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Polo Shopping promove ‘Páscoa no País das Maravilhas’ com atividades infantis gratuitas

Indaiatuba, por Kleber Patricio

No domingo de páscoa, 17/4, será apresentado o teatro infantil “A Páscoa de Alice no País das Maravilhas”, no Topázio Cinemas do Polo Shopping Indaiatuba. Fotos: divulgação.

Depois de dois anos de pausa, o Polo Shopping Indaiatuba retorna com as atividades presenciais para as crianças se divertirem em família. Com o tema “Páscoa no País das Maravilhas”, a programação desse ano conta com diversas referências ao universo literário do autor Lewis Carrol, criador de “As Aventuras de Alice no País das Maravilhas”. As atrações, que acontecem até 17 de abril, são gratuitas e contam com oficinas e teatro infantil.

Oficina do Coelho Branco | Na Oficina do Coelho Branco, as crianças vão se transformar no próprio Coelho, cumprindo algumas missões no espaço da oficina, que representa o “País das Maravilhas”. Para começar a diversão e mergulhar no universo da Alice, elas vão entrar no local através de uma fechadura gigante e logo em seguida passarão pela “Cama do Gato Risonho”, com a missão de cruzar o labirinto de elásticos sem tocar os sinos para não acordar o Gato. Na etapa seguinte as crianças devem passar pelo “Jardim da Rainha de Copas”, sem pisar nas rosas brancas, utilizando apenas duas rosas vermelhas como base para cruzar o espaço. Depois disso, as crianças chegarão na “Mesa do Chapeleiro Maluco”, onde deverão criar orelhas e cartolas para se transformarem no Coelho. Finalizando a brincadeira, as crianças irão terminar de se caracterizar com pintura facial na área do “Espelho da Alice”.

Ao final de todas as atividades, a criança poderá fazer uma foto em frente a um painel temático e ainda receberá um paper toy para fazer em casa. A Oficina será realizada na Praça Central do Polo Shopping, das 14h às 20h, de quinta a domingo, nos dias 14, 15, 16 e 17 de abril. As atividades terão duração de 30 minutos, com até 20 crianças por turma. Os pais ou responsáveis devem permanecer próximos ao local durante a atividade. A participação é gratuita.

Teatro infantil “A Páscoa da Alice no País das Maravilhas”

No domingo de páscoa, 17/4, será apresentado o teatro infantil “A Páscoa de Alice no País das Maravilhas”, no Topázio Cinemas do Polo Shopping Indaiatuba. A peça é uma adaptação da Cia. Arte & Manhas com base na obra de Lewis Carroll, com trilha sonora original e figurinos fiéis ao clássico, misturando atores reais, bonecos e efeitos especiais, tudo para tornar o espetáculo inesquecível e cativante.

Na Oficina do Coelho Branco, as crianças vão se transformar no próprio Coelho, cumprindo algumas missões no espaço da oficina, que representa o “País das Maravilhas”.

O espetáculo estimula a participação do público e mostra o lado lúdico e, ao mesmo tempo, argumentador de Alice, uma menina curiosa que enfrenta com coragem e criatividade os desafios que aparecem ao longo da história, que nesta adaptação vai se passar em plena Páscoa.

Os ingressos para o espetáculo são gratuitos e limitados. A distribuição será feita por ordem de chegada à bilheteria do Topázio Cinemas, uma hora antes do início da peça.

Serviço:

Páscoa no País das Maravilhas

Oficina do Coelho Branco

Quando: de quinta a domingo, dias 14, 15, 16 e 17 de abril

Onde: Praça Central do Polo Shopping Indaiatuba

Horário: das 14h às 20h

Tempo de duração: 30 minutos, com até 20 crianças por turma

Atividade gratuita

Teatro infantil “A Páscoa da Alice no País das Maravilhas”

Quando: 17/4, domingo de Páscoa

Onde: Topázio Cinemas do Polo Shopping Indaiatuba

Horário: 15h e 17h

Ingressos: Gratuitos e limitados. A distribuição será feita por ordem de chegada à bilheteria do Topázio Cinemas, uma hora antes do início da peça.

(Fonte: Alfapress)

Livro aborda estereótipos de mulheres moradoras de favela e expõe deficiências das políticas públicas nas periferias

Rio de Janeiro, por Kleber Patricio

Fotos: divulgação.

Às margens das insuficientes vagas de creches e escolas fundamentais disponibilizadas pelo poder público, há um sem número de mães que precisam deixar seus filhos com alguém para poderem trabalhar. Esse quadro gera, em especial nas favelas, a produção de estereótipos aplicados às mulheres pobres, segundo “Figuras da Causação: As novinhas, as mães nervosas & mães que abandonam os filhos”, entre mães chamadas como “novinhas”, as “mães nervosas” e, por fim, as “mães que abandonam os filhos”. Lançado pela Editora Telha, a obra de autoria da antropóloga Camila Fernandes mergulha nesse universo desconhecido e ignorado por muitos.

A obra abre um debate sobre temas como gravidez planejada, planejamento familiar, culpabilização da mulher, sexualidade desviante e noções de cuidado e negligência. Esse “jogo de empurra” que é travado entre sociedade e políticos tenta achar um culpado (ou eleger o menos culpado), onde as mulheres acabam por serem condenadas pela pobreza em que vivem e, assim, isentam os gestores das cidades por suas péssimas administrações e fracasso na gestão de recursos financeiros, em especial aos mais necessitados.

“Ouvia muitas fofocas e acusações sobre mulheres que ‘transam muito’, tem ‘muitos filhos’ e são ‘irresponsáveis’. Essas fofocas se dirigiam a mulheres identificadas como ‘novinhas’, ‘Mães nervosas’ e ‘Mães que abandonam os filhos’. As mulheres eram retratadas como desequilibradas e provocadoras. Decidi que deveria conversar com as mulheres alvo das fofocas e incluir a perspectiva delas sobre tais acusações” – Camila Fernandes, antropóloga e escritora

Camila conseguiu, por meio do acompanhamento dessas mulheres e de suas histórias e por meio de uma descrição e análise visceral, transportar para as páginas de “Figuras da Causação” como as relações tensas em mundos marcados pela precariedade, desigualdade e expectativas de gênero se combinam com visões racistas sobre os pobres e seus territórios. O livro procura mostrar o ponto de vista de mulheres retratadas como “desviantes” das expectativas de gênero consideradas positivas em nossa sociedade, a saber: sexualidade planejada e um modelo de maternidade dócil, pacificado e compulsório.

“Figuras da Causação: As novinhas, as mães nervosas & mães que abandonam os filhos” nasce com a missão de jogar luz no conflito silencioso travado entre mulheres mães com dificuldades graves de mobilidade social e gestores públicos que preferem publicizar obras por vezes desnecessárias deixando, de lado, vidas que dependem de amparo social público para terem o mínimo de dignidade e humanidade.

Os “tipos” de mulheres fruto da pesquisa, segundo palavras da autora: “Todas elas são moradoras da favela. Com relação à identificação racial, são mulheres negras (pretas e pardas) e brancas”. Segundo o senso comum:

– A “novinha” é afrontosa, transa “”cedo demais” e engravida.

– A “mãe nervosa” é agressiva, descontrolada e não tem paciência.

– Essas duas figuras geram a “mãe que abandona os filhos”, fato que instaura o abandono de crianças.

As figuras da causação são mulheres enquadradas como geradoras de diversos distúrbios e desordens sociais.

Sobre a autora | Camila Fernandes é antropóloga e atualmente desenvolve atividades de pós-doutoramento no Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social no Museu Nacional, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (PPGAS/MN/UFRJ), onde também realizou seu doutorado. O mestrado, por sua vez, foi concluído no Programa de Pós-graduação em Antropologia Social da Universidade Federal Fluminense (PPGAS/UFF). Pesquisadora associada ao Núcleo de Estudos em Corpos, Gênero e Sexualidades (NuSex) e ao Laboratório de Pesquisas em Etnicidade, Cultura e Desenvolvimento (LACED), ambos no PPGAS/MN/UFRJ, é docente no Laboratório de Estudos Feminismos na Diferença

Sobre a Editora Telha | Desenvolvida no Rio de Janeiro, a Editora Telha nasce no fim de 2019 e já alcança, em sua primeira publicação, “Motel Brasil: uma antropologia contemporânea”, de Jérôme Souty, a marca de obra finalista do Prêmio Jabuti 2020. Interdependente (porque independente ninguém é realmente), a Telha surgiu pelo desejo de editar com maior autonomia e criar mais espaço para textos produzidos por autores fora dos grandes centros.

Serviço:

Livro: “Figuras da Causação: As novinhas, as mães nervosas & mães que abandonam os filhos”

Autora: Camila Fernandes

Editora: Telha

Páginas: 314

Preço: R$65,00

Adquira em: https://editoratelha.com.br/product/figuras-da-causacao-as-novinhas-as-maes-nervosas-e-as-maes-que-abandonam-os-filhos/.

(Fonte: Aspas e Vírgulas)

“A paixão segundo Messias”: espetáculo combate o oportunismo político e vilanização da classe artística no Brasil

Curitiba, por Kleber Patricio

Indignados, mas bem-humorados, coletivo de artistas traz ao Teatro Regina Vogue uma reflexão social e política sobre a realidade do país. Fotos: divulgação.

O espetáculo “A paixão segundo Messias”, que estreia no dia 12 abril no Teatro Regina Vogue, em Curitiba (PR), nasceu da indignação de um coletivo de artistas que enxergam o cenário político, social e cultural brasileiro como uma verdadeira tragicomédia.

Mergulhando fundo nesse contexto, o dramaturgo e diretor Jester Furtado lidera o coletivo e leva aos palcos a história de um “Messias” qualquer, que se utiliza da ignorância de seu povo para brincar de “salvador da pátria”, ao mesmo passo que dissemina a intolerância e promove o retrocesso. Ele é seguido por um grupo de líderes oportunistas e fanáticos, que desfruta das mazelas e da fé de um povo desorientado.

“Trata-se de uma comédia humana, na qual o real e o patético se unem para transformar o choro e a indignação em fortes gargalhadas. E, assim, a arte vem provocar os ruídos necessários para cumprir seu dever de instrumento de reflexão”, conta Jester, que há mais de 20 anos atua na cena cultural e está à frente da Companhia de Teatro Senhores Furtados, realizadora do projeto.

De acordo com o diretor, a peça expõe também a indignação de uma classe artística vilanizada, desrespeitada em seus direitos e desprovida da atenção do Estado enquanto categoria trabalhadora. “A comédia traz certa leveza à realidade caótica em que vivemos hoje, ao mesmo tempo em que exibe a trágica e risível mediocridade de fanfarrões que ocupam espaço na política e na cultura nacional”, acrescenta Cida Rolim, da Teimosa Produções Artísticas, que assina a produção da obra.

Com duração de 70 minutos e classificação para 12 anos, “A paixão segundo Messias” estreia no dia 12 de abril, às 21h, no Teatro Regina Vogue (Shopping Estação) e tem previstas outras cinco apresentações, nos dias 13, 16, 21, 22 e 23 de abril, no mesmo horário e local.

O elenco é composto por dez artistas: Altamar Cesar, Artur Costa, Carlos Costa, Elter Correa, Geórgia Frantz, Marlon Roger, Natalia Walker, Nawbert Cordeiro, Pedro Gaeta e Raquel Stapassoli.

A música tema do espetáculo, intitulada “Marchinha do Bozó”, foi composta pelo diretor Jester Furtado (letra) e por Milor da Silva (melodia), com gravação e edição de Alexandre Honório e voz de Milor e Artur Costa.

“A paixão segundo Messias” tem apoio cultural do Sindicato dos Bancários de Curitiba e Região e faz parte da programação que celebra seus 90 anos de existência. Os ingressos podem ser adquiridos na bilheteria do teatro ou pelo link https://minhaentrada.com.br/reginaVogue/agenda-geral.

Serviço:

Espetáculo “A paixão segundo Messias”

Data: 12, 13, 16, 21, 22 e 23 de abril

Horário: 21h

Local: Teatro Regina Vogue – Shopping Estação

Endereço: Av. Sete de Setembro, 2775, Curitiba/PR

Classificação: 12 anos

Informações: (41) 2101-8292 e (41) 99223-7353

Ingressos: bilheteria do teatro ou pelo link https://minhaentrada.com.br/reginaVogue/agenda-geral.

FICHA TÉCNICA

Texto e direção: Jester Furtado

Produção: Teimosa Produções Artísticas

Direção executiva: Cida Rolim

Assistente de produção: Bruno Antiqueira e Débora Olesk

Figurino: Luciana Lourenço

Aderecista: Carlos Costa

Projeto de cenografia: Carlos Costa

Cenografia: Jester Furtado

Iluminação e técnica: Fabia Regina

Sonoplastia: Mauro Gruber,  Bruna de Sá e Artur Costa

Operação de sonoplastia: Maria Clara Furtado

Música tema: Jester Furtado e Milor da Silva

Gravação e edição da música tema: Alexandre Honório

Voz da música tema: Artur Costa e Milor da Silva

Captação e edição de áudio e vídeo: Mauro Gruber, Bruma de Sá e Johann Schuster

Fotos: Saymon Ossovski

Realização: Companhia de Teatro Senhores Furtados

Apoio: Sindicato dos Bancários de Curitiba e Região

Elenco: Altamar Cesar, Artur Costa, Carlos Costa, Elter Correa, Geórgia Frantz, Marlon Roger, Natalia Walker, Nawbert Cordeiro, Pedro Gaeta e Raquel Stapassoli.

(Fonte: Agência Souk)

34ª Bienal de São Paulo inicia Programa de Itinerâncias 2022

Brasil, por Kleber Patricio

Obra “Espelho da Vida”, de Daiara Tukano, durante a 34ª Bienal de São Paulo. Foto: Levi Fanan/Fundação Bienal de São Paulo.

A Fundação Bienal dá início, no próximo dia 12 de abril, ao Programa de Itinerâncias da 34ª Bienal de São Paulo – Faz escuro mas eu canto, exposição que recebeu 700 mil visitantes no Pavilhão da Bienal e instituições parceiras, entre 2020 e 2021, além de ter atingido 2,7 milhões de pessoas online. Este ano, a primeira cidade a receber a itinerância será São Luís (MA), com abertura de exposição no próximo dia 12 de abril no Centro Cultural Vale Maranhão e na Casa do Maranhão. A circulação conta com articulação do Instituto Cultural Vale, patrocinador da Bienal por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura. Logo depois, no dia 26 de abril, o programa abre uma nova mostra em Campinas (SP), em parceria institucional com o SESC SP.

As itinerâncias foram concebidas por Jacopo Crivelli Visconti, curador-geral da 34ª Bienal de São Paulo – Faz escuro mas eu canto. Para 2022, as mostras foram pensadas a partir de enunciados, que são eixos temáticos ou objetos que reúnem obras e artistas, estimulando o público a refletir sobre os assuntos apresentados. Este ano, temas como colonização, racismo e questões indígenas fazem parte das discussões abordadas.

Obra de Jader Eisbell que faz parte da itinerância. Foto: divulgação/Fundação Bienal de São Paulo.

“As itinerâncias podem ser entendidas, nesse sentido, como metonímias da 34ª Bienal, partes que elucidam o funcionamento da exposição como um todo. Além de cada enunciado local, incluímos o título da 34ª Bienal, ‘Faz escuro mas eu canto’. Por meio desse verso do poeta amazonense Thiago de Mello, publicado em 1965, reconhecemos a urgência dos problemas que desafiam a vida no mundo atual, enquanto reivindicamos a necessidade da arte como um campo de resistência, ruptura e transformação”, explica Crivelli Visconti.

Mostra itinerante no Centro Cultural Vale Maranhão e Casa do Maranhão

Pela primeira vez um recorte da Bienal é apresentado na cidade de São Luís (MA), iniciativa que se tornou possível por meio da parceria inédita com o Instituto Cultural Vale, o Centro Cultural Vale Maranhão e a Casa do Maranhão. O recorte da mostra que será exibido na cidade é organizado a partir do enunciado Retratos de Frederick Douglass. Douglass foi um homem público, jornalista, escritor, orador estadunidense e um dos principais expoentes da luta pela  abolição da escravidão. Até hoje seus retratos circulam pelo mundo como símbolo de justiça e liberdade. Assim, sob o olhar penetrante e desafiador de Douglass, este enunciado traz artistas e obras voltados aos processos de colonização, deslocamento, violência e resistência que marcaram e continuam marcando a vida de milhões de pessoas ao redor do planeta. Os artistas cujas obras participam desta itinerância são Alice Shintani, Arjan Martins, Daniel de Paula, Frederick Douglass, Frida Orupabo, Neo Muyanga, Noa Eshkol, Paulo Kapela e Tony Cokes (na Casa do Maranhão) e Beatriz Santiago-Munhoz, Daiara Tukano, Deana Lawson, Frederick Douglass, Gustavo Caboco, Jaider Esbell, Paulo Nazareth, Uýra e Victor Anicet (no Centro Cultural Vale Maranhão).

Uyra Sodoma. Série “A Última Floresta – Ensaio Terra Pelada”. Foto: Matheus Belém.

“Caminhar é uma forma de aprender: comunidades e povos do mundo ensinam e compartilham conhecimentos ao caminharem, juntos. Inspirados nesse desejo de movimento e partilha, é que temos a alegria de levar, pela primeira vez para São Luís, obras da 34ª Bienal de São Paulo, que também patrocinamos. Dentre eles, os Retratos de Frederick Douglass, por entender a importância do reconhecimento da ancestralidade em suas diversas formas e trajetos, pertencimento e presença no estado do Maranhão. A exposição se divide entre os espaços do Centro Cultural Vale Maranhão e a Casa do Maranhão, propositalmente, buscando criar novos laços entre as casas de cultura do centro histórico de São Luís”, afirma Hugo Barreto, diretor presidente do Instituto Cultural Vale.

Mostra Itinerante no SESC Campinas

Fruto da longeva parceria da Fundação Bienal com o SESC SP – estabelecida desde a criação do Programa de Itinerâncias –, o SESC Campinas recebe um recorte da Bienal de São Paulo pela sexta edição consecutiva. O recorte da mostra escolhido para a cidade é organizado ao redor do enunciado Cantos Tikmũ’ũn e conta com obras dos artistas Abel Rodríguez, Adrián Balseca, Alice Shintani, E.B. Itso, Frida Orupabo, Gustavo Caboco, Hanni Kamaly, Jaider Esbell, Sebastián Calfuqueo, Sung Tieu e Victor Anicet.

Os Tikmũ’ũn, também conhecidos como Maxakali, são um povo indígena originário de uma região localizada entre os atuais estados de Minas Gerais, Bahia e Espírito Santo. Após inúmeros episódios de violência e abusos, eles foram forçados a abandonar suas terras ancestrais. Seus cantos organizam a vida nas aldeias, representando os elementos do seu cotidiano: plantas, animais, lugares, objetos e saberes. A exposição concebida ao redor deste enunciado traz à tona o poder do canto, tanto no sentido literal quanto metafórico, e o exemplo dos Tikmũ’ũn como comunidade, renovado para as construções de um universo de maneira coletiva.

Ações de Difusão

O programa de mostras itinerantes irá promover ações para professores, educadores e mediadores de público das instituições parceiras do programa. As ações se concentram nos enunciados e artistas de cada uma das mostras, apresentando também conteúdos e práticas que integram a publicação educativa da 34ª Bienal, Primeiros Ensaios. Os conceitos de relação, tradução, crioulização, transparência e opacidade, elaborados pelo filósofo martinicano Édouard Glissant, serão discutidos em diálogo com o trabalho de mediação das obras. Em São Luís (MA), serão realizadas uma palestra e uma visita mediada. Em Campinas (SP), além da formação oferecida aos mediadores, também serão realizadas uma palestra e a ação “Ensaiando a exposição”, ambas abertas ao público.

Sobre o Programa de Itinerâncias da Bienal de São Paulo

O Programa de Itinerâncias da Bienal de São Paulo é uma iniciativa que chega em 2022 à sua sexta edição. A itinerância da 33ª Bienal, em 2019, percorreu oito cidades, sendo uma no exterior, e recebeu um público de mais de 170 mil visitantes.

Obra de Paulo Nazareth faz parte da itinerância da 34ª Bienal Internacional de São Paulo. Foto: divulgação/Fundação Bienal de São Paulo.

“O programa aposta na arte e no seu impacto positivo no campo da educação e da cidadania. Parcerias com as instituições em cada local permitem a difusão do trabalho para além do circuito artístico da cidade de São Paulo, chegando a outros olhares e novas sensibilidades. Além das exposições, a iniciativa inclui ações educativas e de difusão, estando alinhada à missão da Fundação de integrar cultura e educação à vida cotidiana”, afirma José Olympio da Veiga Pereira, presidente da Fundação Bienal.

Pela iniciativa, além de São Luís (MA) e Campinas (SP), mais sete cidades brasileiras e duas no exterior estão previstas para receber recortes da 34ª Bienal este ano, são elas: Belo Horizonte (MG), Brasília (DF), Campos do Jordão (SP), São José do Rio Preto (SP), Belém (PA), Fortaleza (CE), Juiz de Fora (MG), Santiago (Chile) e Paris (França).

Serviço:

34ª Bienal de São Paulo – Faz escuro mas eu canto

Programa de mostras itinerantes

Centro Cultural Vale Maranhão – São Luís (MA)

12 abril – 12 junho 2022

Av. Henrique Leal, 149

De terça à sábado das 10h às 19h

Entrada gratuita

Casa do Maranhão – São Luís (MA)

12 abril – 12 junho 2022

R. do Trapiche s/nº – Centro Histórico

De terça a sábado das 9h às 18h

Domingo das 9h às 13h30

Entrada gratuita

SESC Campinas – Campinas (SP)

26 abril – 31 julho 2022

Rua Dom José I, 270/333

Terça–sexta, 8h30 – 21h30

Sábado, domingo e feriados, 9h30 – 18h

Entrada gratuita.

(Fonte: Fundação Bienal de São Paulo)

Rádio Batuta lança playlist com gravações raras de Chico Buarque

Brasil, por Kleber Patricio

Capas dos compactos A banda (compacto duplo RGE 80.232, 1966) e Tanto
mar (compacto Philips 6069.144, 1975).

Referência central da música popular brasileira, Chico Buarque possui uma ampla e consagrada carreira. Desde 5 de abril, o público pode acessar mais um material do compositor: uma série de gravações raras, reunidas pela Batuta, rádio de internet do IMS. Os áudios, cuja maior parte não está disponível em nenhuma plataforma digital, podem ser ouvidos gratuitamente no site da rádio. Intitulada “Chico Buarque – Raridades analógicas”, a playlist traz 17 músicas gravadas pelo cantor em compactos, trilhas sonoras e projetos especiais lançados no Brasil e no exterior. Dezesseis das faixas saíram apenas em vinil, sendo versões alternativas de grandes sucessos do artista. Os registros jamais foram incluídos em álbuns da carreira de Chico e também não entraram nas coletâneas montadas para os boxes do compositor.

A pesquisa e seleção das músicas foram feitas pelo jornalista e pesquisador musical Renato Vieira com a ajuda da colecionadora Jennifer de Paula, que também digitalizou os áudios. O pesquisador comenta como foi o processo de busca pelas gravações, destacando as curiosidades da playlist: “Ao longo dos anos 1960 e 1970, Chico fez gravações de músicas muito conhecidas fora dos chamados discos de carreira, com outros arranjos. Em alguns casos, como o da faixa ‘Até pensei’, o primeiro registro foi feito para um compacto simples (disco de vinil com uma faixa de cada lado) que saiu rapidamente de circulação. É uma chance de ouvirmos um artista fundamental, cantando músicas que conhecemos bem, mas de um jeito diferente do qual costumamos ouvir”.

Entre as faixas incluídas no especial, está, por exemplo, uma versão menos conhecida da famosa canção “A banda”. Um dos primeiros grandes sucessos do cantor, a música foi registrada duas vezes por Chico em 1966. A gravação mais famosa abriu o primeiro LP do artista. A outra, feita com acompanhamento de uma banda, foi incluída em um raro compacto duplo e é apresentada nesta playlist.

Considerada o marco zero da carreira profissional de Chico, “Tem mais samba” também aparece neste especial. Completamente diferente da versão incluída no disco de estreia do cantor, esta foi parar no lado B do compacto com a música “Carolina”, lançado nos últimos meses de 1967. O arranjo da gravação é do maestro Gaya.

Outro destaque é a versão de “Apesar de você”. Sucesso instantâneo, a canção foi lançada em 1970 e, semanas depois, proibida pela censura da ditadura militar. Chico fez uma nova gravação da música oito anos depois, mas o registro original – que chegou a sair em CD em uma compilação do livro “Almanaque anos 70” – permanece fora das plataformas digitais, sendo reproduzido no especial.

A playlist inclui também a gravação original de “Tanto mar”. Composta em homenagem à Revolução dos Cravos de Portugal, em 1974, a música foi proibida no Brasil pela censura. Em 1978, Chico mudou alguns versos e a colocou no mesmo disco para o qual “Apesar de você” foi liberada. A versão original da canção, no entanto, nunca foi oficialmente lançada no Brasil, apenas em Portugal.

Também são reproduzidas gravações feitas em abril de 1983 durante um concerto em Manágua, na Nicarágua, que reuniu vários músicos da América Latina. Ao se apresentar, Chico cantou “O que será”, concebida para o filme “Dona Flor e seus dois maridos”, misturando duas letras que fez para a música. Também realizou um dueto com o cantor Fagner, com quem interpretou as canções “Não existe pecado ao sul do Equador”, composta junto com Ruy Guerra, e “Batuquê de praia”, que Fagner havia gravado com o jogador de futebol Zico.

Da década de 1980, há também “Tantas palavras”, com melodia de Dominguinhos e letra de Chico. Inicialmente, a canção foi feita para Roberto Carlos, que acabou não gravando a composição. Em 1984, Chico lançou a música, mas com modificações na letra. A versão original, no entanto, foi registrada pelo artista, um ano antes, na abertura da novela “Sabor de mel”, exibida pela Rede Bandeirantes, e agora pode ser ouvida nesta playlist.

O especial inclui ainda gravações raras das músicas “Noite dos mascarados”, em dueto com Odete Lara, “Meu refrão”, “Até pensei”, em versão com arranjo do maestro Lindolpho Gaya, “Tão bom que foi o Natal”, jingle feito para uma imobiliária de São Paulo, “Bom tempo”, inscrita na primeira Bienal do Samba e apresentada com participação de Tom Jobim e do Quarteto 004, “Desalento”, em versão original dirigida pelo produtor Manoel Barenbein, “Jorge maravilha”, “Quadrilha”, “Carolina” e “No dia que o Cristo falou”, dedicada ao carnavalesco Joãosinho Trinta. (Veja no serviço a relação completa das músicas, com mais informações).

O coordenador da Rádio Batuta, Luiz Fernando Vianna, reforça a importância da seleção para o estudo da obra do compositor e da música brasileira em geral: “Descobrir novidades na obra do Chico depois de quase 60 anos de carreira é incrível. E há coisas tão importantes quanto saborosas, o que torna essa playlist ainda mais incrível”.

Mais sobre a Rádio Batuta | Lançada pelo Instituto Moreira Salles em 2010, a Batuta é uma rádio de referência sobre música brasileira. Sua programação — composta por documentários, séries, especiais e podcasts — destaca conteúdos que não são mais tão abordados em rádios comerciais. Entre os documentários lançados, estão “Radamés Gnattali, artesão e operário da música” e “Tim tim por tim tim: a música de João Gilberto”, entre outros.

Serviço:

Playlist “Chico Buarque – Raridades analógicas”

O especial está disponível, para acesso gratuito, no site da Rádio Batuta

Ficha técnica

Criação, textos e pesquisa de repertório: Renato Vieira

Pesquisa de repertório e digitalização dos áudios: Jennifer de Paula

Faixas incluídas na playlist:

1 – “A banda” (com acompanhamento de banda, diferente da incluída no álbum “Chico Buarque de Hollanda”) (Chico Buarque). Do compacto duplo RGE 80.232, 1966.

2 – “Noite dos mascarados” (Chico Buarque). Com Odete Lara e MPB-4. Do compacto simples RGE 70.239. Faixa produzida por Manoel Barenbein, 1966.

3 – “Meu refrão” (Chico Buarque). Com Odete Lara e MPB-4. Do compacto simples RGE 70.239. Faixa produzida por Manoel Barenbein, 1966.

4 – “Até pensei” (primeira versão, diferente da incluída no álbum “Chico Buarque de Hollanda volume 3”) (Chico Buarque). Do compacto simples RGE 70.280, 1967.

5 – “Tem mais samba” (lado B do compacto Carolina, versão diferente da incluída no álbum “Chico Buarque de Hollanda”) (Chico Buarque). Do compacto simples RGE 70.286. Arranjo e regência do Maestro Gaya, 1967.

6 – “Tão bom que foi o Natal” (Chico Buarque). Compacto promocional distribuído aos clientes da imobiliária Clineu Rocha no Natal de 1967.

7 – “Bom tempo” (Chico Buarque) do álbum “Discomunal”, 1968, Museu da Imagem e do Som — 007. Com Quarteto 004 e Tom Jobim (piano). Direção de produção de Quarteto 004. Regência de Eumir Deodato.

8 – “Apesar de você” (Chico Buarque, diferente da incluída no disco “Chico Buarque”, de 1978). Do compacto Philips 365.315. Faixa produzida por Manoel Barenbein, 1970.

9 – “Desalento” (Chico Buarque e Vinicius de Moraes, diferente da incluída em “Construção”). Do compacto Philips 365.315. Faixa produzida por Manoel Barenbein, 1970.

10 – “Jorge Maravilha” (ao vivo no show “Tempo e contratempo”, 1974). (Chico Buarque sob o pseudônimo Julinho da Adelaide). Com MPB-4. Faixa lançada na caixa “Palco, corpo e alma”, 1976, Polygram – 9299 222. Direção musical de Magro.

11 – “Tanto mar” (letra original, diferente da incluída no disco “Chico Buarque”, de 1978) (Chico Buarque). Lançada em Portugal no compacto Philips 6069.144, 1975.

12 – “Quadrilha” (Francis Hime e Chico Buarque), da coletânea Seleção nacional de sucessos, 1977, Polygram – 6349 354. Faixa produzida por Sérgio de Carvalho. Arranjo de Francis Hime.

13 – “Tantas palavras” (letra original, diferente da incluída no disco “Chico Buarque”, de 1984) (Dominguinhos e Chico Buarque), do disco “Sabor de mel” – Trilha sonora original da novela, 1983, Ariola – 813 345-1. Faixa produzida por Mazzola.

14 – “O que será (À flor da pele)/O que será (À flor da terra)” (Chico Buarque). Do disco “Abril en Manágua – Concierto de la paz en Centroamerica”, 1984, Enigrac – NCLP 5001. Gravado ao vivo em Manágua, Nicarágua, em abril de 1983.

15 – “Não existe pecado ao sul do Equador (Chico Buarque e Ruy Guerra)/”Batuquê de praia” (Petrúcio Maia). Com Fagner. Do disco “Abril en Manágua – Concierto de la paz en Centroamerica”, 1984, Enigrac – NCLP 5001. Gravado ao vivo em Manágua, Nicarágua, em abril de 1983.

16 – “Carolina” (Chico Buarque). Com Época de Ouro. Do disco “Há sempre um nome de mulher”, 1987, independente – 803.520. Direção geral de Ricardo Cravo Albin. Assistência de produção de Maurício Tapajós. Arranjo e regência de Orlando Silveira.

17 – “No dia que o Cristo falou” (Carlos Fernando) – do disco “Asas da América” – Frevo, 1989, RCA Victor – 140.0039. Produzido por Paulo Rafael e Carlos Fernando. Direção artística de Miguel Plopschi. Direção musical de Tovinho e Paulo Rafael. Arranjos de sopro e regência de Maestro Duda.

(Fonte: Instituto Moreira Salles)