da Secretaria de Cultura.

O projeto busca dar visibilidade aos mais velhos da cultura popular do estado de São Paulo, como citar D. Anecide do Batuque de Umbigada (Capivari), D’Adélia do Jongo Mistura da Raça (SJC), Tijuca (em memória); Jongo Filhos da Semente (Indaiatuba); D. Maria do Jongo Dito Ribeiro (Campinas) e D.Tô do Jongo do Tamandaré (em memória – Guaratinguetá). Os mestres do jongo e de outras manifestações culturais trazem conhecimento ancestral acerca da cultura afro-brasileira. Por meio de rodas de jongo e de conversa são propostas a expansão do acesso ao conhecimento tradicional afro-brasileiro, criando um espaço de salvaguarda das práticas negras do sudeste do Brasil.

O objetivo é que os participantes absorvam o conteúdo por meio da experiência corporal ritmada, da musicalidade e da oralidade. O foco é oferecer um espaço de conversa sobre o tema e as nuances do projeto, além de abordar sobre prevenção contra ISTs e HIV. Ao final, será gravado um webdocumentário sobre a história de vida desses ancestrais, bem como, efetuados alguns registros da festa e da roda de conversa para que fique marcado para as gerações futuras.

Serviço:

“Raizes do Saber”

Data: 14 de abril

Horário: 11h às 20h30

Local: Comunidade Negra de Indaiatuba – R. Comendador Antônio Nagib Ibrahim, 341 – Núcleo Habitacional Brigadeiro Faria Lima – Indaiatuba/SP.

(Fonte: Prefeitura de Indaiatuba)

Paço Imperial inaugura três exposições simultâneas

Rio de Janeiro, por Kleber Patricio

Cadu – Série Nadar Nada Mar, 2022. Foto: Marco Rezende.

No dia 17 de abril de 2024, o Paço Imperial inaugura três exposições simultâneas: “Transmutação: alquimia e resistência”, da artista carioca Marcela Cantuária, um dos nomes de maior destaque da cena de artes visuais da atualidade; “Davuls de Salé”, do artista paulistano Cadu, com a colaboração de Adriano Motta, Maneno Juárez e Virgilio Bahde, e “bassa danza”, do artista carioca Nathan Braga.

Marcela Cantuária

Um dos nomes de maior destaque da cena de artes visuais da atualidade, Marcela Cantuária apresentará a exposição “Transmutação: alquimia e resistência”, com obras recentes e inéditas. Com curadoria de Aldones Nino e assistência curatorial de Andressa Rocha, a mostra terá cerca de 20 obras da artista carioca, que há cinco anos não faz uma exposição individual no Rio de Janeiro. No dia da abertura, às 17h, será realizada uma visita guiada com Marcela Cantuária e Andressa Rocha. A mostra é apresentada pelo Governo Federal, Ministério da Cultura, Governo do Estado do Rio de Janeiro, Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa do Rio de Janeiro, por meio da Lei Paulo Gustavo.

“Cantuária não se limita a pintar; ela conjura diariamente engajando-se em uma prática que se assemelha à magia, capaz de remodelar a realidade, redefinir narrativas e transformar perspectivas. Como uma alquimista contemporânea, cada tela age como um encantamento, um chamado à reflexão e à transformação. Ela propõe uma reinvenção constante da criação artística, estabelecendo conexões entre múltiplas temporalidades”, afirmam os curadores no texto que acompanha a exposição.

Marcela Cantuária – 1º Salão Latino Americano y Caribeño de Artes. Foto: Vicente de Mello/Cortesia artista e galeria A Gentil Carioca.

A mostra terá trabalhos produzidos desde 2016 até os dias atuais, sendo três inéditos, realizados especialmente para esta exposição. As obras trazem questões como o protagonismo político feminino, a luta de classes e a divisão de poderes. Elas também evidenciam a diversidade de técnicas utilizadas pela artista ao longo dos anos, caminhando da tela para o espaço por meio da utilização de mídias como tecido, madeira e cerâmica. “A exposição vai abordar diversos momentos da minha trajetória, desde onde a minha pintura começa, até onde estou neste momento”, conta a artista.

Dentre as obras inéditas, estão duas pinturas de “Mátria Livre”, pesquisa que a artista desenvolve há oito anos, elaborando, por meio de um vocabulário plástico-formal, narrativas sobre como reencantar figuras femininas de luta contra o capital, o colonialismo e o patriarcado. A espinha dorsal da série consiste em reverenciar aquelas que construíram e disputaram espaços na política, lutando com teoria e prática. As novas pinturas trazem a poeta grega Safo, que viveu na ilha de Lesbos, e Marleide Vieira, militante do MST de Pernambuco assassinada no ano passado pelo marido ao pedir o divórcio. “Represento mulheres que inspiram ações, trazendo a minha perspectiva, mostrando principalmente a força feminina. São imagens de mulheres que, na maioria dos casos, existem ou existiram enquanto lutadoras. É como criar um panteão dessas mulheres, lugar de merecimento e de imortalidade também”, afirma a artista.

Além das pinturas, estará em destaque na exposição a obra “A grande benéfica” (2021), um autorretrato da artista pintado sobre biombo medindo 1,80m X 1,80m. “Será uma imagem ícone da exposição. Essa obra fala muito da relação que eu tenho com o tarô, fiz uma releitura da carta dois de copas, que representa o romance, e da carta do mundo, que é a realização, o ciclo, e mesclei com partes íntimas da minha vida”, conta Marcela Cantuária. “Esta obra evidencia sua estratégia de questionar e encenar junto aos espectadores as possibilidades de representação de sua identidade: enquanto ela apresenta um olhar combativo e direto em uma das faces do biombo, na outra observamos Cantuária em uma posição celebratória, em uma espécie de comunhão com o espaço onde se encontra”, ressaltam os curadores.

Nathan Braga – Pintura 2. Foto: Eduardo Geraldes.

O nome da exposição, “Transmutação: alquimia e resistência”, é repleto de significados, assim como as obras. “Sua produção, imbuída de simbolismo e intencionalidade, remete à prática da alquimia não apenas pela transformação de materiais — que se estende além dos tradicionais pigmentos, pincéis e telas para incluir madeira e cerâmica — mas também em sua busca constante por saberes e narrativas circunscritas à margem da retórica hegemônica, na exploração do potencial humano e na revelação de outras histórias. Tais trabalhos mergulham profundamente na realidade latino-americana, discutindo e salientando questões sociais e políticas”, afirmam os curadores.

Cadu

Cadu apresentará a exposição “Davuls de Salé”, que contará com a participação de três colaboradores: Adriano Motta, Maneno Juárez e Virgilio Bahde. Com curadoria de Felipe Scovino, a exposição apresentará a diversidade de linguagens exploradas pelo artista individualmente e em parceria, através de fabulações debruçadas sobre a história da pirataria, organizadas pelo escritor Peter Lamborn Wilson em seu livro “Utopias Piratas” (1995).

Entre os séculos XVI e XIX, corsários muçulmanos do Magreb devastaram navios europeus, escravizaram povos e fundaram a República Corsária Moura de Salé. Durante esse período, milhares de europeus se converteram ao Islã e se juntaram ao que Wilson chamará de “guerra santa pirata”. Essa forma anárquica de capitalismo, que os piratas tomam para si, encontra ecos nas esculturas, desenhos, filmes e instalações realizadas por Cadu e sua horda de rebeldes do mar.

Cadu – Série Nadar Nada Mar, 2022. Foto: Marco Rezende.

O mar serve de inspiração para a série de desenhos Nadar Nada Mar, realizados em grade formato sobre papel. Sereias, Krakens, Leviatãs e outras bestas marinhas amalgamam-se constituindo quimeras por meio de grafite, colagem e óleo, num imaginário simbólico barroco de terror e deslumbramento. Reforçando a ideia de fabulação e a conexão intrínseca que seu trabalho tem com a linguagem, Cadu escreveu poemas para cada uma das obras, baralhando referências das ciências, de cosmogonias e da literatura.

Dentre os trabalhos em colaboração, estão as esculturas sonoras ‘Beijo para o Mar’ e ‘Pio para o Píer’, com Maneno Juárez. Na primeira, 21 apitos divididos em três conjuntos são posicionados a uma distância relativa entre si na galeria servindo de veículo para diálogos pneumáticos. As esculturas produzem notas musicais indo do agudo ao grave, do brado ao sussurro. Já na segunda, utiliza-se a técnica tradicional peruana de modelagem para construção de vasos sonoros movidos por água.

Nathan Braga

A exposição “bassa danza”, do artista carioca Nathan Braga, é a primeira exibição solo em sua cidade natal, que marca seu retorno após três anos morando em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul. Doutorando em Arte e Cultura Contemporânea (PPGARTES-UERJ), Nathan foi aluno intercambista de Belas Artes na Universidade de Salamanca, na Espanha, tendo sido o segundo brasileiro a receber a Bolsa Iberoamericana do Santander para tal curso.

Nathan Braga – Cerâmica 2. Foto: Eduardo Geraldes.

Com curadoria de Aldo Victorio Filho, serão apresentadas cerca de 25 obras pertencentes a quatro séries diferentes de trabalho, produzidas desde 2019 até hoje, nas quais o artista versa sobre o ponto de inflexão entre as figuras mitológicas de Thanatos e Eros, realçando o jogo erótico envolvido entre as obras e na relação delas com o público visitante.

“Pinturas, esculturas, cerâmicas não são colocadas como linguagens ou modalidades plásticas impermeáveis umas às outras, pois as obras expostas, a despeito da completude técnica e material nas quais se encerram, se afirmam em outra lógica para além da artesania suporte/técnica/material. Se articulam, pois, na indizível força que ativam em conjunto. Uma ópera, um concerto, uma fuga, um silêncio a depender do ir e vir de cada visitante. Uma dança”, conta o curador Aldo Victorio Filho.

A pesquisa para esta exposição se iniciou a partir da leitura que o artista fez do livro ‘Eros: o Doce-Amargo’, de Anne Carson, no qual a autora vai pensar de forma ensaística as relações dicotômicas presentes no desejo, o jogo psicológico entre os amantes e a implicação histórica e social da representação ambígua dessas relações por meio de análises iconográficas e semânticas desde a Grécia Antiga. A aproximação entre arte e literatura tem sido um modus operandi do artista, que já dedicou uma exposição individual ao último livro publicado em vida pelo poeta Mário Quintana, fazendo dessa aproximação uma possibilidade de construção de famílias monstruosas, através de interdisciplinaridades, intermaterialidades e intertextualidades, objetivando borrar as fronteiras entre as coisas, como faz o próprio Eros.

Serviço:

Exposição “Transmutação: alquimia e resistência”, de Marcela Cantuária, “Davuls de Salé”, de Cadu, e “bassa danza”, de Nathan Braga

Abertura: 17 de abril de 2024, das 15h às 18h

Exposição: até 7 de julho de 2024

Paço Imperial

Praça XV de Novembro, 48 – Centro – Rio de Janeiro – RJ

Terça a domingo e feriados, das 12h às 18h

Entrada gratuita.

(Fonte: Midiarte Comunicação)

Família Schurmann celebra 40 anos de aventuras navegando com a Voz dos Oceanos e quarta volta ao mundo a bordo de um veleiro

São Paulo, por Kleber Patricio

Fotos: Divulgação.

Neste domingo, 14 de abril de 2024, a Família Schurmann celebra 40 anos do início de suas aventuras pelos mares do mundo. A primeira família brasileira a dar a volta ao mundo a bordo de um veleiro, entre os anos 1984 e 1994, completa quatro décadas de aventuras com três circum-navegações completas e a quarta – com a Voz dos Oceanos – em andamento. Depois de concluir a primeira etapa dessa expedição, apoiada mundialmente pelo Programa da ONU para o Meio Ambiente (PNUMA), a Família Schurmann se prepara para embarcar novamente em seu veleiro sustentável Kat e concluir, até 2025, a jornada Nova Zelândia – Brasil. Mas em ano de celebração, os Schurmann também voltam a navegar pela costa brasileira, dividindo-se em duas embarcações dedicadas à Voz dos Oceanos: o Kat em águas internacionais e um segundo veleiro que, paralelamente, navegará do Sul ao Norte do país.

4 décadas, 4 voltas ao mundo

A história de desafios e sucesso da Família Schurmann começou em 14 de abril de 1984, quando Vilfredo e Heloisa Schurmann partiram de Florianópolis, em Santa Catarina, com os filhos Wilhelm, David e Pierre – na época, aos 7, 10 e 15 anos, respectivamente. Juntos, eles realizaram o sonho de trocar a terra firme pela vida no mar navegando pela costa brasileira e pelos oceanos Atlântico, Pacífico e Índico até completarem sua primeira volta ao mundo. Da partida ao retorno ao Brasil, foram dez anos de aventuras conhecendo povos e culturas diversas, enquanto os meninos cresciam e estudavam a bordo. Concluída a aventura, em 1994, a Família Schurmann entrou para a história e nunca mais foi a mesma. A partir dessa experiência, a terra passou a ser local de passagem e o mar, moradia.

Em 1997, outra grande aventura – dessa vez, com uma nova tripulante: a filha Kat, então com apenas 5 anos. “Magalhães Global Adventure” foi acompanhada por milhões de pessoas no Brasil e em mais 43 países via internet e TV. Durante a expedição, também foi desenvolvido o programa “Educação na Aventura” em parceria com a americana Adventure on Line, que foi indicado pela Unesco como ferramenta educacional. Em 912 dias, a Família Schurmann percorreu 32.657 milhas (ou 60.481 quilômetros), passando por 48 portos, 31 ilhas (incluindo a deserta Henderson Island, no Oceano Pacífico, já invadida por resíduos plásticos de todo o mundo), 19 países e nove territórios. A última etapa da circum-navegação reproduziu a rota de Pedro Alvares Cabral, Lisboa (Portugal) a Porto Seguro (Brasil). A bordo do veleiro Aysso, a Família Schurmann chegou na cidade baiana no dia 22 de abril de 2000 para participar das comemorações dos 500 anos do Descobrimento do Brasil, sendo recebida pelos então presidentes do Brasil e de Portugal, imprensa internacional e cerca de 3 mil pessoas.

Com mais de 30 anos de aventuras, a Família Schurmann construiu um novo, moderno e sustentável veleiro, o Kat, e, em 21 de setembro de 2014, retornou aos mares e oceanos do planeta para um instigante desafio: a “Expedição Oriente”. A terceira volta ao mundo foi concluída em 10 de dezembro de 2016, quando a tripulação ancorou em Santa Catarina após mais de 800 dias inesquecíveis, incluindo a primeira vez dos velejadores brasileiros na gélida Antártica e na cosmopolita China, entre outros destinos marcantes e fascinantes. Mas o roteiro também revelou cenários preocupantes; entre eles, West Fayu, outra ilha deserta e de difícil acesso no Oceano Pacífico invadida por resíduos de todos os cantos do planeta, principalmente plástico. Este momento foi decisivo para inspirar a Família Schurmann e definir a que viria a ser sua próxima missão: Voz dos Oceanos.

Liderada pela Família Schurmann, Voz dos Oceanos atua por mar e terra com a missão de conscientizar a sociedade sobre a invasão e poluição dos resíduos – incluindo plástico e micro plásticos – no oceano, mobilizando pessoas, empresas e governos para a mudança de hábitos. A iniciativa inclui uma expedição que já navegou por quase toda a costa brasileira (de Santa Catarina ao Pará, incluindo uma jornada pelos rios da região amazônica), a região do Caribe, grande parte do litoral leste dos Estados Unidos, México, Canal do Panamá e Polinésia Francesa, até chegar na Nova Zelândia, concluindo a primeira etapa da missão. Em pouco mais de dois anos, Voz dos Oceanos testemunhou a presença de plástico e micro plástico em cerca de 100 destinos de mais de 10 países das Américas Sul, Central e Norte e da Oceania. Paralelamente, também encontrou, em todos os locais por onde passou até o momento, centenas de pessoas e iniciativas comprometidas em reverter a preocupante e grave invasão de resíduos que sufocam os Oceanos, responsáveis por mais de 50% do oxigênio do planeta.

Este ano, a Nova Zelândia será o ponto de partida da segunda fase da expedição, com a navegação do veleiro Kat pelos oceanos Pacífico (finalizando a jornada pela Oceania), Índico (Ásia e África) e Atlântico (África e América do Sul), retornando ao Brasil e, assim, completando a quarta volta ao mundo da Família Schurmann. Paralelamente, um segundo veleiro volta a percorrer a costa brasileira com a Voz dos Oceanos, sempre com um Schurmann a bordo. Essa próxima etapa continuará sendo guiada pela invasão de resíduos plásticos, observando seus efeitos na perda da biodiversidade e danos à saúde humana. Mas navegará atenta também às consequências da crise climática, como o branqueamento de corais e o movimento de refugiados climáticos. Tripulação dos veleiros e equipe de terra seguem desenvolvendo ações baseadas nos pilares Arte, Ciência, Educação e Inovação, ampliando a grande onda da transformação em defesa do Planeta Água.

Vale lembrar que, entre cada expedição de volta ao mundo, a Família Schurmann realizou outras aventuras pelo Brasil e pelo mundo, como, por exemplo: navegação de Florianópolis, Santa Catarina, a Fortaleza, Ceará, celebrando 20 anos de histórias no mar; “Expedição U-513 – Em Busca do Lobo Solitário”, que encontrou o primeiro dos nove submarinos alemãs naufragados na costa brasileira, durante a Segunda Guerra Mundial; quatro edições da Conexão Schurmann, e expedição às Ilhas Falkland e às Ilhas Geórgia do Sul.

(Fonte: Voice of the Oceans)