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Turismo náutico: 10 atrações para navegar nas águas do Litoral Norte de SP

Litoral Norte de SP, por Kleber Patricio

Alcatrazes. Foto: Prefeitura Municipal de São Sebastião.

Repleto de belezas naturais, que englobam tanto praias paradisíacas, quanto rios, cachoeiras e Mata Atlântica preservada, o Litoral Norte de São Paulo é um dos principais destinos do Estado de São Paulo para quem busca contato com a natureza. E, para desbravar as atrações do Circuito Litoral Norte, que integra as cidades de Bertioga, Caraguatatuba, Ilhabela, São Sebastião e Ubatuba, uma das melhores formas é via turismo náutico.

Isso porque, além de rica vida marinha, essa região conta com completa estrutura de serviços como marinas, portos de embarque e desembarque e empresas que realizam passeios náuticos, reforçando o potencial de atrativos que podem ser visitados por todos os perfis de turistas. O turismo náutico é uma experiência que pode ser feita no Litoral Norte durante o ano inteiro, porque, além do calor nas cinco cidades, as condições de mar são favoráveis em todas as estações.

“O Litoral Norte é uma das regiões mais privilegiadas do Brasil quando se trata de turismo náutico. Bonita por natureza, a Região tem praias e rios navegáveis cercados por uma paisagem deslumbrante, além de estrutura para navegação e uma diversidade de opções de atividades náuticas, proporcionando experiências incríveis para os visitantes o ano todo. Com isso, o turismo náutico traz desenvolvimento econômico para os municípios, gerando emprego e renda para a população”, afirma o presidente do consórcio turístico, Caio Matheus.

A seguir, o Circuito Litoral Norte apresenta dez atrações ideais para quem deseja não só aproveitar os recursos naturais da região, que formam ilhas, lagoas, praias escondidas, baías e enseadas, como também realizar uma prática de turismo sustentável e segura. Descubra:

BERTIOGA

Escuna em Bertioga. Foto: divulgação.

Passeio de escuna | As escunas já são tradicionais em Bertioga e oferecem passeios por diversas praias e atrativos da cidade. Em um roteiro histórico, é possível visitar, por exemplo, o Forte São João, construído em 1547 e considerado o mais antigo do Brasil. O percurso ainda passa pelo Canal de Bertioga, rios e oceano e, por fim, inclui banho de mar próximo às ilhas Guará, Ilha Rasa e Praia do Iporanga.

Canoa acessível no rio Jaguareguava | A canoagem é um dos destaques acessíveis de Bertioga, podendo receber qualquer pessoa com deficiência independente de seu grau de dificuldade, já que existem dois catamarãs adaptados especialmente para eles. O rio Jaguareguava mostra claramente a transição do manguezal e da restinga. O passeio inicia-se num ponto de profundidade em média de 1,5 m de acordo com a maré, solo de mangue e todo cercado pelo manguezal no seu último quilômetro até a foz. Subindo em direção à nascente, logo este fundo de mangue se transforma em areias claras, que, somado às águas cristalinas que descem da cachoeira, mais as muitas prainhas que se encontram ao longo de 3 quilômetros serpenteando adentram a restinga do Parque Estadual da Serra do Mar – Núcleo Bertioga. “É importante destacar que o Turismo Náutico é um turismo de valor agregado e, particularmente Bertioga, com seus rios navegáveis, com o canal de Bertioga e com o seu litoral extenso de trinta e três quilômetros, tem atrações imperdíveis. Qualquer turista que venha para o município interessado no Turismo Náutico vai ter muitas opções para todos os gostos e idades. Além disso, é importante também destacar que temos turismo de acessibilidade, com canoas acessíveis e passeios em águas cristalinas”, comenta o secretário de Turismo de Bertioga, Ney da Rocha.

CARAGUATATUBA

Ilha da Cocanha. Foto: divulgação/Circuito Litoral Norte.

Cocanha | Em um passeio de lancha por Caraguatatuba é possível conhecer lugares como os ilhotes da Cocanha, a pouco mais de um quilômetro da praia de mesmo nome e que conta com uma das maiores fazendas de mariscos do Estado, com 36 mil m² e uma produção que pode chegar a até 160 toneladas por ano.

Juqueriquerê | O Rio Juqueriquerê tem 13 quilômetros de extensão e é o único rio navegável do Litoral Norte, sendo uma das mais belas atrações para quem gosta de navegação fluvial. Ali, o visitante confere ao longo do seu percurso a riqueza da fauna e flora, conhece o manguezal, restinga e um pouco da Mata Atlântica. “Caraguatatuba tem uma costa incrível para desenvolvimento de atividades náuticas e o turismo náutico é uma aposta dessa gestão com eventos de jet ski, de vela, entre outros que a gente vai desenvolver ainda esse ano”, explica a secretária de Turismo de Caraguatatuba, Maria Fernanda Galter Reis.

ILHABELA

Semana Internacional de Vela de Ilhabela. Foto: Paulo Stefanini.

Semana Internacional de Vela | Para quem é apaixonado por esportes náuticos, Ilhabela conta com um atrativo anual imperdível: a Semana Internacional de Vela. Neste ano, o evento está em sua 49ª edição reunindo os principais velejadores da América Latina até o dia 30 de julho. A Semana Internacional de Vela de Oceano de Ilhabela inclui as tradicionais regatas Alcatrazes por Boreste e Ilha de Toque-Toque por Boreste, com previsão de participação de mais de 120 embarcações de diferentes estados brasileiros e também do exterior, reunindo cerca de 1,2 mil velejadores.

Passeio de barco para Castelhanos | A Praia de Castelhanos é considerada uma das praias mais bonitas do Brasil. E, por seu percurso incluir uma estrada de 15 quilômetros, acessível apenas de 4×4, o passeio de barco até lá surge como melhor alternativa para conhecer o lugar. O roteiro inclui paradas em outras praias paradisíacas no caminho, como a Praia da Fome e Saco do Eustáquio. “O turismo náutico é um dos nossos principais segmentos turísticos. Ilhabela é a Capital Nacional da Vela, somos um arquipélago com 165 km de linha litorânea, somos um dos principais portos de cruzeiros do país; temos mais de 40 praias, 94% de Mata Atlântica preservada e uma rica biodiversidade tanto em terra quanto no mar. Todos estes atributos fazem de Ilhabela um importante destino de turismo náutico. Nossa diversidade de atrativos possibilita roteiros embarcados para praias isoladas, impossíveis de serem acessadas por carro. E a oferta de serviços completa a qualidade da experiência dos visitantes: são 12 marias, rampas públicas, mais de 6 mil leitos em meios de hospedagem e rica gastronomia que soma mais de 200 bares, cafés e restaurantes”, diz a secretária de Turismo e Desenvolvimento Econômico de Ilhabela, Luciane Leite.

SÃO SEBASTIÃO

Arquipélago de Alcatrazes (foto principal, acima)| Segunda maior unidade de conservação marinha do Brasil, o arquipélago conta com as ilhas mais distantes da costa de São Sebastião, a aproximadamente 33 quilômetros do litoral. Reaberto em 2019, o lugar é um reduto de natureza ainda pouco explorado e conta com uma paisagem que inclui enormes rochedos arredondados e vegetação de Mata Atlântica, além de mar cristalino, sendo um refúgio de vida silvestre administrado pelo ICMBio – as visitas, inclusive, devem ser monitoradas por um profissional do Instituto, já que a área é protegida por uma unidade de conservação federal.

Passeio para as Ilhas | As Ilhas, localizadas próximas das praias de Barra do Sahy e Juquehy, são um passeio ideal de barco para quem quer curtir águas calmas e cristalinas. O atrativo também pode ser acessado de jet ski ou até mesmo de caiaque e stand-up paddle em dias em que o mar está calmo. “O Turismo Náutico é um segmento muito importante no município de São Sebastião, que movimenta a economia local e valoriza os pescadores, principalmente os profissionais ligados ao turismo de base comunitária. Em Boiçucanga é oferecido o projeto Rota Caiçara, que consiste em um passeio de barco de aproximadamente três horas de duração, enaltecendo a cultura caiçara e criando estratégias para movimentar o turismo local. Além disso, temos produtos turísticos como os roteiros das 3 ilhas (As Ilhas, Ilha dos Gatos e Ilha das Couves); 4 ilhas (As Ilhas, Ilha dos Gatos, Ilha das Couves e Montão de Trigo); Mergulho e Visita Embarcada no Arquipélago de Alcatrazes”, ressalta a secretária de Turismo de São Sebastião, Adriana Augusto Balbo.

UBATUBA

Ilha Anchieta | Considerada uma das principais atrações naturais da cidade, a ilha faz parte da área de proteção ambiental do Parque Estadual da Ilha Anchieta. O local é ideal para um passeio de lancha ou escuna, onde se tem a oportunidade de uma total integração à natureza, com rica fauna e flora e um mar transparente propício para mergulho. A ilha também abriga um complexo de ruínas tombadas pelo Condephaat, com mais de 2 mil m² de edificações conservadas, incluindo o Presídio, onde ocorreu uma das maiores rebeliões nos anos 1950.

Ilha das Couves. Foto: divulgação/Circuito Litoral Norte.

Ilha das Couves | Com acesso via barco ou lancha a partir de Picinguaba, a Ilha das Couves é um verdadeiro paraíso situado no extremo norte de Ubatuba. O lugar tem rica vida marinha que atrai mergulhadores de todo o país e, na faixa de areia de 60 metros, é possível aproveitar o sol e a beleza da vegetação nativa. A ilha também possui diversas piscinas naturais para quem desejar nadar com snorkel. “Ubatuba está focada no fortalecimento e desenvolvimento do turismo náutico em parcerias com o trade. Foi aberto um processo administrativo na modalidade de chamamento público, para o recebimento de propostas para implantação de novas estruturas e melhorias em nossas estruturas náuticas existentes. Ubatuba possui excelentes locais e atrativos e ainda, ótimas condições de navegação. Há muitas marinas com ótima estrutura para a operação de embarcações. O investimento ou a possibilidade de possuir uma embarcação em Ubatuba pode ser uma experiência única para o turista, o visitante ou o morador da cidade”, explica o secretário municipal de Turismo, Alessandro Luís Morau.

Ainda segundo o secretário, o mercado e o turismo náutico estão em expansão na cidade: “Há vários roteiros náuticos consolidados no município com diversas ofertas de atrativos. Passeios destinados a Ilhas, mergulhos contemplativos, pesca esportiva, entre outros são possíveis a qualquer dia do ano em Ubatuba e nas diferentes regiões do Município e todas as atividades possuem pontos específicos formatados e trabalhados pelas agências, sem contar a possibilidade do avistamento de cetáceos com uma surpresa principalmente na época do inverno. Ubatuba e sua linda costa marítima estão à espera de todos os interessados em experimentar momentos inesquecíveis relacionados ao universo náutico”.

Para conhecer as experiências do Litoral Norte acesse https://circuitolitoralnorte.tur.br/experiencias.

(Fonte: Assimptur)

Complexo Theatro Municipal apresenta “Na Solidão dos Campos de Algodão”

São Paulo, por Kleber Patricio

Fotos: Mayra Azzi.

Considerado um dos grandes nomes do teatro francês do século XX, o dramaturgo Bernard-Marie Koltès (1948-1989) escreveu, em 1985, a peça “Na Solidão dos Campos de Algodão”, que acaba de ganhar uma montagem inovadora e ousada dirigida por Eliana Monteiro. O espetáculo estreia na Praça das Artes, onde fica em cartaz entre 11 e 31 de agosto, em temporada gratuita.

A peça é encenada em um espaço cênico criado a partir da obra “La Bruja”, do artista visual carioca Cildo Meireles. Esse espaço é todo composto por centenas de fios brancos que invadem e se apropriam da sala de exposições da Praça das Artes. O espaço poderá ser visitado pelo público fora do horário das apresentações.

A obra de Koltès adota como protagonista a própria linguagem. Na trama, duas pessoas se encontram à noite em um local indefinido – aparentemente com a intenção de fazer negócios. Uma delas pretende fornecer o que a outra quer comprar, mas nem o desejo, nem a mercadoria são revelados. Essa relação mostra-se, ao longo do tempo, mais parecida com um combate. Tendo a solidão como horizonte e a palavra como principal arma, ela evidencia estruturas como o patriarcado, o racismo e a luta de classes. “Há aí uma espécie de comércio do desejo, em que a Dealer oferece à outra o que ela desejar, não sem violência, numa relação que vai se estabelecendo como contraditória e tensa”, comenta a diretora Eliana Monteiro sobre o texto.

“Abordar temas tão relevantes quanto os que o texto de Bernard-Marie Koltès nos apresenta são essenciais para a programação do espaço, ligada às demandas mais atuais da sociedade. Melhor ainda quando ele dialoga com as artes visuais e obras de artista como Tunga, patrimônios brasileiros”, afirma Andrea Caruso Saturnino, diretora-geral do Complexo Theatro Municipal de São Paulo.

A montagem também inova ao trazer, pela primeira vez, os dois protagonistas masculinos do texto original interpretados por mulheres, as atrizes Lucienne Guedes e Mawusi Tulani. A tradução é de Silvia Fernandes.

No Brasil, Na Solidão dos Campos de Algodão ganhou uma icônica montagem no porão do CCSP – Centro Cultural São Paulo, em 1996, dirigida por Gilberto Gawronski e estrelada por ele e por Ricardo Blat. Na época, a encenação evocava a questão do HIV/AIDS e como a doença representava um fantasma bastante cruel que rondava os desejos e o imaginário da sexualidade tal como um castigo. “Quase 30 anos depois da primeira montagem no Brasil, a AIDS, e mesmo a questão da homossexualidade ali depositada na tensão entre os dois homens da peça, muito embora de maneira não explícita, já não está tão presente nos medos do nosso imaginário. Agora, com duas atrizes em cena, nossa montagem desloca as questões presentes no texto para o plano do enfrentamento do patriarcado, esgarçando e desvendando a teia da estrutura racista e machista”, completa a diretora.

Oficina

Além do espetáculo e da visitação ao espaço cênico, a Praça das Artes recebe a oficina “Procedimentos de criação da montagem de Na Solidão dos Campos de Algodão”, ministrada pela diretora e pelas atrizes. A ação acontecerá nos dias 23, 24 e 26 de agosto (mais informações abaixo).

A ideia da oficina é fazer com que as/os participantes experienciem os procedimentos de criação do espetáculo, a partir dos temas evocados pela dramaturgia. O workshop proporcionará ação prática e reflexiva sobre as possibilidades de leitura e encenação dos textos contemporâneos.

Sinopse

O texto de Bernard-Marie Koltès (1948-1989) traz a linguagem como protagonista. Na situação da peça, duas pessoas se encontram à noite num lugar indefinido, aparentemente para fazer negócios. Uma tem algo a ofertar para a outra, sem que tal mercadoria seja revelada. Nesse encontro, estabelecem um embate de ideias e pensamentos que as leva a entrar em contato com suas profundas condições humanas, com seus desejos e suas solidões.

Ficha técnica

Texto: Bernard-Marie Koltès

Direção artística: Eliana Monteiro

Atrizes: Lucienne Guedes e Mawusi Tulani

Tradução: Silvia Fernandes

Iluminação: Aline Santini

Direção musical: Dani Nega

Figurino: Claudia Schapira

Espaço cênico: criação a partir da obra La Bruja, de Cildo Meireles

Coordenação de produção: Leonardo Birche e Renata R. Allucci

Assessoria de imprensa: Pombo Correio.

Serviço:

“Na Solidão dos Campos de Algodão”

Praça das Artes – Avenida São João, 281 – Sé – São Paulo (SP)

Capacidade Sala do Conservatório – 200 pessoas

Temporada: 11 a 31 de agosto, de segunda a quinta, às 20h; às sextas, às 17h e às 20h; aos sábados, às 16h e às 19h; nos dias 30 (terça) e 31 (quarta) de agosto, sessões extras às 17h*

*Nos dias 20 (16h), 24 (20h), 25 (20h) e 26 de agosto (20h), a sessão tem tradução simultânea em Libras

Classificação: 14 anos

Duração: 120 minutos

Ingressos: gratuitos, devem ser retirados aqui

Entrada não permitida depois do início

Visitação ao espaço cênico

Quando: 4 a 31 de agosto, de segunda a sábado, das 10h às 15h

Sinopse: visitação gratuita aberta ao público do espaço cênico da peça “Na Solidão dos Campos de Algodão”, criado a partir da obra “La Bruja”, de Cildo Meireles. Composto por centenas de fios brancos que invadem e se apropriam da Sala de Exposições, criando um lugar-nenhum. Todos os dias haverá arte-educadores para receber o público, propor mediações e novas percepções sobre o espaço cênico.

Oficina

“Procedimentos de criação da montagem de Na Solidão dos Campos de Algodão”, com Eliana Monteiro, Lucienne Guedes e Mawusi Tulani

Sinopse: a partir dos temas movidos pela dramaturgia de Na Solidão dos Campos de Algodão, as participantes e os participantes serão conduzidos pela diretora artística e pelas atrizes da montagem para experienciarem procedimentos de criação do espetáculo. A oficina proporcionará ação prática e reflexiva sobre as possibilidades de leitura e encenação dos textos contemporâneos.

Quando: 23, 24 e 26 de agosto, na terça e na quarta-feira, das 14h às 17h, e na sexta, das 9h30 às 12h30

Local: Sala de exposições

Forma de seleção: análise de currículo e breve carta de interesse, enviadas através do formulário

Cronograma: Inscrições de 1º a 14 de agosto. Resultados divulgados por e-mail no dia 17 de agosto

Vagas: 25

Público: Estudantes de artes cênicas (bacharelados, licenciaturas, cursos técnicos, pós-graduação etc.).

(Fonte: Approach Comunicação)

Galeria Arte132 exibe universo das joias dos irmãos Burle Marx

São Paulo, por Kleber Patricio

Desenho de Roberto Burle Marx. Fotos: Suzana Mendes.

O universo das joias dos irmãos Burle Marx, Roberto (1904-1994) e Haroldo (1911-1991), é exibido pela Arte132 em “Jewels by Brazil’s Burle Marx Brothers”. Esta é a primeira vez que aproximadamente 100 desenhos de joalheria de ambos são mostrados, conjuntamente, em uma galeria. A exposição, em cartaz até o dia 30 de julho, tem texto crítico do museólogo Antonio Carlos Suster Abdalla e apresenta verdadeiras relíquias modernistas que o Brasil exportava para o mundo.

Apesar de não terem sido sócios, nem compartilhado ateliê, a mostra os aproxima como duas personalidades independentes, de maneira produtiva para a história da arte. Haroldo Burle Marx foi o joalheiro preferido de colecionadores, estrelas de cinema, alta sociedade, dignitários e famílias reais. Roberto Burle Marx era considerado um multiartista: pintor, artista plástico, criador de painéis de azulejos, arranjos florais e muito mais.

Desta união, criou-se a primeira e verdadeira joia modernista realmente nacional: uma junção das pedras esculpidas por Haroldo Burle Marx, montada sobre uma estrutura de joias seguindo o paisagismo mágico de Roberto Burle Marx. A rica e diversa obra de raiz brasileira presentes nas páginas da historiografia é o denominador comum dos dois.

Desenho de Haroldo Burle Marx.

Ao reunir e confrontar os croquis, instiga-se uma interpretação afetiva e ousada. Segundo Abdalla, a exposição tem cunho apaziguador entre eles, que ficaram afastados por mais de quatro décadas por questões de incompatibilidade e assuntos privados. “Cabe ao espectador ou ao amante de design de joias fruir e fazer a leitura das especificidades de cada artista presentes na mostra. Se deliciar com os traços dos desenhos como desenhos (nada mais) ou as possibilidades das tridimensionalidades das peças ou, ainda, notar aproximações e diferenças óbvias entre ambos. Roberto assina Roberto e Haroldo assina Haroldo.  Burle Marx faz jus a ambos”, declara Antonio Carlos Suster Abdalla.

Sobre os artistas, por Antonio Carlos Suster Abdalla

Haroldo Burle Marx é menos conhecido frente ao irmão, que se tornou uma das referências da modernidade brasileira. Mais velho que Roberto Burle Marx, foi ourives/designer/estudioso de joias até o fim da vida. Nasceu em São Paulo e não custa reavivar a memória. Ele tinha linhagem hereditária com o filósofo alemão Karl Marx (1818-1883) – seu avô era primo do grande teórico. Em 1945, começa a realizar desenhos de joias. Em 1954, toma a decisão de se dedicar em tempo integral à pesquisa de pedras preciosas. Tornou-se hábil no manejo de metais e, por fim, produziu bastante dentro de sua linguagem poética brasileira e universalista. Haroldo, vale frisar, pesquisou e aplicou nas peças, entre outras influências, a artesania inca e egípcia.

O esmero técnico, a pesquisa de materiais e o conhecimento humanista resumem em certa medida o perfil do artista. Haroldo estudou no tradicional Colégio Resende, no Rio de Janeiro, na Pitman’s College, em Londres, e na Hochhandelschule, de Berlim, além de formação em direito não exercido, também no Rio. Tornou-se dedicado especialista em gemologia – ciência que identifica a natureza das gemas das pedras preciosas – e lapidação, após formação por quatro anos pelo instituto Idar-Oberstein, na Alemanha. Dominava igualmente seis línguas.

Em 1981, o artista e a norte-americana Alta Leath, esposa do deputado democrata texano Marvin Leath, se conheceram no Rio de Janeiro e iniciaram parceria para que suas obras fossem expostas e comercializadas nos Estados Unidos. Os dois se tornaram amigos até o fim da vida. Haroldo já circulava, igualmente, entre os amantes de joias únicas na Europa. A Coleção Altomar, criada por Alta em 1982, promoveu o artista e o incentivou a desenvolver joias inclusive com ouro 18 quilates.

As atrizes Natalie Wood (1938-1981) e Cicely Tyson (1924-2021), o cantor lírico Placido Domingo (1941) e a rainha Margarida (1940), da Dinamarca, são algumas das personalidades que adquiriram joias com a assinatura de Haroldo. O Museu de Ciências Naturais de Houston, nos Estados Unidos, manteve uma sessão dedicada ao artista por dois anos. O The New York Times, a Vogue e a Connoisseur Magazine deram espaço editorial à qualidade e genialidade das pulseiras, colares, brincos, braceletes e anéis produzidos por ele.

Como convivi, por meio de pesquisa e contato direto por várias vezes, com o acervo de Roberto, incluindo a curadoria de exposições antológicas do artista, uma delas realizada no Museu Oscar Niemeyer, em Curitiba, por ocasião dos 100 anos de sua morte, em 2009, reforço que foi homem de vanguarda. Multiartista – conhecido pelas pinturas, desenhos e tapeçarias – é nome internacional incontornável por ter se dedicado à preservação da natureza e dado relevância ao paisagismo brasileiro.

Paulistano, nasceu num dos símbolos da cidade, a Avenida Paulista esquina com a Rua Ministro Rocha Azevedo. No cruzamento, seus pais construíram uma casa em estilo art nouveau batizada de Vila Fortunata, até hoje um pequeno pedaço de área verde (local que faz homenagem a um político e não ao artista, como seria plenamente merecido).  Viveu quase toda vida, entretanto, no Rio de Janeiro, onde estudou com Cândido Portinari (1903-1962). Sempre pretendeu ser conhecido como pintor, mas como um representante do idealizado homem do Renascimento, seguiu por caminhos vários e ficou conhecido como o mais representativo paisagista brasileiro.

Sem excessos nacionalistas e limitadores, Roberto tinha fascínio pela floração tropical. O primeiro projeto paisagístico, em 1932, foi para a residência Schwartz, em Copacabana, Rio. Em Recife, atuou como diretor de parques e jardins, o que propiciou expandir ainda mais o conhecimento da paisagem brasileira. Anos depois, saíram de sua prancheta projetos do Aterro do Flamengo, no Rio, Parque do Ibirapuera, em São Paulo, e o Eixo Monumental, de Brasília, entre outros.

Como pintor, foi do figurativo ao abstrato, quando, em 1950, adere ao Abstracionismo Abstrato. Simultaneamente, produziu grandes tapeçarias como uma das mais representativas que pertencente ao Palácio do Itamaraty, sede do Ministério das Relações Exteriores, em Brasília, executada pelo paulistano Atelier Douchez-Nicola.

Roberto trabalhou ainda com painéis cerâmicos, gravuras e esculturas, além dos projetos de joias. Seus últimos anos de vida se passaram no exuberante sítio de Guaratiba, no Rio, com sede projetada por Lúcio Costa. A lista de exposições que participou é enorme, passando por sete edições da Bienal de São Paulo e três de Veneza, sem contar individuais e coletivas na Europa, Ásia, Estados Unidos e América Latina.

Sobre Antonio Carlos Suster Abdalla

Antonio Carlos Suster Abdalla é museólogo, curador independente e pesquisador em Artes Visuais. Tem mais de 140 trabalhos concluídos em museus, galerias e centros culturais, entre eles: Caixa Cultural CEF-Rio de Janeiro/RJ e Salvador/BA; Casa da Cultura-Paraty/RJ; Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB) – Rio de Janeiro/RJ e Brasília/DF; Escritório de Arte Augusta 664 – São Paulo; Espaço Cultural da BM&F-Bovespa – São Paulo; Espaço Cultural Nossa Caixa – São Paulo; Espaço Cultural Porto Seguro – São Paulo; Estúdio Jacarandá – São Paulo; Galeria Berenice Arvani – São Paulo; Galeria Mapa – São Paulo; Galeria Zilda Fraletti – Curitiba/PR; James Lisboa Escritório de Arte – São Paulo; JB Goldenberg Escritório de Arte – São Paulo; Lordello & Gobbi Escritório de Arte – São Paulo; Museu BANESPA – São Paulo; Museu Brasileiro da Escultura (MUBE) – São Paulo; Museu de Arte Contemporânea (MACC) – Campinas/SP; Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAMSP) – São Paulo; Museu de Zoologia-USP – São Paulo; Museu Guido Viaro – Curitiba/PR; Museu Nossa Senhora Aparecida/Santuário Nacional – Aparecida do Norte/SP; Museu Oscar Niemeyer (MON) – Curitiba/PR; Passado Composto Século XX – São Paulo; Pinacoteca Benedicto Calixto – Santos/SP; Pinacoteca do Estado de São Paulo – São Paulo; Santander Cultural – São Paulo; SESC Belenzinho – São Paulo e Araraquara/SP e Universidade do Ceará (UNIFOR) – Fortaleza/CE.

Sobre a Arte132 | A Arte132 expõe, dá suporte e mantém em acervo artistas brasileiros reconhecidos, principalmente as produções autorais menos conhecidas, artistas que desenvolveram um entendimento do mundo e do homem em algum momento. As mostras sempre têm o compromisso de apresentar arte relevante de qualidade ao maior número de pessoas possível, colecionadores ou não. A casa (concebida pelo arquiteto Fernando Malheiros de Miranda, em 1972), para além de uma galeria de arte, é um lugar de encontro e descobertas.

Serviço:

Jewels by Brazil’s Burle Marx brothers

Texto crítico: Antonio Carlos Suster Abdalla

Local: Galeria Arte132 – Av. Juriti, 132, Moema, São Paulo – SP

Período expositivo: 4 de junho até 30 de julho

Horários de visitação: de segunda a sexta, das 14h às 19h. Sábados, das 11h às 17h.

Entrada gratuita

https://arte132.com.br.

(Fonte: a4&holofote comunicação)

Restauração de áreas desmatadas depende de ações que envolvem biodiversidade e clima

Paraná, por Kleber Patricio

Foto: Raquel Portugal/Fiocruz Imagens.

Para recuperar a biodiversidade e os benefícios ecossistêmicos da mata tropical não basta restaurá-la. É necessário investir na conservação das florestas já existentes, inclusive para garantir o sucesso da restauração. A quantidade e a proximidade de mata antiga em relação às áreas de restauração afetam a riqueza de espécies, a biodiversidade e a capacidade de capturar o carbono da atmosfera. As conclusões são de pesquisadores da Universidade Federal do Paraná (UFPR) e da Sociedade de Pesquisa em Vida Selvagem e Educação Ambiental (SPVS) e estão publicadas na edição de terça (26) do Journal of Applied Ecology.

O estudo foi realizado em uma das regiões de Mata Atlântica remanescentes mais importantes do Brasil, na costa sul do Paraná, em que há um programa de restauração promovido pela SPVS desde 2000. A área envolve os municípios de Antonina e Guaraqueçaba, uma região bem conservada, de 300 mil hectares, com florestas, estuários, baías e ilhas.

Os pesquisadores coletaram amostras e analisaram imagens de 65 áreas, acompanhando, desde 2010, estratégias de restauração utilizadas e outras características ambientais. Com a preocupação acerca da degradação de áreas tropicais por atividades humanas, os esforços têm se voltado à restauração, com foco inclusive na chamada Década das Nações Unidas de Restauração do Ecossistema (2021-2030). Há grandes expectativas de melhorar a subsistência das pessoas, combater as mudanças climáticas e deter o colapso da biodiversidade por meio de restauração de áreas desmatadas.

Segundo os autores, a restauração não pode ser planejada sem estar alinhada às estratégias de conservação, sendo, portanto, necessário fortalecer as ações capazes de inibir o processo de degradação dos ecossistemas. Ainda segundo os autores, para promover a regeneração de matas degradadas e alcançar metas globais de biodiversidade e benefícios do ecossistema ao ser humano é essencial combater as mudanças climáticas.

Os pesquisadores buscaram entender a interação entre os esforços de restauração e conservação, verificando também as diferenças entre as estratégias natural e ativa de restauração. “A primeira é muito mais barata, orgânica, depende de processos naturais para promover a chegada de espécies. A segunda, que é o plantio de mudas, é muito mais onerosa pra quem tem de restaurar”, explica Marcia Marques, pesquisadora da Universidade Federal do Paraná. O estudo mostra que, com a presença de áreas conservadas, a regeneração natural se torna uma alternativa mais econômica para ter resultado satisfatório: “Se você quiser usar só regeneração natural nessa situação é possível, porque existe um fluxo de sementes pela fauna”, relata.

A autora diz que a restauração é, muitas vezes, superestimada: “De modo geral, há, na sociedade, uma expectativa muito grande em relação à restauração ecológica, inclusive para dar conta de absorver todo o carbono que estamos jogando na atmosfera há séculos, quando não é bem isso”. Para ela, há uma percepção de que o desmatamento poderá facilmente ser compensado pela restauração, que é vista como uma “bala de prata”, quando não é o caso: “Não é o caso de assumirmos que podemos desmatar e depois restaurar. Precisamos manter também as florestas maduras, com todas as suas funcionalidades. Restaurar é também conservar. Precisa ser aliado à conservação”, conclui a pesquisadora.

(Fonte: Agência Bori)

Animação infantil criada por Carlinhos Brown completa 10 anos e estreia espetáculo no Teatro Liberdade

São Paulo, por Kleber Patricio

Imagem: divulgação.

Carlinhos Brown levará para os palcos seu projeto infantil, que apresenta de forma lúdica e educativa personagens da cultura e do folclore brasileiro. O musical “Paxuá e Paramim e o Novo Planeta Azulzinho”, que estreia dia 20 de agosto, no Teatro Liberdade, em São Paulo, conta com direção artística de Gringo Cardia, roteiro de Stella Miranda e direção de André Gress. As músicas são de autoria de Brown e da cantora Milla Franco. O espetáculo comemora os 10 anos de existência do projeto, idealizado em parceria com Andrea Mota, e que é pensado para toda a família. “O musical chega aos palcos em um momento muito especial em que todo o planeta se recupera de grandes perdas e onde nós estamos rediscutindo uma nova relação com o meio ambiente, em especial o mar como pulmão do mundo, as florestas e os rios. A história do espetáculo é feita para valorizar a vida, as pessoas e a natureza como um renascimento educativo”, define o músico.

O diretor do espetáculo, André Gress, destaca o cuidado com que o musical foi pensado: “Quem assistir ao espetáculo vai vivenciar uma atmosfera de cores, sons e efeitos especiais que vão transportar a todos para um mundo onde tudo é possível. Das coreografias às cenas, tudo foi pensado para cativar crianças e adultos”, revela. A realização é da Produtora Pappou, Candyall Entertainment, Beloca Eventos, Lab Cultural e Grupo Infinitus.

Sinopse

Na aventura infantil, o malvado Jururú rouba a Pedra da Sustentação que mantinha a gravidade, deixando o Planeta Azulzinho de pernas para o ar. A Terra fica desprotegida e seus tesouros podem ser saqueados. Por causa desse desequilíbrio, Talísia – a Mamãe Natureza – ficou doentinha, adormeceu.

A Terra adormecida está passando por maus bocados, os humanos esqueceram a própria humanidade. Pajeum a velha Bruxinha do Bem, aquela que conhece todos os segredos desse e de outros mundos, faz um alerta: “Parem! É uma ordem! Por favor, parem agora! Não estamos bem! Não se ouve mais os pássaros cantar, não vemos mais as estrelas brilharem, nossas florestas estão sufocadas!”

Os personagens Paxuá, Paramim e Braúna vão salvar o Planeta Azulzinho, numa jornada pelas estrelas e assim, despertar a Mamãe Natureza. Para isso, precisam aprender lições sobre respeito, amizade, bondade, tolerância, saúde, paz e amor.

Ficha Técnica:

Direção: André Gress

Direção artística: Gringo Cardia

Diretor Musical: Marcelo Castro.

Roteiro: Stella Miranda

Adaptação e Textos Adicionais: Juliano Marceano.

“Paxuá e Paramim” nas Redes: Youtube | Instagram | Spotify | Facebook.

Serviço:

“Paxuá e Paramim e o Novo Planeta Azulzinho”

Teatro Liberdade

R. São Joaquim, 129 – Liberdade, São Paulo – SP

Datas: 20, 21, 27 e 28 de agosto

Sessões às 15h e 17h

Classificação: Livre

Venda de ingressos pelo site da Sympla

Preços:

Plateia Baixa (R$160 Inteira – R$80 Meia)

Plateia Alta (R$140 Inteira – R$70 Meia)

Balcão A (R$120 Inteira – R$60 Meia)

Balcão B (R$100 Inteira – R$50 Meia).

(Fonte: Lupa Comunicação)