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Centro de Cultura Caipira e Arte Popular recebe exposição itinerante “Café e Folclore Caipira”

Campinas, por Kleber Patricio

Foto: Alexas_Fotos/Pixabay.

O Centro de Cultura Caipira e Arte Popular, no distrito de Joaquim Egídio, em Campinas, recebe a partir do dia 8 de janeiro de 2022, segundo sábado do ano, a exposição itinerante Café e Folclore Caipira. A mostra é do Museu do Café de Santos e poderá ser visitada aos sábados e domingos, das 9h às 14h e, durante a semana, com agendamento pelo e-mail museudacidade@campinas.sp.gov.br. A entrada é gratuita.

Por meio de banners e painéis, a exposição retrata um pouco do cotidiano e costumes do caipira, um importante personagem na história do café. Ilustra, ainda, tradições e costumes relacionados à cultura rural. A mostra ficará em cartaz até o dia 28 de maio de 2022.

A ação é fruto de uma parceria entre o Sistema Estadual de Museus de São Paulo (SISEM-SP), da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Estado, e Secretaria Municipal de Cultura e Turismo de Campinas e Museu da Cidade (de Campinas).

O endereço do Centro é Rodovia Heitor Penteado, esquina com Rua José Inácio, Distrito de Joaquim Egídio. Mais informações podem ser obtidas por meio do e-mail museudacidade@campinas.sp.gov.br ou museudocafe@museudocafe.org.br.

(Fonte: Assessoria de Imprensa | Secretaria de Cultura e Turismo de Campinas)

Conheça o guia definitivo para explorar Chicago dentro do orçamento

Chicago, por Kleber Patricio

Cloud Gate, Adam Alexander Photography. Photo Courtesy of Choose Chicago.

Viajar pelo mundo com um orçamento limitado parece um sonho impossível. Mas é totalmente viável e você pode fazer isso com responsabilidade, sem assaltar o banco. Com as fronteiras dos Estados Unidos oficialmente abertas no mês passado, os brasileiros estão com vontade de embarcar em um avião e Chicago está pronta para recebê-los em casa.

Você quer conhecer Chicago de forma barata? Existem muitos museus gratuitos, atrações culturais e coisas para fazer em toda a cidade. Faça um tour com um morador local, confira exposições de vanguarda, assista a um concerto clássico gratuito sob a maior cúpula da Tiffany do mundo – sem nenhum custo. Aqui está um resumo das coisas mais legais para ver e fazer em Chicago, não importa seu orçamento.

Chicago Greeter – pergunte por Howard Raik | O programa Chicago Greeter combina moradores experientes (e amigáveis) com visitantes de Chicago para uma orientação informal e interna da cidade e seus muitos bairros vibrantes. Por meio de passeios guiados personalizados, você pode andar por toda a cidade com base em suas áreas de interesse particular, desde arte pública e arquitetura até comida e filmes. Os passeios gratuitos do Chicago Greeter são conduzidos por locais acolhedores como Howard Raik, que o guiará pela Chicago autêntica – suas histórias fascinantes, tradições culturais diversas, marcos icônicos e joias incomuns.

Howard Raik é o guia turístico preferido dos visitantes brasileiros. Além de ser fluente em português, morou no Brasil por cinco anos quando trabalhou como diretor do Peace Corps Training. Tendo vivido em Natal, Fortaleza, Recife, Salvador, Campinas e Belo Horionte, ele naturalmente se conecta com os brasileiros que querem se aprofundar em Chicago.

“Tenho conduzido muitos brasileiros com interesses diversos. Em geral, acho que o que os brasileiros mais apreciam nos passeios é o simples fato de ter um guia falando português; podemos nos conectar de uma maneira diferente”, disse Howard Raik. “Quero que os visitantes saiam do programa Chicago Greeter sentindo o espírito de boas-vindas dos habitantes de Chicago.”

O Chicago Riverwalk. Foto: divulgação/Choose Chicago.

Os tours do Chicago Greeter oferecem um mergulho profundo no bairro de Chicago de sua escolha, liderado por um local como Howard Raik. Um de seus passeios favoritos é por Pilsen, um dos bairros mais coloridos e culturalmente ricos de Chicago. O Pilsen é conhecido por sua comunidade de artes, gastronomia e vida noturna. Os primeiros habitantes da área foram imigrantes da Alemanha e da República Tcheca nos anos 1800, mas o bairro de hoje foi moldado por gerações de famílias mexicano-americanas que vivem em Pilsen desde o início de 1900.

Recebendo o Certificado de Excelência do TripAdvisor, esses passeios são realizados em mais de uma dezena de idiomas. Os visitantes devem se registrar com pelo menos 10 dias úteis de antecedência para uma visita guiada gratuita de 2 a 4 horas em Chicago. As visitas são personalizadas com base na sua escolha de bairros, idioma e interesses. O programa tem mais de 200 voluntários entusiasmados esperando para compartilhar seus conhecimentos e paixão pela cidade com você. Faça uma reserva para um Greeter Tour clicando aqui. E não se esqueça de pedir para fazer o tour com o Howard.

Chicago Cultural Center – The People’s Palace| Este marco histórico hospeda centenas de programas gratuitos durante todo o ano. Faça um tour gratuito pelo prédio para ver o maior cristal Tiffany do mundo, confira a programação de eventos e exposições gratuitas, assista a um dos concertos semanais de música clássica de blues, jazz e muito mais. Confira também a programação diária do Chicago Cultural para apresentações gratuitas de dança, exibição de filmes, seminários e eventos teatrais.

Chicago Riverwalk | Caminhe ao longo do premiado Chicago Riverwalk, um passeio panorâmico à beira-mar que se estende pelo coração da cidade. Assista a elevação da ponte com uma visita ao McCormick Bridgehouse e ao Chicago River Museum (gratuito aos domingos) e aprecie a arquitetura mundialmente famosa que margeia o rio Chicago.

City Gallery na histórica Water Tower | Este precioso ponto de referência na Magnificent Mile foi transformado em uma galeria de arte gratuita para exibições rotativas de fotógrafos e artistas locais. Construída entre 1867 e 1869, a Water Tower foi uma das poucas construções a sobreviver ao Grande Incêndio de Chicago de 1871.

O Navy Pier. Foto: divulgação/Choose Chicago.

Uma das atrações turísticas mais populares do país, o Navy Pier está localizado às margens do lago cênico de Chicago. Você encontrará passeios de barco, atrações (incluindo a roda gigante da cidade), o Chicago Shakespeare Theatre, música ao vivo, fogos de artifício, o maior bar na cobertura do país e muito mais.

Localizado a leste do Millennium Park,o Maggie Daley Park é um amplo espaço de recreação inspirado em contos infantis clássicos, como Alice no País das Maravilhas e Charlie e a Fábrica de Chocolate. Crianças de todas as idades vão adorar o mini farol, um navio em tamanho real, duas paredes de escalada, ponte suspensa de 9 metros, faixa de patinação, quadras de tênis e vários bosques de piquenique.

Um dos únicos zoológicos gratuitos do país, o Lincoln Park Zoo é o lar de mais de 230 espécies de animais, incluindo primatas, répteis, mamíferos, pássaros e muito mais. O zoológico fica no Lincoln Park, que também é gratuito e divertido de explorar.

Arte pública no Chicago Loop – Chicago é uma espécie de meca da arte pública | Picasso, Chagall, Calder, Kobra – artistas lendários enfeitam o Loop, tornando as ruas da cidade um museu de arte urbana que todos podem desfrutar. Reserve um passeio gratuito pelo Chicago Greeter pela arte pública do Loop ou caminhe em seu próprio ritmo na companhia de grandes nomes da história da arte.

O Maggy Daley Park. Foto: divulgação/Choose Chicago.

Em 2016, o falecido grande músico de blues de Chicago, Muddy Waters, foi homenageado com um mural de nove andares do artista de rua brasileiro internacionalmente aclamado Eduardo Kobra. Um caleidoscópio de cores brilhantes e linhas ousadas são a marca registrada do artista – você não pode perdê-las enquanto caminha pela State Street em direção à Washington Street. Kobra é conhecido no mundo todo por seus enormes murais de pessoas famosas, incluindo os músicos Bob Dylan, em Minneapolis, e David Bowie, em Jersey City. Seu mural Muddy Waters faz parte do Wabash Arts Corridor, um ponto de encontro de Chicago para os devotos da arte de rua.

Com 15 metros de altura e pesando mais de 160 toneladas, The Picasso, como é conhecido, é uma escultura sem título que alguns comparam a um inseto ou babuíno. Pablo Picasso presenteou a escultura para o povo de Chicago em 1967, sem nunca explicar o que ela pretendia representar.

Você não pode perder o Flamingo vermelho brilhante de Alexander Calder de 16 metros de altura, com suas linhas curvas contrastando dramaticamente com os edifícios Mies van der Rohe de aço e vidro que o cercam. Apesar de pesar 50 toneladas, o Flamingo apresenta um design aberto que o convida a caminhar por baixo e em volta dele. O Flamingo foi lançado em 1974 e continua sendo um dos ícones mais distintos de Chicago.

Seu nome oficial é Cloud Gate, mas esta escultura muito apreciada é definitivamente “O Feijão” para os habitantes locais. Medindo 30 metros de comprimento por 10 metros de altura e pesando colossais 110 toneladas, está entre as maiores esculturas de seu tipo no mundo e foi a primeira obra de arte pública ao ar livre do artista britânico Anish Kapoor. A escultura elíptica, inspirada no mercúrio, utiliza uma série contínua de placas de aço inoxidável altamente polidas que refletem o famoso horizonte de Chicago em sua superfície. Um arco de 3,6 metros de altura fornece um “portão” para o Millennium Park, convidando os visitantes a entrar, tocar seu aço espelhado e ver suas imagens distorcidas refletidas de volta para eles.

O legado cultural e artístico público significativo de Chicago continua até hoje. E em nenhum lugar isso é melhor visto do que no Art on theMart, a maior instalação de vídeo-projeção do mundo. Com aproximadamente 2,5 hectares da fachada voltada para o Chicago Riverwalk,o theMART se tornou um espaço de arte pública de última geração, com videoarte local e internacional com curadoria projetada sazonalmente

Só porque seu orçamento de viagem é limitado, não significa que você não possa experimentar tudo o que Chicago tem a oferecer. Viajar é uma oportunidade maravilhosa e poder viajar com orçamento limitado torna-o mais acessível para as pessoas. Uma viagem econômica não precisa ser menos divertida, visto que você já viu as coisas mais legais para ver e fazer em Chicago, independente do preço.

(Fonte: Choose Chicago)

Theatro Municipal encerra temporada 2021 com concerto de Monteverdi

São Paulo, por Kleber Patricio

Foto: divulgação/Stig de Lavor/Theatro Municipal.

Para encerrar as atividades de 2021, a Orquestra Sinfônica Municipal e o Coral Paulistano realizam nos dias 20, 21 e 22, às 19h, o último concerto do ano no Theatro Municipal. Além dos dois corpos artísticos, o espetáculo também receberá integrantes do Conservatório de Tatuí. Os ingressos custam de R$10 a R$60 e podem ser adquiridos pelo site ou na bilheteria física.

Sob regência do maestro Roberto Minczuk, os músicos interpretarão uma das maiores obras do compositor italiano Claude Monteverdi: Vespro Della Beata Vergine (em português, Vésperas da Santa Virgem). A composição representa um conjunto de obras de música sacra que foi publicado em 1610.

Considerado um dos maiores compositores italianos de sua geração (1567-1643), Monteverdi também é reconhecido como um dos grandes operistas e uma das personalidades mais influentes da história da música do ocidente.

O concerto, além de ser o último do ano, ganha destaque ao trazer um repertório barroco com instrumentos raros, como sacabuxa (trombone antigo), teorba e guitarra barroca, dificilmente vistos e ouvidos pelo público em concertos sinfônicos. Além disso, o espetáculo, em conjunto com os músicos do Conservatório de Tatuí, é uma iniciativa de parceria entre as duas instituições que têm história no Brasil e, ambas, geridas pela Sustenidos em 2021. O Conservatório, como é conhecido internacionalmente, representa uma das mais sérias e bem sucedidas ações no setor cultural no Estado de São Paulo.

Serviço:

21/12, terça, às 19h

22/12, quarta, às 19h

[Theatro Municipal – Sala de Espetáculos]

Vésperas, de Monteverdi

Concerto Presencial, aberto ao público

Orquestra Sinfônica Municipal

Coral Paulistano

Roberto Minczuk, regência

Marília Vargas, soprano

Rose Moreira, soprano

Felipe Rissatti, contratenor

Anibal Mancini, tenor

Carlos Porto, tenor

Marcus Loureiro, tenor

Sabah Teixeira, baixo

Marcelo Coutinho, baixo

Marcus Held, spalla

Isabel Kanji, cravo

Alessandro Santoro, órgão

Gustavo Freccia, viola da gamba

Alexandre Ribeiro, teorba

Silvana Scarinci, teorba

Dagma Eid, guitarra barroca

Claudia Freixedas, flauta doce

Paulo da Mata, flauta doce e traverso

André Cortesi, traverso

Gustavo Gargiulo, corneto

Luis Chumpitazi, corneto

Marcelo Carvalho, corneto

Raphael Paixão, sacabuxa

Maurício Roger Simão, sacabuxa

Leonardo Ramos, sacabuxa

Programa:

CLAUDIO MONTEVERDI

Vespro della beata vergine

Ingressos: R$10 a R$60

Classificação: Livre

Duração total: 93 minutos

Endereço: Praça Ramos de Azevedo, s/n – República, São Paulo/SP

Horário de atendimento: segunda a sexta, 10h às 19h | Sábado e domingo, 10 às 17h Telefone: 55 (11) 3053-2090

Pensando sempre na proteção do público, colaboradores e artista e, tendo em vista os cuidados quanto à transmissão da Covid-19, para assistir aos espetáculos é necessário seguir os protocolos de segurança estipulados no Manual do Espectador, que incluem, a partir de 11 de novembro, a apresentação do comprovante de vacinação.

Programa sujeito a alteração.

(Fonte: Approach Comunicação)

Artigo: “Cinema – recortes de saudades”, por Daniel Bydlowski

São Paulo, por Kleber Patricio

Relembrar no fim do ano é uma das atitudes que mais fazemos, ou seja, repensamos em tudo que passou e fazemos novas metas. Nos encontramos com o passado. E um dos maiores filmes que traz a perspectiva de reencontro com si mesmo, para mim, é o Nuovo Cinema Paradiso.

Que o cinema tem um potencial mágico de despertar sensações, nós já sabemos. Mas existem alguns filmes que conseguem entregar o que há de melhor, tanto da sétima arte quanto da vida, e um exemplo maravilhoso disso é esse longa.

O filme, que completa 31 anos de seu lançamento no Brasil, foi dirigido por Giuseppe Tornatore e conta com a música tema inesquecível, homônima ao filme, de Ennio Morricone. Talvez, Cine Paradiso tenha sido um enorme sucesso por conta de sua proximidade com a realidade. A narrativa, que apresenta a história de Salvatore (ou Toto), interpretado por Jacques Perrin na vida adulta e por Salvatore Cascio, enquanto criança, é uma espécie de alter ego de Tornatore.

Assim como o cineasta, Salvatore é da Sicília, Itália, e como um diretor consagrado, vive em Roma longe de sua terra natal e de suas origens. É a partir de um telefonema triste de sua mãe que Salvatore retorna à Sicília para reviver seu passado. Apesar de a ideia parecer bastante clichê, a narrativa, produção e interpretação surpreendem.

No pós Segunda Guerra Mundial, anos antes da televisão, poucas coisas parecem ser boas, e na pequena cidade italiana, o grande evento é o Cinema Paradiso. É com a doce perspectiva de Totó que entendemos a magia que as grandes telas têm para uma criança. A amizade entre Alfredo, projecionista do cinema, e de Totó é arrebatadora e cativante.

Como em toda boa narrativa, há o contraponto da realidade; enquanto Totó se desenvolve e amadurece em diversos e talvez os mais importantes momentos de sua vida, a modernização derruba a magia do cinema. Ao mesmo tempo em que nos ensina inúmeras lições valiosas, Cine Paradiso faz um convite à sua própria reflexão, do passado, de saudades e a importância que há em um reencontro.

Entre os cortes censurados pelo padre da cidade, nem cena de beijo era permitida, Alfredo e Totó constroem lembranças até mesmo do que nunca viram. Bem como compensam suas frustrações da vida em uma tela com máquinas que projetam sonhos.

Cinema Paradiso, entre uma construção de um personagem e seu caminho para a introspecção após reviravoltas da vida e referências mais antigas, como Charlie Chaplin, se torna um tratado de amor sobre o cinema e demonstra a forma transformadora que essa arte impacta a vida das pessoas.

É impossível assistir ao filme sem se conectar. Revolucionário por trazer a magia do cinema diretamente para nossos corações, o longa é também necessário ao momento que vivenciamos.

Daniel Bydlowski. Foto: divulgação.

Sobre o cineasta: O cineasta brasileiro Daniel Bydlowski é membro do Directors Guild of America e artista de realidade virtual. Faz parte do júri de festivais internacionais de cinema e pesquisa temas relacionados às novas tecnologias de mídia, como a realidade virtual e o futuro do cinema. Daniel também tenta conscientizar as pessoas com questões sociais ligadas à saúde, educação e bullying nas escolas. É mestre pela University of Southern California (USC), considerada a melhor faculdade de cinema dos Estados Unidos. Atualmente, cursa doutorado na University of California, em Santa Barbara, nos Estados Unidos. Recentemente, seu filme Bullies foi premiado em NewPort Beach como melhor curta infantil, no Comic-Con recebeu 2 prêmios: melhor filme fantasia e prêmio especial do júri. O Ticket for Success, também do cineasta, foi selecionado no Animamundi e ganhou de melhor curta internacional pelo Moondance International Film Festival.

(Fonte: Enxame de Comunicação)

Para evitar impactos ambientais e melhorar a rentabilidade, produção de ostras e de camarões no NE depende de gestão sustentável

Brasil, por Kleber Patricio

Foto: divulgação/Columbia University Medical Center.

O cultivo de ostras em cativeiro e a criação de camarões em viveiros são atividades de grande importância social e econômica no Nordeste do Brasil, contribuindo para a geração de empregos e para a economia local. No entanto, se desenvolvidas de modo não sustentável, podem causar graves impactos ambientais e não alcançar toda a sua potencialidade e produtividade. É isso que mostra estudo conduzido pela Universidade Federal de Sergipe (UFS) publicado na segunda (20) na revista “Arquivos de Ciências do Mar”.

Para investigar os aspectos ambientais e socioeconômicos da ostreicultura e carcinicultura marinha nos estados da região Nordeste, as pesquisadoras realizaram um levantamento bibliográfico e uma pesquisa documental com recorte entre 2013 e 2017. A maior parte dos dados foi obtida na base disponibilizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Também foram usadas outras fontes, como a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), a Associação Brasileira de Criadores de Camarão (ABCC) e o Boletim Estatístico da Pesca e Aquicultura do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).

No período analisado, o Nordeste ocupou a terceira posição na produção de ostras, mexilhões e vieiras no país. Apesar de ainda pouco expressiva, a ostreicultura apresenta um considerável crescimento na região, com destaque para os estados da Bahia e Alagoas. Em relação à criação de camarões, a região lidera o setor, respondendo por 98,8% da produção nacional, em 2017. Ceará e Rio Grande Norte são os principais produtores.

Segundo o estudo, além de constituir fonte de alimento para as comunidades costeiras, a ostreicultura possibilita a geração de renda, inclusive para as mulheres, contribuindo para a inclusão social e igualdade de gênero. Mas algumas práticas não sustentáveis podem resultar em impactos ecológicos de longo prazo sobre o estoque natural e afetar gravemente a disponibilidade de fito plâncton para outras espécies que compõem a fauna aquática, comprometendo o equilíbrio ecológico e o retorno econômico. Outro problema relacionado à ostreicultura é a dificuldade dos ostreicultores na etapa da venda – sem clientela fixa, muitos dependem dos chamados atravessadores para a comercialização do produto.

Situação semelhante ocorre com o cultivo de camarão. Quando realizado seguindo os protocolos de sustentabilidade, pode contribuir para reduzir a pressão nos estoques naturais. Mas, se feito de forma irregular, pode causar impactos irreversíveis ao meio ambiente, levando à destruição da vegetação costeira e dos manguezais e à salinização dos solos, além de prejudicar a qualidade da água. Outro impacto negativo de práticas inadequadas é o surgimento de doenças virais e bacterianas que atacam os camarões, reduzindo o ritmo de crescimento da produção.

“O estudo trata de duas atividades relevantes para a região Nordeste; porém, são práticas que precisam ser realizadas seguindo os protocolos de sustentabilidade e adotando medidas que possibilitem o aprimoramento na produção de ostras e camarões com a finalidade de torná-las sustentáveis e mais rentáveis”, afirma Josevânia de Oliveira, principal autora do artigo. Entre essas ações estão planejamento sustentável, capacitação dos produtores, desenvolvimento tecnológico, procedimentos que agreguem valor aos produtos (como selos de certificação da qualidade e inspeção sanitária) e fiscalização da produção.

Josevânia, que é doutora pelo programa de pós-graduação em Desenvolvimento e Meio Ambiente da UFS e contou com financiamento da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) para realizar a pesquisa, diz que pretende continuar o estudo para fazer uma comparação entre os dados apresentados neste artigo e novas informações. “A ideia é verificar se ocorreu um aumento ou redução no desenvolvimento e na produção da ostreicultura e da carcinicultura na região”, finaliza.

(Fonte: Agência Bori)